[RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY
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[RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY
— ANOTHER SHOT OF WHISKY!
A RP é iniciada por Antonella Rose Scarpanni interagindo com Pandora Navarro Gutierrez. Estando, portanto, FECHADA para os demais. Passando-se esta durante uma manhã no departamento do FBI. O clima é frio e o vento parece soprar com receios de trazer uma chuva. Após três anos longe de suas atividades do FBI — devido ao acidente que ocasionou o coma —, Antonella decide solicitar o retorno de suas atividades, entretanto, o que não esperava era que sua colega — e melhor amiga — assumira o cargo de chefia, além de mudar a forma de tratamento. Será que a agente Gutierrez tem um segredo para contar? Será que estes anos modificaram a amizade entre as duas?.
Storm B. Vogelstein- detetive
Re: [RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY
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Superficial knowledge is potentially more dangerous than ignorance
Tamanha foi sua surpresa quando lhe chegou a descoberta que o cargo superior ao seu agora era de titularidade da melhor amiga, Pandora. Em momentos assim Antonella sentia pena de si mesma por ter ficado imóvel por tanto tempo, sem poder comemorar momentos e as felicidades de compartilhar a vida com as pessoas que mais amava. Pandora se tornou tão importante para ela, que a loira sequer era capaz de imaginar como seria sua vida sem a morena. Eram como dois opostos, que precisavam um do outro para se completar. Todo o escritório demonstrava alegria em rever a antiga colega, e aquilo refletia diretamente sobre ela.
Os abraços e as felicitações eram imensuráveis, fazendo-a sentir os olhos azuis cintilarem pelas lágrimas que se formavam a cada um que vinha a seu encontro e a envolvia com zelo. Seu coração batia tão acelerado e forte ao reconhecer o pessoal. Alguns haviam engordado, outros estavam quase no estágio final da calvície. Um dos melhores agentes que ela conhecia, Rogers, era um homem que já deveria estar beirando os cinquenta e poucos anos de idade – ele a embalou num abraço tão apertado que a jovem quase perdeu o folego. Este era o responsável por comprar suas rosquinhas favoritas na cafeteria aos arredores da agência.
O sentimento de estar em casa lhe dava a certeza necessária para saber que reaver seu cargo era o seu foco. Suspirou ao passar pelo seu antigo local de trabalho, que agora tinha outra agente ocupando. Era quase certo que Pandora deveria ter guardado todos os objetos que a pertenciam e tomado o seu lugar nos casos que trabalhava. Estava ansiosa pelo encontro com a morena. Desde que havia despertado de seu sono profundo, havia falado com a outra por telefone algumas vezes e a visto no hospital no dia de sua alta.
Os nós dos dedos da mão esquerda tocaram a madeira da porta com firmeza. A sala da chefia era facilmente identificável pela placa informativa onde continha o sobrenome e cargo da amiga. Um sorriso mais que animador surgiu na face da loura, que esperou alguns segundos até escutar a autorização para entrar no recinto. — Senhorita Gutierrez? — A pompa em sua forma de tratamento era mera formalidade boba usada para chamar a atenção da outra. Arqueou a sobrancelha ao esperar pela resposta e sorriu tímida, empurrando a porta levemente. — Não me diga que está vendo filme pornô no trabalho outra vez, Panda? — O tom de censura logo cedeu lugar a uma gargalhada ao ver a concentração da outra diante do computador naquela ampla sala.
A fama adquirida pela outra ante o incidente era recordado por todos aqueles que estavam fazendo trabalho interno na agencia aquele dia. O link enviado por pura sacanagem havia como alvo a novata e nem mesmo os mais carrancudos puderam se segurar diante do desespero da latina ao tentar fazer com que aquele som de gemidos falsos cessasse. "Dar uma de Pandora" tinha como sinônimo ser pego fora das atribuições do cargo na agência em horário de trabalho. Ainda que a seriedade fosse algo mais do que esperado pelos funcionários da sede de Nashville.
Antonella precisava consultar qual era o seu estado em relação à agência de investigação federal. Talvez seu desligamento não houvesse sido concluído, e esperava que Pandora pudesse ser sua guia durante o processo, já que agora ocupava o cargo do chefe anterior. A futura-ex senhora Scarpanni ao menos se contentava em saber que não teria que aguentar as piadas nada engraçadas de Laurence durante as reuniões de segunda-feira pela manhã.
— Acho que se lembra de mim, não? — A garota em pé na porta estreitou o olhar ao questionar a antiga e melhor amiga. As mãos uniram-se nas costas, enquanto segurava-se para não pular no abraço de sua irmã de outra mãe. Depositava na outra suas esperanças de juntar os cacos que sua vida pessoal se encontrava, já que não conhecia melhor conselheira do que Pandora.
Os abraços e as felicitações eram imensuráveis, fazendo-a sentir os olhos azuis cintilarem pelas lágrimas que se formavam a cada um que vinha a seu encontro e a envolvia com zelo. Seu coração batia tão acelerado e forte ao reconhecer o pessoal. Alguns haviam engordado, outros estavam quase no estágio final da calvície. Um dos melhores agentes que ela conhecia, Rogers, era um homem que já deveria estar beirando os cinquenta e poucos anos de idade – ele a embalou num abraço tão apertado que a jovem quase perdeu o folego. Este era o responsável por comprar suas rosquinhas favoritas na cafeteria aos arredores da agência.
O sentimento de estar em casa lhe dava a certeza necessária para saber que reaver seu cargo era o seu foco. Suspirou ao passar pelo seu antigo local de trabalho, que agora tinha outra agente ocupando. Era quase certo que Pandora deveria ter guardado todos os objetos que a pertenciam e tomado o seu lugar nos casos que trabalhava. Estava ansiosa pelo encontro com a morena. Desde que havia despertado de seu sono profundo, havia falado com a outra por telefone algumas vezes e a visto no hospital no dia de sua alta.
