[RP FECHADA] Tú me partiste el corazón

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Mensagem por Lola Navarro Gutierrez Dom 3 Dez - 17:18:09

pero, mi amor, no hay problema
A seguinte rp se passa durante a noite, logo após os primeiros flocos de neve caírem ao solo, num frio de lascar. Lola, porém, percebe não ser imune a isso e acaba se encontrando com um alguém inesperado. Os dois acabam criando um laço mais profundo do que qualquer outro. A participação nesta rp se limita a @Lola Navarro Gutierrez e @Leônidas Posa Bottiglieri. Qualquer interrupção será ignorada.
07ºC // 10 PM


Última edição por Lola Navarro Gutierrez em Qua 3 Jan - 13:57:21, editado 1 vez(es)
Lola Navarro Gutierrez
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Mensagem por Lola Navarro Gutierrez Seg 1 Jan - 22:26:59

Deixe sua mensagem após o sinal.

Os dedos se firmaram em volta do aparelho com mais força do que o necessário, enquanto a mente divagava em um mundo feito apenas de palavras de baixo calão. Incrível a capacidade que Pandora não possuía para atender uma simples ligação telefônica. O som característico de seus saltos tocando o chão ecoava pelo hall do edifício do jornal, onde mais uma vez ela ficara até tarde finalizando a nova edição deste. Mesmo que o som de conversas entre pessoas com quem ela cruzava o caminho fosse alto o suficiente para lhe chamar a atenção,

Lola mantinha-se focada encontrar uma bela maneira de esganar a irmã. O péssimo estado de humor da latina era perceptível a quilômetros de distância e o porteiro fora esperto o suficiente para desfazer os passos que o levariam diretamente ao encontro da bela. Dolores praguejava mentalmente a existência de Pandora e quem quer que fosse que ela estivesse na cama de pernas abertas naquele momento. Como ousava não lhe atender? Pousou os olhos sobre o display do aparelho, finalizando o recado nada educado que fora deixado para a irmã em sua língua materna, dando fim a ligação.

A escuridão da noite revelava algo que ela não estava totalmente preparada para lidar. O frio havia chego por fim, mas ela não estava disposta a brincar na neve, e sequer suas vestes condiziam com a temperatura do lado de fora do prédio. Meio segundo foi mais do que necessário para ela concluir que o veículo de Pandora não estava estacionado em nenhum dos dois lados da rua. Não gritaria. Não. As pálpebras se fecharam no exato momento em que algo gélido chocou-se contra seu rosto, o que a fez elevar a mão para que tocasse o que quer que fosse que lhe despertou dos pensamentos homicidas.

O pequeno floco de neve se dissolveu em contato com a ponta de seu dedo e foi então que a jornalista direcionou seu olhar para o alto, contemplando o que seria a cereja do bolo para levar seu humor a um estado inexistente. O que mais lhe faltava acontecer?

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Última edição por Lola Navarro Gutierrez em Ter 2 Jan - 18:33:31, editado 7 vez(es)
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Mensagem por Leônidas Posa Bottiglieri Ter 2 Jan - 0:26:05





Si lo so che non c'è luce



Entenderam o que eu disse ou terei que desenhar? — os olhos castanhos pararam sobre a presença de dois homens, um loiro com sinais nítidos de calvície e outro negro com feições endurecidas. O plano que arquitetara era só um jogo para animar uma noite fria para o italiano, afinal, não era todo dia que poderia manipular uma circunstância com uma certa latina.

Os homens rapidamente assentiram, retirando-se de dentro do audi preto e luxuoso do então empresário do crime. Aguardou atentamente a uma quadra de distancia, com o carro estacionado de forma que ninguém conseguisse ver quem estava dentro do veículo. Fixou as íris no relógio de ouro e um sorriso de canto brincou na boca assim que o ponteiro posicionou no horário combinado.

E, de fato, a dona dos longos cabelos ondulados indicara o inicio da dramaturgia.

Assim que ela atravessou as portas de vidro analisando os cantos da rua e, por fim, distraindo-se com a chuva de neve que se iniciara, os dois homens se aproximaram da mulher, prendendo-a e puxando sua bolsa. O loiro tirou a faca do bolso posicionando-o em seu pescoço.

Leônidas apenas aguardou, como um leão esperando o momento certo para atacar a presa.

Com passos mansos, abriu a porta do carro colocando ambas as mãos dentro do sobretudo preto, virando a esquina e fingindo estar caminhando por acaso, como um cidadão ridículo de Nashville faria, olhando o céu e achando magnifico o espetáculo que a natureza trazia naquele inverno como todos os invernos faziam. Sempre a mesma coisa.

Não grite dona ou eu juro que meu colega ai rasgará sua preciosa garganta!

Ela é tão linda, acho que só roubar não será o suficiente. — o alto acariciou de forma grotesca o rosto da mulher, jogando-a para o lado oposto do prédio em um lugar mais reservado de pessoas.

