[RP fechada] ANOTHER SHOT OF WHISKY

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Mensagem por Storm B. Vogelstein Dom 8 Out - 10:06:23

— ANOTHER SHOT OF WHISKY!
A RP é iniciada por Antonella Rose Scarpanni interagindo com Pandora Navarro Gutierrez. Estando, portanto, FECHADA para os demais. Passando-se esta durante uma manhã no departamento do FBI. O clima é frio e o vento parece soprar com receios de trazer uma chuva. Após três anos longe de suas atividades do FBI — devido ao acidente que ocasionou o coma —, Antonella decide solicitar o retorno de suas atividades, entretanto, o que não esperava era que  sua colega — e melhor amiga — assumira o cargo de chefia, além de mudar a forma de tratamento. Será que a agente Gutierrez tem um segredo para contar? Será que estes anos modificaram a amizade entre as duas?.


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Mensagem por Antonella Rose Scarpanni Dom 8 Out - 16:30:04

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Tamanha foi sua surpresa quando lhe chegou a descoberta que o cargo superior ao seu agora era de titularidade da melhor amiga, Pandora. Em momentos assim Antonella sentia pena de si mesma por ter ficado imóvel por tanto tempo, sem poder comemorar momentos e as felicidades de compartilhar a vida com as pessoas que mais amava. Pandora se tornou tão importante para ela, que a loira sequer era capaz de imaginar como seria sua vida sem a morena. Eram como dois opostos, que precisavam um do outro para se completar. Todo o escritório demonstrava alegria em rever a antiga colega, e aquilo refletia diretamente sobre ela.

Os abraços e as felicitações eram imensuráveis, fazendo-a sentir os olhos azuis cintilarem pelas lágrimas que se formavam a cada um que vinha a seu encontro e a envolvia com zelo. Seu coração batia tão acelerado e forte ao reconhecer o pessoal. Alguns haviam engordado, outros estavam quase no estágio final da calvície. Um dos melhores agentes que ela conhecia, Rogers, era um homem que já deveria estar beirando os cinquenta e poucos anos de idade – ele a embalou num abraço tão apertado que a jovem quase perdeu o folego. Este era o responsável por comprar suas rosquinhas favoritas na cafeteria aos arredores da agência.

O sentimento de estar em casa lhe dava a certeza necessária para saber que reaver seu cargo era o seu foco. Suspirou ao passar pelo seu antigo local de trabalho, que agora tinha outra agente ocupando. Era quase certo que Pandora deveria ter guardado todos os objetos que a pertenciam e tomado o seu lugar nos casos que trabalhava. Estava ansiosa pelo encontro com a morena. Desde que havia despertado de seu sono profundo, havia falado com a outra por telefone algumas vezes e a visto no hospital no dia de sua alta.

Os nós dos dedos da mão esquerda tocaram a madeira da porta com firmeza. A sala da chefia era facilmente identificável pela placa informativa onde continha o sobrenome e cargo da amiga. Um sorriso mais que animador surgiu na face da loura, que esperou alguns segundos até escutar a autorização para entrar no recinto. — Senhorita Gutierrez? — A pompa em sua forma de tratamento era mera formalidade boba usada para chamar a atenção da outra. Arqueou a sobrancelha ao esperar pela resposta e sorriu tímida, empurrando a porta levemente. — Não me diga que está vendo filme pornô no trabalho outra vez, Panda? — O tom de censura logo cedeu lugar a uma gargalhada ao ver a concentração da outra diante do computador naquela ampla sala.

A fama adquirida pela outra ante o incidente era recordado por todos aqueles que estavam fazendo trabalho interno na agencia aquele dia. O link enviado por pura sacanagem havia como alvo a novata e nem mesmo os mais carrancudos puderam se segurar diante do desespero da latina ao tentar fazer com que aquele som de gemidos falsos cessasse. "Dar uma de Pandora" tinha como sinônimo ser pego fora das atribuições do cargo na agência em horário de trabalho. Ainda que a seriedade fosse algo mais do que esperado pelos funcionários da sede de Nashville.

Antonella precisava consultar qual era o seu estado em relação à agência de investigação federal. Talvez seu desligamento não houvesse sido concluído, e esperava que Pandora pudesse ser sua guia durante o processo, já que agora ocupava o cargo do chefe anterior. A futura-ex senhora Scarpanni ao menos se contentava em saber que não teria que aguentar as piadas nada engraçadas de Laurence durante as reuniões de segunda-feira pela manhã.

Acho que se lembra de mim, não? — A garota em pé na porta estreitou o olhar ao questionar a antiga e melhor amiga. As mãos uniram-se nas costas, enquanto segurava-se para não pular no abraço de sua irmã de outra mãe. Depositava na outra suas esperanças de juntar os cacos que sua vida pessoal se encontrava, já que não conhecia melhor conselheira do que Pandora.
* sendo fofa com a panda
antes de dar na fuça dela




Última edição por Antonella Rose Scarpanni em Sex 13 Out - 2:55:21, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Storm B. Vogelstein Seg 9 Out - 1:35:43



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Embora o dia estivesse ensolarado e o céu límpido, para a latina — que adentrava com passos firme em direção a sua sala — o tempo estava totalmente fechado. Por que isto? Começamos pelo fato de sua melhor amiga finalmente apresentar-se no prédio do FBI para reaver o cargo, mas isto não a incomodava  e sim o fato de que a morena tivera uma relação bem diferente de amizade para com o marido de Antonella.

Uma hora a verdade iria vir a tona, seja por ele, por ela ou por fofocas que chegariam como tapa na cara em direção da loira. A única coisa que Pandora não desejava era que sua melhor amiga soubesse pela boca de pessoas que não tinham nada haver com a história em si.

Foram três longos anos com idas e vindas no hospital, visitando-a e aguardando uma melhora de seu coma. Os médicos a todo momento a lembrava de que nada podia ser feito, ofertando até mesmo para Alphie desligar os aparelhos de sua esposa, pois a melhora só viria por um milagre. Desesperança foi a palavra correta que eles jogaram sobre as pessoas que mais a amavam e, para suprir a saudade aconteceu o que jamais imaginara em sua vida: se apaixonou pelo marido daquela que considerava como irmã.

