[rp fechada] he knows how to get me

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Mensagem por Sam Venwil Zadaward Dom 7 Jul - 20:46:56

Relembrando a primeira mensagem :

to do about anything
Com o intuito passional de compartilhar a compra de sua nova propriedade com Samantha, Ryan não perdia por esperar as situações cômicas que poderiam surgir com o novo encontro. Fora da cidade, a advogada mal podia inibir a expressão carrancuda, completamente desgostosa com a quinquilharia desordenada, mato para todos os lados e a poeira erguida espalhada conforme o vento a empurrava para lá e para cá.
xx Manhã de sábado
xx 24º
xx @Ryan H. O'lvier
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Mensagem por Ryan H. O'lvier Ter 30 Jul - 19:36:36

Kill me softly baby
with your kiss Come on be as cruel as you can be, ya baby put the hurt on me
Houston, we have a problem.; podia ouvir uníssono o som do chiado do rádio momentos antes de anunciar a catástrofe. Samantha ia para um lado depois de expressar seu mais que nítido descontentamento, do outro havia um celeiro com uma vaca prenha e caipiras em sua rotina. Ok, o mar de dúvida era real e estava com ondas que nem surfistas ousavam pegar. Todas as temporadas de Survivor que viu quando quebrou a perna não o prepararam para esse momento, para a contenção de danos. Ryan se viu diante de um momento que precisaria fazer uma escolha e, modéstia a parte, não era uma escolha difícil.

Retirou o celular do bolso e jogou para a criança, que o pegou sem grandes dificuldades. Falou muito mal a frase "Ligue para o veterinário" antes de olhar para o lado oposto e ver a figura da inglesa andando para sabe-se lá aonde. Deu um trote ágil para poder alcansá-la o mais rápido possível e pareou seus passos com os dela. Num balanço geral muito trabalho era tudo que conseguia pensar. Muito trabalho para lidar com a propriedade, muito trabalho para lidar com o caseiro e sua família e, agora, muito trabalho para lidar com o fato de a primeira impressão que Samantha teria do lugar parecia ter ido por água abaixo. Seria uma longa jornada em fazer tudo dar certo, mas a princípio precisava contornar aquela situação.

Samantha, Samantha... – chamou-a enquanto a alcansava. – Tá resolvido já, vamos sair daqui. Eu posso cuidar das coisas depois, vamos aproveitar o dia, esse era o plano.

Não havia sorriso fácil que pudesse usar, ou frases de efeito ou qualquer outra coisa que fosse tiro e queda - péssima analogia por sinal. Só pôde ser sincero, torcer pelo melhor e aguardar por palavras mais ásperas ou que toda a raiva fosse liberada. Era melhor daquela maneira mesmo, quando nada era guardado e deixado de lado. Poucas vezes havia visto Samantha raivosa com algo, mas naquele ínfimo instante ele não conseguia entender o motivo daquilo, talvez porque tivesse visto a confusão de outra maneira ou sabe-se lá qual interpretação controversa possa ter tido da "vida campestre".

Colocaria-se a frente dela, só para que estancasse seus passos, preferia resolver aquilo ali, ouvir o que tivesse que ouvir e tudo mais. Intimamente, havia ficado numa encruzilhada, que roubaria seus pensamentos num futuro próximo. No momento, haviam situações mais urgentes.
Ryan H. O'lvier
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Mensagem por Sam Venwil Zadaward Qua 31 Jul - 13:33:25

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
Fomentando inúmeras maneiras de estraçalhar os órgãos de Ryan, a advogada se distanciava cada vez mais da propriedade e todo o circo estabelecido dentro dela. A poeira da estrada subia naturalmente, encontrando de pouco em pouco as vias nasais de uma alérgica enraivecida que teria mais um trabalho pela noite; cuidar da própria saúde. Seus olhos estavam focados em buscar o próximo ser humano e oferecê-lo uma gorda recompensa para levá-la embora, quando a figura da última pessoa que queria ver se estagnou bem a sua frente. Um sorriso debochado se estabeleceu nos lábios da britânica. — Ah, eu vou aproveitar o restante do dia. Ande, me leve embora daqui. — Em seus planos, Ryan não estava incluso. Perderia boas horas num banho de banheira para se livrar de todas as partículas daquele maldito terreno e tentar amenizar os efeitos da poeira, que teriam o reforço das pílulas para prevenção a crise.

