[rp fechada] double trouble

Cada movimento de Bekk era acompanhado com atenção por Natasha, que não podia evitar achar interessante o que a outra fazia, principalmente todo o gesto de usar a droga ilícita. Aquela a Dragomir tinha quase certeza de que jamais havia experimentado. É, desde sua adolescência vários baratos novos haviam surgido, sem dúvida. E o melhor que ela podia fazer era tomar um bom gole de sua boa e velha vodca que nunca saía de moda e observar os efeitos que aquilo teria em Bekk.

Queria perguntar o nome daquilo, o que era esperado, onde ela conseguia, por que usava, mas conteve-se, pois sabia que aquela curiosidade era seu lado jornalista falando. Ninguém curtindo numa festa queria ser bombardeado por uma entrevista. Alguns questionamentos para que não fossem completas estranhas eram aceitáveis, mas tão somente isso. — Canadense. Interessante. — comentou, ainda que não se importasse o suficiente. Talvez só por achar ela um pouco mais intrigante que a maioria ali, nascido e criado no Tennessee.

Um sorriso intrigado surgiu nos lábios de Natasha ao ouvir as palavras de sua interlocutora. — Original? O que a faz pensar assim? — era engraçado aquele conceito. A Dragomir tinha um pouco de sotaque, mas catorze anos o haviam suavizado bastante. As palavras seguintes da garota não constrangeram ou mesmo deixaram Natasha minimamente desconfortável. Ela tinha consciência de sua beleza, não só isso, ela usava a seu favor e gostava quando as pessoas comentavam. E gostou de ouvir de Bekk, quem também havia achado extremamente atraente. Então a encarou de maneira penetrante, enquanto bebia mais vodca, sem ainda sentir qualquer efeito. — Viagens a negócios ou passeio, apenas. Mas acho que sou quase completamente original, já que morei na Rússia até os quinze e volto para lá todo ano. — comentou, falando mais agora do que até então. Pegou a garrafa trazida pelo garçom e completou o copo de Bekk, agora mais interessada nela.

Natasha não pode deixar de notar a cadeira de Bekk ficando ligeiramente mais perto da sua e gostou daquilo, inclinando um pouco o corpo para mais perto da outra. Sua linguagem corporal não podia ser mais clara, ainda que não fosse muito vocal. — Na próxima eu te chamo. — sua voz era quase sempre séria, então era muito difícil saber quando ela falava sério ou brincava. Gostava de ser um tanto difícil de ler, era fato.

Ao ouvir a confusão de Bekk quando era criança, a russa balançou negativamente a cabeça, bebendo mais um gole de sua bebida, decidida a ficar, pelo menos, um pouco mais solta. Se bebesse uns oito copos, ficava bem alegrinha e descontraída, já tinha bebidos uns quatro, talvez, então tomou aquele de uma vez só, serviu-se de uma dose dupla e tomou tudo novamente como se bebesse água. E quando estava servindo a próxima dose dupla, sentiu o braço de Bekk sobre seus ombros e deu um sorriso de canto, gostando do toque. Terminou de servir-se, serviu sua companhia e virou-se para encará-la.

— O que me sugere? — rebateu a pergunta com outra pergunta, remexendo o corpo para ficar um pouco mais perto da outra. Ela tinha uma boa ideia do que gostaria de fazer, mas talvez fosse cedo e não queria adiantar nada. Naquela noite queria que Bekk conduzisse as coisas, enquanto ela era apenas alguém tentando ficar um pouco bêbada. E pensando nisso, bebeu mais um pouco da vodca, começando a sentir algum efeito.