RP Fechada - Hella Cold On Paradise

" Been there, done that, got the t-shirt "

Eu mal consegui dormir na noite anterior. Eu sempre ficava muito ansiosa quando ia parar uma nova localização e era normal eu ter problemas para dormir, mas eu estava mais ansiosa do que nunca. Klaus iria me acompanhar em uma viagem e eu mal poderia esperar pela nova companhia. Eu havia descoberto que eu na verdade me dava muito bem com meu irmão e eu tinha certeza que nos divertiríamos muito, ainda mais no Havaí! Eu nunca tive a chance de conhecer a ilha americana e eu estava mais empolgada do que poderia um dia sonhar. Já havia passado da hora de eu ir á uma praia.

Eu trocava mensagens com Klaus o caminho inteiro até o aeroporto. Ele estava preocupado com a programação, mas eu sinceramente não queria estragar as surpresas. Eu havia agendado um programa especialmente para ele e imaginava que ele fosse gostar bastante, mas ele só poderia descobrir na hora em que estivéssemos lá. Henry e Naomi me mandavam mensagens também. O casal de amigos, Dylan e Carter já haviam chegado e estavam na pousada reservada. Aparentemente Henry iria me buscar no aeroporto quando eu chegasse e ele havia gostado da ideia de eu estar levando o meu irmão. Tentei não me incomodar pelo fato de ele querer conhecer a minha família por algum motivo.

Desci do Uber quando alcançamos os portões do aeroporto e procurei por Klaus, não encontrando sequer sinal dele por ali. Peguei o telefone em minha bolsa e digitei uma mensagem perguntando onde diabos ele estaria. O nosso voo saía em uma hora, estávamos um pouco atrasados, e eu não suportaria a ideia de perder o avião e demorar mais ainda para chegar em nosso destino. Eu precisava de praia, de calor, e já estava surtando dentro daqueles casacos grossos.

Eu estava prestes a apertar o botão "enviar" quando fui abordada por uma voz perto de mim e algo encostando em minhas costas. Meu corpo congelou e por reflexo levantei as mãos em rendição. Um segundo foi o suficiente para todas as coisas erradas que já fiz passarem por minha mente, calculando pelo menos cinquenta anos de prisão. Me virei de supetão e fui abraçada, soltando um suspiro aliviado e deixando meu corpo quase despencar contra o de Klaus. Lhe dei um soco no ombro, balançando a cabeça em negação.

— Não ache que só porque está machucado não vou acabar com a sua raça. — Falei em tom irônico, o empurrando. Tirei da bolsa nossos tickets e os ergui para ele, abrindo um sorriso animado. — Tudo pronto? Precisamos ir para o portão agora ou perderemos o voo e eu nunca vou te perdoar.

Revirei os olhos quando MAIS UMA VEZ o menino fazia algum comentário sobre minhas roupas. Eu me perguntava qual era a de Klaus com as minhas escolhas de vestimenta, uma vez que ele sempre achava uma desculpa para falar delas, mas relevei. Apenas dei de ombros apontando para a mochila comigo.

— Vou trocar no avião. E a sensação térmica é do Alasca, ok? Agora vamos.

Segurei o garoto pela manga da sua jaqueta e o puxei comigo conforme adentrávamos o enorme aeroporto. Klaus e eu já havíamos realizado o check in online e agora apenas precisávamos atravessar o gigantesco prédio até o portão de embarque. Eu não tive problema para me locomover, uma vez que eu vivia dentro de aeroportos e todos eram mais ou menos iguais.

Meu irmão e eu passamos pelo embarque, pela segurança e então adentramos na área de espera para o embarque, procurando pelo portão de número 45. Demorou cerca de 20 minutos até que alcançássemos o portão e quando o fizemos, uma fila já se formava na frente deste. O embarque havia sido iniciado, então peguei um local atrás das pessoas e abri um sorriso para o menino de cabelos loiros. Eu estava ainda muito feliz pelo fato de estarmos viajando juntos e não poderia esperar mais um segundo. Peguei meu documento, segurando-o junto com a passagem.