Os nós dos dedos da mão esquerda tocaram a madeira da porta com firmeza. A sala da chefia era facilmente identificável pela placa informativa onde continha o sobrenome e cargo da amiga. Um sorriso mais que animador surgiu na face da loura, que esperou alguns segundos até escutar a autorização para entrar no recinto. — Senhorita Gutierrez? — A pompa em sua forma de tratamento era mera formalidade boba usada para chamar a atenção da outra. Arqueou a sobrancelha ao esperar pela resposta e sorriu tímida, empurrando a porta levemente. — Não me diga que está vendo filme pornô no trabalho outra vez, Panda? — O tom de censura logo cedeu lugar a uma gargalhada ao ver a concentração da outra diante do computador naquela ampla sala.
A fama adquirida pela outra ante o incidente era recordado por todos aqueles que estavam fazendo trabalho interno na agencia aquele dia. O link enviado por pura sacanagem havia como alvo a novata e nem mesmo os mais carrancudos puderam se segurar diante do desespero da latina ao tentar fazer com que aquele som de gemidos falsos cessasse. "Dar uma de Pandora" tinha como sinônimo ser pego fora das atribuições do cargo na agência em horário de trabalho. Ainda que a seriedade fosse algo mais do que esperado pelos funcionários da sede de Nashville.
Antonella precisava consultar qual era o seu estado em relação à agência de investigação federal. Talvez seu desligamento não houvesse sido concluído, e esperava que Pandora pudesse ser sua guia durante o processo, já que agora ocupava o cargo do chefe anterior. A futura-ex senhora Scarpanni ao menos se contentava em saber que não teria que aguentar as piadas nada engraçadas de Laurence durante as reuniões de segunda-feira pela manhã.
— Acho que se lembra de mim, não? — A garota em pé na porta estreitou o olhar ao questionar a antiga e melhor amiga. As mãos uniram-se nas costas, enquanto segurava-se para não pular no abraço de sua irmã de outra mãe. Depositava na outra suas esperanças de juntar os cacos que sua vida pessoal se encontrava, já que não conhecia melhor conselheira do que Pandora.
* sendo fofa com a panda
antes de dar na fuça dela
antes de dar na fuça dela
Última edição por Antonella Rose Scarpanni em Sex 13 Out - 2:55:21, editado 3 vez(es)
Antonella Rose Scarpanni- detetive
Re: [RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY
Última edição por Pandora Navarro Gutierrez em Seg 20 Nov - 3:24:43, editado 3 vez(es)
Storm B. Vogelstein- detetive
Re: [RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY
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Superficial knowledge is potentially more dangerous than ignorance
Uma das melhores lembranças que Antonella possuía a respeito da presença de Pandora em sua vida era a do dia mais feliz de sua vida, o dia de seu casamento. Seu coração parecia querer explodir e seu equilíbrio era instável, já que a loira dentro daquele maravilhoso vestido tremia mais do que tudo. Mas sua dama de honra a confortou em um abraço e prometeu que seria como em um conto de fadas e que tudo seria perfeito. A ternura que Antonella visualizou nos olhos de Pandora naquele dia de junho a fez ter certeza de que nada do mundo poderia lhe fazer mal. Estava segura enquanto estivesse a morena ao seu lado.
Por tal motivo, sentiu-se querida quando aninhada nos braços de sua superior, instantaneamente a apertando. Três anos distanciada de qualquer contato com outra pessoa ainda lhe perturbava os sentimentos, mas em momentos como aquele, a loira sentia que tudo era real. Tudo ficaria bem outra vez. Os poucos segundo dispostos ao abraço foram o suficiente para que lágrimas de felicidade se formassem em seus olhos azuis tão cristalinos quanto o mar.
— Eu também senti sua falta. — A verdade é que a frase não lhe fazia sentido, servia apenas para acalmar a seu próprio coração. Havia entrado em um sono tão calmo que o tempo foi congelado, não sentindo assim o efeito dele em si. Mas todos à sua volta foram afetados pela passagem dos dias, dos meses. Pandora, ali parada em sua frente, era um bom exemplo. Os fios negros estavam visivelmente mais longos, o olhar parecia mais perdido que o de costume. Mas Antonella julgou ser por sua aparição repentina.
Acariciou a face com cuidado, acompanhando o sorriso formado nos lábios alheios, e um leve afago se fez presente nos cabelos da irmã antes de o contato se findar. Contornou uma das duas cadeiras ao lado oposto da mesa em que Pandora se encontrava trabalhando anteriormente, previamente ajeitando a saia lápis ao se acomodar. As mãos unidas ao colo indicavam que a seriedade do assunto prestes a se iniciar.
— Bom, faz pouco mais de três semanas que acordei do meu sono de Bela Adormecida, eu sei. — Os lábios curvaram-se num sorriso contido, porém, alegre. Mantendo a postura perfeitamente alinhada ao pensar que estava na hora de tomar as rédeas de sua vida. — E creio que talvez seria de bom grado a reintegração ao cargo, já que não houve pedido de exoneração e sim apenas o afastamento. — A calma sendo uma constante na personalidade de Antonella e em qualquer atitude em que ela precisa de ter paciência, assim direcionou seu olhar ao de Pandora, a escutando com total atenção.
Sua cabeça estava em perfeito estado, assim como seu condicionamento. Ainda que estivesse sob cuidados do doutor Hansson. Nada que alguns suplementos alimentares e vitaminas não resolvessem. O problema era seu coração. Destruído em milhares de pequenos pedacinhos. Para sua sorte, a única que poderia providenciar que o processo de cura se iniciasse estava ali, bem em sua frente.
Antonella exibiu seu sorriso doce, com a alegria da possibilidade de sua voltar parecer real agora. — Vou providenciar toda a documentação necessária e os exames médicos. Farei isso assim que sair daqui. — Mas todo seu entusiasmo inicial do reencontro pareceu esmorecer quando escutou o apelido dele. A menção de Alphonso era algo que a loira creu que não aconteceria tão cedo, mas o assunto era inevitável.
