[Rp Fechada] I Write Sins Not Delusional Folks

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Mensagem por Jordan P. White Sex 12 Jul - 22:35:29

Relembrando a primeira mensagem :

I Write Sins Not Delusional Folks
Saint Anne se trata de um hospital psiquiátrico localizado aos arredores de Nashville. A enorme construção gótica conta com enormes paredes de pedras, vigas e cores fechadas que - apesar de um pouco intimidadoras - dão um ar luxuoso ao local. O terreno é circulado por enormes portões dourados e a área de jardim se estende por muitos metros em torno da construção. É possível encontrar alguns internos caminhando com seus enfermeiros, todos vestidos em roupas de algodão branco, aproveitando a luz do sol da tarde. Apesar de ser um hospital, Saint Anne tenta ao máximo se assimilar à um hotel histórico luxuoso, trazendo conforto para todos os internos - geralmente parentes de pessoas ricas e influentes.
15H
SEGUNDA-FEIRA
RP FECHADA ENTRE FAITH E JORDAN
Jordan P. White
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[Rp Fechada] I Write Sins Not Delusional Folks - Página 2 Empty Re: [Rp Fechada] I Write Sins Not Delusional Folks

Mensagem por Faith Angelique Young Seg 15 Jul - 21:53:18

"DELUSIONAL FOLKS"


Por causa do tropeço, eu não havia sido capaz de ver o sorriso que eu ouvia a risada tão baixa, quase inaudível. Por um minuto eu queria não ter tropeçado apenas para conseguir ver um dos garotos mais problemáticos do Saint Anne dar uma sorriso. Dei uma risada com a pergunta do mais novo.

-Cocaína, não. Ligada no 220, sempre fui. -Observei o moreno que se sentava abaixo da árvore, onde eu o tinha mostrado. Aquilo me trouxe uma sensação quente no peito. Ele podia muito bem ter, por pura birra, sentado em qualquer outro lugar, mas, se fosse assim, ele com certeza nem ali estaria. -Na verdade...

Antes que eu pudesse terminar minha frase, Jordan comentou sobre o quanto eu falava. Minha boca se fechou automaticamente e eu mordi meu lábio inferior. Aquilo não tinha exatamente me magoado. Eu estava acostumada a ouvir aquele tipo de comentário e, bem, vindo de alguém que estava acostumado com pessoas praticamente mudas ou que gritavam sem razão, eu não esperava menos.

Voltei a olhar para Nashville. Como poderia uma cidade tão grande e ativa parecer tão pequena e quase imperceptível aos olhos quando estávamos naquela Instituição. Todos os alunos de psiquiatria sabiam que ali era o melhor lugar. Agora eu entendia o porque. O afastamento da cidade era muito mais fácil para que nós conseguíssemos retirar coisas dos internos ali.

Passamos um tempo ali. Jordan e eu. O meu trabalho era fazer ele confiar em mim o suficiente. Não porque eu precisava de um trabalho, ou porque eu era gananciosa quanto a nota que eu queria. Eu realmente me importava com o bem estar das pessoas ali. Até mesmo da Sra. Rosa. Eu ter sido designada para o caso de Jordan não era nada mais do que eu pregava: empatia.

A resposta tardia me pegou de surpresa. Eu levei os braços até minhas pernas, as abraçando e apoiando a cabeça em cima dos joelhos. Antes sequer que eu pudesse processar qual livro ele estava lendo, o meu coração afundou enquanto eu era levada para dentro os olhos cor de âmbar do garoto vestido de branco.

Um sorriso triste me veio à face e, naquele momento, eu não consegui encarar Jordan. Fechei os olhos e virei minha cabeça, apoiando o queixo nos joelhos e voltando a observar a cidade ao longe. Bryan veio instantaneamente em minha visão. Dei de ombros.

-É complicado, Jordan. -Olhei para os roxos em meu antebraço direito. A marca perfeita da mão que era nitidamente maior que a minha. -As pessoas não querem realmente saber o que acontecem na casa das outras. A empatia do ser humano quanto à outro acaba uma vez que a terceira pessoa se sente ameaçada de alguma maneira.

Voltei a olhar para o moreno de traços finos. Minha voz era calma como a brisa que chegava até nós antes de descer o pequeno morro até a grande construção.

