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Mensagem por Sam Boldrey O'lvier Qua 26 Jun - 21:17:04

Free Fall
Após dois dias do término com Aurora e alguns dias da perda de sua filha o mundo de Sam desmoronou o fazendo cair totalmente ao fundo do poço. Seu refúgio de tudo foi se trancar no escritório do The Red's mantendo apenas ele aberto ao comando de seus funcionários. Lutando contra seus desejos mais obscuros um familiar surgia de surpresa para talvez salvá-lo...
xx Night xx
xx 2:32 P.M. xx
xx Ryan H. O'lvier xx
Sam Boldrey O'lvier
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Mensagem por Ryan H. O'lvier Qua 26 Jun - 23:07:33

Beer can’t Fix
Ain't nothing that a beer can't fix, ain't no pain it can't wash away
Certas coisas não podem mudar. O mundo não gira em torno de uma só pessoa, o passado não é esquecido só porque queremos, não se torna sim e uma dúvida se converge em certeza. A porra do mundo não para pra você fazer suas escolhas, tudo continua girando e girando, funcionando, como um efeito dominó onde na maioria das vezes somos sugados feito o que restou dentro do vaso sanitário. Era uma bosta se arrepender de decisões que não fez ou que foram feitas por si mesmo, mas pior ainda seria se negar a fazê-las quando o coração realmente ansiasse. Preso naquela neura míope ele decidiu se reconectar com a família. Não havia motivo real para seu afastamento, talvez sua própria jornada tenha o colocado de lado, longe demais para se comunicar por qualquer outra coisa se não cartões postais e cartões de natal – infelizmente ele era adepto a essa cultura do século passado e esquecida.

A voz de Dolly Parton já havia lhe enchido o saco e não pensou duas vezes antes de desligar o rádio e afundar o cigarro com certa apreensão no cinzeiro perto do encaixe do cinto de segurança. O Ford F150 ano 1988 cruzou com velocidade o terreno entre a zona residencial de Nashville até o tal The Red’s, foi um verdadeiro alento encontrar o estabelecimento pois podia jurar que o frentista gordo de minutos atrás estava tirando uma com sua cara por casa do sotaque diferente do local.

Ryan encontrou alguma resistência para entrar. Nada de seguranças intimidadores e do tamanho da sua geladeira, nada de filas enormes e muito menos cães putos e famintos. Sua resistência era mental, porque o próximo passo dado iria lhe envolver num mundo que muito hesitou em tentar entrar. Contudo, perto de seus trinta anos, ele não via mais motivos para não correr atrás de um sonho, faria o que tinha de fazer. Recuar não era uma opção, estava num maldito bar – com todo respeito – de madrugada. Podia estar em casa maratonando The Office, transando com sua namorada ou mesmo dedilhando o violão. Podia ter mandado uma mensagem pelo Telegram, mas não, algo lhe dizia que aquele tipo de coisa precisava ser dito cara-a-cara.

Enfim abriu a porta, e a sensação era a mesma que entrar num saloon perdido de uma cidadezinha desprezível escondida na imensidão do Texas com índios à espreita. Olhou atento para todas as direções e deu mais alguns passos à dentro. Procurou o maço de cigarros e só então se deu conta que não tinha mais Marlboros na caxinha vazia.

Merda. – murmurou voltando a guardar a caixa vazia no bolso do jeans escuro. – Ei Sammy, mostra essa cara suja porque eu não saí da Califórnia pro meu irmão sumir não. Aparece logo que tem três putas aqui te esperando, e uma delas tem uns peitões que podia caber a Arca de Noé inteira aqui. – gritou em altos pulmões esperando que o irmão ouvisse e ele não precisasse vasculhar cada canto ali.