Talvez possamos deixar ela mais encharcada. — o calvo se aproximou passando a lingua em torno da boca, abrindo bruscamente a blusa da vítima, rasgando-lhe as vestes e expondo o sutiã.

Aquilo já bastava.

Ele não a queria traumatizada, apenas assustada.

Suspirou alto tentando não enfiar a mão na boca de ambos e puxar a língua. Bom, isso ele faria depois, se não tivessem estragado psicologicamente sua prometida. Com este pensamento ele avançou, rápido e certeiro, com a mão fechada socou um e com a outra chutou o cotovelo daquele que portava a faca, deixando-a escapar das mãos e cair no chão. Estava prestes a investir um novo golpe quando os bandidos se levantaram e saíram correndo mancando.

Merda, eles fugiram. — o olhar pairou na rua contrária, passando a mão atrás da nuca acariciando os fios rebeldes. Tinha que começar a sua atuação. — Você está… — as orbes posicionaram sobre ela vislumbrando suas vestes rasgadas e sua pele exposta. Cada detalhe de seu corpo era um perigo para qualquer homem, mas não demorou-se nas curvas, não, aquele não era seu objetivo. Voltou a fitá-la diretamente nos olhos. — Bem?

Eu sou um estúpido, é óbvio que não está. — retirou o sobretudo colocando-o em torno do seu ombro, tocando a região sutilmente com os nós dos dedos para em seguida se afastar de maneira que ela não se sentisse invadida — Quer passar no hospital? Depois, se quiser passamos na polícia para fazer um B.O. — Aparentemente os flocos de neve aumentaram a densidade manchando o asfalto de branco — Olha, eu sei que sou um completo estranho, mas não podemos ficar aqui e ficar a mercê de uma pneumonia. Meu carro está estacionado ali. E, juro, não serei um perturbado e não tentarei nada. — colocou as mãos rente ao corpo mostrando que não portava nenhuma arma. Cada partícula de sua face mostrava que realmente esperava seu bem, obviamente que depois de tanto blefar tornou-se um ótimo mentiroso.  


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Última edição por Leônidas Posa Bottiglieri em Qui 4 Jan - 11:03:38, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Lola Navarro Gutierrez Ter 2 Jan - 1:49:24

A noite trazia consigo um silêncio que a morena apreciava mais do que qualquer outra coisa. Mas foi tragada por sentimento de puro desgosto e antes que pudesse ter qualquer outra reação, seu corpo foi imobilizado e pôde sentir a lâmina fria ser posta contra seu pescoço com firmeza. Sua fama de distraída se fez verdadeira ao ter sido estúpida a ponto de não notar a aproximação dos dois homens que agora a faziam esquecer qualquer pensamento acerca da irmã. Lutar seria inútil, ainda mais quando poderia ter por consequência seu precioso sangue manchando o solo. — Me solte! — Mesmo em clara situação de perigo não deixava de exibir o jeito autoritário e mandão que somente ela poderia ter. O moreno alto que a mantinha detida era tão grotesco quanto o comparsa e aquilo só atiçava a crescente irritação no interior de Lola. Seria fácil retirar a faca de posse dele, bastava um momento de distração. Ela encarou o loiro com repulsa, deixando claro sua aversão pelas malditas intenções dele. — Só assim para conseguir uma mulher, à força? — Atrevidamente ela o enfrentou, fazendo pouco-caso da situação quase desesperadora em que estava.

Ela se debateu enquanto era arrastada com força até um canto escuro qualquer. Espernear lhe foi a única maneira de tentar se desvencilhar após ter sido calada de forma barbara. O ápice do ódio por parte da garota veio no instante seguinte ao ter uma de suas peças de roupa favoritas simplesmente retalhada de forma brusca pelo outro. Foi quando o choque de realidade a atingiu com extrema violência e percebeu que talvez houvesse subestimado o que poderia lhe ocorrer. Um arrepio lhe percorreu a espinha ao notar a seriedade da situação em que estava. quando pressionada outra vez sentiu o deslizar da lâmina sedenta por sangue arranhar sua pele com indelicadeza. Seu corpo retesou ante a possibilidade de não ser uma simples brincadeira e não permitiu que acabasse por choramingar, procurando a melhor forma de sair daquela situação intacta.

Um terceiro elemento se juntou à cena e ao contrário do pensamento inicial da señorita Gutierrez, desta vez a premissa era de algo bom. O observou nocautear o loiro quase calvo e desarmar rapidamente o outro oponente, trazendo de volta a liberdade da latina. De imediato pousou ambas as mãos sobre o pescoço, respirando aliviada por ter sido salva, tendo um vislumbre dos dois indivíduos se dispersarem por entre a escuridão proporcionada pela noite quase em seu ápice. Levou algum tempo para assimilar as palavras dele, ainda escorada contra a parede gélida e com a respiração entrecortada. — N-não. — Foram longos segundos até que pudesse expressar qualquer coisa além do choque que ainda lhe envolvia.

