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Mensagem por Holden Jones Dainsberg Sáb 20 Jan - 14:51:05

Relembrando a primeira mensagem :

New Americana
Essa RP se passa aos redores de Nashville (não vou nem perder tempo especificando um lugar, uma vez que meus posts parecem incapazes de começar e acabar em um único) e se trata do primeiro dia de Dalton em território americano. O início se passa próximo ao aeroporto local e a interação é entre Dalton Ackerman, Holden Dainsberg e Riley Dainsberg (se ela quiser q).

Qualquer interação não autorizada será desconsiderada.
07ºC // 7 PM // Quero café
Holden Jones Dainsberg
Holden Jones Dainsberg


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Mensagem por Holden Jones Dainsberg Dom 21 Jan - 22:41:46

ETHEREAL
CHANGE YOUR THOUGHTS SO YOU CAN CHANGE YOUR WORLD
Um sorriso se formou em meu rosto quando observei a cena de Lyana e Dalton partilhando de um momento fraternal após tanto tempo separados. Às vezes eu queria ter tido proximidade dos meus irmãos, mas infelizmente isso não havia ido muito bem na nossa família. Não que eu não gostasse dos meus irmão, nós só havíamos crescido separados, fazendo com que meu irmão mais velho caísse no mundo das drogas e chegasse aos trinta e cinco sem sequer uma casa própria, enquanto minha irmã havia seguido sua vida como modelo, fazendo viagens pelo país, mas logo se casando com um homem rico.

Eu havia deixado a Austrália muito novo e poucas haviam sido as vezes em que eu havia ido visitar, tanto por tempo, quanto pelo fato de Lyana não ser a maior fã do país de onde nasci. Eu gostava dos Estados Unidos e da Inglaterra, e de certa forma considerava o país europeu como minha casa, mesmo que eu fosse constantemente zoado pelo meu sotaque australiano que jamais me deixou, mesmo com tantos anos longe de casa.

Ergui as mãos em rendição e pisquei algumas vezes ao comentário de Lyana sobre a escolha do bar. Estreitei os olhos, deixando minha bebida de lado.

— Essa é nova, meu bem, porque eu me lembro de ter vindo com você algumas vezes para esse bar... Só a noite de karaokê que não ajudou, mas convenhamos: isso é Nashville. — Abri um sorriso de canto, sentindo os lábios de Lyana se pressionarem rapidamente contra os meus, fazendo com que um alívio me tomasse. Eu sabia que ela estava bem, mas não ficava em paz até tê-la no meu campo de visão, me certificando daquilo. — Por nada, meu bem. Por incrível que pareça, eu também queria ver o demônio.

Pisquei para ela soltando uma risadinha baixa e logo senti meu corpo congelar completamente quando fui indagado com a pergunta da bebida. Dei um tapa em minha própria testa e assenti, puxando Lyana para meus braços e envolvendo-a em um meio abraço. Depositei um beijo em seu rosto.

— Eu me esqueci completamente, perdão. Vamos pedir um uber e amanhã eu volto para pegar o carro. Jamais que vou dirigir, mesmo que com só um copo de álcool no sangue, com você no mesmo carro que eu. — Falei em tom baixo, abrindo um sorriso e encostando o rosto próximo ao dela. Apoiei uma de minhas mãos sobre o volume já enorme na barriga da minha mulher e sorri. Eu adorava sentir nossa filha se movimentando tanto ainda no ventre de Lyana, era algo até meio mágico ao meu ver. Eu me sentiria muito incomodado se eu tivesse que andar como um canguru com outro ser humano dentro de mim. As mulheres eram definitivamente fodas. — A Heather se comportou?

Joguei o nome no ar, como havia fazendo há meses com nomes diferentes, uma vez que todos os nomes que eu sugeria Lyana parecia odiar. Fiz uma careta, soltando uma risada em seguida.

— Ok, nem eu gosto de Heather. Dalton pediu batatas fritas, algo me diz que a mocinha que ele estava dando em cima há pouco não esqueceu do pedido. Você quer comer aqui ou devemos pedir para viagem? Estava contando para ele sobre o super porão que temos em casa e em como eu tive que brigar com toda a minha masculinidade para consegui-lo.