Eu sou uma estúpida. — sussurrou para si mesma, tentando de todas as formas focar no que relatório que nem se quer conseguiu escrever uma única linha. O irônico é que para executar suas funções como agente não titubeava em nenhum segundo, mas para aquilo, parecia que o nervosismo a engoliria.

Os tímpanos captaram uma voz tímida do outro lado da porta, seu rosto erguera-se por cima da tela do computador encarando a entrada. Chegou a hora, não adiantava fugir, não adiantava mentir, só seguir e esperar que as coisas não se tornem um completo desastre — Oh, pode entrar senhora Scarpanni. — o tom zombeteiro proliferou-se no ar, assim como a feição brincalhona na face da morena. Incrível como podia esconder suas emoções por trás de máscaras a ponto de se proteger e proteger quem ama. Antonella precisava ir devagar, não merecia receber um choque de cara, merecia apenas ter sua vida de volta. O coração apertou ao pensar na probabilidade de simplesmente deixar que Alphie continuasse com ela e que, infelizmente, a paixão que sentia por ele deveria ser aprisionada como uma lembrança boa em sua mente. Só de pensar nisso era como se o ar lhe faltasse, estava viciada nele.

Tenho absoluta certeza que quem foi a insolente que colocou aquele link no meu computador foi a dona Antonella, acertei? — Levantou-se da cadeira, caminhando até a loira, envolvendo-a em um abraço amoroso e demorado. Como era bom senti-la entre nós, como era bom escutar sua voz e o brilho dos teus lindos olhos. Era mais fácil matar um espião do que simplesmente encarar a situação. A verdade era que não queria perder nem um e nem outro, sendo sim, uma pessoa completamente egoísta.

Posso ter uma memória péssima, mas jamais esqueceria de você. — Entrelaçou seus dedos com os dela, encarando-a com carinho derradeiro. — Senti sua falta. — Mordeu o lábio inferior contendo a emoção, mas não conseguiu, lá estavam as lágrimas saindo pelas suas orbes e descendo teimosamente em direção do seu queixo. A aflição, culpa e receio estavam bem ali, na sua frente, e estas emoções não eram bem administradas como pensara que conseguia. Respirou fundo, tentando recompor-se — Eu sou uma boba, você sabe disso. — limpou as lágrimas com as costas das mãos, indicando com o queixo o assento rente a sua mesa para que ela pudesse se sentar. A principio focaria no seu trabalho e, posteriormente, a sua vida pessoal que, ironicamente, era uma completa merda.

Então, você quer retornar suas atividades aqui no departamento? — Pandora acomodou-se na cadeira, cruzando as pernas torneadas, inclinando o corpo para frente com as mãos juntas sobre a mesa de vidro — Vou precisar dos papéis do médico autorizando par ver se está tudo certo com sua cabecinha… — Sorveu o ar entre os lábios carnudos, preparando-se para a próxima pergunta — Mas, não acha que é cedo? Precisa organizar suas coisas com Alphie. — Preocupou-se com a vontade súbita da loira para com suas atividades. Será que ela sabia de algo? Será que tinha acontecido alguma coisa?
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Última edição por Pandora Navarro Gutierrez em Seg 20 Nov - 3:24:43, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Antonella Rose Scarpanni Ter 10 Out - 17:33:01

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Uma das melhores lembranças que Antonella possuía a respeito da presença de Pandora em sua vida era a do dia mais feliz de sua vida, o dia de seu casamento. Seu coração parecia querer explodir e seu equilíbrio era instável, já que a loira dentro daquele maravilhoso vestido tremia mais do que tudo. Mas sua dama de honra a confortou em um abraço e prometeu que seria como em um conto de fadas e que tudo seria perfeito. A ternura que Antonella visualizou nos olhos de Pandora naquele dia de junho a fez ter certeza de que nada do mundo poderia lhe fazer mal. Estava segura enquanto estivesse a morena ao seu lado.

Por tal motivo, sentiu-se querida quando aninhada nos braços de sua superior, instantaneamente a apertando. Três anos distanciada de qualquer contato com outra pessoa ainda lhe perturbava os sentimentos, mas em momentos como aquele, a loira sentia que tudo era real. Tudo ficaria bem outra vez. Os poucos segundo dispostos ao abraço foram o suficiente para que lágrimas de felicidade se formassem em seus olhos azuis tão cristalinos quanto o mar.

Eu também senti sua falta. — A verdade é que a frase não lhe fazia sentido, servia apenas para acalmar a seu próprio coração. Havia entrado em um sono tão calmo que o tempo foi congelado, não sentindo assim o efeito dele em si. Mas todos à sua volta foram afetados pela passagem dos dias, dos meses. Pandora, ali parada em sua frente, era um bom exemplo. Os fios negros estavam visivelmente mais longos, o olhar parecia mais perdido que o de costume. Mas Antonella julgou ser por sua aparição repentina.

Acariciou a face com cuidado, acompanhando o sorriso formado nos lábios alheios, e um leve afago se fez presente nos cabelos da irmã antes de o contato se findar. Contornou uma das duas cadeiras ao lado oposto da mesa em que Pandora se encontrava trabalhando anteriormente, previamente ajeitando a saia lápis ao se acomodar. As mãos unidas ao colo indicavam que a seriedade do assunto prestes a se iniciar.

Bom, faz pouco mais de três semanas que acordei do meu sono de Bela Adormecida, eu sei. — Os lábios curvaram-se num sorriso contido, porém, alegre. Mantendo a postura perfeitamente alinhada ao pensar que estava na hora de tomar as rédeas de sua vida. — E creio que talvez seria de bom grado a reintegração ao cargo, já que não houve pedido de exoneração e sim apenas o afastamento. — A calma sendo uma constante na personalidade de Antonella e em qualquer atitude em que ela precisa de ter paciência, assim direcionou seu olhar ao de Pandora, a escutando com total atenção.

Sua cabeça estava em perfeito estado, assim como seu condicionamento. Ainda que estivesse sob cuidados do doutor Hansson. Nada que alguns suplementos alimentares e vitaminas não resolvessem. O problema era seu coração. Destruído em milhares de pequenos pedacinhos. Para sua sorte, a única que poderia providenciar que o processo de cura se iniciasse estava ali, bem em sua frente.