Sequer fez questão de perceber que estava indevidamente exposta após ter sido agarrada pelo outro homem. Tudo havia ocorrido em um período de tempo tão curto que a latina apenas assentiu em resposta à proposta feita por ele. Mas não conseguia compreender como dois brutamontes conseguiram ser facilmente contidos com um simples soco e por um alguém desarmado, porém deixou que sua mente não fosse capaz de criar teorias a respeito, volvendo sua atenção ao rapaz que lhe salvara a vida. Ou assim o deixava pensar. — E-eu… — Inspirou profundamente, trazendo de volta o ar para seus pulmões, buscando assim controlar sua respiração e pôr em ordem seus pensamentos. — Muito obrigada por sua ajuda, mas minha carona já está chegando. — Tudo bem, não era verdade, e muito provavelmente ela daria uns belos tapas em Pandora pelo acontecido.

Eu ficarei bem. — Sussurrou ao se recompor da melhor maneira que conseguia após ser envolvida pelo sobretudo oferecido por ele. E apesar de ser grata pelo ato heroico, lhe restava um pouco de orgulho em recusar ainda mais ajuda. Já havia mostrado muito de sua fragilidade para um reles desconhecido, não precisava fazer disso algo além. Além de que contactar o distrito policial de nada surtiria efeito, ainda mais nos tempos vividos na cidade. Ela sabia disto melhor do que ninguém. — Não há com o que se preocupar. — Como uma hispanohablante, Lola reconheceu imediatamente o sotaque charmoso do recém-chegado, o analisando com cautela ao tentar decifrar quais eram as suas intenções e de qual lugar vinha o charme de seu sotaque. — E muchas gracias por ter salvo minha vida. — Não que ela fizesse o tipo "donzela em perigo", mas tinha de ser grata pela aparição repentina de seu herói. E o charme dele era algo que ela não poderia negar.

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Mensagem por Leônidas Posa Bottiglieri Ter 2 Jan - 21:59:54





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Marrenta, suicida e sem papas na língua. Conseguira notar traços de sua personalidade apenas em questão de minutos e, deveria admitir, gostava parcialmente delas. O único problema é que ela seria um problema. Obviamente que estava ciente sobre os planos de seu irmão mais velho que mais assemelhavam-se aos tempos antigos quando os casamentos eram arranjados e não tinha muito o que ser feito para desviar-se desse destino. O italiano não concordava, mas não era estúpido: com grandes cargos tem-se grandes responsabilidades.

Entretanto, queria conhecê-la antes de simplesmente ser apresentado formalmente.

Queria ter o poder de conquistá-la.

Afinal, tudo resumia-se a um jogo de interesses.

O moreno olhou para a direita e em seguida para a direita não encontrando nenhuma movimentação de pessoas ou carros — não tinha se surpreendido com isso, pois a neve estava ainda mais densa e as estradas logo começariam a ficar escorregadias —, obviamente que a carona da señorita não chegaria tão cedo. Voltou a face para a latina com um leve arquear do supercílio — Se já estava chegando por que não vejo nenhum carro por perto? — ousou proferir com a voz rouca —Lo siento, señorita, pero no te dejaré sola— as íris castanhas analisaram-na dos pés, passando pelas coxas torneadas, a parte superior do corpo parcialmente exposto e, por fim, seus olhos castanhos e profundos, pousando sua atenção de forma longa sem desviar, apenas apreciando os tons de seus olhos âmbar.

Ele tinha de admitir, a garota tinha uma beleza exótica.

Adotando o papel de galã, desviou ligeiramente o campo de visão para o céu totalmente devastado pela escuridão. Alguns flocos de neve repousaram sobre sua pele e sobre os cílios grossos, e, de forma natural, um sorriso brincou em sua boca, não se sabe se aquele sorriso era derradeiro ou falso, nem Leônidas sabia definir aquela sensação. A palma da mão abriu-se para pegar os cristais de gelo desciam lentamente.

Abruptamente o seu nariz coçou e, então, a cabeça fora propositalmente para frente.

Atchim! — colocou o cotovelo na frente do nariz para dar mais ênfase ao espirro, claro que, mesmo mediante a um momento em que se sentira satisfeito deveria também encontrar uma maneira de ficar em um ambiente pelo qual ela se sentiria mais confortável — Scusami, ma possiamo trovare un posto più caldo? — soltara finalmente o idioma que tanto amava e, que ao mesmo tempo, trazia o sabor da toscana. A encarou por um breve momento endireitando o tronco dando uma breve risada sem graça — Será que podemos encontrar um lugar mais quente? Tipo um café ou um bar? Pelo menos você não ficará no frio. — o convite fora dado e, com o queixo, indicou um estabelecimento próximo aguardando pela resposta da morena.