Falei em tom brincalhão, olhando para Dalton em seguida. Eu não me importava de continuar ali, mesmo que a música estivesse caindo em qualidade. Peguei a bebida sobre o balcão e dei um gole, ainda abraçando Lyana por trás. Olhei para os dois em tom curioso, passando os dedos cuidadosamente pelos cabelos da morena.

— A não ser que ainda queira subir lá e cantar uma música, Dalton. Todos queremos ouvir isso.

with: Dalton •• 7°C •• Nashville ••
Holden Jones Dainsberg
Holden Jones Dainsberg


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Mensagem por Lyana W. Dainsberg Seg 22 Jan - 9:13:05

a vida seria uma merda sem vocês
My mens▲ somewhere ▲ some words
Ouvir os dois se explicando, ou tentando, para parecer o menos culpados possível era engraçado ao ponto de destruir minha postura e alargar o sorriso. Parecia dois bananas perto de mim. Eu causava tanto medo assim? Os dois querendo me compensar e, porra, eu nem era tão má! Talvez, só um pouco, poderia deixá-los de castigo e me divertir com a cena. Mesmo sendo a mais nova, eu mandava na porra toda, simplesmente porquê eles deixavam.

Tô brincando, não vamos deixar nosso lindo carro à mercê, eu dirijo. — Depositei um beijo na bochecha de Hold, mas logo minha expressão não estava das melhores. Nem meu humor. — Heather? Você quer que a nossa filha tenha nome de arbusto? Eu me recuso! Pode essa, Ton-ton? Heather... — Ah... Meu irmão odiava esse apelido. E ah... Como era bom implicar. Balancei a cabeça negativamente. Não conseguimos encontrar um nome decente que agradasse a Holden e eu. Mas Heather era, definitivamente, a definição de “não”.

Cara... Você vai adorar o porão! Nós sempre terminamos nossas discussões lá. Quem perder está errado. E ele sempre perde... — Comentei, também em tom de brincadeira. Ignorei o fato de que meu irmão estava dando em cima das garçonetes, isso era tão natural e óbvio, era como dizer que o sol vai nascer depois da noite. Mas um dia, UM DIA, eu tinha fé que ele iria encontrar alguém que o fizesse sossegar. Me aconcheguei melhor no meu marido, sentindo seus braços me envolverem. Era bom demais ter com quem dividir a vida.

Honestamente: a ideia de Dalton era milhares de vezes melhor, pelo fato de existir comida e futebol! Na minha atual condição, comer era a melhor programação. Mesmo não estando com fome, minha bebê, que estava tranquilamente dormindo até então, revirou-se em meu ventre, provando que comida também a alegrava. — Você contou pra ele do picles? Você vai ficar sempre contando pra TODO MUNDO que sua mulher é a louca dos doces exagerados sem gosto nenhum que faz lavagem no estômago? — Fechei a cara para Holden. Eu não queria, mas era inconsciente alterar a voz, sentir raiva. Ele já estava se acostumando e isso também estava por acabar. Assim esperávamos. Odiava não conseguir me controlar.

High five! Como eu poderia recusar assistir a um jogo de futebol com asinhas de frango feitas com o tempero especial Ackerman? Se bem que o Arsenal estava me dando nos nervos com seu técnico medíocre... Dei de ombros. Eu não podia escolher. Isto é uma democracia. — Não depende só de mim, eu deixo vocês escolherem ficar ou ir. Dessa vez. — Olha a oscilação de humor. — Mas você sabe que, agora ou depois, chegando em casa você vai ter que fazer as asinhas de frango pra mim, certo? Beleza. — Concluí para Dalton em tom de ameaça.

