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Mensagem por Natasha I. Dragomir Seg 1 Jul - 22:12:01

Relembrando a primeira mensagem :

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A redação da revista ocupava um andar inteiro. Próximo às janelas ficavam os escritórios particulares, como o da diretora da redação, o da editora chefe e de outros editores, além das salas de reuniões, copa, cozinha e uma ampla sala de estar. No meio de tudo ficavam as baias dos jornalistas, redatores e revisores, sem divisórias em cima, podendo ver e ouvir tudo o que acontecia no amplo espaço, se apenas levantassem um pouco a cabeça.
redação da who's rocking?
@Sam Venwil Zadaward
terça, 16h13.
Natasha I. Dragomir
Natasha I. Dragomir
diretora de redação who's rocking?


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Mensagem por Natasha I. Dragomir Sex 5 Jul - 19:47:11

ice  queen

Era estranho pensar que ela, Natasha, estava naquela situação, depois de prometer jamais sentir amor por mais ninguém que não fosse seu noivo morto. Jurara sobre seu caixão que ele seria o único e antes de um década havia quebrado sua promessa. Isso porque, ao contrário do que sua família acreditava, era impossível controlar os sentimentos. Era possível controlar se os outros saberiam ou não deles, mas só. E nem isso ela estava sendo capaz. Além de descobrir que havia espaço em seu coração para amar duas pessoas com a mesma intensidade e sem comparação. James sempre estaria ali, ele fora seu primeiro amor, haviam ficado juntos durante seis anos e tinham planejado a vida perfeita: um casamento aos vinte dois, o primeiro filho aos vinte e quatro e um a cada dois anos até os trinta, pois queriam uma família grande. Porém ele lhe fora arrancado e ela prometeu abrir mão de tudo. Não conseguiu abrir mão do amor, mas a vida perfeita jamais teria.

E seu segundo amor estava diante dela, sendo vulnerável de uma maneira que Natasha não podia acreditar, pois não era do feitio de Samantha. Talvez fosse exatamente por isso que não pudera cumprir sua promessa e se apaixonara, porque Sam era intrigante, complexa, havia sempre alguma novidade. E aquela mão tocando em sua pele deixava um traçado de fogo e imobilizava Natasha. Estava presa novamente pelo simples toque da outra, pela força de sua presença e pelo peso de suas palavras.

Ao ouvir Samantha confessar que não deixava de querê-la, Nat queria gritar, pular, chorar, porém apenas a encarou com intensidade, querendo dizer que ela tampouco conseguia. — Nem eu. — murmurou, tocando a mão da outra apenas de leve e soltando em seguida. "Ele" Natasha sabia exatamente a quem Sam se referia. E o que acompanhou essas palavras foi tão vulnerável que a Dragomir sentiu-se sem chão por um momento, querendo negar tudo, para não ver Sam daquele jeito. Porém não era justo mentir para nenhuma das duas.

E o que ela pôde fazer foi aproximar-se de Samantha e abraçá-la com todo o carinho, amor e pesar que sentia. — Eu te amo, Sam. Sem comparações. E tu é mais do que suficiente. — afirmou, afastando-se um pouco para que a outra pudesse ver a verdade de suas palavras estampada em seu rosto. Ela amava Sam, um amor completamente diferente e tão grande quanto o seu primeiro. Não eram comparáveis. — Quem não é suficiente sou, entende? Eu nunca vou poder te dar nada além de amor. E mesmo assim um amor amargo, sofrido, incompleto. Porque eu não sou mais inteira, Sam. Metade de mim morreu quando ele morreu. A metade que sonhava, fazia planos e queria um final feliz. E só sobrou essa carcaça que vive de aterrorizar os outros. E a metade de mim ainda capaz de amar, te ama demais para fazer isso contigo. — seu pequeno discurso não havia sido inteiro e perfeito, ela o dissera em meio a lágrimas, mas sem deixar de encarar Samantha. Precisava que a outra visse que o que dizia era verdade.

DRAGOMIR, NATASHA wearing//with Sam.