— Eu estou tão ansiosa! Eu poderia gritar! — Soltei uma risada gostosa conforme começávamos a andar. Entreguei os documentos e as passagens para a comissária que nos permitiu atravessar em direção a aeronave. Pude notar os olhos de Klaus brilharem conforme ele analisava o avião. Ri mais uma vez. — Apaixonado?

A expressão em seu rosto era adorável. Ele havia me dito antes que havia descoberto amor no que fazia, e agora eu sentia que conseguia ver aquele amor estampado em seu rosto. Ele não ia pilotar, mas aparentemente só a ideia de voar já era muito boa para o rapaz. Ele parecia um verdadeiro piloto com sua jaqueta e óculos e tive que abafar os pensamentos do quão bonito ele estava. Klaus talvez tivesse razão: entre todos os irmãos, ele era o mais atraente.

Meu irmão e eu adentramos a aeronave e cumprimentei o staff que nos dava boas vindas. Procurei por nossos assentos e então os tomei, deixando com que o loiro ficasse na janela e eu no meio. Olhei para meu celular e mandei uma mensagem para Henry avisando do nosso embarque conforme colocava as minhas coisas e as de Klaus no compartimento de bagagem de mão. Me sentei logo em seguida.

— Se o avião estiver caindo você consegue salvar?

Perguntei em tom brincalhão. Eu não era exatamente fã de voar, mas eu não chegava a ter medo. Ainda assim era um tanto mais tranquilizante ter um piloto profissional ao meu lado.

" Been there, done that, got the t-shirt "

Klaus pareceu viajar em sua mente por um momento conforme olhava para o lado de fora do avião. Eu ia lhe perguntar no que ele estava pensando quando ele foi mais rápido e compartilhou comigo e me ergueu seu telefone com algumas fotos. Peguei o aparelho e analisei a imagem que ele parecia estar relacionando com a que encontrávamos lá fora. Abri um sorriso e passei algumas fotos, com medo de encontrar alguns tiros, sangue ou algo que eu não quisesse ver. Ao invés disso, achei umas fotos de Klaus de farda e não pude deixar de sorrir. Parei por um momento imaginando quão sexy ele deveria ficar quando pilotava.

... Espere. O QUE?! Arregalei os olhos com meus próprios pensamentos e senti meu estômago se embrulhar. Olhei em tom de pânico para Klaus, mas não ousei dizer nada. Afinal, o que eu diria?! Antes que eu pudesse fazer ou falar alguma besteira, a voz do comandante soou no alto falante avisando que o avião estava prestes a decolar. Devolvi o celular para meu irmão e abri um sorriso, sentindo meu rosto esquentar quando sem querer minha mão bateu contra a perna dele. O que estava acontecendo comigo? Arrumei os óculos em meu rosto e prendi a respiração tentando fingir que meu nervosismo era pelo avião.

— Não importa o quanto eu voe, eu nunca me sinto segura. — Soltei uma risadinha sem graça fechando os olhos conforme o avião começava a se movimentar tomando velocidade na pista. Eu conhecia aquele balanço como conhecia meu próprio corpo. Primeiro fui tomada pela pressão quando o avião começou a correr na pista e pude sentir suas rodas deixando o chão. Não precisei olhar pela janela para ver que subíamos rápido e a pressão entupiu meus ouvidos. Engoli em seco. Eu tentava me focar nos movimentos da aeronave ao invés de qualquer pensamento que me passasse. — Pronto para doze horas de voo?

Abri um sorriso de canto conforme tirava meu celular do bolso e um par de fones de ouvido. Esperei que o avião se estabilizasse no ar e que o aviso luminoso de travar os cintos desaparecesse. Quando tive a chance, me coloquei de pé e peguei minha bagagem de mão, a levando comigo até o banheiro. Já havia passado de me livrar daquela montanha de roupas.

Tirei um conjunto de shorts e blusa que fosse confortável e o vesti, me livrando do casaco e calças que eu usava quando entrei no avião. Quando finalmente fiquei pronta, joguei um pouco de água em meu rosto e me olhei no espelho. Klaus era um cara bonito e aquele tipo de pensamento era normal, digo, eu era irmã dele, mas eu reconhecia que ele era atraente. E só isso. Eu não deveria me encucar demais por besteira.