Outra vez meu sorriso se alargou só de pensar em ver meu irmão subindo naquele palco e cantando qualquer música caipira que tivesse no karaokê. Coloquei uma das mãos no queixo, como se estivesse refletindo seriamente em alguma coisa. —Na verdade verdadeira, meu desejo é te ver cantando “feel like woman”. E, sabe, desejos de grávida tem seus encantos e tal... Tipo uma bruxaria, posso fazer com que seu menino não suba quando levar alguém pra cama. — Segurei minha risada, tentando manter a postura séria. Olhei para trás, fitando meu marido, soltando uma piscadela cúmplice. — Qual sua opinião sobre isso, amor?
Lyana W. Dainsberg
Lyana W. Dainsberg
professora de ed. física


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Mensagem por Anton M. Ackerman Seg 22 Jan - 19:57:56



All I know is if my skin bled
Like the ink dripped from my pen My bed will be drenched in a scarlet rose red



-Cara, a minha sobrinha já vai ter que ter o sobrenome de desenho animado, por favor não coloque o nome dela de Heather.

Dalton olhou feio para irmã ao ouvir o apelido, no fundo sentindo falta daquilo. Era algo incrivelmente infantil o que eles faziam, e o modo que se tratavam, mas eles eram assim. Sua família era assim e, por algum motivo que o mais velho não entendia, o amigo tinha se acostumado a essa loucura que eram os Ackerman. Os olhos brilharam ao ouvir sobre a lavagem estomacal, uma risada escapando do mesmo.

-Ele não tinha me contado da parte da lavagem de estômago, pequeno demônio. -Olhou para trás assim que Holden falou sobre as batatas. Acenou para a garota que ele já não lembrava mais o nome. -Para viagem!

A conversa então voltou para o lado que Dalton não estava interessado. O moreno se apoiou na bancada, colocando quarenta dólares na mesa. Olhou em volta, suspirando, o semblante parecia pensativo, mas ele já sabia qual era a escolha da mais nova.

-Bom, por mais que "feel like a woman" realmente seja minha música, saudades natal de 2000... -Pegou as batatas em sua mão, piscando para a menina enquanto voltava a olhar para a irmã. -É a música ou as asinhas de frango. Holden pode ter medo de você com seus hormônios de grávida, mas eu cresci com você e fui saco de pancada em sua puberdade e TPM's pré-sexo.

Os olhos da morena o encararam com raiva, e a mesma bateu o pé enquanto cruzava os braços. Dalton arrumou o casaco em seu corpo, o sorriso tomando conta de si. Apontou para a porta, já a caminho da mesma.

-Podemos?

●●●

Dalton, então, jogou as asinhas com o tempero especial no óleo, dando uma alta risada sobre mais uma das histórias de grávida que Holden contava e a sua quase-cópia tentava se defender. Pegou a cerveja, dando um gole e o trigo tomando conta do seu paladar. Negou levemente.

-Holden, meu caro, você tem um lugar no céu. Mas cuidado, porque essa aí vai pro inferno e pode te levar junto. -Colocou as costas da mão direita ao lado esquerdo da boca, piscando para o australiano. -Te ensino a receita depois, ela aparta qualquer briga.

Pegou o balde que a menina tinha separado, colocando algumas folhas de papel no fundo, retirando as asinhas e as colocando ali. Ele tinha feito o suficiente para dois baldes, levando em conta que com ele tinha um australiano de quase dois metros e uma inglesa que agora comia por sete, já que tinha sua filha contando como mais um.

-Asinhas, ok. Cervejas no congelador. Status do jogo?



● drown in all my mistakes
@fallenangel made this code for wild graphics
Anton M. Ackerman
Anton M. Ackerman
interno no hospital de nashville


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Mensagem por Holden Jones Dainsberg Ter 23 Jan - 18:57:30

ETHEREAL
CHANGE YOUR THOUGHTS SO YOU CAN CHANGE YOUR WORLD
Os últimos meses eram como um campo minado. Eu tinha que tomar cuidado com minhas palavras, analisar linguagem corporal e negociar suficiências para um bom acordo e não causar a morte de uma pessoa inocente. E tudo isso não só no trabalho. É claro que como negociador da polícia — carreira a qual seguia há anos e já dominava com certa segurança — eu sabia como conversar e pacificar até os mais terríveis serial killers do mundo... Nenhum deles sequer chegava aos pés da minha mulher com oito meses de gravidez.