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Última edição por Leônidas Posa Bottiglieri em Qui 4 Jan - 11:06:05, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Lola Navarro Gutierrez Ter 2 Jan - 23:08:50

Soprou o ar de seus pulmões em frustração ao ter de concordar com ele. — Eu não faço a mínima ideia, mas pode ter certeza de que não ficará assim. — Checou se havia alguma notificação na tela de bloqueio do aparelho, constatando que Pandora tinha mesmo esquecido de sua existência. Tamanha foi sua surpresa ao escutar as palavras proferidas em sua língua materna, que a jornalista entregou breves instantes de sua atenção a observá-lo com mais aplicação. Mas ainda parecia não estar certo, então possivelmente ele não um latino americano como ela. Mas após tanto tempo, até mesmo ela perder um pouco de sua identidade.

Já fez sua boa ação do ano, meu caro. — Revirou os olhos de forma infantil – um hábito irritante que não fazia questão de abandonar. — Posso me cuidar daqui em diante, acho que ainda consigo chamar um Uber sem maiores problemas. — Semicerrou os olhos como a quem o advertia de que já não tempo de permanecer próximo dela.  Apreciou a cena tão encantadora e obrigou-se a deixar que um riso contido se desse ao vê-lo tão entretido com os flocos alvos que desabavam do céu calmamente. Permitiu que seus pés a direcionassem para junto dele após automaticamente o desejar saúde quando a reação ao frio foi manifestada por um espirro, fazendo a se dar conta do motivo – ela estava com o sobretudo que deveria protege-lo do frio.

Aqui, acho que está precisando mais do que eu. — O tecido grosso foi retirado do contato com sua pele assim que ela voltou a estar quase desnuda na frente de um desconhecido. Não que ela nunca tivesse experimentado tal sensação, mas o clima no momento nada tinha a lembrar de memórias mais indecentes dela. O que lhe restava dos farrapos em que ficara sua blusa de seda foi usado numa quase vã tentativa de lhe cobrir o colo. Lola permitiu que um sorriso complacente fosse direcionado ao moreno quando sua suspeita se desfez e tornou-se uma afirmação. Ele era italiano. E apesar do país europeu ter sido pauta de muitas reuniões as quais ela estivera presente nos últimos tempos, ignorou a sensação estranha em seu interior ao saber da possível origem de seu herói. Deixou as dores de cabeça de seu futuro para outro momento.

Porém por mais que o sinal estivesse tão claro ela decidiu ignorá-lo.

Acreditou ser apenas uma coincidência e nada mais.

A leve brisa gélida atingiu sua pele sem cuidado, trazendo também o perfume inebriante dele de forma mais intensa. E bastou encará-lo para baixar a guarda. — Não estou apropriadamente vestida para ir a lugar algum. — A confissão feita num tom de voz arrastado e quase acanhado demonstrava a quão embaraçada ela poderia ficar ante uma situação daquelas. Logo ela. Mas tal acontecimento devia-se unicamente ao estado de sua aparência, claro.

Estaria abusando muito de você se o pedisse uma carona? — Vencida por sua própria teimosia, teve que dar o braço a torcer ao pedir ajuda a ele mais uma vez. Não usaria de seu charme com ele, já que desperdiçar tal coisa com um desconhecido não era muito de seu feitio se não fosse estritamente necessário. E ainda que a situação demandasse o mínimo de educação e bom senso, Lola não estava num estado muito dócil de se portar. Até mesmo com aquele que salvara sua vida.

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Mensagem por Leônidas Posa Bottiglieri Qua 3 Jan - 1:25:37





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Por favor, pode ficar, é óbvio que você precisa mais do que eu. Não sei se notou, mas entre nós dois sou eu que estou mais vestido. — E, com ambas as mãos repousaram novamente o tecido contra a pele dela, retirando sobre os ombros os flocos que se agrupavam em uma linha esbranquiçada.

Teimosia e orgulhosa,
outros traços da personalidade dela ao qual ele fizera questão de fazer uma nota mental.

Ela não confiava facilmente nas pessoas, nem mesmo aquelas que pareciam ter uma índole boa, mas não era um pecado achar isso. Em qualquer lugar pode ter um lobo a espera de uma ovelha, como o que estava ocorrendo naquele exato momento, a fera observando atentamente seu prato principal de perto, apenas tomando nota de suas ações para utilizá-la a seu bel prazer. Não que Bottiglieri quisesse fazer alguma mal a ela, claro que não caro telespectador, embora ele seja apresentado como um antagonista, ele de uma forma, digamos, peculiar, se preocupava com ela.

Da maneira dele, claro.

Tinha pensado exatamente isso, a respeito da vestimenta, claro. Mas, como tinha recusado a minha carona antes fiquei com receio de oferecê-la novamente. — A resposta fora rápida assim que a garota solicitara com, digamos, engolindo seu orgulho o que ele tanto aguardava. — Venha, é por aqui. — indicou com o queixo o lado direito, começando a andar colocando ambas as mãos por dentro dos bolsos da calça social preta.