Deixei o lavatório e voltei ao meu assento, colocando minha mochila novamente no compartimento. Abri um sorriso para Klaus, dando uma voltinha em meu próprio eixo e me sentando ao seu lado novamente. Arrumei os óculos em meu rosto.

— Essas roupas estão melhores para você? Vou ser sincera, estou muito aliviada de estarmos indo para um lugar quente. Havaí vai ser um sonho, você vai ver! E estava cansada de estar ficando sem roupas de inverno. — Soltei uma risadinha divertida, batendo no ombro do mais velho com o meu. — Eu planejei uma coisa ou duas que acho que vai gostar. E o hotel é mais arrumadinho do que os que costumamos ficar. Mudamos quando fiquei sabendo que você ia porque você merece um pouco de luxo depois de ficar naquelas trincheiras.

Eu não sabia onde Klaus ficava no seu trabalho, mas eu assumia que não era um hotel quatro estrelas havaiano. Peguei meus fones de ouvido e coloquei um em meu ouvido, oferecendo o outro ao meu irmão. Antes que ele pudesse responder de fato, coloquei o objeto em sua orelha, abrindo um sorriso.

— Pela cara que eu vi que fez quando estávamos no seu carro, você ama Gorillaz. — Falei em tom irônico, soltando uma risadinha. Eu até ia colocar uma música da banda de sacanagem, mas acabei decidindo clicar em Twenty One Pilots quando passei por ela na lista. Apoiei a cabeça contra o encosto do banco e o arrumei para que eu ficasse melhor deitada. Suspirei. — Eu andei pesquisando algumas coisas que poderíamos fazer ainda hoje. Vamos chegar em Kauai só às 21h, então podemos fazer algo no restaurante do hotel ou ir ao Luau Kalamaku. Ouvi dizer que é o máximo! E amanhã estamos querendo andar de caiaque no Pali Sea Cliff. Parece divertido. O que acha?

Olhei em expectativa para o garoto loiro ao meu lado. Um sorriso se formou em meu rosto conforme eu o observava.

— Não vai tirar essa jaqueta? Vai passar calor.

" Been there, done that, got the t-shirt "

Um sorriso se formou em meu rosto ao escutar o comentário de Klaus e apenas assenti.

— Eu gostaria disso.

Admiti em tom baixo, pensativa em como seria emocionante poder viver uma situação daquela. Meus olhos pousaram na paisagem do lado de fora da janela e ergui o celular para tirar uma foto do céu azul. Eu gostava de Gorillaz, então eu não julgaria Klaus se a música fosse dele, mas não falei nada. Meus olhos pararam no corpo do menino quando ele tirou sua jaqueta e revirei os olhos com seu comentário.

— Bitch, please. Já te vi sem camisa antes e eu digo: nada impressionante.

É claro que Klaus parecia ter ganhado porte físico após se alistar para o exército, mas não falei nada sobre isso. Olhei para meu celular e passei por algumas fotos com meus amigos, abrindo um sorriso em resposta. Eu estava com saudades deles e me perguntava o que eles fariam em seu primeiro dia no Havaí sem mim.

Soltei um suspiro e encarei a poltrona da frente. Eu não havia dormido de noite, então quando meu corpo começou a relaxar com o som das minhas músicas, senti meus olhos pesarem. Olhei da canto para Klaus e abri um sorriso ao vê-lo encarando a paisagem em nostalgia. Eu não sabia quanto tempo tinha desde a última vez que ele tinha voado, mas ele parecia feliz. Então eu estava feliz.

Eu não conseguia acreditar que realmente ia passar uma semana inteira com meu irmão mais velho e eu mal poderia esperar. Eu sabia que o Havaí traria mais surpresas do que eu poderia imaginar.


Eu acordei com a voz do piloto anunciando que nosso pouso estava autorizado. Pisquei os olhos algumas vezes e estiquei o corpo, ainda meio bêbada pelo sono. Demorei um pouco para acostumar a visão e logo senti meu coração disparar. Minha cabeça estava apoiada contra o ombro de Klaus e a mão do meu irmão estava sobre a minha conforme sua cabeça pesava para trás apoiada contra o banco. Um sorriso se formou em meu rosto quando percebi sua boca levemente entreaberta e seus olhos fechados pelo sono. Ele parecia tão em paz que tive pena de acordá-lo, então apenas o observei por um tempo até que sentisse o avião descer lentamente.