Nenhuma palavra seria vociferada por todo o caminho de volta, tendo a mulher se decidido a não pôr soluções no meio da tempestade. Ele tinha provocado aquilo ao levá-la para um ambiente em que por vezes a ouvira dizer que não se adaptava ou fazia questão de frequentar. Assim como o respeitava perante suas escolhas pessoais, esperava o mínimo vindo de Ryan, e quase sempre era assim. Exceto pelas vezes em que seu cérebro parecia ter sido alterado para um monte de merda. — Não quero ligações com essa propriedade. Faça o que for preciso pra me deixar o mais longe, e caso tente outra coisa parecida, é o fim da linha pra isso. — Com o indicador, fez um gesto de ida e volta no espaço entre os corpos. Não precisava jogar na cara que jamais o fizera frequentar um lugar que desgostasse ou o forçara a permanecer num lugar por puro status, como foi o caso de seu trabalho abandonado para seguir uma carreira que nem mesmo sabia se ia dar certo.

Quando entrassem no carro, pegaria o próprio celular para aguardar a aparição do sinal e alertar a governanta que estava retornando e não tinha planos de sair. E pensar que poderia enxergar um vislumbre de um domingo em família dentro daquela maldita casa. Só podia estar ficando louca.  


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Mensagem por Ryan H. O'lvier Qui 1 Ago - 22:53:01

Kill me softly baby
with your kiss Come on be as cruel as you can be, ya baby put the hurt on me
Não havia algo propriamente dito ou estratégia arrebatadora que ele pudesse pensar ou usar agora para contornar a situação. O fato livre e consumado era que Ryan sempre considerou aquela possibilidade, não de quase levar um tiro, perseguir um coiote e tudo mais, mas de que Samantha iria detestar o local. Porém, o ser humano é um animal esperançoso, se preparar para o pior torcendo para o melhor é pura filosofia barata de quem não quer lidar com as próprias expectativas. Mesmo que ele soubesse que daria um tiro ao escuro, no primeiro e ínfimo lampejo de que as coisas poderiam dar certo todo o seu preparo para a situação corrosiva foi por água abaixo, tal como qualquer afinidade que a namorada pudesse ter com o rancho. Deu o seu melhor na busca de criar uma surpresa agradável, mas no fim das contas a vida é a própria surpresa cheia em si mesma de alternativas e falhas completamente cabíveis.

Sim madame. – respondeu em afirmação breve após um longo suspiro. Havia um copo de abatimento tingido nos olhos azuis sem brilho, na mistura homogênea em seu semblante, convergindo para algo até engraçado.

Um longo suspiro escapou de sua boca enquanto os passos voltaram-se para o Ford. Mirou o céu azul num vislumbre do devaneio mais puro que poderia ter ali e, imaginar Samantha ausente dele era como o céu de agora, limpo, belo, mas pouco vívido. No fundo queria não escolher, porque sabia que a escolha seria ela, e agradecia por não ter e enfrentar o dilema.

O positivismo de Ryan tomou conta na breve caminhada ao veículo, mas antes que pudesse fechar a porta deparou-se com a criança de antes, mirando-o com com o ar infantil e inocente enquanto estendia a pequena mãozinha repleta de calos para entregar-lhe o aparelho telefônico. Um silêncio um tanto quanto desconfortável tomou nota enquanto pegava o celular e, ele esforçou-se um bocado para soltar o melhor sorriso que pudesse dada à situação. Todavia quando girou a chave o ronco do motor foi incapaz de abafar o som da voz fina de sotaque acentuado.

- A moça não gostou, né?

Estarrecido por a percepção infantil, Ryan demorou um pouco para responder. Voltou os olhos para a namorada e depois para o infante e realizou que não poderia dizer nenhuma mentira doce naquele momento. Bem, sinceridade mesmo que dura e inconveniente sempre diminuía os estragos, sempre era melhor.

É... – falou comprimindo os lábios e arqueando as sobrancelhas enquanto movia a cabeça em asserção.

- Foi algo que nós fizemos? - indagou.