Antonella exibiu seu sorriso doce, com a alegria da possibilidade de sua voltar parecer real agora. — Vou providenciar toda a documentação necessária e os exames médicos. Farei isso assim que sair daqui. — Mas todo seu entusiasmo inicial do reencontro pareceu esmorecer quando escutou o apelido dele. A menção de Alphonso era algo que a loira creu que não aconteceria tão cedo, mas o assunto era inevitável.

A voz vacilou, o que a fez entreabrir os lábios algumas vezes até também se convencer da maneira que melhor seria a resposta formulada. Não era hora e local para aquilo. Porém o semblante de Pandora exibia algo além da mera curiosidade, como se estivesse prestes a ser capaz de parar uma bala pela loira. — Não há nada mais a resolver entre Alphonso e eu. — Deixou no ar a resposta vaga, que entretanto fazia estar implícita uma possível separação.

Ele seguiu em frente. — A dor contida naquela frase a atingia cada vez que pensava em tal questão e era não tão somente emocional, mas física. Levou alguns segundos para se recompor, estampando um sorriso triste. Porém não esperava por pena ou dó, já que estes eram recorrentes a qualquer um que ela citasse o acontecimento fatídico em sua vida. — Estou no apartamento de Natalie até me restabelecer. — A agente do DEA já havia sido parte de antigos casos em que houve a cooperação das equipes de trabalho.

O primeiro passo então foi voltar. E pensei que encontraria com o Spencer, mais careca e mais barrigudo do que sempre foi. — O riso baixo foi inevitável ao lembrar-se do antigo chefe. — O que aconteceu enquanto eu estive fora? — Havia curiosidade em saber o quanto havia perdido a respeito dos acontecimentos na agência.
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Última edição por Antonella Rose Scarpanni em Dom 19 Nov - 1:43:12, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Storm B. Vogelstein Dom 15 Out - 17:01:42



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Será que decepcionar as pessoas mais importantes do seu pequeno ciclo social estava em seu genes? Será que tinha que dilacerar cada partícula do corpo e do coração das pessoas que mais a ajudaram? Parecia que causar dor era mais comum e normal do que simplesmente se esquivar.

Entretanto, novamente o jogo recheada de surpresas caíra em seu corpo como uma bomba prestes a explodir. A simples ideia de revê-la dia após dia, religiosamente era como se lembrar do que aconteceu antes, durante e após seu trágico acidente. A morena, mais do que ninguém sabia da importância da mentira para manter as coisas calmas, assim poderia guiar suas ações com perícia e perfeição.

Mesmo ocultando-a de sua melhor amiga.

Escutando-a com atenção, notara a feição modificar-se para entristecida assim que fora citado seu marido. Era palpável o sentimento que a envolvia entre sofrimento e amor. Seria uma hipócrita ao pensar que não existia nada entre eles, acompanhara na primeira fila do espetáculo a história de amor deles. Não dá para apagar a essência da pessoa apenas porque quer, ela sempre estará ali, mesmo após anos adormecida.

Tudo bem, vou solicitar que a Psicologa Stravisky faça uma breve entrevista e, assim que sair o laudo dela, caso positivo, providenciarei seu retorno. — O tom de voz profissional não indicou nenhum sentimento, apenas o rosto impassível e sério. Internamente o sofrimento pelas suas escolhas atingiam a latina com total força que, a partir dali, saberia se seu lado emocional era tão potente quanto seu racional.

O toque do telefone sobre a mesa rompeu o breve silêncio estabelecido na sala. A mão destra da agente deslizou para tomá-lo em sua pegada delicada, levando para próximo ao ouvido. A voz era masculina, mas não era necessário solicitar sua identificação para saber de quem a pertencia.

“Agente Sparks.”


“Só para lembrá-la que a oferta foi dada, apenas aguardo pacientemente sua resposta, agente Gutierrez”


“Fico lisonjeada por ter me requisitado neste caso, mas não teria alguém mais eficiente?”


“Não, apenas você, só você. Entende do que estou falando?”


“Nitidamente.”


Repousou o aparelho contra o gancho, sem uma despedida, apenas um suspiro pesado saíra entre os lábios carnudos de Gutierrez. A oferta martelava em sua mente, assim como seu olhar recai para sua amiga. Dante Sparks era um agente da CIA, apenas poucos sabiam da sua existência e muito menos tiveram a oportunidade de encontrá-lo cara a cara. Pandora fora a única do departamento de contra-espionagem a três anos atrás que deparou-se com o dito cujo. A citação deste nunca trazia coisas boas para a mexicana, apenas o peso em seus ombros e o risco de perder sua vida a qualquer momento, como no último episódio onde uma bala ficara alojada entre sua costela e o fígado.

Eu preciso de café, me acompanha? — Após alguns minutos matutando na conversa pelo telefone, decidiu dar um tempo. O clima em torno estava pesada demais e tanto o profissional quando o pessoal estavam sufocando-a. Ar e café, nada melhor que isso.

Abriu a porta da sala, notando com a visão periférica alguns sussurros e olhos atentos sobre as mulheres esperando algum barraco ou pelo menos um hematoma sobre os corpos. Eles sabiam, todos sabiam, só ela que não.

Ignorou-os completamente, apertando os botões do elevador, solicitando-o no seu andar. Sua postura era elegante, assim como a vestimenta de blusa social branca com alguns botões abertos de forma despojada, mas que não dava para vislumbrar seus seios. A calça flare social preta desenhavam bem a perna torneada da mulher, finalizando com um sapato alto que fazia-a aumentar poucos centímetros.

Assim que chegou ao andar, segurou as portas para que Antonella adentrasse e, por fim, colocou-se no interior do cubículo de metal apertando o térreo onde dava acesso a cafeteria e um jardim bem cuidado. — Logo após seu acidente, Spencer teve complicações em sua saúde e teve de decidir viver com a família ou morrer no trabalho. Obviamente ele escolhera a primeira opção.— Retornara ao assunto, vislumbrar a porta se abrir no sexto andar para que um homem alto, de cabelos negros e olhos azuis trajando roupa social aparecesse entre elas, fixando suas íris sobre a morena com um sorriso de canto e, logo após, dando um breve aceno para Antonella. Aquele elevador e suas surpresas sacanas no final da tarde.