Foi apenas quando consegui ver o mar e as belíssimas montanhas que cutuquei Klaus para que acordasse. Meus olhos brilharam e um sorriso extremamente largo se abriu em meu rosto. Aquela tinha que ser uma das paisagens mais lindas que já vi em toda a minha vida.

— Bom dia, bela adormecida. — Sussurrei para o loiro conforme apontava para fora da janela do avião. Aos poucos nos aproximávamos das grandes montanhas e as árvores podiam ser vistas da melhor forma. Meu coração batia forte em meu peito e eu me sentia ansiosa. Eu sabia que Henry, Nora e Elli estariam nos esperando no aeroporto e eu estava louca para lhes dar um abraço apertado e uma mordida na bunda. Soltei uma risadinha com meu pensamento. — Você estava babando.

Falei em tom irônico, limpando meu próprio rosto como se apontasse para meu irmão onde ele deveria passar a mão. Esperei batendo os pés contra o chão enquanto o avião descia e quase pulei do banco quando o senti finalmente encostar no solo. Eu me sentia como uma criança. Eu queria sair correndo atropelando todo mundo e pular para fora daquele aeroporto. Estar no Havaí sentia como o paraíso.

Quando o aviso luminoso se apagou e as pessoas começaram a se levantar, me coloquei de pé e peguei minhas coisas acenando para que Klaus fizesse o mesmo. Pegamos a fila para fora da aeronave e seguimos o fluxo de passageiros até o portão de desembarque. Respirei fundo o ar praiano. Até o cheiro era diferente e a umidade perceptível. Não parecia estar frio. Quando olhei em meu celular, vi que faziam 20 graus Celsius.

— PUTA QUE PARIU AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Berrei quando encontrei os rostos conhecidos não longe de onde estávamos, correndo como uma louca em sua direção. Pulei nos braços de Henry e ri animada conforme o menino me envolvia e me girava como uma criança. Pulei animadamente e depositei um beijo estalado em sua bochecha, correndo na direção de Naomi e também abraçando-a com força. A terceira pessoa que agarrei loucamente foi Ellinor, quem eu não via há mais de seis meses. Apertei a menina de cabelos brancos em meus braços, soltando um grunhido.

— AAAH! Como eu senti falta de vocês! Principalmente de você! Como ousa ficar um semestre inteiro longe de mim?!

Sorri para minha amiga blogueira. Percebi que Klaus havia nos alcançado e pulei na direção do meu irmão, parando atrás dele, minhas mãos pousadas sobre seus ombros. O meu sorriso era tão grande que ia de orelha a orelha. Olhei para meus amigos animadamente.

— Esse é meu irmão Klaus. Ele tem 23 anos de idade, está de férias e é solteiro. Me ajude a espalhar a palavra.

Falei em tom divertido conforme via as pessoas se cumprimentando. Pulei na direção de Henry e Omi, abraçando seus pescoços como uma lunática.

— O que eu perdi?! Que horas você chegou, Ell? Vocês fizeram os programas mais divertidos sem mim?! Eu vou matar vocês!

Meus amigos soltaram uma risada gostosa e balançaram a cabeça negativamente. Henry deu de ombros.

— Sinto muito, princesa. Acabamos com todas as coisas legais que poderíamos fazer. Acho que já estou pronto para voltar para a Inglaterra.

— Ah, tá. — Naomi revirou os olhos, dando um soco no ombro do menino de cabelos loiros. — Como se ele fosse capaz de estar com você e te largar alguns minutos depois. Henry falou de você o TEMPO TODO.

— Que mentira absurda. — O menino franziu a testa, mas logo se virou para meu irmão. Um sorriso se formou em seu rosto. — Colls disse que você é aviador, certo? Incrível. Existe uma opção turística ou duas em que sobrevoamos a ilha. Tenho certeza que conseguimos encontrar um avião para...

— Henry, seu bosta! — Exclamei com um pulo em tom de reclamação. — Você estragou a surpresa!!!! Ugh!

