[RP Fechada] Free Fall

Beer can’t Fix

Ain't nothing that a beer can't fix, ain't no pain it can't wash away

Ao menos tudo veio para fora, tudo foi externalizado. Ryan sentiu amargor e alívio ao ouvir aquelas palavras, há ferimentos que não se curam rapidamente, há cicatrizes que ficam para sempre. Restava aceitar, reconhecer e pensar em como melhorar, e ele estava totalmente disposto a fazer aquilo. Era uma pena não ter sido o filho ideal para os O'lvier, mas sentia que, se os pais adotivos estivessem vivos agora sentiriam-se orgulhosos dele.

– Não ter redes sociais me parece uma boa coisa agora, infelizmente não tenho nada que possa fazer contra os satélites russos. – a piada saiu natural, mesmo que não fosse o momento mais apropriado para aquilo. Sem dúvidas, concluiu que mandar cartões de natal não era o melhor jeito de manter contato, mas o problema é que ele era assim: se tinha que se focar em algo, precisava estar totalmente naquilo, "go hard or go home". Seus problemas com empatia à parte, rebateu. – De alguma forma Sam, eu acredito que vocês sabiam onde eu estava e que estava bem, pelo menos até terminar a faculdade, felizmente tinham um bom filho como você ao lado deles.

Escorou-se na mesa e com olhar complacente encarou Sam. O cara tinha crescido e estava estava forte, ótima oportunidade para zoá-lo de gordo em algum momento. Ele ia sobreviver, afinal a vida era aquilo não é? Um lago de merda onde todos somos afogados constantemente, lutando para não morrer e tentar chegar na beirada onde o fedor é menor e tudo é menos grudento.

Acreditou que todos os pingos haviam sido colocados nos devidos "ís", de repente comprar um racho lhe pareceu uma boa ideia. Ambos sempre foram muito bons em trabalhos manuais, Ryan tinha uma vaga lembrança da dupla fazendo manutenção na casa no auge da adolescência, fosse pintando paredes, reparando o telhado, construindo calhas para o escoamento de água e todo o resto. Um rancho por assim dizer, caindo aos pedaços, talvez conseguisse se conectar bem com Sam ali, a outra ideia era a música: músicos sempre se entendem independente da afinação.

Voltou-se para o presente e, como sempre, não tardou de abrir um sorriso no rosto, tímido e de canto, mas ainda assim vísivel. De um soco leve no ombro do irmão satisfeito com o progessos.

– Leia meus direitos, oficial. – falou rapidamente antes de uma expressão de nojo tomar seu rosto ao sentir o gás venenoso proveniente do irmão. – Sei que não chegou o final de semana, mas vamos ter que adiantar sua visita com pet, cara. Você tá fedendo à alcóol e Deus sabe lá o que mais, e eu que sou o fumante aqui. Tome um banho e uma aspirina, cuecas limpas podem ser um diferencial. E rápido, temos um compromisso daqui a duas horas.

Voltou a sentar-se na cadeira e a guardar o violão. As coisas se tornariam mais claras nos devidos momentos, não precisavam criar toda uma retrospectiva ali e agora. Mágoas já haviam sido reviradas do fundo de seus baús e eles tinha completado a cota de conversas tristes e dramáticas sobre o que viveram, perderam ou deixaram de viver. Eles precisavam era de diversão, e ele tinha uma vaga ideia sobre.