Mordeu o lábio inferior assim que a porta reabrirá no andar indicado, deixando para trás o seu caso de uma noite. O histórico de Pandora estava longe de ser semelhante a de uma freira. Torceu para que sua irmã não notasse nada e muito menos a metralhasse com perguntas e mais perguntas sobre o tempo em que estivera fora.

Dois expressos grande, obrigada. — Parou no balcão com um deslumbre do passado. Elas duas solicitando a mesma bebida e rindo das piadas estúpidas de Spencer, assim como as tentativas ridículas de Ronald de tentar fazer Antonella largar Alphie para ficar com ele e seus talentos na cama. Passado, porque não tinha o poder de retornar? Por que não tinha o poder de escolher quem conhecer e quem simplesmente esquecer? — Ah, e desculpe, eu queria tanto que ficasse comigo, mas o apartamento em reforma não faria muito bem para sua recuperação — Mentira descaradamente, não queria que ela visse a gaveta com as roupas de Alphie e muito menos a foto de ambos juntos. Uma pontada semelhante a uma facada adentrava lentamente em seu âmago — Mas… — Pegou o copo térmico caminhando em direção a uma mesa que dava para vislumbrar as flores abertas para receber os raios solares — Você sabe quem é a outra? — Sentou-se, com o olhar atento, adentrando um local perigoso. Precisava saber tudo, precisava analisar o quanto poderia falar. Precisava entender se valia a pena perder algo importante para manter outra.
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Última edição por Pandora Navarro Gutierrez em Seg 20 Nov - 3:25:31, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Antonella Rose Scarpanni Dom 19 Nov - 1:43:23

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Saber que poderia regressar em breve ao cargo que antes era de sua competência era talvez o ponto mais alto de uma semana turbulenta em outros campos de sua vida. Calou-se quando escutou o som característico do aparelho fixo sobre a mesa. Enquanto observava um retrato qualquer dependurado na parede oposta a si, a loura começava a encaixar as últimas peças do quebra-cabeça e compreender o porquê de Pandora ser a escolhida. Chegou mesmo a concordar – por poucos milésimos de segundos que fossem – de que a morena era a melhor escolha para Alphie. Mas o egoísmo que lhe restava a fazia querer gritar aos quatro cantos e explicar para Pandora que ele a pertencia. Perante a lei, perante Deus. Imediatamente a mão destra deslizou pelo dedo anelar esquerdo onde deveria estar o símbolo mor do compromisso selado entre eles. Foi desligada de seu momento de alienação quando o telefone retornou ao gancho e o convite para um café foi feito. — Como nos velhos tempos.

Os passos até o final do corredor pareceram acompanhados por todos os rostos no local. Antonella não deixou transparecer seu nervosismo ao saber o motivo daquela vigilância toda, sorrindo com doçura para uma das ex-colegas assim que suas íris azuladas se focaram na figura que acompanhava o caminhar das duas outras. A loura quis dizer que estava tudo bem, que não era o momento de confrontar Pandora e que elas não dariam um espetáculo àqueles que esperavam pela possível briga. Ficou feliz ao perceber que o elevador havia chego ao andar, salva pelo som das portas de metal se abrindo, abrigando os corpos das duas em seu interior e o silêncio sufocante que veio em seguida. — Ele sempre pareceu mais lento do que qualquer outro. — Se referiu aos andares que pareciam se arrastar com lentidão a cada vez que a luz se acendia. Foi despertada pelo som das portas ao se abrirem antes de chegarem ao andar solicitado. A figura imponente de Edward invadiu todo o espaço do elevador com seu perfume delicioso, fazendo-a sorrir sutilmente ao cumprimentá-lo. Aqueles olhos azuis e os músculos marcados pela camisa social de seda eram o desejo de dez em cada dez mulheres daquele lugar.

Um leve meneio em despedida ao homem que continuou dentro do elevador quando elas andaram em direção à cafeteria no térreo. Poucos centímetros diferenciavam a altura entre as duas, fazendo de Antonella a mais alta; e naquele dia a mais distante. Havia tanto para ser dito, tantas verdades a serem postas à prova, e ainda assim ela mantinha-se calma, centrada em parecer inabalável às últimas descobertas. De todas as desventuras amorosas de Pandora, Alphonso era alguém que Antonella pensou estar a salvo das garras sedutoras da amiga. Ledo engano. De todos os devaneios que lhe ocorriam sobre o acontecimento durante todo aquele dia em questão, este foi o mais complicado de se dissipar de sua mente, já que estava a poucos centímetros de distância da outra parte daquele triângulo amoroso.

Um sachê de açúcar foi fisgado de cima do balcão de vidro da cafeteria vazia. O girou entre as mãos, sentindo o conteúdo granulado vagar de um lado a outro da embalagem. Qualquer distração se fazia mais agradável do que ter que manter o foco de uma conversa banal com Pandora. Doía saber de tudo e permanecer em silêncio por curiosidade em saber até o extremo em que aquilo poderia chegar. — Isso não mudou nada enquanto estive fora, não é? — Comentou aleatoriamente apenas para preencher o silêncio que a sufocou aos poucos enquanto esperavam pelo pedido feito pela morena. Agradeceu gentil ao apanhar o copo disposto sobre a superfície do balcão, seguindo a chefa até uma mesa mais afastada ao fundo do ambiente, mesmo que fossem as duas únicas clientes ali naquela hora.

Batucou a ponta dos dedos contra a embalagem frágil de sua bebida favorita em todo o mundo, café. Os olhos claros se focaram em um ponto qualquer da paisagem do jardim atrás de Pandora. Estudou a expressão no rosto pensativo da morena, captando cada detalhe como se mirasse a um espelho. Depositou o copo sobre a mesa, inspirando forte, como se tomasse coragem em fazer de suas próximas palavras realidade. — Conversei com Natalie e vou alugar um apartamento talvez na região de Belmont. — Havia um quê de excitação na ideia de sua mudança. — Espero que vá me visitar. — O convite era genuinamente verdadeiro. Ela sentia falta dos tempos em que fazia absolutamente nada juntas e ainda assim se divertiam a beça.

