we are like magnets

2 participantes

Página 1 de 2 1, 2  Seguinte

Ir para baixo

we are like magnets Empty we are like magnets

Mensagem por Natasha I. Dragomir Seg 1 Jul - 22:12:01

we are like magnets
A redação da revista ocupava um andar inteiro. Próximo às janelas ficavam os escritórios particulares, como o da diretora da redação, o da editora chefe e de outros editores, além das salas de reuniões, copa, cozinha e uma ampla sala de estar. No meio de tudo ficavam as baias dos jornalistas, redatores e revisores, sem divisórias em cima, podendo ver e ouvir tudo o que acontecia no amplo espaço, se apenas levantassem um pouco a cabeça.
redação da who's rocking?
@Sam Venwil Zadaward
terça, 16h13.
Natasha I. Dragomir
Natasha I. Dragomir
diretora de redação who's rocking?


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Sam Venwil Zadaward Seg 1 Jul - 23:46:12

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
A agenda da Zadaward estava cada vez mais cheia de compromissos. Na última semana havia optado por passar alguns dias em Londres, na companhia do pai para resolver pendências administrativas em nome da família, aproveitando para rever Seth e Siena, as crianças do casal Howard, os vizinhos de seus pais. Sendo a madrinha de batismo dos gêmeos de apenas quatro anos, tinha a obrigação de presenciar o máximo de momentos possíveis e não economizava vontade para tal coisa. Ryan estava resolvendo sua vida, correndo atrás de seu novo ganha-pão enquanto a advogada distraía a mente de tudo o que lhe ocorrera nos últimos dias.

Em alguns momentos o seu pager vibrava com notificações para o contato de Rebecca, alguns clientes importantes ligavam para pedir sua intervenção, e tudo o que fez foi mergulhar de cabeça nos processos que exigiam sua presença em Nashville.  Quando retornou, a primeira coisa que fez foi passar na delegação oficial de justiça, procurando pelo juiz Thomas, o responsável pela emissão da intimação de Louise.

Dá próxima vez que intimar um de meus clientes, certifique-se de que exista uma validade para motivar a presença. Odeio perder o meu tempo, é precioso demais para isso. — Entregando a carta que tinha enviado para a promotoria, Thomas Giant encontraria uma resposta que lhe provocaria certa fúria. A anulação da intimação que havia feito. A ira lhe povoou as expressões faciais, o que agradou Samantha mais do que qualquer outra coisa naquele ambiente.

Ora, sua víbora desgraçada. Não ouse me desacatar no meu tribunal ou eu…...?!?! — Erguendo o tronco de sua poltrona confortável, o homem no auge de seus sessenta anos bateu com as mãos pesadas na mesa de carvalho claro com força o suficiente para deixá-las rubras.

Ou você o que? — Destilando veneno pelo sorriso traiçoeiro, a britânica deu meia volta, sabendo exatamente como lhe atingiria, deixando para trás um Thomas completamente irritado, mas no fundo, orgulhoso de quem a sua aluna número um tinha se tornado.

Se não fosse por Samantha e sua defensoria quando mais ninguém quisera tomar partido de seu caso quando necessitou, não estaria sentado ali. Odiava ter que engolir o desacato para sobressair a gratidão, mas era um homem leal aos seus instintos. Ademais, ela havia determinado um válido motivo para a anulação. Tinha sido um tolo em deixar passar um detalhe tão importante. Nada mais fez do que apenas olhar a forma das costas da bela mulher que se afastava dali com a vitória centrada na palma da mão. Qual era a novidade?


xXx

Como responsável pelo caso, era de sua obrigação se reportar ao contratante e ao efetivo réu, o que não vinha ao caso em segunda instância. Tal artigo de ética de sua profissão lhe fez tomar os nortes até o prédio da Who’s Rocking, o último lugar em que gostaria de estar, mas que por via dos fatos, deveria ser o seu primeiro paradeiro após a saída triunfal da sala de Thomas. Enquanto subia o elevador, sua expressão vazia recorrente do último encontro com Natasha antecipava a nula vontade de um encontro pressuposto pela constituição que seguia, pretendendo dissipar sua presença antes mesmo do burburinho chegar em forma de fofoca até os ouvidos da diretora da revista.