Não haviam putas, mas lhe pareceu um jeito efetivo de quebrar o gelo e atrair a atenção do irmão que não via faziam anos. Iniciou os passos andando pelo local a procura de uma alma viva.
Ryan H. O'lvier
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Mensagem por Sam Boldrey O'lvier Qui 27 Jun - 21:43:35


Breathless
We’ll be the last ones dancing When the lights go out When there’s no one to hold you I will still hold you down We’ll be the last ones dancing In the faceless crowd When there’s no one to hold you I will still hold you down Don’t talk but you speak so loudly You smile but your eyes look cloudy You say someone left you broken But I’m here with the door wide open no matter what, no matter what I’m yours Lows and the highs, highs and the lows For sure If you go to war, I go to war For you ┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈

T
odo mundo já passou por aquele momento em que você busca querer da sua realidade e conhecer o nada através de um tipo de caminho perigoso, caminho este que quando se entra uma vez não há volta. Sam já havia conhecido esse caminho e durou anos para que pudesse se recuperar limpando seu sangue que sempre buscou se reabastecer pelo líquido que o tirava de toda a realidade existente, material, e após seu relacionamento ter o ajudado a se recuperar achou nela um suporte ainda mais forte para se manter sempre limpo. Para um usuário de drogas cada dia sem usar o entorpecente é uma vitória a se comemorar.

Havia passado dois dias, dois dias e duas noites sem conseguir dormir e sem dar atenção ao seu filho, fugindo das suas obrigações e até mesmo de suas funções no trabalho trazendo novamente aquela versão sombria da sua imagem de antes que começava a olhar para ele através do espelho daquele escritório e esperar que ele fosse até o único lugar que ele poderia conseguir aquela passagem de ida para longe de tudo e de todos.
"É só ir no cofre, sabe disso..."
Virado por dois dias direto, sem comer direito e bebendo direto deixando seu estabelecimento fechado apenas para ele tornando o local a sua própria cova só poderia começar a ver e ouvir coisas.

Acabado fisicamente, destruído mentalmente, desolado e pronto para acabar de vez com sua vida que se encontrava no fundo do poço fora até o cofre tirando de lá um pequeno papel laminado escondido bem no fundo de alguns papeis e dólares voltando para a mesa do escritório vendo que estava com seu quite todo completo. A borracha já estava amarrada e a droga preparada, a respiração ofegante e ao atiçar sua veia ouviu um grito vindo do lado de fora que o remetia a lembranças passadas, a voz era como a do seu irmão.
- SAI DAQUI! - gritou achando que estava sozinho, que estava ouvindo coisas.
- ME DEIXA, VOCÊ NÃO EXISTE... NADA MAIS EXISTE!

Estava tonto, sem sustento em seu próprio corpo usando das suas últimas forças para acabar de vez com sua vida.
- Me perdoa Dani... Eu te amo, mas seu pai é um fraco.. - começava a chorar.
- MALDITO ALEXANDER! TA RINDO DA MINHA CARA NO INFERNO SEU FILHO DA PUTA? - gritava socando a mesa deixando a seringa cair sem perceber.
Cambaleava para um lado, se apoiava na mesa novamente e pegava o copo que estava meio cheio tomando tudo de uma vez.
- Preciso beber, cadê você? - procurava a garrafa e ao mesmo tempo sua heroína.
- São as vozes, elas me chamam e eu preciso... Onde? Preciso achar elas para melhorar..
Aquele estado nunca visto por ninguém seria presenciado pelo único que estava presente naquele ambiente, este que para Sam era uma ilusão, mas que na verdade estava presente.


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Mensagem por Ryan H. O'lvier Qui 27 Jun - 23:57:35

Beer can’t Fix
Ain't nothing that a beer can't fix, ain't no pain it can't wash away
Aquele lugar era um maldito labirinto mesmo parecendo extremamente simples. Ryan devia estar na terceira volta quando percebeu a voz vinda de alguns cômodos adiante. Ajeitou o case em suas costas e apertou os passos só tomando cuidado para pular a garrafa deixada no canto da sala.

Parou em frente a porta que indicava o escritório, um burburinho e algumas palavras soltas fizeram Ryan reconhecer a voz de seu irmão. Hesitou por um momento novamente, não encontrava com Sam faziam anos, ainda mais tempo que não sentava à mesa de sua família adotiva e não tinha nenhum motivo para isso. Ryan simplesmente tocou a vida de forma diferente quando ingressou na faculdade e depois trilhou seu caminho sem olhar para trás mantendo apenas a débil tradição de cartões de natal e outras datas festivas.

Podiam dizer que era frio de sua parte fazê-lo com uma família tão amável que o acolheu quando o abrigo infantil de Santa Teresa tornou-se sua casa, e de certa forma era frio de sua parte mesmo. Deixou de hesitar quando a voz de seu irmão no interior do quadricular ficou mais alta. Abriu a porta com certa apreensão apesar da expressão serena estampada no rosto, máscara que podia usar incontáveis vezes antes de ser afetado. Era excêntrico da mesma forma que sabia ser comedido orquestrando uma balança perfeita.