A voz vacilou, o que a fez entreabrir os lábios algumas vezes até também se convencer da maneira que melhor seria a resposta formulada. Não era hora e local para aquilo. Porém o semblante de Pandora exibia algo além da mera curiosidade, como se estivesse prestes a ser capaz de parar uma bala pela loira. — Não há nada mais a resolver entre Alphonso e eu. — Deixou no ar a resposta vaga, que entretanto fazia estar implícita uma possível separação.
— Ele seguiu em frente. — A dor contida naquela frase a atingia cada vez que pensava em tal questão e era não tão somente emocional, mas física. Levou alguns segundos para se recompor, estampando um sorriso triste. Porém não esperava por pena ou dó, já que estes eram recorrentes a qualquer um que ela citasse o acontecimento fatídico em sua vida. — Estou no apartamento de Natalie até me restabelecer. — A agente do DEA já havia sido parte de antigos casos em que houve a cooperação das equipes de trabalho.
— O primeiro passo então foi voltar. E pensei que encontraria com o Spencer, mais careca e mais barrigudo do que sempre foi. — O riso baixo foi inevitável ao lembrar-se do antigo chefe. — O que aconteceu enquanto eu estive fora? — Havia curiosidade em saber o quanto havia perdido a respeito dos acontecimentos na agência.
Por tal motivo, sentiu-se querida quando aninhada nos braços de sua superior, instantaneamente a apertando. Três anos distanciada de qualquer contato com outra pessoa ainda lhe perturbava os sentimentos, mas em momentos como aquele, a loira sentia que tudo era real. Tudo ficaria bem outra vez. Os poucos segundo dispostos ao abraço foram o suficiente para que lágrimas de felicidade se formassem em seus olhos azuis tão cristalinos quanto o mar.
— Eu também senti sua falta. — A verdade é que a frase não lhe fazia sentido, servia apenas para acalmar a seu próprio coração. Havia entrado em um sono tão calmo que o tempo foi congelado, não sentindo assim o efeito dele em si. Mas todos à sua volta foram afetados pela passagem dos dias, dos meses. Pandora, ali parada em sua frente, era um bom exemplo. Os fios negros estavam visivelmente mais longos, o olhar parecia mais perdido que o de costume. Mas Antonella julgou ser por sua aparição repentina.
Acariciou a face com cuidado, acompanhando o sorriso formado nos lábios alheios, e um leve afago se fez presente nos cabelos da irmã antes de o contato se findar. Contornou uma das duas cadeiras ao lado oposto da mesa em que Pandora se encontrava trabalhando anteriormente, previamente ajeitando a saia lápis ao se acomodar. As mãos unidas ao colo indicavam que a seriedade do assunto prestes a se iniciar.
— Bom, faz pouco mais de três semanas que acordei do meu sono de Bela Adormecida, eu sei. — Os lábios curvaram-se num sorriso contido, porém, alegre. Mantendo a postura perfeitamente alinhada ao pensar que estava na hora de tomar as rédeas de sua vida. — E creio que talvez seria de bom grado a reintegração ao cargo, já que não houve pedido de exoneração e sim apenas o afastamento. — A calma sendo uma constante na personalidade de Antonella e em qualquer atitude em que ela precisa de ter paciência, assim direcionou seu olhar ao de Pandora, a escutando com total atenção.
Sua cabeça estava em perfeito estado, assim como seu condicionamento. Ainda que estivesse sob cuidados do doutor Hansson. Nada que alguns suplementos alimentares e vitaminas não resolvessem. O problema era seu coração. Destruído em milhares de pequenos pedacinhos. Para sua sorte, a única que poderia providenciar que o processo de cura se iniciasse estava ali, bem em sua frente.
Antonella exibiu seu sorriso doce, com a alegria da possibilidade de sua voltar parecer real agora. — Vou providenciar toda a documentação necessária e os exames médicos. Farei isso assim que sair daqui. — Mas todo seu entusiasmo inicial do reencontro pareceu esmorecer quando escutou o apelido dele. A menção de Alphonso era algo que a loira creu que não aconteceria tão cedo, mas o assunto era inevitável.
A voz vacilou, o que a fez entreabrir os lábios algumas vezes até também se convencer da maneira que melhor seria a resposta formulada. Não era hora e local para aquilo. Porém o semblante de Pandora exibia algo além da mera curiosidade, como se estivesse prestes a ser capaz de parar uma bala pela loira. — Não há nada mais a resolver entre Alphonso e eu. — Deixou no ar a resposta vaga, que entretanto fazia estar implícita uma possível separação.
— Ele seguiu em frente. — A dor contida naquela frase a atingia cada vez que pensava em tal questão e era não tão somente emocional, mas física. Levou alguns segundos para se recompor, estampando um sorriso triste. Porém não esperava por pena ou dó, já que estes eram recorrentes a qualquer um que ela citasse o acontecimento fatídico em sua vida. — Estou no apartamento de Natalie até me restabelecer. — A agente do DEA já havia sido parte de antigos casos em que houve a cooperação das equipes de trabalho.
— O primeiro passo então foi voltar. E pensei que encontraria com o Spencer, mais careca e mais barrigudo do que sempre foi. — O riso baixo foi inevitável ao lembrar-se do antigo chefe. — O que aconteceu enquanto eu estive fora? — Havia curiosidade em saber o quanto havia perdido a respeito dos acontecimentos na agência.