Marie estava em sua habitual mesa, e antes que a secretária abrisse a boca para ladrar qualquer recepcionamento, antecipou sua fala. — Isso deve estar nas mãos de sua chefe. — Sibilou, comprimindo os lábios. Até que simpatizava com a funcionária da Dragomir, tão eficiente e prestativa. Marie lhe ofereceu um sorriso gentil, assentindo brevemente enquanto se despedia com um “Tenha um bom dia, sra. Zadaward” correspondido com um breve aceno de cabeça da advogada, que fazia seu caminho de volta para o elevador.

You torture saints with a single glance  ///  wearing


Última edição por Sam Venwil Zadaward em Ter 2 Jul - 15:20:43, editado 2 vez(es)
Sam Venwil Zadaward
Sam Venwil Zadaward
CEO Z-Corp


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Natasha I. Dragomir Ter 2 Jul - 0:57:17

ice  queen


Nos últimos dias o clima na redação da revista andava tenso, havia momentos em que era quase possível ouvir um alfinete caindo. Todos sabiam que era por culpa da diretora, mas ninguém sabia qual a razão específica que havia deixado a Dragomir tão intragável. Desde o fiasco da edição 19 que todos lembravam com um arrepio coletivo, nunca mais haviam passado tantos dias seguidos com aquele clima. Era um alívio quando Natasha tinha qualquer reunião fora e Marie, que ao contrário do consenso geral adorava a chefe, percebia que havia mais que mal humor ali e vinha fazendo o possível para facilitar a vida da Dragomir.

E essa, que não contara o que acontecera a ninguém, nem mesmo a Louise, suportava sua quase depressão com longos banhos regados a doses generosas de vodca quando estava em casa e gritos e reprimendas de todo o tipo, quando estava no trabalho. Queria a perfeição de seus funcionários e estava decidida a não aceitar nada menos que ela. Desde que o dia de trabalho havia começado, já tinha recusado duas reportagens, rido na cara de seu editor fotográfico com a apresentação da foto de capa e ameaçado de demissão pelo menos cinco pessoas. Até que Marie lhe avisou de uma reunião com o dono da Paradise Records na própria gravadora.

As reuniões com os donos ou diretores de gravadores eram sempre divertidas, faziam Natasha esquecer-se um pouco da vida. E com o dono da Paradise eram as melhores. Iam para algum restaurante bem country, pediam um bom churrasco do sul e conversavam sobre o cenário da música, trocando impressões de maneira amigável. Só depois que a comida acabava, começavam a falar mais sério, mas ele sempre fazia exatamente o que Natasha queria. E, se ela estivesse bem humorada, poderia levá-lo para casa depois. Mas aquele não era o caso e ela endureceu as negociações, conseguindo um acordo que deixava o homem em situação precária, mas tudo o que ele fez foi balançar a cabeça e sorrir um tanto admirado. E foi assim que Natasha Dragomir o deixou para voltar para sua redação.

O humor da loira havia melhorado ligeiramente com aquele almoço, a comida estava fantástica e a companhia agradável, não fosse o passado, talvez estivesse realmente bem. Mas talvez fosse até capaz de dar uma trégua para seus oompa-loompas. Quem sabe se os deixasse mais tranquilos eles conseguissem entregar um rascunho de edição descente até sexta-feira. Sim, poderia ser. E esses eram os pensamentos amigáveis que a Dragomir vinha formulando em sua subida pelo elevador. Até que as portas se abriram e a última pessoa que esperava ver no mundo estava ali, bem na sua frente, em carne, osso, elegância e beleza. Automaticamente Natasha deu um passo para fora, mas parou, os olhos fixos em Samantha.