Imaginou uma última cartada, talvez se Samantha fosse tocada pela inocência infantil num abraço e despedida melódicos algo mudasse na experiência. Contudo, preferiu não agir como diabo e colocar nenhum dos dois naquela situação. Sensatez Ryan, repetiu para si mesmo, abrindo o sorriso novamente.

Talvez, mas o que for pra ser será. Cuide das coisas pra mim, ok? O veterinário deve chegar já já. – despediu-se finalmente trocando a marcha e partindo com o veículo.

Estranhamente ele não ligou o rádio, parte tradicional de seu costume quando pegava o volante. Não fez gracinhas, apesar da vontade de falar qualquer coisa ambígua ou piada para amenizar a situação. A verdade é que não podia deixar de olhá-la de soslaio, mesmo que estivesse emburrada e consumindo-se de vontade de fazer o carro passar por cima dele acidentalmente umas cinquenta vezes.

Na estrada o ar em volta de Ryan foi mudando aos poucos, não demorou para processar as coisas e o simples fato de estar na estrada implicava certo efeito nele. Era um sujeito simples, talvez apenas com algumas ideias impulsivas e que bebia um pouco além da conta, nada diferente da maior parte dos norte-americanos da sua idade e envolvidos no mundo da música.

Sem mais a expressão de cão arrependido, mas embebido em certa lucidez misturada com otimismo enfim achou palavras no que parecia ser um poço seco e lacrado. Talvez o lado musical tivesse certo valor pra aquilo, ou talvez não e só tivesse deixado as palavras saírem de seu âmago. Tocou a perna dela próximo ao joelho com certa preocupação que pudesse estar a beira de um ataque alérgico ou coisa do tipo.

Você está bem? Digo, dada a situação... – encarou-a brevemente até voltar o olhar para a estrada que erguia-se à sua frente. O vento sacudia levemente os fios loiros e finos, afagando o rosto mesmo que pela pequena fresta entre veículo e vidro. Ao fim da resposta continuaria. – Sinto muito pela forma que as coisas aconteceram, queria que tivesse gostado, mas não vou inventar de tirar um cervo da cartola de novo. Pelo menos você se dispôs a ir até lá e isso já significou muito pra mim, apesar do faroeste que aconteceu. Mas, sabe, faz um tempo que a gente não aproveita juntos, 'ce' ta sempre em reunião ou viajando e eu entrei numa banda agora que tá realmente acabando comigo apesar da diversão. Então, tá um dia bonito pra caramba, vamos aproveitar. Carpe Diem.
Ryan H. O'lvier
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Mensagem por Sam Venwil Zadaward Dom 18 Ago - 22:32:46

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
Os olhos da britânica estabeleceram uma conexão distante com todo aquele mundo caboclo de equinos guiados por uma criança, idosos portando armas de caça capazes de ameaçar o bem estar de qualquer ser vivo próximo - ou distante - além de toda a poeira levantada, da bala cortando o ar e ricocheteando e a força da criatura selvagem que movera todo o cenário repentinamente. Mal podia acreditar que tinha sido envolvida naquilo tudo. Se tinha algo que realmente odiava, era o de ser colocada em risco. Era a melhor profissional de sua área, com premiações globais ostentadas na estante de troféus na própria residência, nas bases governamentais e no núcleo de todos os princípios de direito reconhecidos não só nos Estados Unidos, como por toda a Europa em conjunto: A Ordem.

Nunca em sua vida tinha se colocado em risco, mesmo sendo praticante de um serviço que pudera lhe acarretar em problemas estrondosos por causa de um descuido. Por que permitiria que qualquer outra pessoa fizesse aquilo? O incômodo nas vias nasais - que ardiam - era o menor dos problemas daquele instante. Samantha mal conseguia olhar para frente, visto a probabilidade de ter qualquer resquício de visão de Ryan. Toda a sua boa vontade e espírito de boa samaritana havia se esvaído no exato momento em que o namorado - ou ex? - ousara trocar o sexo por uma caça estúpida, unida ao olhar lhe destinado ao anúncio de uma vaca parindo. Reconhecia seus estímulos e características de um homem boa praça, generoso e gentil, mas de forma alguma esperava por uma atitude parecida com aquela. Não o respondeu inicialmente, aguardando pelo final de seu monólogo para cortá-lo com um olhar impiedoso.