* sendo fofa com a panda
antes de dar na fuça dela
antes de dar na fuça dela
Última edição por Antonella Rose Scarpanni em Dom 19 Nov - 1:43:12, editado 1 vez(es)
Antonella Rose Scarpanni- detetive
Re: [RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY
Última edição por Pandora Navarro Gutierrez em Seg 20 Nov - 3:25:31, editado 2 vez(es)
Storm B. Vogelstein- detetive
Re: [RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY
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Superficial knowledge is potentially more dangerous than ignorance
Saber que poderia regressar em breve ao cargo que antes era de sua competência era talvez o ponto mais alto de uma semana turbulenta em outros campos de sua vida. Calou-se quando escutou o som característico do aparelho fixo sobre a mesa. Enquanto observava um retrato qualquer dependurado na parede oposta a si, a loura começava a encaixar as últimas peças do quebra-cabeça e compreender o porquê de Pandora ser a escolhida. Chegou mesmo a concordar – por poucos milésimos de segundos que fossem – de que a morena era a melhor escolha para Alphie. Mas o egoísmo que lhe restava a fazia querer gritar aos quatro cantos e explicar para Pandora que ele a pertencia. Perante a lei, perante Deus. Imediatamente a mão destra deslizou pelo dedo anelar esquerdo onde deveria estar o símbolo mor do compromisso selado entre eles. Foi desligada de seu momento de alienação quando o telefone retornou ao gancho e o convite para um café foi feito. — Como nos velhos tempos.
Os passos até o final do corredor pareceram acompanhados por todos os rostos no local. Antonella não deixou transparecer seu nervosismo ao saber o motivo daquela vigilância toda, sorrindo com doçura para uma das ex-colegas assim que suas íris azuladas se focaram na figura que acompanhava o caminhar das duas outras. A loura quis dizer que estava tudo bem, que não era o momento de confrontar Pandora e que elas não dariam um espetáculo àqueles que esperavam pela possível briga. Ficou feliz ao perceber que o elevador havia chego ao andar, salva pelo som das portas de metal se abrindo, abrigando os corpos das duas em seu interior e o silêncio sufocante que veio em seguida. — Ele sempre pareceu mais lento do que qualquer outro. — Se referiu aos andares que pareciam se arrastar com lentidão a cada vez que a luz se acendia. Foi despertada pelo som das portas ao se abrirem antes de chegarem ao andar solicitado. A figura imponente de Edward invadiu todo o espaço do elevador com seu perfume delicioso, fazendo-a sorrir sutilmente ao cumprimentá-lo. Aqueles olhos azuis e os músculos marcados pela camisa social de seda eram o desejo de dez em cada dez mulheres daquele lugar.
Um leve meneio em despedida ao homem que continuou dentro do elevador quando elas andaram em direção à cafeteria no térreo. Poucos centímetros diferenciavam a altura entre as duas, fazendo de Antonella a mais alta; e naquele dia a mais distante. Havia tanto para ser dito, tantas verdades a serem postas à prova, e ainda assim ela mantinha-se calma, centrada em parecer inabalável às últimas descobertas. De todas as desventuras amorosas de Pandora, Alphonso era alguém que Antonella pensou estar a salvo das garras sedutoras da amiga. Ledo engano. De todos os devaneios que lhe ocorriam sobre o acontecimento durante todo aquele dia em questão, este foi o mais complicado de se dissipar de sua mente, já que estava a poucos centímetros de distância da outra parte daquele triângulo amoroso.
Um sachê de açúcar foi fisgado de cima do balcão de vidro da cafeteria vazia. O girou entre as mãos, sentindo o conteúdo granulado vagar de um lado a outro da embalagem. Qualquer distração se fazia mais agradável do que ter que manter o foco de uma conversa banal com Pandora. Doía saber de tudo e permanecer em silêncio por curiosidade em saber até o extremo em que aquilo poderia chegar. — Isso não mudou nada enquanto estive fora, não é? — Comentou aleatoriamente apenas para preencher o silêncio que a sufocou aos poucos enquanto esperavam pelo pedido feito pela morena. Agradeceu gentil ao apanhar o copo disposto sobre a superfície do balcão, seguindo a chefa até uma mesa mais afastada ao fundo do ambiente, mesmo que fossem as duas únicas clientes ali naquela hora.
Batucou a ponta dos dedos contra a embalagem frágil de sua bebida favorita em todo o mundo, café. Os olhos claros se focaram em um ponto qualquer da paisagem do jardim atrás de Pandora. Estudou a expressão no rosto pensativo da morena, captando cada detalhe como se mirasse a um espelho. Depositou o copo sobre a mesa, inspirando forte, como se tomasse coragem em fazer de suas próximas palavras realidade. — Conversei com Natalie e vou alugar um apartamento talvez na região de Belmont. — Havia um quê de excitação na ideia de sua mudança. — Espero que vá me visitar. — O convite era genuinamente verdadeiro. Ela sentia falta dos tempos em que fazia absolutamente nada juntas e ainda assim se divertiam a beça.
— Não, na verdade o assunto sequer veio a tona. — Um suspiro foi necessário para que se recompor quando inundada pelos pensamentos. E mesmo que estes fossem dolorosos, ninguém em todo o mundo seria capaz de confortá-la tal como Pandora. — Mas eu notei as mudanças. — Um sorriso triste se formou, afinal era inevitável não expandir os lábios num riso ao pensar nele. Sentiu uma imensa vontade de se jogar contra os braços da amiga e chorar um rio por Alphonso - como sempre fazia quando discutiam – esquecendo que agora Pandora fazia parte dos problemas, ainda que não soubesse até que ponto aquele envolvimento poderiam ferir a todos os que compartiam das decisões tomadas enquanto Nella adormecia profundamente numa cama de hospital.
— Eu deveria ter dito algo, Panda. — O desabafo era carregado de dor. — Permiti que ele fosse embora, ou melhor, parti para longe dele. — O gosto do café em seus lábios quando, por fim, experimentou a bebida, era semelhante ao veneno mais amargo. Tudo culpa de seus sentimentos embaralhados juntos das palavras que exprimiam a dor em sua forma mais clara e simples. — Mas agora tudo será diferente. — Se obrigou a pintar de uma cor alegre aquele cenário de quase desespero. — E você, Panda? — Mudar a direção daquela conversa foi a decisão tomada para que pudesse erradicar os pensamentos soturnos em sua cabeça. — Arrasou muitos corações enquanto estive em stand by? — Questionou com um riso plantado nos lábios ao amenizar o clima. A curiosidade quase infantil e a animação que havia surgido em sua expressão mascaravam a verdadeira intenção da pergunta feita. Será que a verdade viria a ser revelada ou sustentariam aquele clima por algum tempo mais.