Sem qualquer aviso, o coração de Natasha Dragomir acelerou na hora e as lembranças do último encontro delas começaram a assolá-la como um furacão deixando um rastro de destruição em sua mente. O ar, até mesmo o tempo, parecia ter paralisado ali. Ela queria gritar, queria estapear Samantha, queria atirar-se aos pés dela e implorar, queria pegar a mão dela e fugir. Porém não fez nada do que queria. — Senhorita Zadaward, que prazer vê-la na redação. Posso saber o que a traz aqui? — cumprimentou com tanto cinismo quanto foi capaz, dando um sorriso dos mais agradáveis e falsos para Sam, sem se mover. Porque não queria ou não podia, não saberia dizer. Só sabia que tudo aquilo era demais.

DRAGOMIR, NATASHA wearing//with Sam.

Natasha I. Dragomir
Natasha I. Dragomir
diretora de redação who's rocking?


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Sam Venwil Zadaward Ter 2 Jul - 11:42:14

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
Enquanto seguia o rumo para fora do estabelecimento, Samantha encarava a tela do iPhone que lhe pertencia, correspondendo uma mensagem de Ryan que lhe informava algumas novidades sobre a sua busca por um novo rumo profissional. Tinha em mente que ele seguiria suas raízes musicais, as mesmas que sempre fez de um hobby para as horas vagas. Seu pai, de fato, manteria os dois pés atrás caso soubesse daquela relação, uma vez que para ele músicos não passavam de uma modinha temporária, e apesar de contestar em partes, concordava com ele em outras. O mercado musical era estreito, e caso laços não fossem construídos na maior parte do tempo, a carreira terminaria antes mesmo de começar.
 
A vida parecia querer brincar com o psicológico desfiado da advogada, que por um mísero instante achou ter obtido sucesso em entrar e sair da Who’s Rocking sem estar diante da magnata que comandava as rédeas de tudo. Com Natasha Dragomir tão perto e os acontecimentos tão recentes, a britânica se questionava se, pelo menos daquela vez, não devesse ter quebrado o protocolo e enviado os documentos por Rebecca até Marie. Diferente de qualquer reação que outrora lhe fosse conveniente, Samantha parou no lugar, virando-se devagar para fitar a russa. Em sua face jazia uma expressão de torpor, e era possível encontrar os resquícios da dor que muito tinha demonstrado no Crossfire.

Por alguns segundos se manteve em silêncio, tomando uma respiração profunda. Como consequência disso, aspirou o aroma presente de Natasha, suspirando em resposta. De tantas vontades, queria explodir o mundo em torno delas até que apenas as duas fossem as únicas órbitas presentes no planeta. O coração batia densamente no peito, martelando tão devagar que por um instante achou que teria uma parada cardíaca, Era demais vê-la após admitir que ainda a amava. E notar todo o cinismo, a falsidade estampada na face alheia era como adornar a mão no punho da faca cravada em seu peito e apertá-la ainda mais na ferida, só para matá-la mais rápido. — Agora, mais nada. Marie está com o ofício que anula o depoimento de Louise. Avise a ela. — Falou, sem impor alguma arbitrariedade no tom ou tentativas de soar vazia. Mais do que nunca parecia estar preenchida.

Natasha poderia agir como o dragão maquiavélico que bem sabia ser, o que daria a Samantha a imaginação de que ela realmente não havia se importado com nenhuma declaração dada há poucos dias atrás. Era o veredicto que precisava para ter a certeza de que o seu coração jamais seria remoldado e apenas band-aids selariam as enormes crateras formadas há muito tempo, mas sabiam que ele apenas encobriam os danos, mas nunca iriam reparar  o que estava quebrado. Uma notificação no celular da advogada quebrou o silêncio formado, e por alguns segundos a Zadaward olhou as nuances formadas no rosto da loira, como se fosse a última vez que teria aquela visão.