— Não ligue para esses loucos. — Naomi revirou os olhos, também se voltando para Klaus. — Ell e eu somos as pessoas normais do grupo. Converse conosco e deixe esses dois. — Ela abriu um sorriso simpático. — E bem-vindo à família! Agora vamos apressar esses traseiros gordos porque temos uma mesa reservada para o lual.

— É por isso que eu te amo, Omi. Você é eficiente e eu gosto de eficiência.

Henry revirou os olhos com meu comentário e se abaixou para me ajudar com minhas malas. Sorri fazendo uma reverência exagerada conforme começávamos a andar.

— Não parei o carro longe. Vamos colocar essas coisas no porta malas e sair daqui. Tenho certeza que estão cansados de viajar.

" Been there, done that, got the t-shirt "

Quando eu convidei Klaus para viajar comigo e meus amigos, eu tive medo de ele ficar sobrando. Digo, ele estava indo para um lugar diferente, com pessoas diferentes e eu era a sua única conhecida. Além disso, meus amigos e eu estávamos com tantas saudades uns dos outros que talvez Klaus — recém chegado — ficasse em segundo plano. Mas eu estava completamente errada.

Meus amigos pareciam fazer o possível e o impossível para entreter Klaus e isso fez com que um sentimento gostoso tomasse o meu corpo. Ell parecia entretida conversando com ele e Naomi também entrava algumas vezes, fazendo com que o banco de trás do carro ficasse ainda mais falante do que o da frente. Os olhos de Henry se encontravam com os meus de tempos em tempos e um sorriso se formava em seu rosto. O menino de cabelos loiros ergueu uma mão para mim, que agarrei contra a minha a apoiei sobre a minha coxa. Meu coração ainda batia forte pela saudade.

— Diretamente da Grécia, baby! — Naomi respondeu animadamente a pergunta de Klaus sobre de onde eles haviam vindo. Revirei os olhos, um sorriso largo esboçado em meu rosto. — Eu aconselho como destino se não conhece ainda. Apesar da economia, aquele lugar é o paraíso.

— E esta é Naomi: a maior deusa grega que você respeita.

Revirei os olhos em tom divertido conforme minha amiga jogava o cabelo por cima do ombro e assentia em tom metido. Naomi era a mais velha dos amigos, tendo 25 anos de idade, mas era a mais divertida. Cada segundo com ela era como um stand up commedy e eu realmente nem via o tempo passar quando com ela. Era mais ou menos como acontecia com Maxine quando éramos próximas e começávamos a falar sobre as coisas, sequer sentindo os minutos irem embora.

— Eu vim de Londres. — Henry respondeu com seu sotaque britânico carregado. Sorri. — Mas eu só nasci mesmo. Meu voo veio da Grécia porque fui buscar a deusa grega ali.

— Vossa alteza, você tem direito de reclamar de ter que ir me buscar no meu país quando não tiver mais de três jatinhos, ok? Ok.

Revirei os olhos balançando a cabeça em negação e passei a observar a ilha conforme o carro corria pela estrada. A paisagem era incrivelmente bonita e o mar se estendia por todo o meu campo de visão. O sol fazia com que meu humor melhorasse ainda mais. O Havaí era conhecido como o paraíso em terra e isso eu estava pagando para ver. Estive em muitos lugares que se aproximavam muito do que eu chamaria de paraíso, mas aquela ilha estava realmente desafiando todos eles.

Eu até desliguei por um tempo para não ouvir as discussões de Henry e Naomi que eu tanto amava. Os dois não eram parentes, mas agiam como irmãos. Eles haviam se conhecido em suas viagens dois anos antes de eu conhecê-los e eu fui praticamente colocada na família. Naomi era como uma irmã para mim e Henry... Bem, Henry era mais como um príncipe encantado ou coisa do tipo. Alguns meses depois conhecemos Ellinor, Dimitri e Ashira, as três pessoas que completaram nossa família intercontinental. Infelizmente, Dimitri e Ashira não iriam comparecer àquela viagem, mas eu tinha certeza que iria encontrá-los logo.

— O que você tem feito nesses últimos meses, Ell? Sinto como se não ouvisse de você há anos.

Perguntei em tom divertido, olhando para a menina de cabelos platinados pelo retrovisor do carro. Meus olhos caíam em Klaus de vez em quando para checar se estava tudo bem e se as duas meninas não estavam devorando-o vivo.