Fingir que estava tudo bem parecia tão simples. Antonella se questionava se por acaso o tempo passado em coma havia sido o responsável por acabar com sua capacidade de mentir. Estava sendo fácil manter a pose de quem não sabia de toda a verdade por trás daquele encontro, do relacionamento extraconjugal e a mentira sustentada por todos ao seu redor. Sorria automaticamente enquanto escutava Pandora falar, não estava prestando a devida atenção, mas seu olhar era gentil e acenava em concordância com o que a outra dizia. Não considerava uma traição ou falsidade sua forma de agir, simulando que tudo continuava oculto de si. Mas ambas sabiam que o momento adequado para a conversa derradeira não era aquele, ainda que isso estivesse implícito.
Os passos até o final do corredor pareceram acompanhados por todos os rostos no local. Antonella não deixou transparecer seu nervosismo ao saber o motivo daquela vigilância toda, sorrindo com doçura para uma das ex-colegas assim que suas íris azuladas se focaram na figura que acompanhava o caminhar das duas outras. A loura quis dizer que estava tudo bem, que não era o momento de confrontar Pandora e que elas não dariam um espetáculo àqueles que esperavam pela possível briga. Ficou feliz ao perceber que o elevador havia chego ao andar, salva pelo som das portas de metal se abrindo, abrigando os corpos das duas em seu interior e o silêncio sufocante que veio em seguida. — Ele sempre pareceu mais lento do que qualquer outro. — Se referiu aos andares que pareciam se arrastar com lentidão a cada vez que a luz se acendia. Foi despertada pelo som das portas ao se abrirem antes de chegarem ao andar solicitado. A figura imponente de Edward invadiu todo o espaço do elevador com seu perfume delicioso, fazendo-a sorrir sutilmente ao cumprimentá-lo. Aqueles olhos azuis e os músculos marcados pela camisa social de seda eram o desejo de dez em cada dez mulheres daquele lugar.
Um leve meneio em despedida ao homem que continuou dentro do elevador quando elas andaram em direção à cafeteria no térreo. Poucos centímetros diferenciavam a altura entre as duas, fazendo de Antonella a mais alta; e naquele dia a mais distante. Havia tanto para ser dito, tantas verdades a serem postas à prova, e ainda assim ela mantinha-se calma, centrada em parecer inabalável às últimas descobertas. De todas as desventuras amorosas de Pandora, Alphonso era alguém que Antonella pensou estar a salvo das garras sedutoras da amiga. Ledo engano. De todos os devaneios que lhe ocorriam sobre o acontecimento durante todo aquele dia em questão, este foi o mais complicado de se dissipar de sua mente, já que estava a poucos centímetros de distância da outra parte daquele triângulo amoroso.
Um sachê de açúcar foi fisgado de cima do balcão de vidro da cafeteria vazia. O girou entre as mãos, sentindo o conteúdo granulado vagar de um lado a outro da embalagem. Qualquer distração se fazia mais agradável do que ter que manter o foco de uma conversa banal com Pandora. Doía saber de tudo e permanecer em silêncio por curiosidade em saber até o extremo em que aquilo poderia chegar. — Isso não mudou nada enquanto estive fora, não é? — Comentou aleatoriamente apenas para preencher o silêncio que a sufocou aos poucos enquanto esperavam pelo pedido feito pela morena. Agradeceu gentil ao apanhar o copo disposto sobre a superfície do balcão, seguindo a chefa até uma mesa mais afastada ao fundo do ambiente, mesmo que fossem as duas únicas clientes ali naquela hora.
Batucou a ponta dos dedos contra a embalagem frágil de sua bebida favorita em todo o mundo, café. Os olhos claros se focaram em um ponto qualquer da paisagem do jardim atrás de Pandora. Estudou a expressão no rosto pensativo da morena, captando cada detalhe como se mirasse a um espelho. Depositou o copo sobre a mesa, inspirando forte, como se tomasse coragem em fazer de suas próximas palavras realidade. — Conversei com Natalie e vou alugar um apartamento talvez na região de Belmont. — Havia um quê de excitação na ideia de sua mudança. — Espero que vá me visitar. — O convite era genuinamente verdadeiro. Ela sentia falta dos tempos em que fazia absolutamente nada juntas e ainda assim se divertiam a beça.
— Não, na verdade o assunto sequer veio a tona. — Um suspiro foi necessário para que se recompor quando inundada pelos pensamentos. E mesmo que estes fossem dolorosos, ninguém em todo o mundo seria capaz de confortá-la tal como Pandora. — Mas eu notei as mudanças. — Um sorriso triste se formou, afinal era inevitável não expandir os lábios num riso ao pensar nele. Sentiu uma imensa vontade de se jogar contra os braços da amiga e chorar um rio por Alphonso - como sempre fazia quando discutiam – esquecendo que agora Pandora fazia parte dos problemas, ainda que não soubesse até que ponto aquele envolvimento poderiam ferir a todos os que compartiam das decisões tomadas enquanto Nella adormecia profundamente numa cama de hospital.
— Eu deveria ter dito algo, Panda. — O desabafo era carregado de dor. — Permiti que ele fosse embora, ou melhor, parti para longe dele. — O gosto do café em seus lábios quando, por fim, experimentou a bebida, era semelhante ao veneno mais amargo. Tudo culpa de seus sentimentos embaralhados juntos das palavras que exprimiam a dor em sua forma mais clara e simples. — Mas agora tudo será diferente. — Se obrigou a pintar de uma cor alegre aquele cenário de quase desespero. — E você, Panda? — Mudar a direção daquela conversa foi a decisão tomada para que pudesse erradicar os pensamentos soturnos em sua cabeça. — Arrasou muitos corações enquanto estive em stand by? — Questionou com um riso plantado nos lábios ao amenizar o clima. A curiosidade quase infantil e a animação que havia surgido em sua expressão mascaravam a verdadeira intenção da pergunta feita. Será que a verdade viria a ser revelada ou sustentariam aquele clima por algum tempo mais.