Ambos andavam lado a lado, ele teve vontade de tocá-la em torno da cintura para guiá-la adequadamente, só que pelo pouco de informação que obtivera de Gutierrez, certamente levaria um soco na cara. A família mexicana, conforme ele se aventurava com Esteban, não pensava duas vezes antes de usar a força para derrubar qualquer um que se atrevia a adentrar o caminho. Era isso que seu avô tanto presava com seus compatriotas mexicanos e, ironicamente, o motivo de tudo aquilo originou-se do antecessor de ambos: Posa e Gutierrez.

O dever continuava sendo o mesmo.

União é igual a potência.

Após andaram por diversos carros, virou a esquerda e então lá estava ele, seu audi preto, ou deveria dizer, semi enterrado pela neve. Passou a mão por cima do capo, retirando o motim que tinha se agrupado na lataria para que em seguida abrisse a porta do passageiro para que ela adentrasse. Aguardou a mesma se posicionar devidamente para dar a volta e posicionar em seu assento, colocando o cinto de segurança sobre a blusa branca com três botões abertos dando para vislumbrar um pouco de seu porte físico em seu peitoral. — Desculpe pela bagunça — se referiu ao pacote de cigarros por cima do painel que, timidamente, colocara por dentro do pequeno compartimento.

Girou a chave na ignição, abaixando o freio de mão com a mão direita para finalmente escutar o ronco do motor dando partida. O veículo começou a se movimentar do limpador de parabrisa retirando os flocos de neve em seu campo de visão para conseguir vislumbrar adequadamente cada pedaço da rua — ou quase. O dedo indicador ligou o rádio para pelo menos acabar com o silêncio por dentro do utilitário, porém um anúncio não agradaria muito a sua acompanhante.

"O inverno finalmente deu as caras e com ele fomos abençoados com uma tempestade. É cowboys, será necessário procurar abrigos, pois o índice de acidentes tem aumentado devido as pistas escorregadias. Orientamos a ficarem em um lugar quente até que a densidade da neve diminua."

O italiano desligou o rádio, soltando um suspiro entre os lábios bem desenhados — Sua casa é perto? — questionou fitando-a pelo retrovisor — Olha, estou hospedado em um hotel aqui perto, é na próxima quadra, se quiser podemos ficar lá por um tempo e você pode tomar um banho quente e pegar uma peça minha emprestada pra ficar mais quente, o que acha? — A sugestão viera com seu sotaque forte imperando, mas não era forçado, infelizmente seu inglês não era tão dotado quanto dela, que, em momentos de pressão, deixava transparecer sua língua de origem.

E, pensando nisso, ele girou o volante, guiando o carro até um hotel luxuoso nas proximidades, adentrando ao edifício onipotente e estacionando-o no subsolo onde seu carro não teria o perigo de ser totalmente enterrado pela neve.

Antes que ela tirasse o cinto de segurança ele dera a volta, abrindo sua porta e aguardando-a para que saísse do utilitário. E, em seguida, caminhou em direção do elevador que abria as portas para que duas pessoas saíssem e ambos adentrassem ao cubículo. Os nós dos dedos tocaram o andar 45.  — Ah, que estúpido eu sou, me chamo Enrico Machiavelli e você? — estendeu a mão aberta para um comprimento, apertando gentilmente a dela com um toque suave e, antes que dissesse algo sobre o nome dela, a porta se abrira. Um sorriso abriu-se em seu rosto mostrando covinhas em ambas as bochechas assim que seu olhar foi de encontro ao dele e o contato se findasse para que finalmente abrisse a porta do seu quarto.

Lola, um nome diferente, suponho que seja seu apelido? — franziu o cenho depositando a chave do carro em cima da mesa amadeirada — Ah, ali tem o banheiro, as toalhas estão limpas, pode utilizá-las. Deixarei uma muda de roupa em cima da cama para usar, se quiser. E, por favor, sinta-se a vontade.



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Última edição por Leônidas Posa Bottiglieri em Qui 4 Jan - 13:38:41, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Lola Navarro Gutierrez Qua 3 Jan - 4:05:40

O arrependimento pelo pedido feito veio quase imediatamente ela ter soprado tais palavras a ele. Por mais que as ações dele indicassem a existência de um bondoso coração no rapaz, Lola mantinha-se impassível a deixar que aquilo se revelasse muito mais do que ela pensava. Não queria cair nos encantos de um desconhecido e sequer devia. Seu compromisso firmado em tempos anteriores se concretizaria num futuro próximo. Um casamento. Dolores jamais imaginou que seria a ganhadora na loteria com um matrimônio arranjado. Não em pleno século 21.

Era questão de negócios.

E ela não seria capaz de recusar uma possível união, não se isso era algo imprescindível a acontecer. Principalmente por ter Esteban intermediando as negociações. Espantou tais pensamentos, deixando tais responsabilidades para a Lola do futuro, ela quem seria mais afetada por isso. Outra vez era agasalhada pelo casaco escuro, sendo abraçada pelo perfume do italiano que ela tinha a leve impressão de estar grudado em sua pele.

