[RP FECHADA/FLASHBACK] No pido que todos los días sean de sol

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Mensagem por Nora Pascal Sainz-Vergara Dom 10 Dez - 17:29:20

No pido que todos los dias sean de sol
Essa RP se passa em Barcelona, Espanha, cerca de sete anos atrás, época em que Nora rompera qualquer ligação com a família. Trata-se de uma RP solo, escrita por Nora Pascal Sainz-Vergara sem a participação de terceiros.
25º
Barcelona, Spain
Nora Pascal Sainz-Vergara
Nora Pascal Sainz-Vergara
CEO da Chilean Force Inc.


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[RP FECHADA/FLASHBACK] No pido que todos los días sean de sol Empty Re: [RP FECHADA/FLASHBACK] No pido que todos los días sean de sol

Mensagem por Nora Pascal Sainz-Vergara Dom 10 Dez - 18:37:42





No puedo pedir que el invierno perdone a un rosal. No puedo pedir a los olmos que entreguen peras. No puedo pedirle lo eterno a un simple mortal, y andar arrojando a los cerdos miles de perlas. No pido que todos los viernes sean de fiesta. Tampoco te pido que vuelvas rogando perdón, si lloras con dos ojos secos
Mí amor, No pido que todos los días sean de sol

O cheiro putrefato já começava a perturbar seus sentidos. Ou talvez fossem só os comprimidos coloridos que Max lhe dera. Perdera a noção dos dias naquele galpão, mas não perdera a conta das drogas que ingeria. Certas ironias eram tão doloridas. Não era sequer a sombra da jovem que deixara da casa dos pais. Nos primeiros dias julgara-se mais feliz, mas naquele momento só estava mais magra. Magra e encrencada.

O "namorado" havia saído duas horas atrás e trancado a porta. Nora contava até quinze uma e outra vez, esperando por ele. Quinze sempre fora seu número preferido. Quando chegou a Barcelona, pensou em tatuar o número em algum lugar de seu corpo, só para ver a reação do pai quando voltasse pra casa. Não havia feito a tatuagem, nem voltado pra América.

Enquanto contava, repassava o discurso de Max ao sair. Ele precisava ver um amigo chamado Carlos, nos arredores da Cidade Velha, em La Rambla. Carlos poderia conseguir passagem segura até Valência, e de lá até Gênova, onde outro amigo esperaria por eles.Max precisava sair da Espanha por um tempo, e levaria Nora com ele. Ela era "sua menina", afinal.

Estava disposta a segui-lo, é claro. Seguira Max até ali, não lhe custava nada trocar de país em algum avião clandestino. Haviam vivido momentos intensos na companhia um do outro, embora o cenário atual não fosse dos melhores. O galpão no qual se escondiam era úmido e isolado, e apesar da sensação de que estava prestes a desabar, os primeiros dias ali com Max haviam sido emocionantes. O conhecera em um bar de alta classe, onde o espanhol repassava a cocaína que recebia através de Portugal. Inevitavelmente, se encantou por seus olhos amendoados e voz rouca, e agarrou sua mão sem pensar duas vezes.

Se a paixão era recíproca, não era fácil dizer. Certo era que no início, Max se apaixonara pelas roupas caras que Nora usava e pelo luxuoso quarto de hotel que ocupava. Pensou em pedir um resgate por ela, já que como herdeira da poderosa Chilean Force, poderia lhe render sua aposentadoria. Mas acabou por se afeiçoar aos seus beijos e bom humor, fazendo dela uma de suas princesas.

No galpão, esperando por ele, seus ouvidos começavam a traí-la. Sabia que estavam longe da cidade, e ainda assim ouvia algo muito parecido com um trem. Mesmo tendo sido alertada sobre ficar longe das janelas, tapou os ouvidos com as mãos espalmadas e foi até o buraco parcialmente bloqueado por tapumes. Seus olhos estavam úmidos e alertas, e apesar da poeira lá fora, pode ver um carro estacionando. O ocupante abriu a porta com violência, e mesmo de longe Nora percebeu que não se tratava de Max.

Era Alberto, amigo de Max e filho de um político importante de quem Nora não conseguia lembrar o nome. Era também um cliente de Max, embora não parecesse. Enquanto cruzava o terreno abandonado até a porta do galpão, o contraste entre o lugar decrépito e o terno caro que Alberto usava ficava evidente. Nora, alarmada, se afastou da janela. Nem mesmo o amigo deveria saber que estavam ali. Procurou ficar em silêncio, mas Alberto não esperou qualquer sinal para abrir a porta. Quase desorientada, Nora sentou-se junto à parede, abraçando os joelhos.