Fingir que estava tudo bem parecia tão simples. Antonella se questionava se por acaso o tempo passado em coma havia sido o responsável por acabar com sua capacidade de mentir. Estava sendo fácil manter a pose de quem não sabia de toda a verdade por trás daquele encontro, do relacionamento extraconjugal e a mentira sustentada por todos ao seu redor. Sorria automaticamente enquanto escutava Pandora falar, não estava prestando a devida atenção, mas seu olhar era gentil e acenava em concordância com o que a outra dizia. Não considerava uma traição ou falsidade sua forma de agir, simulando que tudo continuava oculto de si. Mas ambas sabiam que o momento adequado para a conversa derradeira não era aquele, ainda que isso estivesse implícito.
* sendo fofa com a panda
antes de dar na fuça dela
antes de dar na fuça dela
Antonella Rose Scarpanni- detetive
Re: [RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY
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Escutar o conselho vindo de Pandora era acolhedor e ao mesmo tempo causava espanto em Antonella. Tudo bem que não era a primeira vez que uma recorria a outra para que um parecer sobre qualquer questão que envolvesse alguma questão amorosa, mas na situação em que se encontravam, era… complicado. Adjetivo que havia se tornado recorrente para explicar a vida da agente Scarpanni. Sua atenção transferiu-se do café para a face da morena à sua frente. Seu coração se esquivou da pena ao ver o semblante que expressava quase pura aflição.
Como se odiava naquele momento, queria dizer tantas coisas, colocar tudo a pratos limpos, mas ao contrário disso, afrouxava a corda que estendia para Pandora, assim como fazia com Alphonso, esperando apenas pelo momento em que um pisaria em falso e ambos se enforcariam nas próprias mentiras. A máscara de garota compreensiva estava em sua face, piscando quase lentamente os olhos azuis, atenta a qualquer palavra que a amiga pudesse lhe dizer. O café outra vez perdia o sabor ao ser sorvido com lentidão, seu corpo a preparava para o impacto do que poderia ser dito pela outra, em como aquilo poderia afetá-la.
— Panda… — O apelido carinhoso era proferido calmamente enquanto Antonella buscava em seu coração as palavras certas a falar, rogando aos céus para que tivesse força para continuar com aquela encenação. — Não somos perfeitos, sabe? Todos cometemos erros. — Acariciou levemente com o polegar o dorso da mão que antes estava sobre a sua, sorrindo com doçura e delicadeza. — Errar é humano e isso é totalmente compreensível. — Queria não pensar que toda uma amizade de incontáveis anos se esfarelaria tal como o pó ao vento quando a verdade chegasse. Ao momento lhe restava permanecer como uma mera expectadora daquele show encenado por todos. — Você é mais do que uma irmã para mim, Pandora. Nossa amizade já resistiu a quase todo tipo de situação… — Afirmou a verdade contida em suas palavras com um sorriso, impondo mais força ao segurar a mão da morena.
— Eu quase morri e você continuou ao meu lado, esteve junto com minha família. Foi o apoio que eles precisaram enquanto eu estava lá e sempre serei grata a isso. — A visão de Ella tornou-se turva quando as primeiras lágrimas se formaram, enaltecendo o tom azulado de seus olhos. Mas, por incrível que pareça, seu pranto era de felicidade. — Não há nada e nem ninguém que possa me fazer pensar qualquer coisa ruim de você, minha Panda. — O sorriso esboçado por Antonella era a confirmação do que sentia em seu coração, cada palavra dita era forjada em seu coração, sendo livre das maldades de seus pensamentos sobre toda uma história nova que havia acontecido enquanto ela estivera quase morta. Expressava a mais pura admiração pela maioria dos atos da outra durante o período ao qual não passava de uma pessoa no mais puro estado vegetativo. Se culpou então por ter voltado à vida. E o sustou maior foi ao notar a recorrência de tal pensamento.
— Me desculpe. — Desfez o contato de sua mão na dela e usou o momento para enxugar a face já embebida no choro sentido causado pela enxurrada de sentimentos presos ao desprezo que deveria sentir pela amiga. Se recuperou ao respirar profundamente, reassumindo uma expressão mais leve, ainda que imergida na nuvem de emoções conturbadas. — Eu sempre fui a mais chorona de nós duas. — A confissão foi pontuada por um riso contido ao notar que já se encontrava mais calma, restaurada do abalo emocional, ainda que não por completo. Tocou a boca do copo de plástico nos lábios carnudos, ingerindo boa quantidade do líquido em seu interior. Refez estar em si a confiança necessária para manter aquela conversa com Pandora. — Assim como Starsk e Hutch, não é mesmo? — A leveza do tom humorado de sua comparação foi o suficiente para resgatar a calma que precisava para fazer a pergunta seguinte, retornando ao pensamento de que poderia estar levando a si mesma para a forca.
— Tem algo que você queira me contar? — Arriscou a indagar algo que parecia incomodar a ambas. Mas Antonella já sabia a resposta muito antes de formular a pergunta. Procurou não vacilar ao exibir sua melhor máscara de pessoas compreensível e desentendida quanto ao assunto em questão. Tinha para si que Pandora não poderia ser tão estúpida a ponto de não saber a armadilha na qual pisava sem qualquer cautela. Mas ao mesmo tempo, a loura queria não confirmar suas suspeitas, pois a verdade seria um divisor de águas na vida de ambas. Ou seria mais um entre todos os que já haviam ocorrido. O leve aperto exercido na palma da mão alheia foi apenas para acalmar a chefe, lhe passando confiança e demonstrando que poderia contar consigo quando preciso. O Olhar perdido era quase uma súplica para que a irmã quase gêmea não confirmasse o maior temor da outra. Antonella começava a não querer mais entrar naquele jogo, mas as peças já haviam sido movidas no tabuleiro e o xeque-mate estava mais próximo do que poderia imaginar.