O cantor conhecia cada mínima limitação, irritação e atitudes que causavam aquela postura em resposta. Sabia com o que estava lidando e se não tivesse a culpa orbitando suas hipóteses e pensamentos, deveria começar a pensar nisso. — Até onde sei, me esforço o suficiente para te dar bastante tempo. Nenhum segundo é gasto num ambiente asqueroso ou que vá te causar qualquer aversão, o que parece não estar sendo suficiente. — A dureza estava presente em cada letra pronunciada com o característico sotaque europeu.  Aquilo deveria servir como resposta ao modo em como ele tinha se referido ao não fazerem nada juntos há algum tempo. Apesar de estar com a cabeça fervilhando, a Zadaward tinha em mente que talvez aquilo evidenciasse coisas que sempre estiveram bem na sua cara o tempo todo.

Era difícil de imaginar uma vida sem a presença de Ryan alegrando suas manhãs, elevando seus prazeres e abstraindo de si qualquer dor plantada pelas conturbações com Natasha, mas certos detalhes eram capazes de corromper o elo que o casal tinha construído. Ele tinha raízes simplistas, não escondia a paixão pelo estilo country original. Ela era uma mulher de classe, gostava do luxo. Jamais abriria mão de suas regalias conquistadas com a próprio esforço na escalada para o topo. — Talvez nós não vamos mais tão longe do que já passou. — Ryan poderia acompanhar a mudança do clima, lento, como se a pior das tempestades estivesse ali dentro. — É daquilo que você gosta. É o que nunca vou admitir ou me envolver. Nada será capaz de mudar isso nem para mim, nem para você. Tem a ver com a minha intolerância, com minha saúde, com incompatibilidade entre nós dois. — Mil espetos perfuravam a carcaça oca que era aquela mulher.

Nenhuma dor lhe consumia ao murmurar aquilo. Os açoites recebidos na relação anterior lhe proviam uma sensação de dormência quanto a dor. — Você pode me dizer o que quiser, mas é isso o que importa. Quem você é, quem eu sou. Podemos ignorar muitas coisas, lidar com outras, mas e isso? Insistir só vai causar mais…… — Nem terminou. Desviou os olhos com a pigmentação mais verdes do que em qualquer outro dia para a estrada logo a frente. Não conseguia ver nada além de um caminho que parecia não ter fim. Ainda naquele dia tinha se declarado, expressado o sentimento verdadeiro que o próprio Ryan tinha conquistado. Um sentimento que, para Samantha e quem a conhecia, parecia ser impossível de existir nela. Agora, estava na beira de um precipício.

Só queria chegar logo em casa, tomar um banho longo, quente e desabar na cama. Se nocautear com os remédios para a alergia não parecia ser uma má ideia, visto que os próximos dois dias seriam completamente seus. Sem trabalho, sem compromissos. — Não tem mais o que aproveitar. — Não só a boca de Sam fora silenciada. Seu cérebro rompia as ligações com o coração e todos os preâmbulos que podia ter para uma pessoa envolvida num relacionamento. Não aguentava mais uma tentativa que lhe parecia a melhor de todas falhar no caminho.  Imóvel, conteve a vontade inquietante de derrubar as lágrimas que lubrificavam seus globos oculares, mantendo-os longe da vista dele. Agora tinha um motivo diferente para não querer vê-lo.

Aquilo sim doía. Doía ter que olhá-lo por uma última vez. O talvez começava a se concretizar em dias solitários dali em diante. Nada com o que já não era acostumada. O que diferia de outras épocas e tentativas, no entanto, era o decreto de que Ryan seria o último da fila a coagir Samantha a demonstrar que era apta ao amor ou qualquer relação que não fosse profissional. O fim da linha para os dois significava o término da linhagem Zadaward na sua ramificação.