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Mensagem por Nora Pascal Sainz-Vergara Sáb 16 Dez - 14:48:07





No puedo pedir que el invierno perdone a un rosal. No puedo pedir a los olmos que entreguen peras. No puedo pedirle lo eterno a un simple mortal, y andar arrojando a los cerdos miles de perlas. No pido que todos los viernes sean de fiesta. Tampoco te pido que vuelvas rogando perdón, si lloras con dos ojos secos
Mí amor, No pido que todos los días sean de sol

Nora nunca fora boa com orações, e em seu estado atual, duvidava que isso fosse fazer diferença. Quando Alberto finalmente abriu a porta do galpão, produzindo um ruído estrondoso ao forçar o metal enferrujado, o lugar ficou estranhamente quieto. Ele não disse nada, apenas olhou ao redor com o rosto carregado de algo muito semelhante a pena. Seu sapato social caro começou a esmagar lixo e cacos de tijolos espalhados pelo chão, e Nora finalmente teve coragem de erguer os olhos.

Ela estava péssima. Esse foi o primeiro pensamento de Alberto. Era extremamente alegre, inteligente e bela, mas agora só estava péssima e assustada. Com um suspiro cansado, o homem baixou os braços o suficiente para alcançar os de Nora e erguê-la como uma boneca, sem grande esforço. - Precisa sair daqui. Está me ouvido, Lenora? Precisa sair daqui. - Disse ele, com paciência, em um espanhol tão perfeito que quase a fez chorar. Ao invés disso, ela baixou os olhos.

- Não posso, Alberto. Estou esperando por Max. Você não...não devia estar aqui. - Disse ela, feliz por conseguir juntar as palavras. Sua cabeça girava, mas conseguia focar o rosto do homem vez ou outra. Ele estava sério, mais sério do que fora em todos os seus encontros anteriores. Alberto tinha a sua idade ou menos, era um grande herdeiro como ela, mas quando não andava com traficantes, era o filho ideal. Ele continuou paciente, deixando que um ruga de preocupação se formasse em sua testa. - Ele não virá. O avião que levaria vocês a Valência partiu há duas horas e Max estava nele. - Disse, afastando-se dela quando teve certeza de que ela não cairia.

Com a visão turva pelos comprimidos e pela confusão gerada pelas palavras do recém-chegado, Nora viu Alberto atravessar o galpão para alcançar a mochila surrada onde se encontravam os poucos pertencer que ela guardava consigo. Não passavam de poucas mudas de roupas, um pente, chinelos e, por milagre, seus documentos. Max não partiria sem ela. Ele não poderia deixá-la para trás. - Pare! Solte minhas coisas! Pare de mentir! Onde está Max? Oque fez com ele? - Vociferou, sem forças para responder fisicamente.

Alberto se limitou a fechar os olhos e balançar a cabeça negativamente, se adiantando na direção dela, movimento ao qual Nora respondeu se debatendo. - Você não está bem. Por favor. Precisa ficar sóbria antes dessa conversa. - Mas não seria tão fácil assim. Ela não iria com ele nem com ninguém. Havia prometido esperar ali por Max até que fosse seguro finalmente partir. Antes que ele pudesse envolver seus pulsos, Nora obrigou suas pernas a se funcionarem. Não tinha nenhum plano, mas sabia que seria mais fácil evitá-lo em uma área aberta. Inicialmente, Alberto não se deu ao trabalho de correr atrás dela, mas quando ouviu a porta de seu carro bater, se alarmou.

Nora era uma motorista terrível em dias comuns, e sob o efeito de remédios, ficava pior ainda. Mas o Volvo de Alberto era luxuoso ao ponto de ser pilotável até por um bebê. Sem saber ao certo quando começara a chorar, Nora ligou o veículo, ao mesmo tempo em que Alberto alcançava o vidro do motorista e batia nele com as mãos espalmadas. Suas palavras eram soavam indistintas, e Nora não fez qualquer esforço para compreendê-las. Arrancou com carro, por pouco não batendo em um velho tambor de óleo.

Precisava encontrar Max e dizer a ele que os planos de viagem deveriam ser adiantados. Viu-se então em uma estrada de terra, raras em Barcelona, sem saber ao certo que rumo seguir. Não poderia chegar a uma parte movimentada da cidade, mas precisava passar pelo centro para conseguir localizar o velho apartamento de Max, onde ele provavelmente estaria. Ficou com receio de que ele fosse se enfurecer ao vê-la. Deveria ficar no galpão. Esse era o combinado. Mas oque teria feito com Alberto?