-Ainda mais quando eu não quero que as pessoas pensem errado sobre algo que ele não tem culpa. Mas porque pergunta? -O silêncio tomou conta de nós por um breve momento. Soltei das minhas pernas e me virei de frente para Jordan, sentando em "posição de índio". -Eu sei que você tem inteligência o suficiente para saber que essa pergunta tem respostas pré-prontas na ponta da língua das pessoas.
ST ANNE. JORDAN. VESTINDO
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Faith Angelique Young
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[Rp Fechada] I Write Sins Not Delusional Folks - Página 2 Empty Re: [Rp Fechada] I Write Sins Not Delusional Folks

Mensagem por Jordan P. White Seg 15 Jul - 22:45:04

Cherrys on topBeen there, done there, got a T-Shirt
Eram dezenove anos naquele corpo e Jordan ainda não havia aprendido a hora de ficar calado.

Não que ele estivesse surpreso por Faith admitir àquilo que ele havia simplesmente suposto. Afinal, as agressões poderiam vir de qualquer lugar: um pai, uma mãe, um irmão. No entanto, a maneira com que ela havia reagido quando Jordan apenas deu a entender que qualquer tipo de "dor" poderia ser oriunda do seu relacionamento, e ela negou — isso o fez ter certeza.

O amor é dor. Inevitável. E negar esse fato pressupõe completa cegueira ou medo de admitir algo pior.

Os lábios do rapaz se espremeram, formando quase uma linha, conforme ele observava-a contar em breves palavras. No entanto, a parte que o surpreendeu foi a maneira com que ela apenas lhe contou sobre, com um suspiro cansado e não aos prantos como ele imaginava. Isso, Jordan pensou, provavelmente significava que ela já havia tido aquela conversa antes — várias e várias vezes.

No entanto, ao se deparar com o brilho inocente e sincero nos olhos de Faith, ele cerrou o punho. Principalmente quando a ouviu dizer que não queria que as pessoas "o vissem errado por algo que não tinha culpa". Como assim? Mas, mesmo em indignação, Jordan não era nenhum tipo de ONG. E Faith era grande o suficiente pra tomar a porra das próprias decisões.

— Como assim ele não tem culpa?

Ele estava decidido a não se intrometer no assunto.

— Ele tropeçou e fez essas marcas, por acaso? Você é idiota? O que te faz pensar isso?

Boa, Jordan. Imparcial e delicado.

O rapaz revirou os olhos e bufou exasperado, mas não pode deixar de sentir certo peso lhe tomar logo então. O brilho nos olhos de Faith, o medo escondido por trás de uma máscara de conformismo, a forma com que ela afagava os braços em um ato de proteção — ela lhe lembrava demais de alguém que conhecia.

Porque ele já foi assim também.

O rosto do rapaz tomou um semblante negro ao se lembrar de quantas vezes ele já havia se sentido culpado pelo abuso que já havia vivido. Quantos anos viveu em silêncio, levando as coisas como queriam para ele, nunca realmente abrindo a boca para combater àquilo. E era exatamente isso o que ele enxergava em Faith.

Speechless.

E, apesar de demonstrar claro sinal de uma pessoa fraca — ele sabia muito bem a força interna que os demônios demandavam para não sair e causar um pandemônio no mundo.

— Eu não acredito na bullshitagem que todos esses gárgulas de verde jogam par cima de mim, mas em uma coisa eles estão certos... — Murmurou, nada contente em admitir aquele fato. — Quando sofremos abusos, nunca temos culpa. Não importa quão falante e irritante você seja, ele não tem direito de fazer isso. Mas eu não vou ficar repetindo essa putaria que todo mundo te fala e que você vai ignorar como já faz.

Deu de ombros, soltando um suspiro pesado. Seus olhos observavam Nashville, iluminada pelo sol que descia aos poucos, quando finalmente completou.

— Nós temos o amor que achamos que merecemos.

Jordan P. White
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[Rp Fechada] I Write Sins Not Delusional Folks - Página 2 Empty Re: [Rp Fechada] I Write Sins Not Delusional Folks

Mensagem por Faith Angelique Young Seg 15 Jul - 23:18:32

"DELUSIONAL FOLKS"


E, naquele instante, eu agradeci à todas as entidades por estar olhando para Jordan. A expressão corporal do garoto quando eu falei aquilo me fez prestar atenção em cada músculo que se mexia abaixo da pele ávida que via tão pouco Sol, diferente da minha. Eu já estava muito bem acostumada com aqueles tipos de comentários.

Os revoltados.

Os de falsa empatia.

Os violentos.

-Não exatamente.