Não, na verdade o assunto sequer veio a tona. — Um suspiro foi necessário para que se recompor quando inundada pelos pensamentos. E mesmo que estes fossem dolorosos, ninguém em todo o mundo seria capaz de confortá-la tal como Pandora. — Mas eu notei as mudanças. — Um sorriso triste se formou, afinal era inevitável não expandir os lábios num riso ao pensar nele. Sentiu uma imensa vontade de se jogar contra os braços da amiga e chorar um rio por Alphonso - como sempre fazia quando discutiam – esquecendo que agora Pandora fazia parte dos problemas, ainda que não soubesse até que ponto aquele envolvimento poderiam ferir a todos os que compartiam das decisões tomadas enquanto Nella adormecia profundamente numa cama de hospital.

Eu deveria ter dito algo, Panda. — O desabafo era carregado de dor. — Permiti que ele fosse embora, ou melhor, parti para longe dele. — O gosto do café em seus lábios quando, por fim, experimentou a bebida, era semelhante ao veneno mais amargo. Tudo culpa de seus sentimentos embaralhados juntos das palavras que exprimiam a dor em sua forma mais clara e simples. — Mas agora tudo será diferente. — Se obrigou a pintar de uma cor alegre aquele cenário de quase desespero. — E você, Panda? — Mudar a direção daquela conversa foi a decisão tomada para que pudesse erradicar os pensamentos soturnos em sua cabeça. — Arrasou muitos corações enquanto estive em stand by? — Questionou com um riso plantado nos lábios ao amenizar o clima. A curiosidade quase infantil e a animação que havia surgido em sua expressão mascaravam a verdadeira intenção da pergunta feita. Será que a verdade viria a ser revelada ou sustentariam aquele clima por algum tempo mais.

Fingir que estava tudo bem parecia tão simples. Antonella se questionava se por acaso o tempo passado em coma havia sido o responsável por acabar com sua capacidade de mentir. Estava sendo fácil manter a pose de quem não sabia de toda a verdade por trás daquele encontro, do relacionamento extraconjugal e a mentira sustentada por todos ao seu redor. Sorria automaticamente enquanto escutava Pandora falar, não estava prestando a devida atenção, mas seu olhar era gentil e acenava em concordância com o que a outra dizia. Não considerava uma traição ou falsidade sua forma de agir, simulando que tudo continuava oculto de si. Mas ambas sabiam que o momento adequado para a conversa derradeira não era aquele, ainda que isso estivesse implícito.
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Mensagem por Storm B. Vogelstein Dom 19 Nov - 5:58:53



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Nadinha, os mesmos intervalos durante a tarde, a solicitação praticamente obrigatória de café para se manter em foco e, para finalizar, as piadas de conotação sexual de Alfred. Se esperava que uma mudança radical durante seu sono, desculpe decepcionar, mas aqui não teve muito avanço — era correto conversar como se nada tivesse acontecido? Como se o coma de Ella tivesse uma pausa temporal e suas vidas retornassem de onde pararam? Queria tanto que tudo fosse tão simples, como o botão do controle remoto que permite voltar nas cenas anteriores, parar ou avançar.

O seu âmago ardia por não poder simplesmente ser sincera e contar tudo que ocorreu sem esconder nada. Como era de costume, conversar com sua melhor amiga sobre um cara que poderia ser um pretendente potencial, sobre o término rápido de um ex namorado babaca. Ao contrário da loira, Pandora não tivera a sorte de achar o amor de sua vida e se casar com ele, mas infelizmente encontrara esse amor em um homem que já tinha uma mulher.

Claro que sim, aproveitamos e fazemos uma festa de inauguração no novo apartamento, com direito a muito chocolate, cerveja e uns filmes de terror. Isso me lembra muito as festas de pijamas que fazíamos na faculdade. — Suspirou encantada pelas lembranças maravilhosas daquela época, podia escutar as gargalhadas que compartilharam nas noites que viraram juntas e, também, nas sociais que fazia na casa dela junto de Alphie.

Por mais que vagasse no passado aquilo não adiantaria de nada com as consequências que escolhera no presente. Provavelmente, na visão de todos, Pandora seria a culpada pela infelicidade de Antonella, e isto era uma certeza, pois todas as vezes que caminhava pelo escritório ou pela vizinhança notava o olhar ríspido em sua direção, junto de cochichos chamando-a de vagabunda. Em pleno século 21 e a mulher sempre é a culpada por uma traição. Ridículo.

Entretanto, o simples fato de Alphonso não contar para ela a verdade dava-lhe não uma sensação de conforto, mas sim de decepção. A morena não teria o direito de fazê-lo, precisava que ele o fizesse, pelo menos para mostrar para sua até então esposa que continuava o mesmo homem sincero. Queria pensar que realmente não tiveram tempo para falar sobre o assunto, mas ao mesmo tempo parecia que ele queria esconder o que passaram juntos. Seu coração doía só pela simples suposição e, sabia, como todos cientes da sua história que quem sairia perdendo era exclusivamente ela.

Desde quando a latina começou a jogar para perder?

Acho que vocês se deixaram levar pelo momento —  após alguns minutos escutando o desabafo de sua amiga sobre sua vida conjugal ousou finalmente se pronunciar, apertando os nós dos dedos contra o copo térmico, sentindo o calor em contato de sua pele para se punir pelo conselho que daria a seguir — É muita tensão, nervosismo e medo  de certa forma de se atualizar das novidades que ocorreram nesse intervalo que não estava presente. Alphie provavelmente está confuso entre a felicidade de encontrar o amor da sua vida e, ao mesmo tempo, o receio de lhe contar o que ocorrera com medo de ser julgado. Ele não quer perder tudo, e, principalmente, ele não quer te perder. — A verdade parecia como um veneno que antes de abater a presa, causava-lhe dores insuportáveis a ponta de que a morte parecer a melhor opção. Por que o amor doía tanto? Será que ele é um veneno no interior de um chocolate inofensivo? Não conseguia compreender.

Fixou as íris âmbar nos olhos de sua irmã, forçando um sorriso um tanto doloroso por ter que ser obrigada a interpretar um personagem que detestava. Preso em sua garganta estava a verdade querendo com sair a todo custo como um rugido. Não sabia quanto tempo conseguiria ficar em sua companhia e muito menos jogar conversa fora entre elas. Algo em Antonella mudara desde que adentrou o seu escritório, parecia que o sorriso que aparecia em seus lábios era tão triste e sofrido.