A visão do irmão naquela cena pífia lhe deu certo asco. Estava realmente vendo aquilo? O baque passou em alguns segundos, quando eles se encararam e a expressão estampada no rosto de Ryan era nada além de um misto turvo de emoções vazias, mas que guardava um certo nível de morbidez e complacência surreais. Ele tentou não fazer julgamentos antecipados, mas os homens julgam antecipadamente por natureza própria, pelo o que a sociedade lhes impõe de padrões de certo e errado.

Os joelhos se flexionaram levemente para que pudesse ficar na altura do irmão, escorado na mesa feito bêbado em fim de noite. Era deplorável, mas era sincero. Talvez sentir, mesmo com toda a sua dor, fosse melhor que simplesmente não sentir.

Hey bro, tô aqui. – comentou retirando o peso das costas e apoiando perto do irmão. Não sabia o que havia ocorrido, mas no tempo que passaram juntos, não se lembrava de ver Sam na foça como estava agora, não sabia o que era a causa, mas não duvidava que era forte o suficiente para derrubá-lo. – Faz tempo né irmão, por que não senta ali e deixa que eu sirvo o uísque?

Discretamente pegou a heroína e guardou no bolso sem que ele percebesse.
Ryan H. O'lvier
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Mensagem por Sam Boldrey O'lvier Qua 3 Jul - 19:42:26


Breathless
We’ll be the last ones dancing When the lights go out When there’s no one to hold you I will still hold you down We’ll be the last ones dancing In the faceless crowd When there’s no one to hold you I will still hold you down Don’t talk but you speak so loudly You smile but your eyes look cloudy You say someone left you broken But I’m here with the door wide open no matter what, no matter what I’m yours Lows and the highs, highs and the lows For sure If you go to war, I go to war For you ┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈

Q
uando você chega ao fundo do poço é como se nada mais pudesse fazer você conseguir ter forças para se reerguer. O fim. A escuridão estava abraçando bem forte o homem que tinha olheiras enormes com manchas avermelhadas nas pálpebras, cabelos bagunçados e roupas amaçadas e banhadas em bourbon. Faziam dois dias seguidos que ele buscava fugir de tudo através da bebida e como último recurso quis quebrar os anos que teve sobriedade com a droga que quase o levou ao fim da vida. Não acreditava em fantasmas, mas naquela noite estava aceitando qualquer tipo de ilusão que fosse aparecer em sua frente e uma delas foi ouvir a voz do irmão mais novo que havia sumido por anos e que surgiu na sua frente.

Os olhos procuravam encará-lo, a imagem do homem loiro com olhos claros que não via por muito tempo e que de repente apareceu para ele. Um sorriso torto e sem vida estava em sua face e com a voz rastejante e que soltava uma fumaça de álcool quente em sua direção transmitia palavras desacreditadas tanto de quanto do outro estar diante dele.
- Você... Você está? - riu alto cambaleando para trás. - Preciso da minha droga, cadê? - olhava para os lados perdido, desolado.
Ryan se aproximou dele e colocou a mão em seu ombro pedindo para que ele se sentasse na poltrona.

Ao senti o toque do outro pode ter em si que talvez tivesse alguém ali, mas não seu irmão. Estava delirando ainda? As vozes falavam que ele precisava ter força para achar sua paz e que tinha que usar logo sua heroína.
- Eu preciso achar... Você, preciso achar, me ajuda...
Seguiu pesado para o sofá e tropeçou nos próprios pés caindo no chão apoiando-se no estofado de couro deixando o tombo mostrar sua decadência e assim as últimas lágrimas caiam mostrando total desgaste físico e mental do moreno para o outro que estava ali.

- Eu fui um idiota... Eu quase perdi as duas... - o desabafo começava a vir. - Calliope, perdoa seu pai... Rory volta pra mim, eu te amo... - com o dorso da mão que estava apoiada na poltrona limpava as lágrimas e com um esforço que quase não tinha se colocou virado para o outro.
- Ryan... Se for você, me ajuda onde estiver... Eu as perdi para sempre.
Seu irmão poderia ver claramente que o mais velho estava perdido e sem condições de recuperar-se do que estava passando naquele instante e isso poderia atrapalhar muito a tentativa de descobrir o que se passava.