Outra notificação foi o suficiente para fazê-la despertar do transe. — O caso foi encerrado, pode ligar para o escritório e dispensar meus serviços. — Virou-se para ir embora, assolada por uma tristeza que jamais lhe ocupara antes. Samantha não sabia lidar com o que sentia, e tentar era algo de tamanho esforço e exigência. Não conseguia agir como antes. Não ainda. Na Z-Corp, Rebecca preparava a ida de sua chefe para uma conferência em Madrid, onde passaria quatro dias; um para o encontro anual dos membros do conselho federativo de advocacia, onde encontraria velhos amigos e três para ter algum tempo para si mesma.  

You torture saints with a single glance  ///  wearing
Sam Venwil Zadaward
Sam Venwil Zadaward
CEO Z-Corp


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Natasha I. Dragomir Ter 2 Jul - 19:27:23

ice  queen


Era como se o tempo tivesse parado e nada mais importasse, exceto elas. Natasha não se lembrava de onde estavam, nem que dia era. Só importava que Samantha estava bem ali, diante dela e ela estava agindo conforme as convenções sociais, suprimindo cada gota de emoção que poderia existir e passando camadas e mais camadas de falsidade para esconder o quanto aquilo era doloroso. Queria poder dizer que era uma excelente atriz e fazia uma poker face inigualável e talvez fosse verdade, se sua oponente não fosse Samantha Zadaward. Com Sam, o máximo que conseguia era fingir descaradamente. Fingir que não estava completamente quebrada. Fingir que não havia passado os últimos dias mais em torpor que ciente do ambiente a sua volta. Fingir que vê-la ali não testava cada uma de suas forças e todos os seus limites. E se fosse sincera, torcia para que a morena enxergasse por trás de todo aquele fingimento. Que visse o pedido de socorro, que visse o quanto a queria, mas tinha medo.

Porém nada daquilo aconteceu.

E o que Natasha viu foi a Samantha perfeita de sempre. Ao menos foi o que ela quis ver. Ela ainda não havia conseguido conciliar as palavras da Zadaward com as imagens mentais que tinha dela, pareciam pertencer a realidades distintas e incapazes de se juntar. Para a Dragomir, desde o dia que vira Samantha beijar outra pessoa, uma nova Sam havia se formado em sua cabeça e, ainda que essa nova imagem agora estivesse desfocada por essa dúvida e pela possibilidade do amor, Natasha não conseguia deixar seu medo e dúvida de lado. Samantha Zadaward havia lhe feito sofrer e isso era tudo o que ela esperava. Ainda que acalentasse profundas esperanças de que o que acontecera no hotel, apesar de estranho, não fora sonho. Sam realmente a havia amado. Seria possível? E aquilo realmente a fazia sofrer.

Todos aqueles questionamentos vinham mantenho Natasha acordada por longas horas. Se dormira oito hora ao todo nos últimos dez dias havia sido muito. Vinha tentando resolver um enigma que parecia insolúvel. E seu enigma estava parada à sua frente, falando de coisas que lhe tinham pouco interesse. Como queria uma dose tripla de vodca bem ali. Mas em lugar, assentiu afirmativamente com a cabeça, dando pouca importância para o conteúdo das palavras de Sam. Tirando sua revista e a própria Samantha, todo o resto lhe parecia sem importância e de pouco interesse.

Como era possível alguém como ela, Natasha Ivanova Dragomir, ser reduzida aquilo? Estava quase apelando para a auto-comiseração quando o celular de Samantha apitou novamente, a fazendo lembrar-se de algo. Sim, ela soubera daquilo havia uns dois dias ou três, não mais. E deuses, quase morrera afogada na banheira depois da garrafa de vodca e dos calmantes, mas seu fiel segurança a havia encontrado e agido com rapidez. O coitado deveria ter se arrependido logo depois com a crise de raiva direcionada a ele que Natasha teve. Mas enfim, as mensagens a haviam lembrado e Natasha cortou o caminho de Sam antes que ela pudesse se dirigir ao elevador.