Pandora não passava de um monstro.

Arrasar corações? Acho que o termo certo é que pegaram o meu coração, cuidaram tão bem dele a ponto de eu me acostumar com todo aquele amor fofo e, então, ele foi jogado contra o asfalto e atropelado por um caminhão. — Rasgou um sachê de açúcar, despejando-o no interior do copo e com uma colherzinha começou a fazer movimentos circulatórios. — Eu não tinha ideia que o amor vem acompanhado com a dor. Quando eu não me entregava, tudo parecia simples, automático e prático, mas ai, pow, do nada ele apareceu sem pedir permissão para entrar, atropelando tudo e todos até chegar em mim.

Levou o copo aos lábios, sorvendo o líquido morno para o interior de sua boca, agradecendo aos céus pelo café mantê-la acordada depois de uma noite sem conseguir dormir — Ah Ella, isso está maravilhoso, prova. — indicou o copo da loira, estimulando-a a beber um pouco daquele néctar dos deuses. Pelo menos o assunto sobre amor sempre vinha acompanhado de café.

 Mas, para ser sincera, eu queria te fazer uma pergunta. — deixou sua bebida preferida de lado para pousar sua mão sobre a dela, apertando-a com gentileza enquanto a fitava no fundo daqueles olhos azuis como o céu — Se eu fizesse uma grande burrada, grande mesmo, você me perdoaria? Escutaria meu lado antes que outras pessoas dessem suas medíocres opiniões sobre o assunto? — Aguardou com o semblante sério a resposta da loira como se o que ela dissesse colocaria em jogo o que podia ou não ser contado — Por favor, seja sincera comigo. — Suplicou.
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Mensagem por Antonella Rose Scarpanni Ter 21 Nov - 2:38:40

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Superficial knowledge is potentially more dangerous than ignorance
Escutar o conselho vindo de Pandora era acolhedor e ao mesmo tempo causava espanto em Antonella. Tudo bem que não era a primeira vez que uma recorria a outra para que um parecer sobre qualquer questão que envolvesse alguma questão amorosa, mas na situação em que se encontravam,  era… complicado. Adjetivo que havia se tornado recorrente para explicar a vida da agente Scarpanni. Sua atenção transferiu-se do café para a face da morena à sua frente. Seu coração se esquivou da pena ao ver o semblante que expressava quase pura aflição.

Como se odiava naquele momento, queria dizer tantas coisas, colocar tudo a pratos limpos, mas ao contrário disso, afrouxava a corda que estendia para Pandora, assim como fazia com Alphonso, esperando apenas pelo momento em que um pisaria em falso e ambos se enforcariam nas próprias mentiras. A máscara de garota compreensiva estava em sua face, piscando quase lentamente os olhos azuis, atenta a qualquer palavra que a amiga pudesse lhe dizer. O café outra vez perdia o sabor ao ser sorvido com lentidão, seu corpo a preparava para o impacto do que poderia ser dito pela outra, em como aquilo poderia afetá-la.

Panda… — O apelido carinhoso era proferido calmamente enquanto Antonella buscava em seu coração as palavras certas a falar, rogando aos céus para que tivesse força para continuar com aquela encenação. — Não somos perfeitos, sabe? Todos cometemos erros. — Acariciou levemente com o polegar o dorso da mão que antes estava sobre a sua, sorrindo com doçura e delicadeza. — Errar é humano e isso é totalmente compreensível. — Queria não pensar que toda uma amizade de incontáveis anos se esfarelaria tal como o pó ao vento quando a verdade chegasse. Ao momento lhe restava permanecer como uma mera expectadora daquele show encenado por todos. — Você é mais do que uma irmã para mim, Pandora. Nossa amizade já resistiu a quase todo tipo de situação… — Afirmou a verdade contida em suas palavras com um sorriso, impondo mais força ao segurar a mão da morena.

Eu quase morri e você continuou ao meu lado, esteve junto com minha família. Foi o apoio que eles precisaram enquanto eu estava lá e sempre serei grata a isso. — A visão de Ella tornou-se turva quando as primeiras lágrimas se formaram, enaltecendo o tom azulado de seus olhos. Mas, por incrível que pareça, seu pranto era de felicidade. — Não há nada e nem ninguém que possa me fazer pensar qualquer coisa ruim de você, minha Panda. — O sorriso esboçado por Antonella era a confirmação do que sentia em seu coração, cada palavra dita era forjada em seu coração, sendo livre das maldades de seus pensamentos sobre toda uma história nova que havia acontecido enquanto ela estivera quase morta. Expressava a mais pura admiração pela maioria dos atos da outra durante o período ao qual não passava de uma pessoa no mais puro estado vegetativo. Se culpou então por ter voltado à vida. E o sustou maior foi ao notar a recorrência de tal pensamento.

Me desculpe. — Desfez o contato de sua mão na dela e usou o momento para enxugar a face já embebida no choro sentido causado pela enxurrada de sentimentos presos ao desprezo que deveria sentir pela amiga. Se recuperou ao respirar profundamente, reassumindo uma expressão mais leve, ainda que imergida na nuvem de emoções conturbadas. — Eu sempre fui a mais chorona de nós duas. — A confissão foi pontuada por um riso contido ao notar que já se encontrava mais calma, restaurada do abalo emocional, ainda que não por completo. Tocou a boca do copo de plástico nos lábios carnudos, ingerindo boa quantidade do líquido em seu interior. Refez estar em si a confiança necessária para manter aquela conversa com Pandora. — Assim como Starsk e Hutch, não é mesmo? — A leveza do tom humorado de sua comparação foi o suficiente para resgatar a calma que precisava para fazer a pergunta seguinte, retornando ao pensamento de que poderia estar levando a si mesma para a forca.