Com a imagem embaçada do loiro a sua frente sua respiração fraca e cansada era perceptível ou seria a dele mesmo? Estava tudo girando e girando e tão confuso que a ânsia de vômito vinha, mas nada saía a não ser a pressão de querer por pra fora aquilo que não tinha dentro dele, comida. Como estava Daniel? Margarett? Não tinha forças nem para pensar sobre isso e só tinha apenas aquela ilusão diante dele parado como se fosse o acompanhar até talvez ele acordar daquele pesadelo.
- Você se parece muito com meu irmão... Ele viajou, esqueceu de mim... - comentava com a mesma voz arrastada e fraca.
- Eu amava aquele moleque... Mas a vida é assim, as pessoas que amo vão me deixando pouco à pouco. - a cabeça pesou para o lado e assim ficou.


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Mensagem por Ryan H. O'lvier Qui 4 Jul - 20:27:10

Beer can’t Fix
Ain't nothing that a beer can't fix, ain't no pain it can't wash away
Não havia forma bonita ou romântica, digna de um romancista inglês, de descrever a cena. O pior de tudo era que, bem no fundo, a empatia e o amor que Ryan tinha pelo irmão confundiam-se com a ira, e era um embate doloroso processar tudo e ainda manter a calma. Haviam coisas que o irritavam e dentre todas elas, talvez o arrependimento de ter deixado a família de lado fosse a mais pesarosa.

Infelizmente Ryan não tinha o dom de ler pessoas, o fazia muito mal quando tentava, apesar de não precisar ser nenhuma versão cigana e loira de uma vidente para ver que o irmão estava na foça. Contudo, ele não fazia a menor ideia do motivo para aquilo, apesar de depois das palavras balbuciadas e frases lamuriantes, pudesse supor tanto quanto um macaco pode pensar como que bananas nascem em árvores. A resposta sem caía sob o doloroso colo da perda, ao menos era o que indicava. Rory, Callíope, nomes preferidos que para Ryan não eram nada além de substantivos próprios, mas para derrubar um homem daquele jeito é porque no mínimo havia muito mais ali do que estrelas no céu.

Com um copo na mão, daqueles que tampam garrafas térmicas, Ryan abriu o cantil metálico com certa relutância enquanto observava o homem recair-se no sofá sujo entre desilusões e melancolias próprias. O marasmo crítico abateu Sam com um golpe preciso e potente, doía vê-lo daquele jeito, ainda mais quando sua atual imagem banhada em torpor confrontava-se com as memórias da adolescência, onde sempre o teve como um sujeito energético e alegre. Sorveu de uísque no pequeno compartimento de plástico e o entregou para o irmão, certo de que não lhe faria bem, mas igualmente certo de que a bebida é o ópio dos dias atuais. Não cura, mas por vezes parece ludibriar a dor.

Estalou os lábios comprimindo o sarcástico que geralmente era seu escudo e armadura. Negou-se a encará-lo por muito tempo, escorado na mesa apenas chutou a lixeira para os pés de Sam e fitou o chão.

É, esse seu irmão deve ser um tremendo filha da puta mesmo... – o sarcasmo estalou mais do que lenha em fogueira, mas não era voltado para o irmão. Sabia que tinha culpa, assumia, mas talvez tenha ficado daquele jeito pela falta de tato em se prender. Difícil jogar a âncora quando se está a tanto tempo visitando portos.

Naturalmente as pessoas se perdem. Desatam-se umas das outras como linha em vendaval. Em meias despedidas nós vemos tudo o que se foi vivido. Vemos e sentimos nossas risadas e tristezas como uma dor intensa. Enxergamos o futuro, aquele em que não existirá mais o "nós", aquele que não existirá mais as lágrimas de felicidade ou de tristeza, só existirá a distância e a saudade. Ao vermos alguém se distanciando é isso o que se passa em nossa mente, o peso que vem de tudo o que foi vivido e o fato de que cada um segue suas vidas. Algumas eram mais fáceis que outras apenas, algumas não tinham tantas memórias para incomodarem. Com Ryan talvez fosse um pouco diferente, não dizia as pessoas que estava partindo, ele simples ia.