— Se você estiver grávida, prometo te apoiar e atirar no desgraçado se for necessário. — Foi somente quando tal afirmação escapuliu de seus lábios, que Antonella então pensou naquela possibilidade. Sua mente deu um giro de trezentos e sessenta graus, fazendo com que seu estômago embrulhasse no momento, aquele seria o ponto crucial para saber que toda sua vida havia se baseado em uma mentira. Nunca em toda sua vida havia pedido para que uma resposta negativa se fizesse tão real como naquele instante. Pandora era seu porto seguro, talvez até mais que Alphonso em certo ponto; a única que a conhecia verdadeiramente, sua irmã de uma outra mãe.
Como se odiava naquele momento, queria dizer tantas coisas, colocar tudo a pratos limpos, mas ao contrário disso, afrouxava a corda que estendia para Pandora, assim como fazia com Alphonso, esperando apenas pelo momento em que um pisaria em falso e ambos se enforcariam nas próprias mentiras. A máscara de garota compreensiva estava em sua face, piscando quase lentamente os olhos azuis, atenta a qualquer palavra que a amiga pudesse lhe dizer. O café outra vez perdia o sabor ao ser sorvido com lentidão, seu corpo a preparava para o impacto do que poderia ser dito pela outra, em como aquilo poderia afetá-la.
— Panda… — O apelido carinhoso era proferido calmamente enquanto Antonella buscava em seu coração as palavras certas a falar, rogando aos céus para que tivesse força para continuar com aquela encenação. — Não somos perfeitos, sabe? Todos cometemos erros. — Acariciou levemente com o polegar o dorso da mão que antes estava sobre a sua, sorrindo com doçura e delicadeza. — Errar é humano e isso é totalmente compreensível. — Queria não pensar que toda uma amizade de incontáveis anos se esfarelaria tal como o pó ao vento quando a verdade chegasse. Ao momento lhe restava permanecer como uma mera expectadora daquele show encenado por todos. — Você é mais do que uma irmã para mim, Pandora. Nossa amizade já resistiu a quase todo tipo de situação… — Afirmou a verdade contida em suas palavras com um sorriso, impondo mais força ao segurar a mão da morena.
— Eu quase morri e você continuou ao meu lado, esteve junto com minha família. Foi o apoio que eles precisaram enquanto eu estava lá e sempre serei grata a isso. — A visão de Ella tornou-se turva quando as primeiras lágrimas se formaram, enaltecendo o tom azulado de seus olhos. Mas, por incrível que pareça, seu pranto era de felicidade. — Não há nada e nem ninguém que possa me fazer pensar qualquer coisa ruim de você, minha Panda. — O sorriso esboçado por Antonella era a confirmação do que sentia em seu coração, cada palavra dita era forjada em seu coração, sendo livre das maldades de seus pensamentos sobre toda uma história nova que havia acontecido enquanto ela estivera quase morta. Expressava a mais pura admiração pela maioria dos atos da outra durante o período ao qual não passava de uma pessoa no mais puro estado vegetativo. Se culpou então por ter voltado à vida. E o sustou maior foi ao notar a recorrência de tal pensamento.
— Me desculpe. — Desfez o contato de sua mão na dela e usou o momento para enxugar a face já embebida no choro sentido causado pela enxurrada de sentimentos presos ao desprezo que deveria sentir pela amiga. Se recuperou ao respirar profundamente, reassumindo uma expressão mais leve, ainda que imergida na nuvem de emoções conturbadas. — Eu sempre fui a mais chorona de nós duas. — A confissão foi pontuada por um riso contido ao notar que já se encontrava mais calma, restaurada do abalo emocional, ainda que não por completo. Tocou a boca do copo de plástico nos lábios carnudos, ingerindo boa quantidade do líquido em seu interior. Refez estar em si a confiança necessária para manter aquela conversa com Pandora. — Assim como Starsk e Hutch, não é mesmo? — A leveza do tom humorado de sua comparação foi o suficiente para resgatar a calma que precisava para fazer a pergunta seguinte, retornando ao pensamento de que poderia estar levando a si mesma para a forca.
— Tem algo que você queira me contar? — Arriscou a indagar algo que parecia incomodar a ambas. Mas Antonella já sabia a resposta muito antes de formular a pergunta. Procurou não vacilar ao exibir sua melhor máscara de pessoas compreensível e desentendida quanto ao assunto em questão. Tinha para si que Pandora não poderia ser tão estúpida a ponto de não saber a armadilha na qual pisava sem qualquer cautela. Mas ao mesmo tempo, a loura queria não confirmar suas suspeitas, pois a verdade seria um divisor de águas na vida de ambas. Ou seria mais um entre todos os que já haviam ocorrido. O leve aperto exercido na palma da mão alheia foi apenas para acalmar a chefe, lhe passando confiança e demonstrando que poderia contar consigo quando preciso. O Olhar perdido era quase uma súplica para que a irmã quase gêmea não confirmasse o maior temor da outra. Antonella começava a não querer mais entrar naquele jogo, mas as peças já haviam sido movidas no tabuleiro e o xeque-mate estava mais próximo do que poderia imaginar.
— Se você estiver grávida, prometo te apoiar e atirar no desgraçado se for necessário. — Foi somente quando tal afirmação escapuliu de seus lábios, que Antonella então pensou naquela possibilidade. Sua mente deu um giro de trezentos e sessenta graus, fazendo com que seu estômago embrulhasse no momento, aquele seria o ponto crucial para saber que toda sua vida havia se baseado em uma mentira. Nunca em toda sua vida havia pedido para que uma resposta negativa se fizesse tão real como naquele instante. Pandora era seu porto seguro, talvez até mais que Alphonso em certo ponto; a única que a conhecia verdadeiramente, sua irmã de uma outra mãe.