Desde a primeira vez que conheci Lyana, eu soube que sua personalidade exorbitante era uma das grandes razões pelas quais eu era perdidamente apaixonado por ela. Ela não vivia por nós, mas cada um de nós vivia por si mesmo e partilhava a dádiva que era a nossa vida, e provavelmente era esse fator que tornava o nosso relacionamento tão maravilhoso. Havia quatro anos agora que eu havia colocado uma aliança no dedo daquela mulher e, mesmo não amando cada minuto, eu sabia que havia feito a melhor escolha da minha vida.

— Lyana é a rainha da sinuca, de fato. Um dia eu ainda vou conseguir ganhar dela em pelo menos uma partida.

Um sorriso se formou em meu rosto, mas não deixei transparecer. A verdade era que eu jogava muita sinuca quando mais jovem e era um dos meus jogos favoritos, mas nenhuma vitória me deixava tão feliz quanto o brilho nos olhos de Lyana e o “se fodeu” que ela grita para mim sempre que ganha. Talvez eu facilitasse para ela? Talvez. Talvez fosse uma desculpa minha por perder e não admitir? Talvez. A verdade sempre permanecerá como um mistério.

Meus olhos foram voltados para meu telefone quando um bipe chamou por minha atenção. Lyana agora brigava comigo por ter contado do episódio do picles, mas eu já havia patenteado aquele caso como história-prova da loucura de hormônios de gravidez, então não liguei muito. Minha atenção se dirigiu a uma mensagem de texto que recebi do departamento e entortei o nariz. Olhei para minha mulher e seu irmão, ambos se divertindo ao trocar insultos e piadas internas.

— Você é a grávida de oito meses carregando a Melanie para lá e para cá, você tem direito de escolha. — Dei de ombros, abrindo um sorriso divertido. — Eu adoraria ouvir Dalton contar, mas vamos evitar um round de boxe, ok? Ele não parece muito fã de músicas. Dalton, você pode voltar com Lyana para casa, eu vou ter que passar no escritório, mas é coisa de cinco minutos. Meu bem, por favor, me avise quando chegar em casa, quero me certificar de que não confiei a sua vida e a da Louise nas mãos da pessoa errada.

Depositei um beijo nos lábios de Lyana e me aproximei dela, colocando seus cabelos para trás da orelha, me abaixando para nossos olhos ficarem da mesma altura.

- Eu juro que não vou chegar tarde em casa hoje, ok? Me chamaram no escritório, mas é questão de cinco minutos. Preciso pegar umas papeladas. — Depositei um beijo em sua testa, abrindo um sorriso. — E depois vamos devorar juntos aquelas asinhas de frango.

Olhei para Dalton em seguida, erguendo a chave do carro para Lyana. Apontei um dedo para ele, abrindo uma expressão exagerada de seriedade.

— Vamos ter aquele duelo de kung fu se alguma coisa acontecer com ela. E pelo amor de Deus, não deixe a Alice nascer enquanto eu não estiver por perto. Esse parto está como uma bomba relógio para mim, não quero me afastar 15 minutos.

Acenei para os dois e corri em direção à entrada do bar, solicitando um Uber para sair dali.

[...]

Eu odiava ter que deixar minha casa e família para priorizar outras coisas, mas eu também amava o meu trabalho. Descobrir a paixão em psicologia criminal foi ao mesmo tempo minha bênção e minha maldição. Era muito intrigante buscar entender cérebros que funcionam de maneira diferente, enxergam o mundo e conduta de formas que não são vistas por um código social. Entender quais eram os fatores internos e externos que os motivavam a agir. Razões legítmas para cometer crimes, e não o ato por si. Tudo aquilo era emocionante, e por isso, eu tinha que saber muito bem conseguir dividir minha vida pessoal/profissional, buscando não deixar uma sobressair a outra.

O escritório estava escuro, apenas uma ou duas salas com luzes acesas, uma vez que quase todos os agentes estavam em suas casas, vivendo tranquilamente. Na verdade, eu deveria estar seguindo o mesmo código de conduta, mas jamais poderia admitir para Lyana e minha família que estava no escritório do FBI após minhas horas consignadas, pegando papeladas que sequer pertenciam a mim. A verdade era que eu tinha suspeitas em relação a uma organização criminosa que atuava sob os nossos narizes em Nashville, mas o FBI parecia cego demais para dar atenção para as minhas especulações. Na verdade, eu sabia que alguns agentes sabiam muito bem o que estava acontecendo, mas mantinham seus bicos fechados para não investigar mais afundo. Mas não eu.