Obrigada. — Se limitou a agradecer pela consideração. Os passos da morena eram calmos e ela ia o acompanhando com certa cautela, verificando se ainda haveria qualquer sinal de perigo em volta deles. Mas tudo era silencioso, esbranquiçado e gélido. Os braços cruzados rente ao peito serviam como forma de se proteger não somente do frio, mas também de qualquer mal que poderia a atingir.

O veículo escuro estava praticamente afundado na neve fofa e fria. E a garota não pôde deixar de sorrir ao ver a preocupação dele com seu bem-estar. Meneou a cabeça em agradecimento pelo gesto educado, adentrando o carro e agradecendo mentalmente por estar protegida do frio. Afivelou o cinto de segurança, pousando a bolsa sobre o colo, finalmente protegida de qualquer mal exterior e se envolveu ainda mais no casaco cedido pelo rapaz. Um sorriso compreensivo foi direcionado ao rapaz ao afundar no banco, virando o rosto para a janela, observando a paisagem branca e quase congelada pelo frio do inverno.

A voz do locutor da rádio transpassava a notícia que ela menos poderia querer escutar naquele instante, levando-a pensar que possivelmente aquele seria um dos motivos da falta de noticias de Pandora. A fazendo virar o rosto em direção à frente do som do veículo, como se pudesse remediar de alguma forma a informação. Um suspiro foi sua forma de protesto quanto ao que haviam acabado de escutar, tendo sua atenção retida pela pergunta dele. — Moro em Belle Meade, mas com essa ameaça de nevasca... — Capturou entre os dentes o próprio lábio inferior, ponderando se aquela era uma opção a se considerar. — Acho que não me resta outra opção a não ser aceitar sua sugestão. — A jornalista uniu as mãos sobre o colo, tendo ciência de que poderia chegar a crer que as ações dele eram todas bem intencionadas.

As ruas estavam mais vazias que o habitual, inundadas pelas finas camadas de gelo formadas pela neve. E Lola não levou muito tempo a reconhecer a fachada do hotel luxuoso no centro da cidade. O estacionamento era pouco movimentado, com poucos veículos estacionados, porém era bem iluminado, ainda que mergulho no mais absoluto silêncio. Uma vez mais pudera ser visto em sua face um sorriso educado pelo gesto do cavalheiro, descendo do carro com cautela ao manter-se ainda coberta pelo tecido negro do casaco. Agradeceu imensamente pela rapidez com a qual o elevador havia atingido o subsolo, não deixando espaço para que um silêncio constrangedor se formasse entre os dois.

Será que ao menos posso saber o nome do meu salvador? — Notou que tal informação ainda não havia sido compartilhada entre ambos. E a alguém que estava prestes a entrar no quarto de hotel de um homem sem estar embriagada, Dolores tinha ao menos que possuir tal informação. Claro que aquilo fazia existir um grau maior de intimidade o que não era costumeiro de acontecer quando ela se encontrava em condições quase parecidas.

Mas dessa vez era diferente.

Um sorriso brotou nos lábios carmesim da bela, respondendo ao mesmo tom de educação e deixando que uma possível interação educada se sucedesse. — Lola Gutierrez, muito prazer. — A firmeza ao apertar a mão dele era acompanhada de um sorriso mais ameno, digno de fazê-la simpatizar com o rapaz a cada segundo que passava junto dele. Após as portas de aço se abrir no andar sinalizado por ele momentos antes, ela o seguiu pelo corredor até a porta que indicava ser os aposentos do italiano. O olhar da latina esquadrinhou rapidamente todo o ambiente, percebendo o luxo e a riqueza de detalhes do cômodo. — Costuma trazer para cá todas as garotas que você salva? — A curiosidade foi mais forte, tomando a dianteira em sua questão, não podendo assim deter as próprias palavras ao questioná-lo.  

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Mensagem por Leônidas Posa Bottiglieri Qui 4 Jan - 2:46:35





Si lo so che non c'è luce



Não conseguiu segurar-se com a pergunta da menor quanto a movimentação de mulheres por dentro de seu apartamento. Chegava a ser interessante como ela tentava obter informações a seu respeito e isso, obviamente, era uma singela dica de que tinha um interesse pelo homem a sua frente, sendo eles apenas curiosidade infantil a uma mais… adulta.

Geralmente eu as levo para a porta de suas respectivas casas. Você… — pausou a frase para dar ênfase, trazendo sua total atenção sobre si, que encostava as costas na gigantesca parede de vidro que dava para observar toda a movimentação da cidade sem necessariamente sair do apartamento. Os tornozelos se cruzaram e as mãos, costumeiramente, pousadas por dentro de sua calça social — é uma exceção a regra. — as orbes âmbar encaravam-na demoradamente, provocante, mordendo suavemente o lábio inferior com os caninos antes de, finalmente, interromper, focando-as no chão com um sorriso sem graça de canto.

Ele era um perfeito mentiroso.