Deu mais goles no cantil do que deveria. O silêncio na sala era gritante, ainda mais com sua falta de preparo. O uísque ainda queimava de leve sua garganta e todo o caminho abaixo quando sacudiu o cantil atestando que não havia mais nada ali. Olhos verdes e cabelos castanhos voaram diante de seus olhos num flashback de segundos, e foi quando ele decidiu de parar de adiar o irremediável.

Não sei o que houve Sam. Não sei quem perdeu e nem o que dizer, mas to aqui agora. Seu irmão tá aqui agora. Mas, mano... – retirou a seringa com a heroína do bolso e encarou bem o objeto, a raiva consumiu seu âmago. Era geralmente tranquilo e bem humorado, mas aquilo despertava um nível surreal de sentimentos ruins dentro de si. Jogou ao chão e pisoteou, até que restasse só uma versão distorcida entre plástico, líquido e agulha. – ...essa merda aqui não vai rolar.
Ryan H. O'lvier
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Mensagem por Sam Boldrey O'lvier Qui 11 Jul - 19:27:52


Breathless
We’ll be the last ones dancing When the lights go out When there’s no one to hold you I will still hold you down We’ll be the last ones dancing In the faceless crowd When there’s no one to hold you I will still hold you down Don’t talk but you speak so loudly You smile but your eyes look cloudy You say someone left you broken But I’m here with the door wide open no matter what, no matter what I’m yours Lows and the highs, highs and the lows For sure If you go to war, I go to war For you ┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈

E
stava esgotando suas forças depois de dois dias diretamente ligado sem conseguir um momento de descanso, a cabeça balançava ouvindo as palavras do outro que concordava quando disse que o irmão era um filho da puta. Deu de ombro e soluçou no mesmo instante e foi quando os olhos bateram diretamente na mão de Ryan vendo seu passaporte para longe de tudo. Conseguia ver mesmo que embaçado que era a droga que tinha perdido.
- Eu preciso.. Isso é meu... - seu braço se esticou e quando viu novamente estava caído no chão.
A visão daquele ângulo era novo para Sam e então ao ver que o sapato do outro acabava com sua única chance de se render ao foço seus olhos se fecharam deixando o cansaço vencer.

Aquele breu não foi um dos melhores já que as imagens que vinham em sua mente era justamente uma cena de terror. Uma casa abandonada e era frio, muito frio, o vento soprava entre as brechas da janela quebrada e o cheiro de sangue subia por suas narinas, as mãos estavam sujas quando as viu e de repente ao se virar reparou que no chão estavam dois corpos jogados ao chão...
- Não... Não... - correu até eles e viu Rory e uma criança morta.
- Volte pra mim, VOLTE! - o som ecoava por sua cabeça e só então uma explosão fazia com que a pele de Samuel queimasse.


Se levantou do sofá que tinha no escritório no susto sentindo logo em seguida uma pontada de dor de cabeça e o grunhido veio complementando o sinal óbvio de ressaca pesada. Estava tonto, fraco, fedendo e isso mostrava uma imagem totalmente diferente do homem que alguns dias atrás estava sorridente, limpo e reluzente. Rory havia acordado do coma, estava viva, mas sem sua filha... Havia sido uma perda para ambos, mas por uma ideia absurda ela havia terminado com ele buscando querer não reviver aquele dia fatal para todos.

Buscou olhar ao redor vendo com mais nitidez o relógio que marcava quase cinco da manhã e abaixo dele sentado na sua cadeira de couro caramelo a imagem de um homem de olhos claros, fixos nos moreno, aquele perfil lhe lembrava alguém e foi quando vagamente teve um flash de momento lembrando ter dito que tinha visto uma miragem do irmão em meio a sua turves.
- Ryan? - sentiu aquele estalo na cabeça novamente.
Pressionou os olhos e colocou as mãos na cabeça pressionando de leve sentindo a dor da ressaca novamente o atacar.
- Ainda estou tendo algum tipo de miragem, só pode...
Com as mãos nas têmporas forçou olhar para o outro e via que realmente tinha alguém ali e esse alguém era seu irmão.