Eu tinha, naquela conversa com Jordan, um total de zero novidades sobre a minha vida. Mas, ao contrário de todas as outras pessoas com as quais eu tinha falado sobre, eu sentia que Jordan não comentava aquilo da boca para fora. Tomei todas as notas mentais que precisava para colocar em uma ficha depois.

Apenas assenti devagar e meus olhos caíram sobre as marcas novamente enquanto ele falava sobre as pessoas do instituto e algo que estavam certos. Sobre culpa. Eu já tinha passado por psicólogos e psiquiatras, havia meditado e procurado respostas para o que eu sentia em todos os cantos que se pudessem imaginar.

Mas era exatamente por eu achar que o discurso de Jordan era tão sincero, que doía mais.

Inspirei fundo antes de olhar novamente para o traços finos do rosto alheio. Jordan tinha tanta dor guardada dentro de si que eu tinha medo que se ele se movesse um pouco mais rápido, ou se piscasse muitas vezes o rosto dele quebraria.

E mais uma vez, eu apenas assenti com a frase do livro que eu tinha lido um milhão de vezes.

-As Vantagens de Ser Invisível. -Encontrei seus olhos nos meus uma última vez antes de olhar para o horizonte ao ouvir um leve sinal vir de dentro da Instituição. Levantei da grama fofa e bati no tecido em cima das nádegas para limpar qualquer tipo de sujeira que tinha ficado ali. -Parece que sua hora obrigatória de banho de Sol terminou por hoje.

Esperei que ele levantasse para que fossemos de volta à grande construção branca. Pela primeira vez, eu não sentia que queria falar algo para Jordan. Eu não sentia necessidade de falar qualquer coisa, mas sim de absorver o que tinha acabado de acontecer ali. O que ele tinha deixado transparecer em forma de uma falsa empatia por alguém que ele mal conhecia. Antes que chegássemos junto aos outros enfermeiros e internos, parei novamente em sua frente.

-Apesar de adorar esse livro, eu discordo. Eu acho que nós aceitamos o amor que queremos. Não que achamos que merecemos. Por isso existem tantas pessoas que sabem que merecem mais do que tem, mas não se movem. O conforto é o pior inimigo do amor próprio. -Olhei para os enfermeiros que me chamavam mais uma vez. Faltando, ainda, algumas horas para encerrar o meu turno. -Bom jantar, Jordan.
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Mensagem por Jordan P. White Ter 16 Jul - 18:22:23

Cherrys on topBeen there, done there, got a T-Shirt
Jordan assentiu em silêncio quando ouviu Faith dizer o nome de um dos seus livros preferidos.

Era meio ridículo admitir que Jordan era tão apaixonado por um livro de romance adolescente, mas não podia evitar — no fundo do fundo, ele se identificava demais com Charlie. A diferença era que ele desenhava, não escrevia. E, diferentemente do personagem do livro, seus sonhos haviam sido destruídos por uma mãe superprotetora, não uma tia abusiva. Mas as marcas eram muito parecidas.

E quando se deu conta que pensava nisso, balançou a cabeça para espantar os pensamentos intrusivos. Depois ficou puto com Faith por guiá-lo àquele tipo de lembrança.

Por um momento quis brigar com ela e dizer que não estava afim de levantar, mas um banho e uns jogos de tranca soaram como o paraíso naquele momento. Então, quando se deu conta, já estava de pé e acompanhava a menina em direção às grandes portas da Saint Anne, ainda abertas e convidativas para os detentos que se recolhiam, assim como o sol.

O rapaz estava em silêncio, um tanto absorto em seus pensamentos, quando ouviu o comentário de Faith. E, brevemente, se virou para trás. Seus olhos se encontraram com os dela, lendo muito mais do que sua boca falava.

— Que engraçado. Eu acho que isso é exatamente o que uma pessoa acomodada diria. — Deu de ombros, enfiando as mãos dentro dos bolsos do moletom. — Acredito que as pessoas que "querem" o próprio prejuízo só não conseguem enxergar que, no fundo, elas se acreditam merecedoras por aquilo. E, provavelmente, porque têm medo de cavar fundo o suficiente para entender que parte deles os faz crer que aquela situação é merecida. Ninguém fica desconfortável por conforto. São sentimentos antagonistas.

Falou em tom indiferente, abrindo um sorriso irônico para o enfermeiro que o observava do lado do batente da porta.

— Viu? Já posso roubar os empregos de 50% desse hospital. — Soltou uma risada sem humor, olhando para Faith por cima do ombro. — Bom descanso, Faith.

E com isso, sumiu dentro da construção.

ENCERRADO

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