Tudo começou a abertura do bendito cassino. Havia algo estranho com uma organização multimilionária surgir do pó em apenas alguns dias, e funcionar quando nem mesmo havia público para isso. E mais: alguns documentos oficiais e extratos comprovavam algumas irregularidades fiscais das quais eu não conseguia me apossar de forma alguma para análise uma vez que — segundo o general — aquele tipo de coisa não era da minha área ou da minha conta. E eu simplesmente ficava com isso.

Então eu estava, sim, fazendo algo "errado", mas com meus fins benéficos. Eu havia conseguido convencer o inspetor a dar uma analisada em uns documentos do estabelecimento e me avisar por baixo dos panos caso encontrasse alguma coisa. E ele encontrou. E agora lá estava eu, em horário extra-oficial, batendo sorrateiramente contra a porta de madeira e a empurrando para me deparar com um rosto conhecido. Caminhei em direção à mesa do homem, observando as papeladas em suas mãos.

— Como você sabia de tudo isso?

— Na verdade eu não sabia, só tinha minhas suspeitas e que conferir. O que você encontrou?

— Nada, mas alguns números não batem. Existem algumas contas mascaradas, mas não existe nada que seja facilmente rastreável. Isso precisaria de uma análise extensa e...

— Eu faço.

— Holden...

— É sério. — Interrompi antes que ele pudesse me impedir. — Eu posso olhar esses papéis e analisar, procurar por fontes, algum furo. Eu tenho certeza que essa diferença de números pode significar alguma irregularidade, talvez até mesmo crime organiz...

— Podem ser milhões de coisas, Jones, mas como nós sabemos, eu não posso fornecer documentos legais não-oficialmente para você. E nós dois sabemos que o general não iria aprovar isso.

— Isso não está te incomodando? — Perguntei em tom mais frustrado do que eu gostaria. O homem com um bigode volumoso soltou um suspiro do outro lado da mesa. — É sério! Como pode ver que talvez, só talvez alguma coisa esteja errada, e não fazer nada?

— Pode ser um erro de cálculo do estagiário.

— Pode. Por isso eu preciso que você me deixe analisar isso.

Insisti. O homem mais velho soltou um suspiro levemente irritado e apoiou os papéis contra a mesa, apoiando seus cotovelos sobre a madeira. Ele tirou os óculos de graus e então me fitou, um tom um pouco frustrado em seu rosto. Desviei os olhares impacientemente. Eu realmente odiava aquele tipo de diálogo, principalmente porque eu sabia que viria lição de moral dali.

— Você está entendiado, não é mesmo? Me desculpe se não existem tantos sequestros em Nashville, não há muito que eu possa fazer. — Ele falou em um tom um tanto quanto irônico, mas não perdendo seu tom firme. Suspirou. — Sua mulher não está grávida para ganhar menino? Por que você não volta seus esforços para isso, huh? Você é um agente incrível, Jones, mas não precisamos que você se preocupe com casos que sequer existem...

Eu estava frustrado. Muito. Gawkins sequer havia terminado sua frase quando um suspiro pesado escapou dos meus lábios e fez com que eu me sentasse rapidamente sobre a cadeira de frente para ele. Apoiei minhas mãos sobre a mesa e fitei fundo os seus olhos, mantendo minha expressão mais transparente possível. É claro, existia a possibilidade de que a divergência em números não fosse nada criminal ou ilegal, mas eu tinha que investigar. Eu tinha que me certificar de que minha paranoia era atoa, principalmente porque eu sabia muito bem que geralmente elas não eram.

— Senhor, com todo o respeito: eu preciso fazer isso, por favor. Quantas vezes eu passei um diagnóstico errado ou analisei um caso com julgamento ruim quando fui solicitado? Quantos anos eu dediquei a essa companhia e quantos casos ajudei a abrir e fechar? Pode ser que tenha sido um erro de um estagiário, mas eu preciso me certificar disso.