- Mas que porra é essa? - disse bem baixo para não provocar a dor que poderia vir novamente caso gritasse.
Por longos anos nunca teve contato com seu irmão mais novo, o pequeno que sempre protegeu quando ele precisou dos meninos da escola. Da criança que sonhava ser um cantor para encantar a todos com sua voz dentro das festinhas que seus pais faziam para ele. Do irmão que não era de sangue, mas era de alma o fazendo ser alguém ainda mais importante que apenas um irmão de DNA.
- O que aconteceu, como...? - sua garganta secou repentinamente. - Preciso de água...
Forçou a se levantar, mas não conseguiu e caiu para trás de volta ao sofá.
- Se realmente for você pega no bar para mim, preciso de litros de água...

O passado estava ainda fazendo presença em sua vida e parecia que isso estava se tornando algo comum, estava traumatizado com relação a isto, mas se Ryan estava ali poderia ser um aviso de que sua vida poderia mudar mesmo após tanta tormenta. Samuel estava cansado e precisava de um banho para ter pelo menos vinte por cento do seu corpo sobre seu comando.


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Mensagem por Ryan H. O'lvier Dom 14 Jul - 21:42:32

Beer can’t Fix
Ain't nothing that a beer can't fix, ain't no pain it can't wash away
A cena foi deplorável, e causou um reboliço interno no loiro. Imagens psicóticas do passado atingiram-no com o frenesi de um assassino desferindo a décima oitava facada. O arrepio que sucedeu a visão eriçou os pelos de seu braço e Ryan cerrou os punhos com força, muita força, o suficiente para machucar a palma de suas mãos. Havia perdido tanto para as drogas que mesmo achando que havia superado, ao ver o irmão naquele estado, um tornado de lembranças o sugava e arrastava com força impetuosa. Porém não se enfraqueceu, as pancadas criam calos e, de repente, a sensibilidade diminui. Era assim que estava agora, calejado, endurecido pela jornada, descrente total em qualquer benefício e malefício que aquilo poderia trazer, mesmo sabendo que era a porra de um hipócrita por condenar drogas, mas fazer uso das lícitas. Álcool e tabaco sempre seriam sua perdição, talvez quisesse morrer, mas não tinha coragem de puxar o gatilho, portanto matava-se de pouquinho em pouquinho.

Sam apagou. Ryan resumiu-se apenas a acomodá-lo no sofá, poderia tê-lo levá-lo para o hospital, mas sua empatia estalou no momento acreditando que seria pior para o irmão. Foda sumir por tanto tempo e quando regressar fazer tantas escolhas que impactariam o outro. Sentou-se na cadeira apoiando os cotovelos sobre as coxas e o queixo sobre os dedos enroscados uns nos outros. O olhar fixo no irmão que não era de sangue, mas nem por isso deixava de ser seu parente mais próximo, trouxera mais algumas lembranças, felizes em sua maioria. Não havia arrependimentos nem o desejo de redenção, mas queria fazer as coisas de maneira certa agora, e família era algo importante.

Passou algum tempo ali, dedilhando o violão que trouxera consigo repleto de arranhões e adesivos. Entre o som suave do bluegrass ao gospel e ao country clássico. Estava entre as pontes do refrão de Amanda de Waylon Jennings quando seu irmão recobrou a consciência. Sem pressa colocou o violão de lado, apoiado sobre a mesa. A mão alçou a garrafa plástica com água pousada também na mesa.

Aqui. – falou uníssono extendendo para Sam que ainda parecia desnorteado.

Ryan conhecia bem aquela sensação, fadiga e ressaca, péssima combinação que roubava todas as forças do corpo. Tinha tido uma das pesadas na semana passada inclusive, daquelas em que mal se pode ficar de pé sem as forças lhe escapem e as pernas tremam mais do que qualquer coisa. Teria tido uma de ontem para hoje, a tal viagem da outra Sam em sua vida abriu brecha para uma noite de bebedeira, mas a tensão da decisão de encontrar o irmão lhe roubou totalmente a vontade. Queria estar lúcido, queria estar sóbrio, queria estar presente, mesmo que os copos de uísque parecessem lhe dar uma força e coragem que muito lhe faltavam.