Obviamente que supria suas necessidades carnais, mas com conquistas difíceis. Leônidas detestava conseguir as coisas com facilidade, ainda mais quando descobriam a potência de seu sobrenome e em que trabalhava. O perigo, como ele sabia, era ótimo para arrancar a calcinha de qualquer mulher.

E você, Lola, costuma ser sempre salva? — as mãos deslizaram do bolso, cruzando-os sobre o peitoral — Pelo que eu pude observar antes de interromper aqueles bandidos é que provavelmente é você quem salva o príncipe no final das contas.

E, antes que tivesse a chance de prosseguir com o diálogo, seu celular toca. O homem pegou com os nós dos dedos o aparelho no cós da calça levando-o até a orelha direita. — Com licença. — desculpou-se antes de pressionar o ícone verde na tela para aceitar a ligação. O italiano apoiou-se com o lado esquerdo do seu corpo no vidro, fitando a chuva de neve que aumentava a densidade. Sua postura era altiva, seus olhos mostravam concentração no que estava escutando — Cancele todos meus compromissos para hoje, Enzo, inclusive o voo para Nova Iorque e agende-as para a próxima semana assim que eu voltar de Miami. — o tom profissional não era atuação, o moreno realmente levava a sério o ramo que deixara sua família rico e, consequentemente, ele também. — Espero que tenha compreendido tudo, não aceito nenhum deslize. — Assim que tivera o consentimento do outro lado da linha encerrou a ligação, guardando o aparelho em seu respectivo lugar.

Desculpe, eu sou um pouco viciado em trabalho. — passou a mão pela barba mal feita, e com a livre indicou o sofá para que sua convidada se sentasse e se sentisse a vontade. Caminhou em direção no mini bar que tinha na gigantesca sala, pegando dentro do armário dois copos de vidro e uma garrafa Whisky royal salute, colocando sobre os copos cubículos de gelo e o líquido da bebida sobre o cilíndrico. Com ambas as mãos ocupadas retornou para Lola, entregando o copo para ela — Espero que goste de bebida forte. — dito isso, sentou-se ao seu lado torcendo a manga de sua camiseta até o cotovelo mostrando as veias salientes pelo braço forte e, assim que fizera isso com ambas os braços, colocando o copo de Whisky em uma mão e depois na outra, posicionou com o cotovelo sobre o apoio do sofá, roçando sutilmente os nós dos dedos nos fios macios do cabelo da garota.

E, antes que fale qualquer coisa, não pretendo te embebedar, apenas te aquecer e fazer com que se sinta mais livre. — a sua intenção era de pelo menos poder acariciar toda a extensão de seu cabelo longo e sedoso, poder sentir qual seria a sensação de poder tocar-lhe a face bela, mas tivera que apenas se abster na imaginação, aguardar que o tempo fizesse o seu devido trabalho, afinal, seus progenitores já tiveram a audácia de assinar seus destinos. — Aparentemente a nevasca não cessará de imediato, então que tal tentarmos nos distrair? Fala-me o que um lugar como este faz numa garota como você… — uma piscadela marota se fez ao dizer a frase, bebericando o líquido para o interior da garganta esperando que ela entendesse o conteúdo da frase — Reformulando… — disse ao terminar de engolir a bebida para o interior de sua garganta, descendo quente e saborosa — O que estava fazendo ali? Um encontro, talvez? — Ele sabia a resposta, mas permitiu que ela o dissesse, queria aprender mais dela por ela mesma e não pelos seus informantes, da mesma forma que ela iria desejá-lo fazer se tivesse a opção de saber quem de fato era seu prometido.



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Mensagem por Lola Navarro Gutierrez Qui 4 Jan - 18:47:20

Não era tão inocente de acreditar que a breve explicação fosse de toda verdade, mas não prolongou sua aparente curiosidade descarada na vida particular de seu salvador. Arqueando de modo quase imperceptível a sobrancelha ao encará-lo com interesse em como aquela frase se concretizaria. O momento que gastou a analisar a figura apoiada sobre a vidraça, ela refletiu em como todos os acontecimentos da noite a levaram até aquele instante. Instintivamente volveu a cruzar os braços rente ao peito, apoiando o peso de seu corpo ao manter a postura austera. Meneou a cabeça em negação ao escutar aquilo. O quão tola ele acreditava que ela era? Deixou que o clima ficasse mais brando ao sorrir quase sem graça, desacreditada da veracidade provinda da sentença dele.

Não o julgaria, ela não seria hipócrita de negar que se fossem por outras circunstancias, ela poderia muito bem ser uma dessas outras. A latina fez um movimento ao dar de ombros, encarando o seu estado refletido em uma das superfícies espelhadas acomodadas na parede contrária. Por mais que a nevasca fosse uma das piores, nada se comparava à sua apresentação pessoal naquele momento. Um caos. — Nem sempre, são raros os momentos em que estou na posição de donzela indefesa. — Uma leve risada escapuliu de seus lábios ao perceber que talvez a conotação de suas palavras acabaria por resultar em uma ambiguidade nada decorosa.