* chora não, coleguinha
Antonella Rose Scarpanni- detetive
Re: [RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY
damage
Superficial knowledge is potentially more dangerous than ignorance
Cada palavra proferida pela outra agente era se o coração de Antonella acabasse por fragmentar-se ainda mais. Queria pedir para que Panda não revelasse toda a história que se desenrolou nos anos anteriores àquele encontro. Não ter a confirmação de todo aquele drama tornava parte da dor mais fácil de lidar e esquecer. O perigo de sua profissão era tão real quanto o ar que respirava mais calmamente agora, ainda mais quando Alphonso também possuía carreira policial, tão arriscada quanto a dele. O futuro se tornava mais incerto do que já era. Foi impossível conter o sorriso irônico que surgiu nos lábios da loura. “Sorte”. A palavra reverberou em sua mente por inúmeras vezes; sorte era tudo o que desfrutava nessa fase de sua vida. Sua desventura iniciou segundo após abrir os olhos naquele hospital.
Outra vez recebia respostas atravessadas e informações que não lhe ajudavam em nada a chegar a uma conclusão. O peso do copo em sua mão era nulo, já que não possuía uma gota sequer do maravilhoso café; o que também era um indicativo para que aquela tortura revestida de reencontro chegasse ao fim. Por quanto tempo ainda todos sustentariam aquela trama emaranhada de mentiras? Antonella temia ser a primeira a arrebentar os fios que a seguravam junto da lucidez e calmaria. — Tudo tem seu tempo, certo? — A pergunta era retórica, se assemelhava mais a um pensamento inconcluso do que a uma pergunta.
— E por falar nele, já tomei muito o seu tempo. — Como distração, se obrigou a checar o relógio em seu pulso, verificando que o tempo havia passo mais arrastado e lento do que jamais imaginou que poderia. — A documentação será providenciada e o quanto antes estaremos juntas novamente. — Mas nada seria como antigamente. Tal pensamento fez o sorriso quase alegre se desfalecer e vacilou ao tentar sorrir novamente. — Deveríamos marcar um jantar, que tal? — Então agora seria assim? A sensação era a de que Pandora não era mais do que uma velha conhecida, como as garotas do tempo de colégio que ela encontrava nas ruas antigamente. Marcar um chá, uma visita ou um jantar. Uma promessa vazia de um encontro que jamais se realizaria.
Mas ela e panda… era para ser pra sempre. A dupla imbatível e inseparável que tanto orgulhava Spencer. Não queria que ela fosse só mais um contato em sua lista, uma lembrança dos tempos bons que sempre sumiria quando Antonella relembrasse o drama que viviam. Precisava de ar. Precisava de um bom tempo dormindo, apesar dos anos inconsciente. Tinha tanto a assimilar e agora não havia quem lhe guiar, ou sequer segurar em sua mão. Todos estavam tão distantes, como se em um universo paralelo ao que ela se encontrava. Nunca foi tão difícil se despedir de Pandora, mas naquele momento, o peso de tantas farsas e mentiras arquitetadas pesavam sobre sua mente, seu coração.
— Vou mantê-la informada sobre tudo. — O beijo delicado sobre o topo da cabeça da melhor amiga ao se despedir, e o abraço quase tão apertado quanto seu coração naquele momento foram a forma de dizer que talvez ainda houvesse uma chance para elas. Alguém sairia em pedaços daquilo. Mas para alguém totalmente destruída, como Antonella, tal possibilidade não parecia tão trágica.
Outra vez recebia respostas atravessadas e informações que não lhe ajudavam em nada a chegar a uma conclusão. O peso do copo em sua mão era nulo, já que não possuía uma gota sequer do maravilhoso café; o que também era um indicativo para que aquela tortura revestida de reencontro chegasse ao fim. Por quanto tempo ainda todos sustentariam aquela trama emaranhada de mentiras? Antonella temia ser a primeira a arrebentar os fios que a seguravam junto da lucidez e calmaria. — Tudo tem seu tempo, certo? — A pergunta era retórica, se assemelhava mais a um pensamento inconcluso do que a uma pergunta.
— E por falar nele, já tomei muito o seu tempo. — Como distração, se obrigou a checar o relógio em seu pulso, verificando que o tempo havia passo mais arrastado e lento do que jamais imaginou que poderia. — A documentação será providenciada e o quanto antes estaremos juntas novamente. — Mas nada seria como antigamente. Tal pensamento fez o sorriso quase alegre se desfalecer e vacilou ao tentar sorrir novamente. — Deveríamos marcar um jantar, que tal? — Então agora seria assim? A sensação era a de que Pandora não era mais do que uma velha conhecida, como as garotas do tempo de colégio que ela encontrava nas ruas antigamente. Marcar um chá, uma visita ou um jantar. Uma promessa vazia de um encontro que jamais se realizaria.
Mas ela e panda… era para ser pra sempre. A dupla imbatível e inseparável que tanto orgulhava Spencer. Não queria que ela fosse só mais um contato em sua lista, uma lembrança dos tempos bons que sempre sumiria quando Antonella relembrasse o drama que viviam. Precisava de ar. Precisava de um bom tempo dormindo, apesar dos anos inconsciente. Tinha tanto a assimilar e agora não havia quem lhe guiar, ou sequer segurar em sua mão. Todos estavam tão distantes, como se em um universo paralelo ao que ela se encontrava. Nunca foi tão difícil se despedir de Pandora, mas naquele momento, o peso de tantas farsas e mentiras arquitetadas pesavam sobre sua mente, seu coração.
— Vou mantê-la informada sobre tudo. — O beijo delicado sobre o topo da cabeça da melhor amiga ao se despedir, e o abraço quase tão apertado quanto seu coração naquele momento foram a forma de dizer que talvez ainda houvesse uma chance para elas. Alguém sairia em pedaços daquilo. Mas para alguém totalmente destruída, como Antonella, tal possibilidade não parecia tão trágica.
* chora não, coleguinha
Antonella Rose Scarpanni- detetive
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