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Mensagem por Ryan H. O'lvier Dom 25 Ago - 22:00:13

Kill me softly baby
with your kiss Come on be as cruel as you can be, ya baby put the hurt on me
As palavras eram ásperas e duras. Preferiu evitar encará-la, porque não precisava que mais flechas fossem jogadas em sua direção com o olhar, não mais do que o verbo era. Engoliu a seco sentindo o gosto amargo da confusão que o mesmo tinha criado para sua vida. De relance alguns pensamentos fervilharam em sua mente, nem bons, nem ruins, só o que sua jornada até ali tinha garantido. Coisas que preferia esquecer, coisas que queria não lembrar. Era assim que terminava a história? Não sabia o que ela faria, mas talvez desabar numa cama rompendo o elo entre Eros e Psique que habita em seu âmago.

Perdeu-se por alguns momentos enquanto a estrada e a distância eram reduzidas. Será que ela ia voltar a encará-lo com os olhos da primeira vez que se viram? E vai mirá-lo olhando seus lábios sabendo que ele nem quer ir, como de quando estavam lá, naquele bar em pleno Happy Hour, fazendo fumaça e afundando-se em Bud Light e uísque com gelo. E quando ela veio, dando luz pra aquele seu mundo tão feio, sentido pra minha sem freio e sem farol, envolto em caracóis. Porra, por que ela precisa ser assim? Tão decidida a desistir quando surge qualquer obstáculo. Nem sequer pensou em ter um pouco de dó, paciência. Ele queria pensar que ela ia se arrepender e voltar atrás, jurando que ela não vai querer sair do seu lado depois que entender que lugar do passado é passado e que cicatrizes fazem parte. E que elas aumentam toda vez que alguém parte.

Isso não vai levar a lugar nenhum, não. Pra que a pose de que não ama ninguém? Porra, o sangue fervilhava num drama que preferia evitar, mas também não queria perder. A cidade mostrava-se à frente com a prenuncia da linha de chegada. E aí como seria? Quantas garrafas até decidir pegar o telefone e discar todos aqueles números? Por que decidir ligar no final das contas? Como é que larga essa miséria? Esse estado de refém e bandido num loop sem fim entre amar e temer. Porra, ele tava realmente incomodado e o carro atrás deles que surgiu buzinando descontroladamente não ajudava em nada.

Encostou o carro no acostamento, trocando gestos de ofensa com o adolescente que passou a toda velocidade dirigindo o porche. A olhou de relance e então voltou a desviar o olhar apoiando a cabeça no volante. Geralmente ele não era assim, tinha um bom humor quase zen, então considerava que talvez ela se surpreendesse um pouco com o palavrão que ele deixou escapar no tom do transtorno.

Respirou fundo. Considerou com todas as forças deixar isso pra lá. Mas era um roteiro ruim. O que ia acontecer? Deixá-la em casa, se arrepender de não ter dito nada, encontrar os amigos no bar e beber até andar torto e talvez dormir com a primeira garota cujos olhos brilhassem quando ele pegasse o violão. Um autêntico drama hollywoodiano que desprezava.

Me fala, o que tá de errado, por que você nem quer tentar. Sério, fiz uma escolha ruim, saiu do meu poder, mas quer saber, foda-se toda aquela história. Então me fala, porque não quer manter em suas mãos quem não tem olhos pra mais ninguém. – dizia enquanto ainda tinha a cabeça contra o volante. – Qual é o seu medo Samantha? Teve um relacionamento ruim, perdeu alguém, se arrependeu? Por que diabos você quer desistir no primeiro contratempo que surge entre a gente e dois tempos atrás tava dizendo que me amava. Quer correr pra solidão enquanto eu to aqui, sei lá, totalmente pra você?

Esticou a mão almejando tocá-la no rosto, tinha um misto de emoções densas demais no olhar para descrever. Um pouco de agonia refinada na confusão de cada palavra dita e não dita. Recolheria a mão se ela recusasse o toque, mas apoiaria entre o pescoço e o queixo se ela permitisse. Pedindo o olhar direto dela no dele.