Aproveitou o momento de distração dele ao responder a um chamado telefônico para que tentasse, agora com mais calma, ver como poderia sair daquela situação sem mais danos. Buscou o contato de Archie no aplicativo de mensagens instantâneas, digitando um pedido de ajuda que não se caracterizava de fato na necessidade de resgate. Palavras soltas como “pedaço de mau caminho” ou “valeu a pena” poderiam ser facilmente encontradas na mensagem enviada ao colega e amigo. Finalizou ao dizer que daria mais detalhes do acontecido pessoalmente, deixando que o outro fosse corroído pela curiosidade. E, claro, não deixou de enviar para Pandora algumas palavras de baixo calão em seu idioma original, no desejo de que a mais velha estivesse congelando na neve fria. Porém nem sequer a distração causada por seus dedos foram o suficiente para que ela não percebesse o modo firme com que ele lidava com um possível subordinado.

Guardo o aparelho de volta à bolsa e aproveitou o momento para se dirigir ao sofá que ele a indicava para que se acomodasse. Como a dama que havia ensinado a ser, sua postura continuou ereta, mas quase se entregando à sua vontade de espreguiçar-se sobre o encosto tão macio e convidativo do móvel. — Não há o que desculpar, me encaixo perfeitamente na condição de viciada em trabalho. — O riso contido se deu ao perceber que viciar era parte consequente de seu trabalho, ainda que não estivesse envolvida diretamente ao consumidor final de seus negócios. Ainda que utilizasse a profissão jornalística como um belo disfarce.

Obrigada. — Agradeceu novamente, desta vez exibindo um sorriso mais doce ao se dirigir a ele. Acomodou-se um pouco mais, elevando o vidro até os lábios, sorvendo lentamente uma dose da bebida forte, sentindo seu corpo esquentar em resultado. Pela primeira vez na noite foi capaz de esboçar algo além de um sorriso, rindo ao escutar o que poderia ser uma tentativa frustrada de a cortejar. — Sou jornalista no Who’s Rocking, uma das revistas da cidade. Moveu lentamente a mão, sacolejando o gelo no interior do copo, distraindo-se ao focar naquela parva distração.

Confesso que este foi o ponto alto de uma semana verdadeiramente tediosa. — Outra dose foi ingerida, enquanto a morena girava o torso para finalmente encarar os olhos castanhos dele. — E você, Enrico, o que faz tão distante de sua terra natal? — O propósito da pergunta era meramente dar continuidade a tentativa de se distraírem do fato de estarem presos na neve. — Itália, certo? — Um novo gole da cara bebida foi o ponto derradeiro para que uma luz se acendesse sobre os pensamentos da bela e a iluminasse. Todos os sinais estavam ali. Todos.

Como ela era tola.

De imediato ela fixou o olhar sobre a garrafa disposta sobre a mesa de centro frente a eles. — Espera… — Tomou um passo de distância, ainda finalizando os pensamentos que formavam uma tempestade em sua mente, e virou-se para mirar o semblante dele, querendo de imediato quebrar cada dente daquele sorriso perfeito. — Agora tudo faz sentido. — Sussurrou ao notar o papel de tola que estava interpretando junto daquele italiano metido a alguma coisa. — Ele te enviou, não foi? — Não era preciso citar nomes. Lola sentiu o sangue ferver, preenchida do mais puro ódio. Sem fazer uma ponderação ou pensar que poderia ter algum tipo de represália, lançou o restante do líquido contra o rosto dele, furiosa.

Depositou copo vazio ao lado do frasco ainda pela metade e se levantou atônita. — Diga ao signore Bottiglieri que se ele deseja me conhecer, que não mande um capanga qualquer! — Da calmaria à fúria em questão de segundos. Bastou ligar os pontos para notar que aquilo não passava de um maldito teste do tal italiano que era seu prometido em casamento. A bolsa já estava em mãos desde que deixara o lugar vago junto dele no sofá, bastou somente pegar o cartão para abrir a porta do quarto e depois jogá-lo ao chão. Sentiu a presença dele ao seu redor, momentaneamente impedindo sua passagem ao fechar a porta outra vez. Ela não encontrou forças para responder as palavras dele, estava perdida demais nos próprios pensamentos a respeito da proximidade do italiano. Quando por fim ele a deixou passar, Lola não deteve seus passos, marchando com rapidez até o final do corredor.

Seu bom humor já quase inexistente agora era estava extinguido, o que a fez não ter paciência para esperar pelo elevador distante alguns andares abaixo. Os passos da jornalista eram firmes e rápidos, ecoando fortemente pelo caminho escolhido, as escadas de incêndio do hotel. Já não se importava mais com o estado em que suas vestes encontravam-se, saindo daquela maneira mesmo até as ruas. Enfrentaria  a neve se fosse, mas era isto ou cometer o assassinato do capanga do italiano maldito. 

in love with a liar



Lola Navarro Gutierrez
Lola Navarro Gutierrez
jornalista


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