[RP FECHADA] Unapologetically. +18

A adrenalina não se interessa pelo tédio. Em seu estado, não importa, a adrenalina vem como uma inundação, não apenas em sua corrente sanguínea, mas também em cada parte de seu corpo, naqueles detritos da criatura que todo homem guarda dentro de si. Suas costas formigaram quando as unhas dela pairaram sobre sua nuca, como uma descida rápida demais do topo de uma roda gigante.

Cessou por um momento, quando o aviso se configurou através dos lábios dela ao invés de outro beijo. Suspirou pesadamente dando um passo para trás e tomando alguns segundos para se acalmar, se controlar. A mão deslizou pela própria cabeleira bagunçando os fios loiros e pressionando levemente a região das têmporas. Questionou a si mesmo o que estava fazendo, tinha feito sexo em locais piores, mas a presença sempre era o diferencial. Ali, naquele bar, era ela e somente ela, e por Deus, queria fazer a coisa certa com ela. Sentiu algo quente em seu peito, bem no coração, torceu para ser princípio de infarto e não amor.

Leona Lansbury, de pele branca, olhos azuis, cabelo loiro alisado, tronco esguio e proeminentes seios alertas, é autocomplacente, vaidosa, repleta de todas as boas qualidades que poderia imaginar, fluente em clichês, mas também em inovar. Não sabia dizer se ela queria o homem do realejo, ou o macaco, mas ela não diria algo que realmente não quisesse. Não optaria pelo decadente, como ele, se isso não a animasse. Esse era o ruim de beber, Corey pensava demais, revira-se em axiomas de tabloides e teorias conspiratórias. Isso mais do que suas carências espirituais, que acaba deixando transparecer a criança confusa lá dentro, os buracos abertos e calos errados. Este é o empecilho de ser fraco com bebidas: a biografia transparece, todos os antecedentes mitigantes, o Corey Dakota Prescott, nú e cru.

Novamente olhou os lábios se comprimirem em meio ao batom hipnotizante e das mechas louras que lhe caíam sob o rosto. Parecia acorrentar a humana e invocar a felina. Para cada canto que olhava para ela erguia-se a promessa de sexo transacional, porém hesitou novamente, como um alerta.

Respirou fundo. Não que conseguisse manter qualquer um das linhas de pensamento durante muito tempo. Fazia alguns meses desde que pensara em foder com ela. Era quase como uma obsessão, mas ligeiramente mais leve. Tudo aquilo abafava a própria voz de seus pensamentos, a voz dizendo: é isso que você queria. Pare. Fique em paz. Deixe acontecer.

Retirou a camisa apressadamente. Um último olhar na porta se deu quando bateram e tentaram força-la. A vassoura não cedeu, os passos rumaram para fora. Adrenalina pulsante sobre a promessa de agitação e tensão, do prazer ao ser pego no flagra. Ele estava voluptuoso devido ao calor e à pulsação perceptível entre o corpo de Leona e o dele que se aguardavam. Parede, pia, cabine, tantas opções que uma foda rápida não lhe parecera a melhor opção. Desejo e necessidade aguda no mesmo copo.

Dois passos. Dois passos e novamente a distância entre os dois encurtara-se drasticamente e nível de poder sentir a respiração dela contra seu rosto. Um olhar pré-sexo mostrava a calma do rosto barbado e tranquilo, depois juntou-se a ela. Pousara as mãos sobre o quadril puxando-o com relevante violência para si. O lábio uniu-se à um beijo rápido, depois outro e mais outro, até mudar o rumo ao longo do pescoço fino e feminino. Corey, faça um favor a si mesmo e não pare; pensou atendendo aos pedidos de seu próprio subconsciente. A segunda parada das mãos foi de baixo do vestido, abaixando a calcinha.

Não desviou o olhar, depois de mordiscar seu queixo os olhos azuis encontravam-se como lua e água de um lago límpido. Ele conservava um misto de infantilidade curiosa com confiança. Faria tudo a seu alcance para muito mais transparecer além do álcool. Seu ego sexual estaria ofendido se a embriaguez fosse a única constatação de que aquilo ocorresse. Agora confirmava-se: era desejo, necessidade, e algo a mais.

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