Soube que é uma mulher comprometida agora. Devo dar os parabéns? — indagou com ar altivo, se postando bem no meio do caminho da outra e impedindo sua passagem. — Owen? Ian? Não lembro bem, minhas fontes são confiáveis, minha memória nem tanto, entende. Achei que tínhamos intimidade suficiente para saber essas coisas uma da vida da outra. Que decepção ter de saber por meus colunistas de fofocas. — balançou a cabeça negativamente em fingida decepção. — Acho que velhos hábitos custam a morrer, uh? — insinuou com uma piscada maliciosa, ainda que aquilo a ferisse amargamente. Mas saber que Sam tinha um namorado quase a tinha feito querer morrer e ela queria que a outra sentisse alguma coisa, nem que fosse raiva. Precisava infringir em Samantha o máximo da dor que vinha sentindo.

DRAGOMIR, NATASHA wearing//with Sam.

Natasha I. Dragomir
Natasha I. Dragomir
diretora de redação who's rocking?


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Sam Venwil Zadaward Ter 2 Jul - 21:11:26

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
O oxigênio parecia estar completamente preso no cérebro, lhe causando drásticas consequências. Dificilmente Samantha Zadaward era silenciada pela própria mente, tão afetada quanto o corpo e muito a contragosto estava sendo obrigada a dar alguma resposta, ou pelo menos, um estímulo de que estava viva. Seu olfato estava preenchido pela loção usufruída pela russa, e não poderia dizer que aquele cheiro ficaria bem em outra pessoa. Era uma de suas marcas. Toda de preto, parecia o estereótipo perfeito de uma dominatrix inalcançável, e se aquela não fosse a sua verdade, não seria a de mais ninguém. Sua vontade era a de calá-la com um beijo irremediável, e caso pensasse o contrário, teria a si mesma como uma grande mentirosa. Tudo o que pensava no momento era em como poderia esquecer todo aquele espetáculo de orgulho e cinismo para mostrá-la como poderiam perder o tempo de uma melhor maneira.

E, ao contrário do que Natasha poderia imaginar, suas palavras reativaram a Samantha que poucos conheciam. A que mostrava-se como uma amante de jogos perigosos, mas tão sedutores quanto. Dando um passo na direção da Dragomir, inclinou um pouco a cabeça para a esquerda, esboçando um sorrisinho fino, sem dentes de fora. — Parece que alguém andou fuçando a minha vida. — Rebateu a provocação, desgostosa em seu âmago.  Aquele relacionamento poderia ser com ela, se não fosse tão estúpida para afastá-la o tempo todo. Samantha era alguns centímetros maior, quatro ou cinco, o que poderia ser algo considerável e completamente perfeito para uma intimidação corpórea.

E se era para provocar, Sam entraria de pé direito naquele campo minado. Sua vontade era a de dizer “Poderia ser você, estúpida. É só parar de recuar” mas era dotada de conhecimentos acerca de suas chances para se ter algo com Natasha Dragomir. Porcentagem nula. — Tem certeza de que é o nome que deseja saber? Ou se os velhos hábitos mudaram mesmo? — Com aquilo, poderia se subentender sua praticidade em tomá-la nos braços naquele exato instante, desconsiderando qualquer palavra dita anteriormente. Perguntar aquilo era quase uma evidência de que a Zadaward tinha a telecinese como uma de suas habilidades secretas.

Definitivamente a dupla funcionava como um imã indestrutível. Qualquer coisa parecia motivo para estarem mais próximas do que nunca, com altíssimos níveis de provocações e incitações sendo jorradas ao vento. Para quem assistia de fora, era possível notar a forma em como poderiam se pertencer e acabar com toda a balbúrdia que se acumulava indiscretamente, mas qual seria a graça?  Mais um passo dado e estavam a ponto de sentirem a respiração se aproximar de seus rostos. — Ou é a parte da intimidade que você quer? — Cutucou, demonstrando parcialmente os dentes bem polidos. Impecáveis. No fundo, queria ouvi-la confirmar.
 