Porque eu to aqui. Eu to realmente aqui, e eu quero você, e porra, como eu quero! Eu quero insistir e tentar enquanto isso entre nós for tão bom quanto é, e você sabe que é, porque se não fosse a gente nem tinha mantido contato depois do bar. Me escuta, se eu tiver que escolher entre você, fazenda, música e qualquer outra porra, eu escolho você. Sempre vai ser você. Porque nenhuma dessas outras coisas me faz tão bem quanto estar contigo. – poderia ter dito outra coisa, mas só deixou a boca expressar o que o coração sentia. A verdade é que ela deixou bem mais que um bilhete, era como um tiro certeiro, mesmo pra ele que achava tinha um colete.
Ryan H. O'lvier
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Mensagem por Sam Venwil Zadaward Seg 26 Ago - 20:19:20

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Por algum tempo, tudo com o que se importou foi o ar serpenteando os pulmões. A alergia começava a se infiltrar lentamente, ofertando uma trégua que poderia ser conveniente caso chegasse a tempo de se medicar. As têmporas martelavam dolorosamente e para a Zadaward as coisas já tinham um rumo certo. Mas, como suspeitava, teve o vislumbre de que algo se passava pela mente de Ryan. Algum gesto ou atitude que ele faria em sabe-se lá quando ou como. Quando aconteceu, permaneceu imóvel, atenta aos movimentos externos como se tentasse trazer a realidade para dentro da bolha que se inseriam. Para dentro da bolha criada onde somente ela era sobrevivente. Não ligou para os palavrões ou o que quer que estivesse acontecendo com o tráfego alheio, prendendo-se ao fato de que estava realmente necessitada de um momento consigo mesma.

Tudo estava passando da cota aceitável, de repente. Ryan estava muito próximo, suas palavras eram como um caminhão atropelando todo o discurso dado antes. Onde ele estivera por todo o tempo em que vociferou suas angústias? Não o responderia, não tinha aquela necessidade. As respostas foram dadas muito antes dele abrir a boca, e repetir tudo uma outra vez não estava em seus planos. Nunca estaria. — Você não vai virar isso para mim. — Foi tudo o que respondeu, dando-lhe o que merecia, sobrepondo a discrição de quem já tinha dito o suficiente. Samantha havia cansado de passar a vida se cercando com pessoas que sempre tinham escolhas. Escolhas para favorecer ou não o que quer que fosse vivido. Nenhuma delas tomava a iniciativa de fazer o certo de primeira. Sempre optavam por mergulhar no erro e tentar transformá-lo, quando tinham o poder de nem mesmo fazê-lo acontecer. Ryan, diferente do que tinha imaginado, tinha feito a mesma coisa. Tinha se tornado um igual.

O segundo erro estava bem ali, cogitado na pergunta sobre o seu passado. Logo ele, que tinha completa sabedoria acerca da abertura daquele tema. Nunca, nunca mesmo, Samantha o trouxera à tona. Não por medo, não por outro motivo que não fosse a decisão de deixar o passado no passado. Se Ryan estava querendo encontrar brechas para dar a volta por cima, estava conseguindo o efeito contrário. — Me leve pra casa antes que eu desça aqui mesmo, Ryan. — Não afastou o contato, mas transmitiu a fúria em seus olhos. Ali, de frente para ele, estava a mulher impiedosa e a renomada advogada do diabo. Nem em milênios ele teria algum resultado positivo diante daquela persona. Samantha faria todos os esforços possíveis para incrementar um silêncio orbitante por todo o resto do trajeto até estar diante da luxuosa fachada de sua residência.

Ela guardaria todas as suas mágoas para outro momento. Ao contrário da personalidade enojada que ele adquiria ao procurar alguma calça para enfiar seu pau e afogar as mágoas junto, Samantha corresponderia aos seus modos. Só ela saberia como reagir depois. — Conheço esse falatório. Você é igual a todos os outros. Tinha a oportunidade de me escolher, e o fazia. Até outra coisa te interessar e você seguir caminho. Até deixou de transar pra ir atrás da porra de um circo desgraçado. — Não era o primeiro obstáculo, nem seria o último, mas era o fim de um torpor arrastado por tempo demais. Não importava a dor do rompimento, de perdê-lo no dia em que reunira coragem para dizer o quanto o amava. Sempre se escolheria. — Vá atrás de quem aceita ser uma opção temporária. — Sem mais, caminhou para dentro de casa e fechou a porta, deixando claro que não o queria por perto. Não mais.

Infelizmente, ele provara o que desde sempre dizia para si mesma: Samantha tinha tudo, exceto uma única coisa.

Amor.


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