Tô de volta Sammy, sei que não devia ter sumido como fiz, mas to de volta. – engoliu a saliva e torceu os lábios, as sobrancelhas converteram a expressão facial num rosto de quem estava claramente hesitante e meio perturbado, mas não temeroso. – E quero fazer as coisas certas dessa vez, mas você pode começar me deixando explicar o que rolou, ou explicando que porra toda foi essa.[/color]
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Mensagem por Sam Boldrey O'lvier Qui 18 Jul - 12:04:02


Breathless
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N
ão era miragem e isso o fez sentir um pequeno aperto no peito em saber que agora estava diante do seu irmão mais novo se mostrando totalmente vulnerável daquele jeito. Isso era o cúmulo para o próprio Boldrey, mas a merda já estava jogada no ventilador e nada mais poderia fazer a não ser enfrentar seus demônios de cara para se livrar completamente daquele peso que ainda sentia e agora misturado ainda com a puta ressaca que estava sobre si.
- Então a ovelha desgarrada voltou.. - pegava a garrafa plástica da mão do outro.
Por muitos anos não havia notícia do mais novo e mesmo que tivesse com sua vida ocupada ainda sofria por não saber onde Ryan andava.

Praticamente entornava a garrafa toda para dentro do corpo que estava desidratado graças as quase três garrafas de Bourbon. Seus lábios ainda secos tentavam ficar umedecidos pela língua que estava sem muita saliva, o grunhido da dor de cabeça era inevitável e buscou se levantar cambaleante para o lado conseguido se apoiar no braço do sofá.
- Perdeu o enterro de nossos pais, sumiu sem deixar vestígios e agora acha que vai ser como antes?
Ainda tinha o efeito da raiva dentro de si, estava irritado, com dor, com tudo de ruim em seu corpo e por isso não tinha ainda filtro nas palavras.
- Não vou abrir os braços pra te acolher assim... Estava bem melhor sem você. - sabia que era mentira.

Todos sentiram quando Ryan resolveu sumir de casa mesmo sabendo que ele estava querendo buscar seu sonho, mas custaria pelo menos mandar notícias? O pai de Sam buscou tentar até com detetive encontrar o paradeiro do garoto e a mãe chorava todas as noites com saudades do pequeno. Sam supriu aos poucos essa falta, mas sentia-se também desolado após ter pego um amor muito grande pelo irmão adotivo.
- Quer fazer as coisas certas? Pff... - foi até o frigobar pegando mais duas garrafas d'água.
- Pensasse nisso antes de apenas dizer que queria seguir seu rumo naquela carta, Ryan.
Agora ia até a gaveta da sua mesa passando pelo outro e buscava por aspirinas.

Eram uma dupla em casa mostrando seus dotes de canto para os pais quando brincavam de ser cantores conseguindo até mesmo um certo investimento na carreira, mas Sam queria apenas tomar o lugar do seu pai nos negócios do bar além de também ser mecânico.
A expressão mudou logo após a última frase acontecer fazendo Samuel virar-se para o mais novo e respirar fundo. Não... De novo não.
- Deixe esse assunto no esquecimento, quando for pra termos essa conversa será quando realmente terei você como meu irmão de antes de novo.

Por fim abria a outra garrafa e bebia mais um pouco da sua metade sentindo seu próprio cheiro de dias sem tomar banho e depois lembrava de seu filho. Mexia no bolso da calça e pegava o celular para ligar pra Margarett.
- Ah! Você é tio... Mas com certeza não deve fazer diferença já que família não é seu forte.
Olhava sério para o irmão.;


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Mensagem por Ryan H. O'lvier Sex 19 Jul - 19:02:15

Beer can’t Fix
Ain't nothing that a beer can't fix, ain't no pain it can't wash away
Ele estava pleno, calmo, tinha a péssima impressão de que se perdesse isso tudo iria por água abaixo. Era certo que Samuel iria colocá-lo contra a parede, vociferar todas as suas acusações. Ryan não tinha pretensões de fugir ou se esquivar, não guardava arrependimentos, mas teria feito as coisas de maneira diferente se pudesse. Ele era a ovelha negra, tinha certeza, o garoto problemático que sempre arrumara confusão, mas que adolescente não havia passado por período semelhante? Ryan era órfão, ser adotado não mudava o passado, apesar de fazê-lo ser mais agradável, guardava com carinho todas as memórias de suas duas famílias, mas quando se perde algo muito querido uma vez, abrir mão de novo fica mais fácil. Dói menos, ou nem dói.