Gawkins soltou um suspiro pesado e me analisou em tom irritado. Ele fitou os papéis sobre a mesa e mudou de posição sobre a cadeira, seus ombros demonstrando perda de postura, o que me deu de antemão uma guerra vencida. Mantive meu rosto sério, mantendo minha postura parecida com a dele — um truque de linguagem corporal para deixar a pessoa mais confortável —e observei conforme ele enfiava os documentos em um envelope e me erguia. Meus olhos chegaram a brilhar.

— Se isso apresentar qualquer problema para a companhia, você roubou esses documentos da base sem qualquer ajuda. E qualquer grande descoberta você irá reportar à mim e somente à mim.

— Senhor, muito obrigado! — Agradeci animadamente, pegando os documentos em minhas mãos. Me coloquei de pé, caminhando em direção a porta antes que ele pudesse pensar melhor. — Eu irei cuidar desses documentos, não se...

— E por favor, arrume uma vida. Você tem uma mulher incrivelmente bonita e uma família, pare de desperdiçar seu tempo com casos que não existem!

— Sim, senhor. Arrumar uma vida: entendido.

Assenti disparando para fora o escritório, respirando fundo assim que fui perdido de vista. Parei por um momento apenas por tempo suficiente para ouvir uma risada irônica vir de dentro da sala e então Gawkins murmurar algo como "Jones...". E com passos apertados e a maleta mais pesada do que nunca, deixei o escritório, voltando a minha pequena reunião brevemente interrompida.

[...]

"Holden, meu caro, você tem um lugar no céu. Mas cuidado, porque essa aí vai pro inferno e pode te levar junto."

Uma risada escapou dos meus lábios conforme eu dava um gole na lata de cerveja que segurava em minhas mãos. Eu estava apoiado contra o balcão e assistia Dalton praticar sua culinária conforme ele colocava as asas de frango que cheiravam incrivelmente bem dentro de um balde.

Eu não entendia a tara de Dalton por cervejas geladas no congelador, uma vez que na Inglaterra tínhamos a tradição de tomá-las em temperatura ambiente, o que privilegiava muito mais o gosto do malte puro. Ele estava um tanto quanto engraçado usando um dos aventais de Lyana, mas como eu já havia o encontrado naquele estado quando cheguei em casa, pude supor que havia sido obra da minha mulher vestir o seu irmão como uma boneca.

Ajudei Dalton a carregar nossos suprimentos até o porão e apoiei-os sobre o bar, arrumando minhas cervejas no pequeno refrigerador, fazendo o mesmo com os vinhos em seguida. Lyana já havia ligado a enorme televisão e estava sentada no meio do sofá, de frente para a tela que mostrava a intro antes do jogo. Eu amava futebol, e o fato da minha mulher amar mais era simplesmente emocionante. Nós já havíamos brigado algumas vezes por causa de jogos em que eu pendia a torcer mais para os times da Austrália, mas no final concertávamos as coisas do nosso jeito. Lyana era uma mulher geniosa em todos os sentidos e nem sempre aquilo significava algo ruim.

Tomei meu espaço ao lado da mulher e entreguei um dos baldes a ela. Apoiei os pés sobre a mesinha de centro e dei um gole na cerveja, me segurando para não oferecê-la para a morena também.

— Arsenal? — Perguntei um pouco decepcionado, uma vez que meu time inglês sempre seria Chelsea (o que era um ponto um tanto quanto sensível entre Lyana e eu). Abri um sorriso e peguei uma das asinhas, experimentando o petisco. Eu esperava que fosse bom, mas quando senti o sabor explodir em minha língua, arregalei os olhos em uma expressão de surpresa. — Cacete! Bem, ok. Agora você TEM que me ensinar a fazer isso, ou minha vida nunca mais vai ser a mesma. E considerando que eu acho que você vá morrer cedo, eu preciso seguir com essa receita para as futuras gerações, ou Isobel jamais será capaz de experimentar esse tempero divino.


with: Dalton •• 7°C •• Nashville ••
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