[RP FECHADA] Half of my heart is in Havana ♪

— Havana, ooh na na, Half of my heart is in Havana ♪ — Lola não se continha ao cantar junto de Camila Cabello a parte que mais adorava na música. Não tinha culpa se aquilo a animava, assim como o ritmo da canção que já havia decorado. Tentava ignorar o olhar mortal de Ramona sobre sua figura. Quem tinha a coragem de fazer uma cara tão mal humorada para um anjo como ela? Tudo bem, Dolores até entendia. A outra parecia estressada pela combinação de fatores;  1º: o trânsito mais lento que o normal em plena quarta-feira de noite, 2º: uma Lola cantando sem vergonha alguma a música alta e 3º: os lindos pezinhos sobre o painel do carro com a maior folga do mundo.

Mas toda a raiva se extinguia quando a lembrança da irmã mais nova, a vaca da Pandora, vinha a ser o assunto da conversa. Depois de tantos anos ela havia resolvido voltar e Lola queria abraçar aquela criatura até esmagá-la de tanto amor. Mas também queria esganar essa vadia por ter as abandonado;  não foi fácil conviver apenas com Ramona e sua falta de sexo. Porra. Isso tudo a remetia aos tempos de colégio, nos tempos antigos, em que as três se uniam para aprontar alguma coisa ou viver uma aventura. Como a irmã do meio, seu papel principal na família é manter o caos e a ordem em perfeito equilíbrio. O problema é que.. Lola não é a pessoa mais indicada a isso.

Quem não ama um pouco de caos?

Eram como as três mosqueteiras. Jamais separadas.. ah não ser quando Pandora decidiu que era hora de as deixar... Para sua completa sorte, a bruxa da chefe sentiu no coração em liberar Lola mais cedo hoje. Era nesses momentos em que ela acreditava que a Dragoa possuía um coração. Nada nunca estava bom, seu dia nunca é perfeito enquanto ela não fazia alguém chorar. Mas tudo bem, não estava aqui para reclamar da nada feliz e amigável de sua chefinha. Estava para reclamar da lerdeza de Ramona para encontrar uma vaga. Como uma reles passageira, seu serviço era apenas ficar feliz só com o fato dela não a atropelar ou a jogar para fora do veículo em movimento. E Lola até tinha êxito nisso na maioria das vezes.

— Ali, aquela vaca vai deixar a vaga livre assim que terminar de enfiar a mala no.. — Se calou. Como uma moça educada, não estava em seu jeito de ser fofo e doce mandar as pessoas enfiarem coisas em lugares inapropriados. A não ser quando algum pendejo não usava a seta ao mudar de pista. É quase um favor à humanidade quando ela os manda enfiar o sinal naquele lugar.

Mais complicado do que se conter para não xingar as pessoas no trânsito é fazer Ramona andar mais depressa. Em algum momento entre seus passeios ao zoológico quando pequenas, Lola tinha certeza que os pais havia trocado Ramona uma tartaruga e ninguém jamais percebeu. Não há criaturinha mais lenta que ela nessa Terra.

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— My heart is in Havana, ooh na na ♪ — Cantarolar essa música é permitido, certo? Para sua sorte Ramona não poderia pular em seu pescoço em local público, então continuou a importunar enquanto aguardavam pela demônia também conhecida como Pandora. O painel de informações acerca dos vôos parecia querer tirar-lhe a paciência, informando que faltava pouco para o vôo chegar.

O quanto cinco anos poderia mudar as pessoas? Afinal, ainda eram elas, as não-tão-inseparáveis mosqueteiras, certo? O tempo separadas acabou aproximando Lola ainda mais de Ramona e mesmo que tivesse quase sempre notícias de Panda... não era a mesma coisa. E esse sentimento estranho misturado com o café horrível da cantina da revista a fazia tentar pensar que sua irmã retornaria sendo a mesma pessoa. Nossa Panda.

Podem a julgar, não ligaria, mas era quase como uma criança a mais, praticamente grudada na vidraça do aeroporto, observando as aeronaves decolarem e esperando o voo de Pandora pousar. Quando avistou as luzes ao longe, se destacando no céu escuro, pouco faltou saltitar, mas se conteve diante da possibilidade de receber uma bela repreensão por parte da mais velha.

— Vem, ela tá chegando!!! — Saiu puxando a irmã mais velha pela mão sem nem lhe dar a chance de pensar. Ela que a matasse depois, primeiro queria poder abraçar Pandora e matar essa saudade maldita que estava a matando.

Sentir o seu abraço era como ter a certeza que mal algum poderia recair sobre a pessoa mais linda desse mundo, Lola. — ¡Pensé que no volvería más! — Seus braços quase sufocaram a irmã ao apertá-la com tanta força. Sem nem pensar, arrastou Ramona para aquele momento super fofo entre irmãs bem em meio ao saguão do aeroporto.

— ¡No te imaginas cuánto sentí tu falta! — Apertou a face de Pandora entre suas mãos, quase arrancando as bochechas rosadas. Lembrava com perfeição do dia em que a desnaturada havia decidido juntar suas tralhas e saiu pelo mundo.

— Um ou dois corações se quebraram pelo caminho, mas o meu continua intacto. — A gargalhada divertida acompanhou a frase sem remorso algum. E viu a mais velha revirar os olhos diante da risada maléfica que encaixou-se com perfeição junto da frase. Como castigo, foi a encarregada de puxar a mala de Pandora até o carro. Mal havia voltado e já estavam fazendo-a de escrava.

Pendeja.

— Mas, nos conte como foi de viagem? Onde você estava, afinal? — A curiosidade surgiu ao ver que o semblante da irmã não indicava que havia sido um tempo fácil. — E eu tenho cara de quem vai tomar café essas horas, Pandora? — Questionou como se fosse uma ofensa pessoal a sugestão dada pela outra. E logo cruzou os braços, demonstrando sua reprovação quanto ao tedioso programa proposto por Pandora.

— Nada disso! Vamos beber uísque e festejar o seu retorno! — Empurrou Ramona com o ombro ao indicar para que acatasse sua ideia. E não arredaria o pé daquele lugar sem ter sua vontade acatada. — Ah, qual é! Temos que comemorar a volta da nossa panda! — Passou os braços ao redor dos ombros da irmã citada, a puxando para si com força.