Tem algo que você queira me contar? — Arriscou a indagar algo que parecia incomodar a ambas. Mas Antonella já sabia a resposta muito antes de formular a pergunta. Procurou não vacilar ao exibir sua melhor máscara de pessoas compreensível e desentendida quanto ao assunto em questão. Tinha para si que Pandora não poderia ser tão estúpida a ponto de não saber a armadilha na qual pisava sem qualquer cautela. Mas ao mesmo tempo, a loura queria não confirmar suas suspeitas, pois a verdade seria um divisor de águas na vida de ambas. Ou seria mais um entre todos os que já haviam ocorrido. O leve aperto exercido na palma da mão alheia foi apenas para acalmar a chefe, lhe passando confiança e demonstrando que poderia contar consigo quando preciso. O Olhar perdido era quase uma súplica para que a irmã quase gêmea não confirmasse o maior temor da outra. Antonella começava a não querer mais entrar naquele jogo, mas as peças já haviam sido movidas no tabuleiro e o xeque-mate estava mais próximo do que poderia imaginar.

Se você estiver grávida, prometo te apoiar e atirar no desgraçado se for necessário. — Foi somente quando tal afirmação escapuliu de seus lábios, que Antonella então pensou naquela possibilidade. Sua mente deu um giro de trezentos e sessenta graus, fazendo com que seu estômago embrulhasse no momento, aquele seria o ponto crucial para saber que toda sua vida havia se baseado em uma mentira. Nunca em toda sua vida havia pedido para que uma resposta negativa se fizesse tão real como naquele instante. Pandora era seu porto seguro, talvez até mais que Alphonso em certo ponto; a única que a conhecia verdadeiramente, sua irmã de uma outra mãe.  
* chora não, coleguinha


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Mensagem por Storm B. Vogelstein Ter 21 Nov - 10:16:38



The doctors say you're no good
But people say what they wanna say

No treinamento para se tornar uma agente do FBI, estava incluso, obrigatoriamente, ser um eximo mentiroso a ponto de até mesmo a pessoa por de trás das mentiras acreditar que elas eram, de fato, uma verdade. Era capaz de olhar no fundo dos olhos de qualquer um que andasse na rua e contar uma história inventada na hora e, mesmo assim, todos acreditariam em cada palavra dita.

Entretanto, mentir para alguém desconhecido é totalmente diferente de mentir para alguém que conviveu consigo durante muitos anos.

É nesse ponto que pôde-se dizer que conseguiu dominar a arte com maestria ou se demonstra fraqueza ao persuadir aquela ou aquele que tanto confia em sí em crer em suas palavras falsas. O problema disso, para Pandora, era que não estava diante de uma pessoa próxima qualquer, estava próxima a uma mentirosa tão boa quanto ela.

Quem está falando a verdade e quem está falando a mentira?

O sentimentalismo sempre fora o que entregava as ações, assim como entregava as intenções. Porém, internamente, a morena tinha em mente que não estava exatamente mentindo, mas simplesmente ocultando a verdade. Pensar dessa forma era como uma válvula de escape para a culpa que sentia no peito, como querendo fixar tal ideia na mente fosse idealizar que não era tão culpada assim.

Como se isso fosse tão simples.

Infelizmente as pessoas não pensam dessa forma tão otimista, Ella. — pronunciou-se assim que a loira interrompeu a fala — A maioria das pessoas vivem criticando aqueles que erram, mesmo isso sendo um defeito de todos — fechou as pálpebras brevemente assim que o roçar suave dos dedos de Antonella passavam pelo dorso de sua mão. Tinha que ser forte para prosseguir com tudo aquilo, tinha que só pensar que talvez não fosse a hora certa para contar tudo,  mas sim de dar pequenas pistas para que a culpa não caísse inteiramente nela — Bem afortunado aquele que acredita que existe duas verdades. Dois lados de uma história. Dois pontos de vistas totalmente diferentes que podem se unir no final. — Entrelaçou seus dedos com o dela, abrindo finalmente os olhos para focar exclusivamente em cada expressão de sua amiga, analisando um pequeno movimento na bochecha, lábios e sobrancelhas, a fim de captar qualquer coisa enquanto aprofunda lentamente o assunto que abordara

Eu sei que passamos por muitas coisas juntas, que compartilhamos momentos e segredos uma para a outra, mas infelizmente qualquer coisa pode fazer uma ruptura na nossa amizade. O tempo, por exemplo, foram três anos e dentro disso ocorrera coisas das quais não me arrependo, mas que me culpo dia após dia. E, pelo fato de não me arrepender é que pode colocar tudo a perder. — pressionou levemente os dedos de forma suave contra a pele da agente, para certificar-se que ela ainda estava ali, absorvendo cada palavra dita — Talvez você saiba de algo, talvez não. Talvez tenha ouvido comentários, sussurros e seja lá o que. Só quero que saiba, Antonella, que um dia tudo será explicado de forma calma e detalhada, mas agora, nesse exato momento, não é o correto a se fazer. — Confessou com o semblante sério e a voz um pouco rouca. Se de alguma forma ela soubesse, dizer aquilo poderia ou não apaziguar as coisas no momento.

A verdade sempre aparece e, quando isso acontece, geralmente não dá alegria para aqueles que a recebem.

O encontro que deveria ser alegre, transformara-se aos poucos em pura nostalgia. A amizade havia balançado e, por mais que tentasse retornar como era antes não conseguiria. Ambas deveriam caminhar em sincronia e isto só é possível quando não se tem segredos, quando se tem confiança.

Gutierrez no momento não parecia alguém confiável diante de muitas pessoas, mas ela sabia que todo ato justifica os meios, mesmo estes sendo dolorosos e ferindo aqueles que mais queriam o seu bem.

Vislumbrar o rosto belo da Scarpanni distorcer-se a ponta de lágrimas saírem pelas suas orbes conseguiu destruir significativamente o muro que colocou diante de si para aquele momento. Pandora era o tipo que em momento algum chorava ou demonstrava os sentimentos derradeiros, não para fingir que não sentia, mas que simplesmente não conseguia demonstrar de forma correta. Porém, seu dom estava no fato de pensar em várias opções em momentos de crise, acalmar aqueles que entram em desespero e acalentar as almas dos que necessitavam. Esta faceta da agente especial só aparecia para as pessoas especiais em sua vida. Antonella estava nesta pequena lista.