You torture saints with a single glance  ///  wearing
Sam Venwil Zadaward
Sam Venwil Zadaward
CEO Z-Corp


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Natasha I. Dragomir Ter 2 Jul - 23:08:35

ice  queen


Esperando cutucar um vespeiro e receber um milhão de ferroadas em troca, Natasha erguera todas as suas defesas para o ataque de Samantha, estava preparada para ele. Mas não estava preparada para a reação que obtivera. O que a fez ficar, por um breve segundo estática, mas recuperou-se na mesma hora, como a boa jogadora que era. Ela e Samantha talvez estivessem completamente empatadas e aquele era o problema. Não era que nenhuma quisesse perder, é que nenhuma nem ao menos sabia como. Elas eram boas demais no jogo, não sabiam fazer jogadas inválidas e, quando não obtinham os resultados esperados, recuperavam-se rápidos e voltavam ao jogo. Jogadoras perfeitas.

Ao ter Samantha assim, à sua frente, quase se sobrepondo à ela, Natasha amaldiçoou sua mania de não usar salto alto na redação, mas não se deixou intimidar. Esboçou seu sorriso do mais completo escárnio. — Fuçando a tua vida? Felizmente tenho coisas mais interessantes a fazer, porém é meu trabalho saber o que acontece na vida profissional e íntima da elite de Nashville. Trabalho, sabe? Algo que eu faço com excelência. — respondeu com ainda mais afetação. Bom, sim, era seu trabalho, mas a de Sam ela consumia com especial interesse, sabendo até mesmo que roupas ela havia usado naquela semana. Seus paparazzi faziam um trabalho de qualidade. Não que Samantha precisasse saber daquilo.

Às seguintes palavras de Sam, Natasha semi cerrou os olhos e a encarou por um segundo. A morena sabia que mexia com a Dragomir, sabia que apesar de seu passado mal resolvido havia tensão sexual entre elas que aflorava independente do contexto. Era algo inegável e inexplicável. E ela se aproveitava. E Natasha poderia (e queria mais do que tudo) entrar no seu jogo, mas não hoje. Naquele momento estava ferida demais até mesmo para uma dose saudável de tensão. Bem, uma mínima dose não a mataria obviamente. E deu mais um passo à frente, ficando com sua testa quase colada à bochecha de Sam. Se inclinou para a frente até que sua boca ficasse próximo ao ouvido dela. — Em outros tempos eu teria derretido, se é que me entende, ao ouvi-la falar assim, agora não sinto absolutamente nada. — falou em um sussurro, depois afastou-se e sorriu com doçura, como se lhe tivesse contado uma anedota divertida.
DRAGOMIR, NATASHA wearing//with Sam.

Natasha I. Dragomir
Natasha I. Dragomir
diretora de redação who's rocking?


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Sam Venwil Zadaward Ter 2 Jul - 23:45:50

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
Natasha poderia enganar qualquer subordinado dentro daquele prédio, ou uma dúzia de meros humanóides sem serventia alguma dentro daquele contexto, mas de fato suas ações escorregadias não se passavam sem antes serem percebidas por uma advogada do porte de Samantha, a quem conseguia distinguir até mesmo o caminho desconfigurado de uma formiga até a sua respectiva colônia. — Hm, entendo. Devo ter me enganado ao achar que gente mais importante está sempre no foco. Não uma simples advogada com alguma condição um pouco melhor que a de outros por aí. — O deboche era claro, servindo somente para rebater a provocação dela com uma a altura. Sabiam que simplicidade estava longe do estilo da britânica que poderia não ser o foco da mídia, mas que tinha a sua seleta aparição em algumas ocasiões.

Inerte com as curvas daquela mulher, se obrigou a transformar a sua atenção e os meios pelos quais estava chegando em um devido fim, e poderia afirmar que não era nada puritano.  Podia apostar que ela tinha as cartas na manga, uma vez que era ciente dos efeitos que causava, e considerando a última conversa, deveria imaginar que Natasha Dragomir estaria se mostrando como a mãe dos dragões, com fogo prestes a consumir quem ficasse no caminho. O que Samantha não conseguia engolir, no entanto, era a mesma coisa em que lhe arruinara anos atrás: O medo de ser apenas mais um corpo para a outra. E como ela bem afirmava, continuava a ser aquela que não sentia. Logo ela, que lhe chamara de robótica.