Perdera o enterro, de fato. Visitou os túmulos dois meses depois, para uma despedida sem lágrimas, mas cheia de gratidão. Que porra de trajetória mais louca ele tinha tido, acabou definindo prioridades que destoavam das de Sam e de seus pais no meio do caminho, mas isso não tornava as coisas mais fáceis. Ele nunca foi o vilão, apesar de recorrentemente ter sido o anti-herói.

Com toda certeza, talvez agora estivesse espumando e se debatendo no chão depois de encher a cara de uísque e heroína. Sua definições de melhor e pior tão bem afiadas. – aí estava um dos problemas de Ryan, além da sinceridade costumeira, ele não sabia ser sutil, ele não sabia dar a outra face e se continuassem naquele diálogo de tristeza e rancor era certo que ele e Sam iriam rolar pelo chão do cômodo espancando um ao outro. O outro problema? Ele tinha uma questão forte com drogas, estigmas do passado que continuam como cicatriz em sua pele.

Deixou que o outro botasse para fora cada uma de suas palavras antes que o interrompesse de novo, permaneceu na mesma pose sob a cadeira enquanto o irmão remoía o sentimento. O que o surpreendeu mesmo foi saber que era tio, se bem que fixar raízes e criar família sempre lhe pareceu uma aspiração do O'lvier mais velho. Isso levantava hipóteses sobre o que o fez ficar na foça em que Ryan o encontrou, mas entre corações quebrados e perdas lastimáveis existem tantos pequenos detalhes que colocá-los no feixe de luz pode ser mais doloroso que explicativo.

Sacudiu a cabeça negativamente enquanto massageava as têmporas. O que eles queriam que ele fizesse? Havia sido sugado de forma tão intensa por um mundo próprio que parecia impossível voltar atras. Essa era a questão, o ciclo vicioso que Ryan se envolvera e com muita dificuldade conseguiu sair, mas não sem pagar um preço.

Sam, eu não vou me desculpar pelas escolhas que fiz. Se espera que eu te implore por perdão é melhor abrir a próxima garrafa. – o sangue do loiro começou a borbulhar, e a última frase do irmão apenas intensificou  a reação.

A mão foi de encontro ao bolso, de onde fisgou o maço de marlboro. Estava puto que realmente estavam presos naquela conversa e que tudo parecia ser culpa sua. Pagou a porcaria do preço de cada uma de suas ações e poderia viver muito bem com elas, mas não ia abaixar a cabeça como um cão sendo repreendido. Acendeu o cigarro e deu uma longa tragada, estava raivoso, mas a expressão serena, controlada e até um tanto quanto fria ainda era presente em seu rosto.

Que se foda todo esse seu moralismo, irmão. Eu precisei sair pra conquistar meus objetivos, paguei o preço, ou você acha que foi fácil? Que tudo caiu no meu colo? Que abri mão de tudo com um sorriso no rosto? – deu outra tragada, ainda mais longa que a anterior. – Eu saí, e vocês sabiam que eu não ia voltar tão cedo, mas quem você acha que pagou a conta do hospital? Que cobriu os gastos da hipoteca? Que complementava a renda? Eu cuidei deles de longe da forma que podia ou pensou que ia afundar vocês com dívida universitária? Se tiver que dizer algo fale de uma vez!

Foi um longo caminho. Tortuoso e vacilante. A única coisa que o separou de um contrato de valor foi a lesão de ombro e o temperamento quente e agressivo que tinha quando mais jovem. Só encontrava paz quando tinha a bola ou o violão em mãos, e foi por esses caminhos que trilhou. Não ingressou na faculdade de início por causa do longo histórico de confusões durante o High School, mas foi pescado pelo técnico Jason Brown e ingressou na Independence Community College. Foram campeões dois anos consecutivos, um deles de forma invicta, e de repente ele tinha o dinheiro, tinha a garota e tinha a glória. Foi convidado pela Texas Tech, mas o relacionamento confuso e tóxico junto da lesão permanente no ombro ceifaram seu sonho de chegar à NFL, mas resiliência não lhe faltou para se adaptar.

Tinha suas cicatrizes, não as escondia, mas também não cantava suas glórias. Agora porém ele estava decidido a reaver a parte que negligenciou, e isso implicava diretamente em ter um bom relacionamento com o irmão, com a namorada e voltar à usar o dom musical.
Ryan H. O'lvier
Ryan H. O'lvier
cantor (a)


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