Com boa parte dos sentidos entorpecidos, não foi capaz de perceber que a velocidade do carro aumentava de forma considerável. Seus membros não acompanhavam seu cérebro, que por sua vez estava ocupado demais sentindo medo, raiva e indecisão. Alcançou uma via asfaltada, que ligava os bairros de La Nuña e Cortez, que por sorte estava deserta. Contudo, graças à sua imperícia, alta velocidade e uma elevação na estrada, Nora perdeu o controle do carro. Os segundos seguintes foram uma confusão sem precedentes. Tudo de que conseguiria se lembrar no futuro seria dos próprios gritos. Gritos ensurdecedores.

Felizmente, o carro de Alberto possuía uma blindagem invejável, razão pela qual não foi arremessada para fora do veículo quando este capotou uma e outra vez, parando bem no meio da estrada, com as quatro rodas pra cima. Nora não saberia ao certo quanto tempo permaneceu gritando após o capotamento. Segundos? Minutos? Fato é que quando finalmente conseguiu se calar, outro carro parava no acostamento.

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Mensagem por Nora Pascal Sainz-Vergara Sáb 6 Jan - 17:58:47





No puedo pedir que el invierno perdone a un rosal. No puedo pedir a los olmos que entreguen peras. No puedo pedirle lo eterno a un simple mortal, y andar arrojando a los cerdos miles de perlas. No pido que todos los viernes sean de fiesta. Tampoco te pido que vuelvas rogando perdón, si lloras con dos ojos secos
Mí amor, No pido que todos los días sean de sol

A cabeça de Nora girava uma e outra vez, e pelo lado esquerdo escorria um filete de sangue, quente e inoportuno. Todo o seu corpo doía, e por não estar usando cinto durante o acidente, encontrava-se estirada junto ao teto do carro capotado, tentando se erguer com grande sacrifício. Certamente tinha quebrado alguma coisa da cintura para baixo, pois era capaz de assumir que não sentia mais seu joelho.

Arrastou-se até conseguir ver através da janela do carro, cuspindo o sangue que se acumulava em razão de um corte na boca que Nora mal sentia. Do lado de fora, um homem de não mais que vinte e quatro anos se aproximava com passos apressados. Vestia um terno claro, que aparentava não lhe caber da mesma forma. Tinha emagrecido nos últimos meses, e as olheiras abaixo dos olhos castanhos quase o deixava com um aspecto doente. Ainda assim, tratava-se de um homem muito bonito.

Era Fernando, irmão mais velho de Nora. Ao vê-lo através do vidro escuro e arranhado, a mulher sentiu um misto de medo, alegria e vergonha. Quis gritar, mas a voz simplesmente não saía. Sua mente estava acelerada demais para tentar encontrar uma explicação para a presença do irmão ali, mas em circunstâncias normais, teria sido fácil ligá-lo aos propósitos de Alberto. Fernando tentou abrir a porta por fora, sem sucesso. Nora se arrastou até a trava interna e pendurou-se nela o suficiente para ouvir um click e abri-la. Não sabia ao certo se seria capaz de olhar o irmão mais velho nos olhos, mas sabia que não conseguiria se manter no carro pra sempre.

Muito zeloso, Fernando abaixou-se para envolver a irmã nos braços. - Não. Nando, não. Eu...me perdoa, me perdoa. - Resmungou, tentado evitar que ele movesse sua perna machucada. - Eu mereço...sei que mereço. - Continuou. Fernando suspirou antes de pousar um beijo sobre a testa da irmã. Guardaria seus sermões para quando voltassem à América. Naquele momento, ele  era o irmão preocupado que havia nascido para ser. - Diga-me onde dói, Nora. - Pediu. Tudo doía, o coração, a mente e o corpo, e não lhe restava nada além de chorar por cada um deles.

- Minha perna. Eu não consigo mover minha perna. - Conseguiu verbalizar. Fernando se afastou o suficiente para alcançar o celular no bolso interno de seu casaco, e em poucos segundos, com um espanhol perfeito, chamou por uma ambulância. Quando desligou, sentou-se ao lado da irmã, que arrastou-se o suficiente para apoiar a cabeça em seu colo. Pela primeira vez em muitos meses, Nora sentia-se em casa, embora a dor física quase lhe roubasse a consciência. Agradecida pelo silêncio do irmão, chorou copiosamente até que o socorro chegasse, e agarrada à mão de Fernando, partiu dali.

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