Debruçou-se um pouco sobre a mesa, erguendo o dedo indicador para capturar uma lágrima que descia do rosto da parceira. Com o polegar acariciou a maçã do seu rosto, limpando os resquícios de água, não dizendo uma única palavra, apenas deixando que todo aquele sentimento acumulado saísse. Para Ella o momento mais difícil não foi dormir por três anos, mas sim, recuperar o tempo perdido. Sua atitude era completamente aceitável, com a sensibilidade a mil assim como a confusão eminente. Na sua frente ela parecia uma criança aprendendo a andar de bicicleta sem as rodas de apoio.

Está melhor? — apertou gentilmente o queixo da mulher, caindo o braço sobre sua coxa e endireitando a coluna contra o apoio da mesa — Não precisa se desculpar, catarrenta, eu estou acostumada com esse seu lado sensível — riu brevemente com a referência entre elas e os personagens do filme justiça em dobro — Quem é a viciada em trabalho e quem é a conquistadora? Nossa, isso é tão difícil de decidir — dera uma piscadela marota como tinha costume. Por um momento sentia que tinha retornado aos momentos que ficavam falando babaquices no horário de almoço.

Pela primeira vez a gargalhada espontânea escapuliu entre os lábios carnudos da mexicana. Ela achava que ela estava grávida? Pandora Navarro Gutierrez grávida? Isso sim merecia o prêmio de melhor piada do ano. — Ah, você é tão engraçadinha ás vezes, Scarpanni. — após o ataque de risos conseguira se acalmar e prosseguir com a conversa — Sabe muito bem que eu não tenho desejo de ser mãe, não nesse mundo perdido com crianças fazendo crianças — por mais que um sorriso de canto brincasse em sua boca, as palavras a seguir tinha um tom sério — Infelizmente o trabalho que escolhemos exercer é totalmente solitário, se temos família é como ter um alvo bem nas costas. As pessoas morrem, as pessoas são feridas e as pessoas ferem aqueles que têm um significado especial. Ter o luxo de se apaixonar, casar e formar uma família é para os poucos. — abaixou as pálpebras enxergando o rosto esculpido de Antonella por de trás dos fios longos e grossos de seus cílios — Você teve essa sorte e eu a invejo por isso. — segredou em um suspiro.

Brincar de casinha, ter um homem para dizer que era seu, amar e ser amada, tudo fazia parte de uma conto de fadas. E Pandora sabia muito bem que a sua história acabaria a qualquer momento, com a bela adormecida acordada e o príncipe retornando para o amor verdadeiro. A dor dolorosa por ser a bruxa dessa estória afogava-a em um mar de mágoas, decepções e tristeza. Conseguiria assistir o seu final feliz pertencer a outra?

Acredito que disse tudo Ella, deixou em suas mãos o que fará com essas informações e quais atitudes tomar. — que fique agora com a gincana e suas alternativas. Já teve a oportunidade de ver as consequências de ações semelhantes a que tomara, sabia exatamente o fim daquilo.

Não era possível ser completamente feliz.

Não era possível manter duas pessoas que participaram de uma mentira.

Uma seria excluída e a outra preservada.

Pandora seria aquela que perderia tudo.
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Mensagem por Antonella Rose Scarpanni Sex 8 Dez - 3:30:46

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Cada palavra proferida pela outra agente era se o coração de Antonella acabasse por fragmentar-se ainda mais. Queria pedir para que Panda não revelasse toda a história que se desenrolou nos anos anteriores àquele encontro. Não ter a confirmação de todo aquele drama tornava parte da dor mais fácil de lidar e esquecer. O perigo de sua profissão era tão real quanto o ar que respirava mais calmamente agora, ainda mais quando Alphonso também possuía carreira policial, tão arriscada quanto a dele. O futuro se tornava mais incerto do que já era. Foi impossível conter o sorriso irônico que surgiu nos lábios da loura. “Sorte”. A palavra reverberou em sua mente por inúmeras vezes; sorte era tudo o que desfrutava nessa fase de sua vida. Sua desventura iniciou segundo após abrir os olhos naquele hospital.

Outra vez recebia respostas atravessadas e informações que não lhe ajudavam em nada a chegar a uma conclusão. O peso do copo em sua mão era nulo, já que não possuía uma gota sequer do maravilhoso café; o que também era um indicativo para que aquela tortura revestida de reencontro chegasse ao fim. Por quanto tempo ainda todos sustentariam aquela trama emaranhada de mentiras? Antonella temia ser a primeira a arrebentar os fios que a seguravam junto da lucidez e calmaria. — Tudo tem seu tempo, certo? — A pergunta era retórica, se assemelhava mais a um pensamento inconcluso do que a uma pergunta.

E por falar nele, já tomei muito o seu tempo. — Como distração, se obrigou a checar o relógio em seu pulso, verificando que o tempo havia passo mais arrastado e lento do que jamais imaginou que poderia. — A documentação será providenciada e o quanto antes estaremos juntas novamente. — Mas nada seria como antigamente. Tal pensamento fez o sorriso quase alegre se desfalecer e vacilou ao tentar sorrir novamente. — Deveríamos marcar um jantar, que tal? — Então agora seria assim? A sensação era a de que Pandora não era mais do que uma velha conhecida, como as garotas do tempo de colégio que ela encontrava nas ruas antigamente. Marcar um chá, uma visita ou um jantar. Uma promessa vazia de um encontro que jamais se realizaria.

Mas ela e panda… era para ser pra sempre. A dupla imbatível e inseparável que tanto orgulhava Spencer. Não queria que ela fosse só mais um contato em sua lista, uma lembrança dos tempos bons que sempre sumiria quando Antonella relembrasse o drama que viviam. Precisava de ar. Precisava de um bom tempo dormindo, apesar dos anos inconsciente. Tinha tanto a assimilar e agora não havia quem lhe guiar, ou sequer segurar em sua mão. Todos estavam tão distantes, como se em um universo paralelo ao que ela se encontrava. Nunca foi tão difícil se despedir de Pandora, mas naquele momento, o peso de tantas farsas e mentiras arquitetadas pesavam sobre sua mente, seu coração.

Vou mantê-la informada sobre tudo. — O beijo delicado sobre o topo da cabeça da melhor amiga ao se despedir, e o abraço quase tão apertado quanto seu coração naquele momento foram a forma de dizer que talvez ainda houvesse uma chance para elas. Alguém sairia em pedaços daquilo. Mas para alguém totalmente destruída, como Antonella, tal possibilidade não parecia tão trágica.
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