Mas era verdade? — É mesmo? Se não sentisse nada, não se recordaria de como é derreter em minhas mãos. — Em um tom baixo, hostil de uma maneira sexual e tão tranquilizante quanto o anúncio de uma tempestade, Samantha deu dois passos para mais perto do elevador. O que ainda estava fazendo ali? — Ou na minha boca, hm? — Completou, sorrindo com a magnitude de uma imperatriz. Natasha não deveria brincar com o fogo se não quisesse ver a bola rolar. Mas, no fundo, a Zadaward tentava esconder o fiasco que aquelas palavras lhe causavam. Mais uma vez a russa afirmava não sentir nada e estava se contorcendo para não acreditar. Mas com base em que? Nunca a teria.

Tinha admitido que a amava e ainda sim as coisas continuavam como antes. Ou estavam ainda pior? — Mais alguma coisa, srta. Dragomir? — Apertando no botão para acionar a caixa metálica até o devido andar, a inglesa fitou-a como uma canibal sedenta pela carne fresca. Precisava urgentemente dos dias em Madrid, onde se instalaria no melhor hotel, sozinha, sem celular ou qualquer contato com o externo. Era onde pretendia desabar em paz. Mas até lá, o que ainda lhe aconteceria?
 

You torture saints with a single glance  ///  wearing
Sam Venwil Zadaward
Sam Venwil Zadaward
CEO Z-Corp


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Natasha I. Dragomir Qua 3 Jul - 23:39:48

ice  queen

Os olhos fechados por um instante e uma respiração profunda foi a resposta que Samantha recebeu, porque ainda que Natasha estivesse completamente irritada com ela, seu corpo lembrava-se perfeitamente das noites ardentes que haviam tido. Era uma memória física total e irrefreável, que só piorava com o perfume malditamente perfeito da outra adentrando suas narinas e mexendo com seu cérebro. Que mulher! Natasha já ouvira alguém dizer que Sam deveria ter feito pacto com o diabo, a loira achava que não, que Samantha era a reencarnação do próprio ou personificação do pecado. E o pecado tinha um corpo... Uma voz que, independente do tom, parecia chegar aos confins de si... Uma boca tão perfeita...

Não, não podia lembrar da boca, não podia olhar para ela. Precisava se concentrar em qualquer outra coisa. Mas não era fácil, ainda mais quando encarou Sam e pôde perceber sem engano, que havia desejo ali. Perceber aquilo fez seu coração dar um salto no peito que parecia que todo mundo poderia ouvir. E isso a fez compreender que não sabia o que queria, só não queria que Samantha fosse embora, não ainda. O que a fez dar dois passos e mais uma vez ficar no caminho da outra. — Sim, senhorita Zadaward. — respondeu com arrogância. Olhou o corredor do elevador, vazio, o que era estranho e levantava questionamentos, mas naquele momento Natasha agradeceu e perdeu um pouco da pose.

Não consigo parar de pensar em tudo aquilo que aconteceu e tampouco consigo chegar a uma conclusão, Sam. — com essa admissão, deixara de ser, por um momento, Natasha Dragomir e era apenas Nat, a pessoa de verdade que habitava a fantasia de dragão que ela usava todos os dias. E só de deixar a fantasia de lado, seu semblante mudou um pouco, demonstrando o quão cansada e insone estava. Manter a pose era cansativo e vinha consumindo o resto de energia que ela tinha. Sua voz era um sussurro cansado e em seus olhos as emoções eram indecifráveis. — Por que não podemos ficar juntas? Por que é insuportável ficar separada? Dói fisicamente, Sam e nem uma garrafa inteira de vodca faz parar de doer. — aquela confissão sussurrada também era dolorida, mas conforme ela falava, sentia que exorcizava algo. Ela recostou-se na parede e encarou sua interlocutora com ânsia, querendo que a outra tivesse todas as respostas que ela não encontrava.

DRAGOMIR, NATASHA wearing//with Sam.