Natasha I. Dragomir
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Mensagem por Sam Venwil Zadaward Dom 7 Jul - 16:53:21

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
O toque, aquela pele. Samantha não sabia nem mesmo o que fazer. Tocar, sentir, falar, olhar. Não tinha palavras para dizer o quanto sentia falta de Natasha, do que compartilharam, ao mesmo tempo que se sentia esmagada pela força que exalavam quando estavam juntas. Mas, por pequenas rachaduras e abalos sísmicos entre os corações, eram condenadas a jamais provarem do doce sabor da união. A advogada ouvia atentamente cada palavra, sentindo cada mínimo som proferido lhe provocar uma tsunami de sensações. Seu olhar havia se fixado em algum ponto do ambiente direcionado para a esquerda, sem um foco específico, uma vez que não visualizava nada ali dentro. Em seu modo caótico mais relevante, estaria beirando um colapso histérico, onde xingaria a Dragomir de tudo o que pudesse, mas não era a verdade daquele instante. Apesar de sentir a existência de um buraco negro no peito, era como se parte de sua própria existência estivesse longe. Queria gritar para fazê-la mudar de ideia ou aceitá-la agora mesmo, apenas para terem o melhor da vida juntas. Sem impedimentos, dores ou faltas.

Mas como poderia? Como poderia concertar um coração tão ferido se o próprio tinha sido jogado fora há anos atrás? Ryan vinha realizando remendos, pondo remédio nas feridas e colando band-aids onde os danos pareciam ser menos propensos a expandir o estrago. Se mostrar como um brinquedo quebrado uma outra vez estava fora de seus planos, ainda que as lágrimas da mulher que amava fizessem fluir em seu peito um descompensar congelante. Não eram mais duas poderosas figuras em busca de soberania num jogo de provocações. Eram duas pessoas cientes do que era melhor para a outra. — Eu o amo. Ryan. — Era a primeira vez que assumia aquilo em voz alta, o que causou um certo movimento de seriedade com as sobrancelhas. — Esse é o nome dele. — Suspirou, erguendo os olhos para encarar a russa. Estava parada no mesmo lugar, quase como se estivesse fixada através de uma base. Como se não conseguisse se mexer.

Poderia não ser o relacionamento mais perfeito do mundo, mas lhe fazia um bem imenso, ao ponto de se imaginar completamente perdida caso o perdesse. — Não fomos feitas para ficarmos juntas, ainda que o mundo continue insistindo. Você pra mim é como….. Não consigo respirar. Você me tira o fôlego, atordoa tudo o que eu penso, mexe comigo. Muito. — O que não poderia fazer, no entanto, era se afastar ou prometer que tanto sentimento um dia se tornasse uma metáfora memorável ou um amor de amigas. — Eu preciso de você, Natasha. Não consigo reverter essa necessidade, essa vontade de ter você por por perto, de te ver, de saber que está bem…. É incontrolável. Me peça o que for, me diga o que quiser, mas não me afaste. De novo não. — Se aproximando, tocou-lhe os ombros de um modo extremamente carinhoso, quase como se o contato não lhe caísse bem. Não combinava com a mulher fria que todos conheciam.

Um par de lágrimas escorreu, antecedendo o choro silencioso que movia o peito para cima e para baixo rapidamente. — Se for preciso, eu imploro. Se esse for o amor que merecemos, deixe acontecer.  — Findou, dando um passo para longe com o intuito de fitá-la um pouco mais.


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Mensagem por Natasha I. Dragomir Ter 9 Jul - 0:47:25

ice  queen

Por um momento o mundo havia virado completamente de cabeça para baixo e ninguém lhe avisara. Essa era a única explicação para o que estava acontecendo ali. O que havia acontecido para Natasha Dragomir e Samantha Zadaward estarem em um corredor, falando de sentimentos e chorando? Que universo paralelo bizarro era aquele? E que realidade doentia era aquela que as fizera conhecer-se, amarem-se e não serem capaz de ficar juntas? Quão pecadoras eram que a felicidade lhes havia sido negada a tal extremo?

E quando pensava que já havia sofrido tudo que poderia, Sam disse três palavras que pareciam mais três tiros de revólver. "Eu o amo". Natasha sabia que não era justo, mas esperava, torcia para que aquele Ryan fosse só um passatempo. Mesmo sabendo que era errado, não podia evitar o sentimento de posse e sentia que Sam lhe pertencia. Mas não mais, nem nunca. E ela teria de deixar o egoísmo de lado. Porém naquele momento o máximo que conseguiu foi assentir com a cabeça e sentir uma torrente de lágrimas descendo por seu rosto.

Logo, sem poder evitar, soluços tomaram seu corpo ao ouvir as palavras de Sam. Não podia mais manter a pose de forte. Havia um tsunami guardado dentro de si, uma inundação de pesar querendo romper tudo que ameaçava derrubá-la no chão de maneira permanente e ela se sentia tentada a deixar. O que Sam dizia... Ela levantou os olhos tentando entender. Encarou a morena e estremeceu quando ela lhe tocou com carinho, lembrando-se de quando a havia chamado de robô e vendo o quão distante ela estava daquilo.

Elas haviam ido tão longe. Eram tão diferentes e tão iguais. Tão duronas, mas tão frágeis e incapazes de se deixarem. Que piada. —Sam? Eu realmente não entendo. — não sabia se o choro havia sugado a hidratação de seu cérebro, mas não conseguia entender o que Sam queria. Como elas poderiam viver o que quer que fosse? Não podiam ficar juntas. Sam tinha outra que ela amava. Não, Natasha não entendia.
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Mensagem por Sam Venwil Zadaward Ter 9 Jul - 11:38:43

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
Toda a situação em si parecia elevar os níveis de cortisol no corpo, assim como a glicose ao modo como o desenrolar dos fatos fazia os corpos corresponderem ao estímulo de ansiedade, agitação, nervosismo e tudo o que se subentendia com o diálogo da dupla. A britânica, sob tudo o que esperava de Natasha - vê-la defenestrar alguns corpos, gritar e usar de toda a sua acidez - estava tendo a prova de que a mulher que ela amava estava ali, intacta, por baixo de toda a pele de dragão. Soltando a bolsa no chão, suspirou ao fitá-la. Não cansava de repetir tal ato, mesclando uma quantidade exorbitante de sensações e sentimentos que mal podia notar qualquer movimento externo. Estava cansada de fingir, de ter que engolir cada coisa que ela despertava e manter-se como um robô incapaz de compreender ou até mesmo sentir as relações sentimentais humanas.

Não existia uma definição perfeita para ser descrito o modo como falar tudo doía na advogada que jamais fora uma mulher digna de sentimentos. Dizer que amava era o fim da linha, mas não aguentava mais. Era como se um armagedom sucumbisse tudo por dentro, desfazendo as barreiras e baixando as defesas para zero. Ryan era a saída para tudo, para o naufrágio, para a certeza de que existia terra firme além dos destroços, mas como poderia aproveitar-se disso se não queria ser resgatada da destruição? Poderia ser considerada como masoquista, mas de nada isso lhe importava. — Eu também não, Nat. — Respondeu, por fim, entre um suspiro longo e um movimento involuntário do rosto, que focou-se no carpete bege claro no chão do ambiente. Estava tudo tão silencioso que a Zadaward conseguia ouvir as batidas do próprio coração, louco e desesperado no peito.

Encostada na parede ao lado de Natasha, Sam ergueu o rosto para encarar o teto vendo muito além do que apenas o branco puro ali de cima. — Você diz que não podemos ficar juntas, mas age como se isso não fosse a verdade por trás de tudo. Eu não sei o que fazer ou o que esperar com… Isso. — Gesticulou de uma para outra no espaço entre os corpos. Estava se segurando para não acabar com o maldito vão entre elas e silenciar todas as dúvidas agindo contra as insuficiências uma da outra e deixar o destino resolver o futuro, sem questionar, duvidar ou por expectativas de um final feliz. Se pudesse amá-la, confiar de que aquela dor diminuiria com o tempo e esperar que as farpas não fossem uma banalidade era o que considerava suficiente.

Doía como o inferno vê-la chorar e saber que era a culpada por alguma porcentagem daquilo. Começava a enxergar uma forma distorcida do que estava causando, mais uma vez, ao estar próxima de Natasha. Estava sendo egoísta em pedir para que ela não se afastasse. Quando havia se tornado tão negligente com os sentimentos da outra? — Talvez seja melhor se ficarmos….. — O peito apertou, o ar sumiu e todo o oxigênio fugiu de seus domínios. Não conseguiu concluir antes de sentir como se uma rajada de tiros tivesse lhe acertado. Mais lágrimas desceram e por alguns segundos não conseguiu se mover.

Quando concluiu, a voz mal passava de um sussurro embargado pelo choro contido. — ….longe. — Respirar era como um conjunto de facas cortantes esmagando tudo por dentro. — Não consigo olhar para você e saber que posso estar te fazendo mal, Natasha. Não consigo fazer isso….. De novo. — A sua maior vontade era de deixar-se cair até o chão e abraçar os próprios joelhos, não ligando para mais nada além das duas e aquele dilema, mas estava paralisada. Precisava pensar no melhor para as duas. Para Natasha. Era o que importava. Poderia lidar com a própria dor depois.


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Mensagem por Natasha I. Dragomir Qua 10 Jul - 0:01:53

ice  queen

Ainda que o que acontecia ali fosse triste, Natasha não podia deixar de ver certa beleza em tudo aquilo. Na fragilidade do momento, no amor puro e intenso das duas, que conseguiam deixar de lado tudo para ter aquele instante, esquecidas do mundo à sua volta. Era triste, porém precioso e Natasha sabia que independente do que acontecesse, guardaria aquilo para sempre em sua memória. Assim como sabia que Sam sempre seria seu amor. Outro de seus amores intensos e inalcançáveis, porque parecia fadada àquilo: amar incondicionalmente pessoas que não podia ter. Pelo menos sabia o que era amar, pelo menos sentia com intensidade, pelo menos fora feliz, ainda que de maneira fugaz.

E sabia com mais certeza do que jamais soubera qualquer coisa em sua vida: ali terminava sua saga com Sam. Não seu amor, não a atração, não a força que a compelia, apenas o sofrimento. Porque Sam tinha alguém que poderia dar tudo que ela merecia e Natasha queria o melhor para ela. E quando se ama alguém como ela amava a advogada, o certo era deixar ir, ainda que aquilo lhe rasgasse ao meio. Mas era difícil fazer aquilo, tomar a iniciativa. Seus instintos mais primitivos faziam de tudo para impedi-la de se machucar. Queria ser egoísta e pedir para que Sam a aceitasse como fosse. Que largasse o outro e ficasse com aquele caco que era a Dragomir.

Por um instante, um breve instante, pensou que Sam tomaria aquela decisão por ela. Que ficaria. Que jogaria tudo para o alto e ficariam juntas fosse como fosse. E ela prendeu a respiração querendo ouvir aquilo, querendo mais do que nada que fosse verdade. Como era egoísta. Como era fraca! Mas Sam não era... Samantha Zadaward era a força que as duas precisavam e Natasha soltou o ar e junto mais uma torrente de lágrimas. E suas pernas já não puderam aguentar o peso de seu corpo a fazendo deslizar até o chão. — Isso dói tanto, Sam. Mas é o melhor para ti... — conseguiu forçar as palavras lá do chão, levantando o rosto para olhar a mulher que só conseguia amar e admirar ainda mais. O passado havia sido apagado. Sam era um pequeno sol que ela queria orbitar, mas era fraca demais para tanto brilho.

Encostou a cabeça na perna da outra, dizendo-se que seria fraca só por mais aquele instante. Já que não se veriam mais, poderia se dar ao luxo de aproveitar sua força e sua companhia um ou dois minutos mais. — Quero que sejas feliz, mais do que tudo. E mesmo que eu não esteja por perto para ver, vou estar torcendo, ok? Nunca vou deixar de te amar, nem de te querer bem. E vou sentir tanta falta das nossas provocações. Onde vou arrumar uma adversária a altura? Bem, não importa. — as palavras meio que jorravam de dentro dela, ainda sentada no chão, incapaz de levantar ou mesmo de olhar para Sam. Falava para a outra, mas mais para si, para se convencer de que ficaria bem.
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Mensagem por Sam Venwil Zadaward Qua 10 Jul - 21:26:36

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
Se existia alguma dúvida de que corações partidos fossem capazes de sugar tudo numa agilidade monstruosa, Samantha acabava de saná-la. Enquanto Natasha falava, sua expressão se transformava numa mórbida placa de mármore, com suas rachaduras se transformando em imensos pedaços quebrados de um material que deveria ser indestrutível. Nem se o diabo resolvesse sair do inferno para crucificá-la, humilhar toda a sua composição humana e fazê-la se arrastar por mil milhas doeria tanto quanto o que acabava de acontecer. Cada célula de seu corpo agia contra as decisões, seus movimentos não correspondiam aos estímulos e nada pudera tirá-la da morte lenta e cruel de sua alma. Não existia salvação para o fim, de fato. Mas, o que doía mais? Natasha não enxergar qual era a sua real felicidade ou saber que jamais seria capaz de fazê-la se sentir daquele jeito?

Com o peito esmagado, o cérebro parecia ser - de fato - a única parte racional, incentivando-a a pensar pelo lado em que as coisas deveriam acontecer daquele jeito. Cada uma de um lado. Mas era mesmo? Elas eram aquilo, pro melhor ou pro pior. Era natural provocar, inserir o sarcasmo como uma fuga para as reais palavras que não mais eram um segredo. Estavam tão longe de onde a inglesa queria, um ponto onde poderiam recomeçar e a falar com o coração. E fizeram aquilo, mas, apesar dos detalhes no meio de toda a história que carregavam, o final havia sido o mesmo: Um amor perdido, mutilado pela infelicidade de não poderem ficar juntas, rodeadas pela falta das respostas que mais buscavam. De nada mais adiantava.

Samantha Zadaward estava certa de que sua vida não percorreria um caminho de um sentimento  passional por muito tempo. Enquanto lágrimas banhavam seu rosto e as batidas sôfregas das sobras de um coração quase que inexistente desvirtuavam todas as coisas boas que restavam em seu interno, a britânica garantia a solidez das barreiras que se erguiam novamente. Amar doía demais. Queimava. Partia. Quebrava. Matava.

Quando os corpos se afastaram por um movimento vindo da Dragomir, a morena colocou-se de pé e arrumou a própria roupa, ainda que estivesse tão impecável como quando havia entrado no prédio da Who’s Rocking, incapaz de contrariar suas palavras ou dar sentido ao que pudesse proferir. Nenhum som era o certo, nenhuma melodia que escapasse dos lábios estaria sintonizada, nenhuma harmonia seria a perfeita. Seu mundo estava desbotando.

Seu último gesto foi um beijo prolongado na testa de Natasha, a quem poderia encontrar naquele ato mais amor do que pudesse achar existir em outro lugar do mundo. Aquele era o julgamento final, num mundo onde o apocalipse não previra o quão destrutivo o sentir tinha sido. — Adeus, Nat. — A advogada caminhava rápido até o elevador, como sempre fazia. A graça e a elegância estavam presentes em seus passos, e diferente das outras vezes em que desfilava com uma expressão de quem tinha o poder girando no centro das mãos, Samantha não portava mais do que a própria falta de vida em seu rosto. Não existia nada ali dentro, além de sangue, músculos, veias e artérias trabalhando no modo automático.

Quando as portas da caixa metálica se fechassem, apagando a visão de seu corpo, tudo o que Natasha veria era uma mulher extinta de sua vida, ferida, massacrada. Uma mulher que, pela primeira vez após quase vinte anos, fazia uma prece. Em seu silêncio fúnebre, Samantha Venwil Zadaward desejava duas coisas.

Sumir.

Sem um coração batendo no peito, não conseguia continuar. Mas, antes disso, existia o segundo desejo, feito em voz alta.

Se você existe mesmo, Deus, faça com que aquela mulher esteja isenta de qualquer sofrimento. Deposite em mim o que for de pior, mas não permita que ela sinta o que eu estou sentindo agora.

Quando as portas se abriram no saguão, de dentro do elevador surgiu o que todos esperavam ver, mas o que nunca fora visto até aquele exato instante, ainda que pudesse ser a impressão de cem por cento das pessoas que lhe cercavam. O barulho característico dos saltos era o abre-alas para aquela que sempre deveria ter sido a primeira da linhagem.

Um robô.


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