Natasha I. Dragomir
Natasha I. Dragomir
diretora de redação who's rocking?


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Sam Venwil Zadaward Qui 4 Jul - 13:55:17

Something in the sun or the air is making me want to run away from here. I know that u want me to stay with u, but no so I'll keep on making excuses about the sun, the earth, the rays. Our days are numbered, wired, and I'm tired of it. I know you're trying but you'll never unravel me
De acordo com o decorrer do diálogo, Samantha observava as linhas expressivas da Dragomir e assumia que algo de muito diferente somava-se ao rosto sempre muito despojado, aparentemente tranquilo e adverso aos sentimentos interiores, coisa que lhe dera a impressão de que poderia ser a causa daquela divergência visual. Mas, desde quando era a responsável por lhe tirar o sono ou provocar as bebedeiras intermináveis? Com um suspiro, desistiu de manter-se rígida enquanto a outra saía da forma de atacante para atingi-la do jeito que bem fazia. No coração.  No fundo, encontrava-se do mesmo jeito que ela, sem nenhuma resposta para as próprias dúvidas.

A advogada não conseguia afastar os olhos de Natasha, que mostrava-se como a verdadeira pessoa por trás das camadas grossas de toda a pele de dragão. Olhava para a mulher que raras pessoas tinham tido a chance de presenciar a existência, e não poderia omitir o sorriso curto que atravessara seus lábios ao se dar conta de que estava ali, frente a frente com ela. O silêncio orquestrado parecia obra de alguém que quisera dispor alguma privacidade para a dupla, e diante de circunstâncias anteriores, Sam apostava todas as suas fichas em Marie. Poderia agradecê-la com um presente por cuidar tão bem de sua chefe. — Você não sai da minha cabeça, Nat. Por mais que eu tente, não consigo tirá-la. Nem sei se estou mesmo tentando, ou se quero fazer isso. — Com um suspiro, ditou o que a muito estava preso no peito. Parte de sua perdição condizia com aquele martírio de se questionar os porquês de não ser o suficiente para Natasha.

Com uma aproximação densa, Samantha deslizou a ponta dos dedos pelo rosto delicado. Ela era uma mulher tão linda, com nuances formosas e traços divinos. Sentia-se fraca e escrava de seus encantos, além de ser constantemente esmagada pelo amor que minava do peito, pelas batidas descompensadas e todo o conjunto sinfônico de sensações que lhe alteravam os nervos a cada vez que estava próxima de Natasha, ou simplesmente pondo os olhos em sua figura. Se existia alguma mortal capaz de despertar em Afrodite uma inveja descomunal, era ela.

Mas quem tinha a resposta para aquela pergunta? Certamente não era Sam. — Eu não sei. — Num momento único de fraqueza, a Zadaward deslizou a ponta do polegar pelos lábios alheios, fixando os olhos no movimento. Há quanto tempo desejara tê-los para si quando bem quisesse? Ela, por completo? — Dói. Parte. Quebra, e mesmo assim, não consigo deixar de te querer. Nunca. — A forma em como os olhos castanho-esverdeados estavam fixos nos lábios da diretora da Who’s Rocking daria a visibilidade de que o que dizia era mesmo verdade.

Quando baixou a mão, fez a mesma coisa com o rosto. — Mas eu não sou ele. Não consigo ser. — Como se um milhão de facas acertassem seu peito, a britânica falou o que lhe embriagava de dor. Seria uma comparação eterna, uma lembrança vívida de não ser o amor da vida de Natasha. James. — Não consigo ser suficiente. — Os olhos da advogada marejaram, e pela primeira vez na vida a Dragomir teria a visão de uma Samantha completamente vulnerável. Poderia ter a certeza de que no maior dos casos, era a sua kryptonita.  


You torture saints with a single glance  ///  wearing
Sam Venwil Zadaward
Sam Venwil Zadaward
CEO Z-Corp


Ir para o topo Ir para baixo

we are like magnets Empty Re: we are like magnets

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 1 de 2 1, 2  Seguinte

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos