schitt's creek

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Mensagem por Natasha I. Dragomir Seg 21 Jun - 22:27:32


Schitt's Creek
Casa de fazenda de Natasha e James Dragomir.
Numa terça-feira, o casal vai para a fazenda para que James prepare os animais para a venda. Segredos podem ou não ser revelados no que parece ser apenas um dia normal na vida do casal.
xx 4h30 da manhã
xx final de maio xx
xx quarto xx


Última edição por Natasha I. Dragomir em Qua 23 Jun - 18:36:31, editado 1 vez(es)
Natasha I. Dragomir
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Mensagem por James Dragomir Seg 21 Jun - 22:56:30


Last Name
Yeah, all you've got to lose is my last name
O
celular insistia em não parar de vibrar, me fazendo acordar naquela quarta-feira com um barulho ininterrupto, o alarme as 4 e meia da manhã já nem era mais uma surpresa, na verdade na maioria das vezes eu acordava antes e apenas esperava que ele tocasse para que eu pudesse me levantar e tomar os rumos necessários, apesar do que a maioria das pessoas pensa não é fácil viver como um grande criador de gado em Nashville.

Por um instante ao sair da cama parei para admirar aquela que era minha esposa, certamente estar naquele lugar estava longe de ser uma das coisas que a minha esposa mais apreciava na vida, eu tinha plena certeza de que ela poderia citar sem nem parar para pensar uma centena de lugares em que ela se sentiria melhor, mas precisávamos estar ali naquela manhã, um grande comprador chegaria em poucas horas e eu certamente não deixaria que outra pessoa tratasse da venda do meu gado, ela sabia disso e me apoiava, embora tenho certeza que odiasse tudo aquilo. Então o que poderia fazer era lhe compensar por estar em lugar em que sentia tão desconfortável.

Ela se quer havia percebido o despertador tocando, parecia um anjo ainda em profundo sono naquela grande cama cheia de lençóis. Era fácil confundir aquela visão com alguma obra de arte, parei por um instante na porta do quarto apenas à observando enquanto dormia, certamente era uma conclusão simplória de mais imaginar que Natasha havia mudado a minha vida, em todos os sentidos possíveis ela havia sacudido o meu mundo e me feito mudar, tudo que havia agora poderia estar atrelado ao seu sobrenome que eu passei a carregar, a vida do homem antes dela se quer era lembrada pela maioria das pessoas, mesmo eu fazia questão de deixar para trás os dias em que não estive ao seu lado, aquele era um passado para o qual eu nunca iria querer voltar.

Os pensamentos do pequeno garoto que só queria ser um domador de cavalos como o pai, agora me pareciam um passado indesejado, o pequeno James de 10 anos de idade jamais teria imaginado que não só compraria as terras onde seu pai trabalhou por toda a vida, como todas as terras vizinhas. Tudo graças a uma pequena ambição, muita força de vontade e a mulher certa na hora certa. Meu pai nunca pode ver o homem que eu me tornei, tinha pensamento simples e uma cabeça fechada, era feliz apenas domando cavalos para outras pessoas, eu por outro lado sempre sonhei em ser o dono dos cavalos e agora poderia dizer que consegui, as vezes os sonhos se realizam, basta estar disposto a abrir mão de tudo para conquistar o que precisa. Mas aqui estou eu, me perdendo em devaneios como um grande velho nostálgico que eu ainda nem sou.

Bom, voltei novamente os olhos a Natasha, seu sono continuava imperturbável. Então tinha tempo para fazer algo até que ela acordasse, algo que eu aprendi observando meu velho pai, fazer panquecas. Uma das coisas que o meu pai sempre fez muito bem, embora eu sempre achei que ele tinha apenas a intenção de agradar minha mãe com aquilo, eu nunca tinha entendido a logica por trás disso até que eu mesmo estivesse casado, não se passou mais do que uma hora até que eu tivesse feito um belo e forte café preto e algumas panquecas suculentas. Na bandeja carregava uma caneca cheia de café, sabia que aquilo certamente agradaria a minha mulher, as panquecas talvez nem tanto, mas tinha certeza que o gesto era bem importante e por ultimo, um pequeno arranjo, com algumas das rosas retiradas direto do jardim da casa grande.  

Repousei a bandeja sobre o criado mudo que ficava ao lado dela na cama, me sentando ao seu lado em seguida. Levando a mão até sua cintura e retirando o cobertor que ainda a cobria até a altura do pescoço, por um instante pareceu que ela esboçaria uma reação, mas ainda não. Se nem o cheiro do café quentinho era capaz de despertar aquela bela donzela adormecida, apenas uma coisa seria capaz. Seu cheiro pela manhã era certamente maravilhoso, podia sentir enquanto roçava de leve os lábios por seu pescoço, distribuindo pequenos beijos, apenas para notar que acordar minha esposa daquele jeito talvez não fosse a mais sábia das escolhas, mas depois do primeiro beijo era como se meu próprio corpo pedisse por mais.

— Precisa acordar querida — dizia minha voz rouca entre os beijos que lhe dava pelo pescoço, correndo em direção ao seu colo — eu te fiz café e panquecas.

//Funebribus
James Dragomir
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Mensagem por Natasha I. Dragomir Seg 21 Jun - 23:21:05

ice  queen


Uma pausa da vida agita no meio da semana. Que tipo de loucura era aquela e como raios James a havia convencido? O marido tinha algum tipo de encanto sobre ela que a convencia a fazer as coisas que ela menos esperava. Como se meter naquele fim de mundo que ele chamava de fazenda. A maioria das pessoas via como algo grandioso, mas ela só via a falta da cidade, do conforto e praticidade. Sim, a casa tinha todos os luxos que ela gostava, mas deuses, das janelas só se via verde e gado. Era um crime contra seus olhos tão acostumados com os arranha-céus de Nashville.

Mesmo sem saber como aquilo havia acontecido, era terça-feira a noite e lá estava ela, ouvindo... Nada! Não havia um barulho a não ser os grilos e as folhas. Ela tinha vontade de gritar, pra quebrar aquela monotonia, mas James parecia achar fascinante como a cidade não os acompanhava ali. Bem, que não o acompanhasse, porque ela levou todo o trabalho que tinha de fazer. Seu fiel escudeiro, seu laptop, estava em sua bolsa, junto com uma pilha enorme de papeis que tinha de revisar. Deu uns beijos no marido antes que ele fosse dormir, porque apesar de a ter levado para aquele fim de mundo, bem, ele ainda era extremamente atraente e ela não era de ferro. Depois se isolou no escritório quase sem janelas, pois se recusava a lembrar que estava no meio do gado e se atirou no trabalho, como sempre fazia.

Quando se deu por conta, eram três da manhã e, apesar de ainda ter energia para mais trabalho, resolveu se deitar, porque sabia que o marido estaria de pé em poucas horas e ela queria aproveitar o quente da cama ao lado dele. Quando pensava em si nos últimos três anos, mal se reconhecia. Quando ela ia ansiar por compartilhar a cama com outra pessoa? E essa pessoa não ser Sam ou seu James, o noivo que perdera aos 19 anos. Mas a vida seguia e ela não aguentou mais ficar estagnada. Escolheu outro James, mas que em nada lembrava o antigo ou mesmo tinha algo da personalidade de Sam. Foi tão longe quanto era possível e acabou casando. Ah, as voltas da vida...

Se deitou, abraçando o corpo adormecido do marido e inalando o cheiro dele, mas ainda passou algum tempo pensando no que precisava fazer no dia seguinte, se ele ia insistir para que continuassem naquele fim de mundo mais um dia ou voltaria para a cidade. Pegou no sono sem perceber, mas adormeceu profundamente, mesmo que não gostasse de admitir, era realmente mais fácil dormir com tranquilidade na fazenda. E o sono estava perfeito, até que o sono começou a escapar e ela sentiu algo na pele de seu pescoço, além de um ligeiro frio. O sono lhe escapou por fim e ela abriu os olhos contraria para sentir os lábios do marido em sua pele. Ainda sonolenta, depois de apenas duas horas ou menos de sono, ela o empurrou, mas sem força e encarou James com um semblante pouco amigável.  —Mas que merda, James! Que porra de horas são? — é, ela não era nada cordata ao ser acordada, ainda mais depois de dormir tão pouco.

Sem esperar reação do marido, se sentou na cama e olhou a janela, onde o sol mal parecia ter saído.  — Cacete! Eu não acredito. — revirou os olhos, puxou as cobertas novamente e virou de costas para ele, ignorando completamente o agrado em forma de café e panquecas. Ela não era uma pessoa agradável normalmente, ainda que tentasse esconder bastante isso de James, mas cinco da manhã era pedir demais até de uma santa, que dirá dela.

DRAGOMIR, NATASHA wearing//with James.

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Mensagem por James Dragomir Ter 22 Jun - 21:51:15


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A
gargalhada foi quase como um instinto para reagir ao empurrão, aquela não era a primeira vez que via aquele jogo agressivo e certamente também não seria uma das últimas, a parte engraçada de casar é que você precisa se adaptar ao mal humor matinal da outra pessoa, no começo foi um pouco difícil mas agora já lidava com aquilo com certa facilidade, certamente a alta gargalhada pareceria uma provocação e não deixava de ser.

— Eu te avisei pra deitar mais cedo, mas você nunca me escuta — minhas mãos institivamente se moviam por cima dela, assim como o corpo quase jogado por cima dela. Com um grande sorriso lhe dava mais um beijo, dessa vez na bochecha  — você sabe que não pode dormir, você mesma me disse que queria voltar pra cidade assim que gado fosse despachado daqui.

Apontei para a janela mostrando a luminosidade do dia— Como você pode não querer sair da cama num dia assim? dizia enquanto meu corpo se aninhava completamente ao dela, era como um impulso que apenas me fazia querer ficar ali agarrado a ela na cama. Os pensamentos sobre tudo que ainda tínhamos pela frente, todas as coisas que eu ainda precisava conquistar dela apesar de quão difícil era convencer ela a respeito de algumas, em meio ao abraço minha mão esquerda acabou encontrando a barriga dela, e uma nova gargalhada se soltou, dessa vez bem baixinha e próxima, seguida de um beijo estalado em sua bochecha apenas com a intenção de vê-la ainda mais brava com tudo.

Por um instante o movimento circular da mão fez o um carinho na barriga dela, com certeza ela entendia o por quê de fazer aquilo, embora eu tivesse minha duvida quanto a o tanto com que ela estava empolgada com a ideia, nós estávamos tentando ter o nosso primeiro filho a tempo, os exames eram bons, nós éramos jovens e certamente era pra aquilo ser uma coisa que aconteceria naturalmente, mas por algum motivo que eu não entendia insistia em não acontecer, nosso primeiro filho ou filha não parecia estar disposto a vir.

Enquanto brincava com sua barriga olhei em seu rosto ainda meio emburrado aparentemente e dei um sorriso — Será que vai ser dessa vez? — em meu subconsciente eu sabia que ela entendia a pergunta, não podia evitar aquele sorriso bobo desenhado na minha cara, sonhando com uma pequena criança carregando os nossos traços, confesso que aquela ideia sempre foi algo muito presente na minha cabeça, desde que a conheci.

Por mais do que um breve instante me mantive encarando sua face, a espera de uma resposta apenas, não sabia quando finalmente atingiria aquele sonho. Ser pai, uma necessidade para o meu cenário atual e talvez só eu pudesse dizer o quanto desejava aquilo, mas eu também tinha plena ciência do tanto que minha esposa era contra a ideia, por isso sabia que sempre que abordava aquele assunto estava próximo de encontra um mal humor ainda maior do que quando a acordava tão cedo.

— Precisamos tentar mais algumas vezes, não acha? — disse com um sorriso brincalhão, antes de tentar lhe selar os lábios junto aos meus — senti sua falta durante a maior parte da noite sabia? Quando ele ou ela nascer, vamos precisar diminuir um pouco a carga no trabalho.

//Funebribus
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Mensagem por Natasha I. Dragomir Qua 23 Jun - 18:19:05

ice  queen


Mesmo de costas e com os olhos teimosamente fechados, Natasha ouvia James e sentia as mãos dele por seu corpo, o que a impedia de simplesmente voltar a dormir. Seu corpo era um traidor. E sua mente agitada já não conseguia mais lembrar do sono, ávida por começar mais um dia. — Eu tinha trabalho para fazer. — resmungou, ainda com os olhos fechados, deixando que ele a tocasse. Ignorou completamente o que ele falava sobre o dia, prestando atenção no corpo que se encaixava atrás do seu e se aninhando mais contra ele. Já quase não lembrava da mulher que odiava qualquer tipo de contato humano que não fosse o mero ato sexual. Os homens e mulheres que haviam passado por sua cama, nunca eram permitidos de ficar para um abraço ou carinho. E agora ela parecia nunca ter contato o suficiente de James. Aquilo a assustava e irritava, pois não gostava de precisar de nada ou ninguém, porém conforme seu casamento evoluía, mais dependente do marido se via.

E a Dragomir começou a pensar que, se fosse acordada para fazer um sexo matinal incrível, talvez não fosse tão ruim assim. Até que a mão do marido tocou sua barriga e ela se sentiu completamente desperta, abrindo os olhos para encarar a janela, esquecida da excitação que ligeiramente ia crescendo. De todos os carinhos... Ah... Quanto mais tempo a mão dele continuava em seu ventre, mais tensa ela ficava, pensando naquilo. E na razão de sua barriga continuar como sempre fora: sem bebês. Natasha odiava mentir para o marido, mas tinha uma vida secreta que não podia compartilhar com ele e nessa outra vida, um bebê não cabia de maneira nenhuma. A deixaria muito vulnerável.

Suspirou e tentou manter uma expressão esperançosa, sorrindo pela primeira vez desde que James a acordara. Virou um pouco o rosto e deu um beijo rápido nos lábios deles. — Sim, estou sentindo que esse mês será o nosso mês, sem dúvidas. — mentiu como a exímia mentirosa que era e virou-se completamente, aninhando a cabeça no peito dele, fingindo sonhar com o bebê que eles nunca teriam. Não enquanto ela pudesse evitar, claro. As palavras dele sobre tentativas e bebês futuros a fizeram estremecer mentalmente, enquanto ela deixava que ele o beijasse. Bem que queria uma transa louca enquanto o sol se firmava no horizonte, mas depois de ser lembrada do objetivo do marido, achou melhor não.

Falando em trabalho, não tens coisas a preparar? — mudou de assunto, afastando o corpo do dele. Saiu da cama com pressa e pegou a caneca com o café que já estava morno, mas que ainda era café. — Obrigada pelo café, mas estou fazendo dieta, esqueceu? Parece que tu é incapaz de lembrar do que eu faço. — ela sempre estava fazendo alguma dieta e aquilo foi a desculpa para voltar ao jeito meio ríspido habitual. Antes que pudesse ouvir a resposta do marido, ouviu o celular vibrar e quase cuspiu o café ao ver o número na tela. — Trabalho, preciso... — meio que justificou, esperando que James não percebesse o semblante assustado que lhe tomou o rosto, saindo como um foguete do quarto e indo em direção ao banheiro. Quando era algo sobre seu trabalho mesmo, o máximo que sentia era irritação, mas Natasha Dragomir poucas vezes demonstrava medo.

Depois de fechar com força a porta, atendeu a ligação. "Droga, desculpa, eu esqueci de avisar que tive de vir para a fazenda. Sim, eu sei que era ontem a noite, mas eu realmente... Não foi de propósito, ele... Eu sei, eu sei que tu não gosta de desculpas. Tudo bem, eu errei. Amanhã vou lá e... Eu vou sim! Juro que não vou te decepcionar dessa vez." Apesar de nunca se desculpar, havia apenas uma pessoa que a fazia sentir medo, respeito e como se fosse uma garotinha. E a única que teria de atender fosse onde fosse. Mas quando o medo passou, a irritação veio logo em seguida e ela ligou para outro número. "Eu não posso passar a porra de uma noite longe e vocês já fazem merda! Yebat ', zhopa. De noite vou aí e vocês vão ver porquê não se deve decepcionar uma Dragomir." seu sotaque russo, que era normalmente leve, ficou carregado e um pouco dos palavrões e xingamentos acabaram saindo em sua língua materna. Se sentindo um pouco trêmula, tanto de medo pela primeira ligação e de raiva, por conta da segunda, ela atirou a xícara cheia de café na parede do banheiro, ouvindo ela se espatifar e ficou vendo o líquido escuro sujar o chão perfeitamente branco, esquecida de onde estava.

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Mensagem por James Dragomir Qua 23 Jun - 21:40:50


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 Muitas vezes eu me esquecia como minha esposa era quando se tratava de trabalho, qualquer animação poderia ser apaga pelo seu ímpeto em realizar suas funções no trabalho, procurava não me meter muito em seus assuntos, não sabia muito bem do que se tratava o trabalho dela embora tivéssemos uma ótima relação, aprendi cedo que não se leva o trabalho para casa e tentava aplicar  isso a minha vida de casado, para a Russa no entanto isso parecia algo impossível, o trabalho estava sempre em primeiro lugar. Mas bem, quem sou eu pra cobrar não é? Se ela soubesse como metade das pessoas foram convencidas a  me vender as terras daquele rancho gigantesco onde tínhamos uma casa, ela certamente não entenderia bem, logo era melhor não misturarmos os nossos trabalhos.

Suas palavras me encheram de alegria, “nosso mês” não pude conter a empolgação em ouvir aquilo, os pensamentos me levavam a um futuro utópico com pequenas crianças brincando entre os animais da fazendo e eu sabia que aquilo era utópico, por que nem se eu amarrasse minha amada como fazia com os touros eu conseguiria mante-la por muito tempo em uma fazenda, já era quase impossível convencer a bela a passar uma noite comigo na fazenda quando tínhamos negócios e diga-se de passagem que envolviam muito dinheiro sendo realizados ali, imagina só como seria complicado convencer ela a viver ali com crianças. Me voltei dos devaneios com sua pergunta e dei uma pequena risada — Não, o gado foi preparado ontem a tarde, já está todo preso e pesado, eles vão apenas embarcar nos caminhões agora. Mas você sabe, eu não confiaria em ninguém para mexer com os meus animais —  nunca esperei dela uma compreensão perante aquele assunto, mas acho que no fundo ela sabia que eu tinha uma ligação com os animais que eu não compartilhava com qualquer pessoa, na verdade um laço que eu não compartilhava com nenhuma outra coisa, fora a nossa relação.  —  E não fale assim, eu nunca esqueço das suas dietas, eu só saboto elas com comidas deliciosas de mais pra resistir. Só que dessa vez as panquecas são pró dieta, feitas de aveia e recheadas com mirtilo...  

O momento casal aninhado acabou interrompido por um barulho, eu conhecia aquele vibrar, um celular que nunca parava de tocar. As vezes eu quase era capaz de odiar todos os telefones do mundo, só pelo tanto que aquela coisa tocava, como sempre, aquilo pareceu muito mais capaz de despertar ela do que qualquer café da manhã que eu fosse capaz de preparar. Nem poderia reclamar muito, desde sempre foi assim e não parecia haver pretensões de mudança, então o que me restava era conviver com o que tinha, suas pernas rápidas a levaram pra longe da cama e de mim, me deixando com uma cara emburrada de quem tinha acabado de ser largado depois de uma proposta de sexo quente matinal, a sensação era bem mais amarga do que o café que eu havia preparado.

O som da porta batendo me fez ter certeza, aquela não era uma ligação qualquer. Isso me intrigava algumas vezes, a Dragomir era certamente o tipo de mulher que não temia nada, mesmo sendo uma patricinha esnobe e mimada a maior parte do tempo, eu juro que uma vez tinha visto um dos mais bravos touros da fazenda se deitar depois de olhar diretamente nos olhos furiosos que ela carregava.

E ainda assim, diante das situações de trabalho, eu conseguia notar sua tensão, seu eu não a conhecesse tão bem diria até que aquilo era uma ponta de medo, coisa que eu tinha certeza que a seu sangue não permitiria que tivesse. Outra vez estava ali perdido no pensamento de o que poderia ser tão preocupante em seu trabalho para fazer com que alguém como ela sentisse algum medo que fosse, pra ser franco era uma ideia até um pouco perturbadora de mais. O meu raciocínio no entanto acabou completamente interrompido pelo som que vinha do banheiro, um estalo que me fez pular da cama quase como um medalhista olímpico de salto, correndo por banheiro e socando com força a porta, quase num tom desesperando enquanto virava inutilmente a maçaneta — Querida? O que caralhos aconteceu ai?

Não sei dizer se aquilo demorou mais do que dez ou quinze segundos, mas, eu havia perdido minha mãe num mal súbito no banheiro quando ainda era só um adolescente. Aquilo me assustava e antes que eu pudesse retomar o meu juízo perfeito a mão calejada fez o serviço, um soco a toda força na maçaneta arrebentou a trava, embora tivesse arrancado algum sangue da mão, aquilo era o de menos no momento. A porta foi escancarada apenas para ver minha esposa parada de pé, observando o café que escorria pela parede e pelo chão, com cacos de vidro pra todo lado, por mais de um momento eu não soube o que dizer, foi quando o meu sangue deixou de ferver.

— O que aconteceu aqui? — deixei a pergunta no ar, enquanto apenas me aproximei para à abraçar forte — Não me dê um susto desses do nada, por um instante eu achei que estivesse desmaiada ou algo pior — o abraço apertado me deixava sentir sua cabeça em meu peito, ela certamente perceberia como meu coração estava acelerado naquela hora. Não era comum me deixar assim, mas a mulher era capaz de me deixar tão vulnerável como um pequeno garotinho.

Me mantive ali apenas respirando e focado em manter a esposa em meus braços, como se fosse mesmo capaz de protege-la de todos os males que o mundo tivesse lá fora para jogar em nós e certamente havia bem mais males do que nós éramos capazes de lutar contra em alguns momentos. A respiração se fazia ofegante e eu podia sentir o sangue que escorria por entre meus dedos, cortesia daquela bela maçaneta que agora não passava de alguns pedaços de metal mal retorcidos, apertando-a contra o peito pude me sentir mais aliviado, só que eu ainda não entendia muito bem o que estava acontecendo.  

— Você pode falar comigo? — a voz rasgou um pouco tudo que eu estava imaginando naquele momento, aquela maneira em que a outra se encontrava agora era algo que só o seu trabalho era capaz de fazer e isso me preocupou pela primeira vez em muito tempo — o que aconteceu aqui? Como é que aquela bela caneca e todo aquele café foram parar no meio da nossa parede? O que pode ter perturbado tanto o ser humano mais destemido que eu já vi? Sabe querida, eu conheço pessoas que são malucas a ponto de montar em touros bravos levando choque e ainda assim, tremem de medo só por você estar presente em um lugar. O que no mundo seria capaz de tirar a sua paciência?

Talvez eu nem precisasse de uma resposta e talvez nem fosse muito inteligente tentar buscar isso agora, o que dava para entender é que aquilo não poderia continuar acontecendo, mesmo não gostando muito da ideia cedo ou tarde eu teria que procurar saber mais sobre o que é que deixava minha cônjuge tão apreensiva e nervosa em certos momentos, sendo aquele ou não, talvez tivesse chegado a hora de começar a pressionar para entender mais sobre tudo que cercava nossas vidas. Só que infelizmente aquele não era o dia, um som seco e estridente interrompeu nossa conversa e me causou um enorme arrepio frio na espinha, eu conhecia aquele tipo de som — Um tiro! — falei sem nem pensar antes, não era comum, mas aconteciam com certa frequência quando se vive em uma fazenda. Olhei para Nat sem entender bem o que se passava, mas nós dois podíamos ouvir os gritos de alguns dos funcionários da fazenda, um alvoroço havia se iniciado em meio a nossa pacata e tranquila manhã.

Os funcionários que corriam com armas na mão pareciam prontos para acabar com a vida de alguém, não dava pra saber muito bem o que estava acontecendo até o meu próprio celular tocar. Soltei a mão da esposa, indo até o aparelho e o botando no viva voz, para que ela também pudesse entender o que estava acontecendo. “senhor, desculpe incomodar tão cedo, mas há invasores na propriedade, não sabemos do que se trata, o capataz acha que são ladrões de gado. Conseguimos acertar um tiro em um deles e o touro fez o serviço no outro, mas um deles fugiu, ainda estamos procurando” sinalizei positivamente apenas com um ok, antes de desligar o telefone, aquilo era comum em outros tempos com outros fazendeiros, mas nas minhas terras? Alguém precisava ter muito culhão pra fazer aquilo, abri o pequeno cofre acima da cabeceira da cama enquanto não tirava os olhos de Natasha, e de dentro saquei um pequeno rifle 22. Nada que fosse capaz de explodir alguém, mas certamente capaz de nos defender se alguém entrasse em casa — Vai ficar tudo bem, ok? Nenhum cara com o mínimo de inteligência tentaria entrar aqui.

Aquela era certamente a primeira vez em que nós como casal nos mentíamos em algo assim, então certamente eu estava preocupado com a forma como a moça reagiria a tudo aquilo, informações muito novas talvez? Me ocorreu que talvez ela nunca soubesse que aquela não era a primeira vez que pessoas estavam levando tiros naquela fazenda, mas isso era algo que ela não poderia saber e que eu certamente não poderia tratar com naturalidade a ideia de que meus funcionários haviam acabado de balear e provavelmente matar uma pobre alma. Parei de pé olhando para ela enquanto carregava e engatilhava o rifle — Você está bem?

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Mensagem por Natasha I. Dragomir Qua 23 Jun - 22:47:36

ice  queen


O problema de ter descoberto que a mãe era uma mafiosa aos 29 anos, é que aos 32 ela exigia que Natasha herdasse seu lugar no comando da Bratva. A loira lembrava dos anos que passou na Rússia, aprendendo sobre o comércio de armas e se perguntava como não desconfiou de nada. Ekaterina Ivanova Dragomir era uma mulher extremamente habilidosa, que vivia duas vidas completamente diferentes e não deixava pista alguma. E, quando achou que estava velha demais, exigiu que a filha se transformasse no que ela sempre quis: sua herdeira. Ainda que houvesse conseguido por quase seis anos trabalhar apenas no que queria, sua revista, não teve mais escolha. Sua única exigência era manter a "Who's rocking?", que muito a contra gosto, Ekaterina aceitou.

Agora Natasha fazia malabarismo para calçar os sapatos da mãe na Bratva, enquanto não era capaz de delegar o comando da revista a ninguém e tinha de fingir ser apenas uma workholic para o marido. Só que por mais que a atual chefe da organização quisesse que Natasha fosse impiedosa com ela, a filha não era assim. Sim, era uma vaca que maltratava meio mundo, mas tirando a vez que matara uma pessoa, não apelava para a violência física. E isso era bem complicado quando se tinha que lidar com inimigos e adversários muito aficionados por confrontos físicos. Ela era bom em humilhar com palavras e olhares. Ainda que houvesse sido criado no meio de armas, tinha certa repulsa por elas.

Enfim, tudo aquilo a estava deixando cada vez mais tensa e ter pisado na bola com a mãe, que era uma pessoa completamente diferente da mulher que havia conhecido a vida inteira, a fazia querer chorar, o que a fazia querer gritar, porque se Ekaterina a visse chorando, lhe daria uma bofetada e lhe diria a vergonha que tinha em chamá-la como filha. Esse redemoinho passava pela cabeça de Natasha enquanto o líquido escorria pelo chão, completamente alheia a tudo. Inclusive as tentativas do marido de conseguir alguma resposta sobre o que havia acontecido ali dentro. Só saiu do transe ao ouvir o barulho da maçaneta se partindo e seu marido surgindo no banheiro.

De maneira lenta ela virou o rosto para ele e se deixou ser abraçada, ainda não conseguindo pensar no presente. Recostou a cabeça no peito de James e piscou, voltando ao presente. — Droga, James! Essa maçaneta era personalizada.   — foi a primeira coisa que ela disse, ignorando todo o resto do que ele havia dito. — E agora você está sangrando no chão. Deuses. — reclamou, como o ser absolutamente egoísta que era. Se afastou do abraço dele, apesar de ter gostado e chutou uns cacos da caneca com o pé descalço. — Nada me perturba, James. Nada! — gritou para o marido, chutando mais cacos. — E pare com essa merda de interrogatório. — falou com a voz perigosamente baixa, caminhando para longe do homem, depois de ter descontado nele uma frustração que não tinha culpa nenhuma. Não daquela vez, pelo menos.

Nunca mais... — a russa começou a dizer, mas foi interrompida por um barulho que ela não conseguiu distinguir, até o marido anunciar o que era. Que merda de herdeira de um império de armamentos ela era, que não conseguia distinguir um tiro. Ela estacou no meio dos cacos de vidro, com o café lhe sujando os pés, totalmente sem reação. Eles estavam na fazenda, não era possível... Seus olhos se arregalaram ao pensar, mas não podia ser. E então os gritos e alvoroço e o sangue gelado da Dragomir congelou. Eles não teriam coragem... Teriam?

Seus olhos verdes encararam o marido, enquanto ela tentava pensar se estavam ali por ela ou se aquilo era comum naquela porcaria de fazenda. Por sorte, os funcionários de James eram rápidos e ligaram para o patrão. Ladrões de gado? Seriam mesmo? O marido já comentara sobre aquilo acontecer em outras fazendas, mas ela sabia que não em Schitt's Creek, não até hoje, pelo menos. — James... — não sabia bem o que ia dizer, porém não precisou terminar, já que o marido estava se mostrando um tanto diferente do que ela imaginava. Principalmente ao pegar um rifle 22, como ela conseguiu perceber, podia não reconhecer um barulho de tiro, mas conhecia todas as armas fabricadas até ali. Algumas crianças brincavam de carrinhos e bonecas, ela brincava com réplicas inofensivas de armas. A família Ivanov era estranha mesmo.

Obrigada por me proteger, meu salvador. — mesmo naquela situação nova e perigosa, ela não conseguia evitar o sarcasmo. A voz de Ekaterina em sua cabeça lhe dizia para correr ao escritório e pegar uma arma também, porque seu instinto gritava que havia algo mais ali. Mas a repulsa dela por armas reais a estava impedindo de ser sensata. — Desculpa, tudo bem. — caminhou até James e segurou a mão dele, o encorajando a ir na frente para fora do quarto.

Antes que eles pudessem sair de fato do quarto, uma figura apareceu na porta, bloqueando seu caminho, com uma pistola apontada para James.  — Então é aqui que se esconde a famosa Natasha Dragomir. — o invasor falou com deboche e Natasha apertou o braço do marido com força. Então seu instinto estava certo. Aqueles filhos da puta! O que ela faria? Precisava pensar rápido.  — O que será que a matriarkh vai dizer... — o homem começou a falar, mas parou subitamente, quando foi atingido bem na cabeça, com o rifle 22 que Natasha arrancou das mãos do marido e atirou.

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Mensagem por James Dragomir Qua 23 Jun - 23:55:43


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 Não sei bem o quê, mas por um instante naquele banheiro eu tive a certeza de que minha esposa tinha algo para me dizer que não conseguia, era uma impressão frequente que eu tinha comigo de que ela carregava algo em segredo, algo que eu não deveria saber talvez? Eu tinha os meus segredinhos sujos, mas o que alguém como ela tinha a esconder do marido que a fazia agir tão estranho? Suas respostas vagas naquele momento só tinham me feito ter ainda mais a pulga atrás da orelha, eu precisava descobrir o que eram os segredos que ela tanto guardava, mais cedo ou mais tarde, mas aquele não era o momento para pressiona-la.

Era reconfortante ver que ela ainda era sarcástica mesmo naquela situação, ok, eram só uns bandidos idiotas. As pessoas da região sabiam que Schitt's Creek era como uma fortaleza, havia homens armados em cada cerca. Por que diabos depois de tantos anos ladrões de gado iriam até ali? Não era como se estivéssemos falando dos ranchos antigos, eu realmente havia queimado casas com pessoas dentro para comprar terras mais baratas, quem dentro daquela região teriam coragem de me roubar um novilho que fosse? Ninguém em plenas faculdades mentais.

Me pûs a frente dela, como ela pareceu oferecer —  Muito corajosa querida, eu levo a bala por você —  o tom de brincadeira deixava claro que eu não acreditava que alguém fosse capaz de entrar ali, mas eu estava enganado. Uma figura completamente estranha saltou a nossa frente na porta, mas essa estava longe de ser a surpresa, ele havia mesmo chamado Nat pelo nome? Como se estivesse ali em busca dela? Congelei por um instante, a ideia de perder a russa passou por minha cabeça como um foguete.

Mas isso não foi a única coisa que aconteceu rápido, na verdade tudo aconteceu rápido de uma maneira que eu se quer consegui processar e ao mesmo tempo de uma forma lenta como se eu estivesse meramente assistindo em um filme de TV na Netflix numa sexta feira a noite com a minha amada. A bala de 22 atravessando o crânio era quase como uma visão em slow motion. O grande problema com um tiro de rifle de tão próximo, é que ele conseguia fazer um estrago tremendo que ele deixava, um buraco quase do tamanho de uma bola de baseball que começava no que em algum momento eu acho que foi um olho esquerdo e saia na parte de trás da cabeça, todo aquele sangue na parede do corredor. Meu corpo e minha mente estavam completamente extasiados encarando ela ali, parada com a arma que ela havia tomado das minhas mãos, tão depressa que eu se quer percebi, aquele sangue frio, aquele olhar. Eu não me lembrava de ter visto aquilo antes.

Houve um minuto de silêncio da minha parte, antes de poder voltar a mim e perguntar — Mas quem caralhos é matriarkh? Alguém de quem você publicou fofocas?   Não me era um nome completamente estranho, mas naquele momento eu realmente não sabia de onde o conhecia. Um funcionário subia as escadas correndo naquele momento, quase tão embasbacado como eu olhando a minha esposa com uma arma em punho, antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa, o encarei tirando a arma das mãos de Natasha e entregando para ele — Se livra dessa porra, agora. Queima, derrete, faz um ferro novo pro gado. Eu não me importo, eu quero que dê um fim na porra desse rifle e no corpo desse desgraçado, agora mesmo.   Bati a porta num solavanco, nosso quarto totalmente branco e ainda arrumado parecia não ter nenhum resquício da bagunça de sangue e miolos que se espalhava pelo corredor.

Encarei a mulher a minha frente ainda sem entender o que é era tudo aquilo — Eu sei que não fazemos muito isso, mas você precisa me explicar o que acabou de acontecer aqui Natasha. — a voz firme e o olhar sério certamente entregavam, era até pouco comum que a chamasse pelo nome, sem apelidinhos ou coisas do tipo que eu sabia que ela detestava, mas insistia em chamar apenas para ver aquele fogo que ela carregava no olhar.

— Não estamos mais falando de correr da cama como se eu não pudesse escutar seus assuntos ou se estressar a ponto de soltar palavrões em russo — me sentei na cama, ainda com uma cara de susto por tudo que aconteceu naquela fração de minutos, quanto tempo se passou no tempo em que aquilo tudo aconteceu? Alguns minutos? Talvez — Tem miolos de um cara na nossa parede e esse cara sabia o seu nome, por quê?

Cruzei os braços a encarando a espera de uma resposta, aquilo não tinha como ser coincidência, mas com quem Nath podia ter mexido? Quem em Nashville seria louco de apontar armas não só pra uma das mulheres mais ricas da cidade, mas pra minha esposa. Ok, eu fiquei muito mais rico e conhecido depois que passei a ostentar o nome dos Dragomir, mas as pessoas em Nashville sabiam quem eu era, eu vim do nada e construí um império queimando tudo que encontrei em meu caminho literalmente, as pessoas geralmente respeitavam isso tanto quanto um sobrenome milionário.

De dentro do quarto podíamos ouvir os funcionários lá fora. Tentando limpar aquela bagunça, eles sabiam o que fazíamos quando algo assim acontecia e qual era o procedimento que deveria ser tomado agora, era só mais um corpo e os caras da fazenda haviam visto tantos deles nos últimos anos, o problema é que a minha amada mulher nunca soube desse lado do "abate de gado" que eu mexia, sempre fiz questão de separar aquilo do nosso casamento, mas eu não sabia se ela tinha cabeça para processar tudo que estava acontecendo naquele instante.

— Você literalmente acabou de matar alguém... Você tem noção disso? Não é como se eu não tivesse pensado em atirar nele no momento em que o vi, mas você não só me desarmou com uma facilidade tremenda, como deu um tiro perfeito, em uma fração de segundos. O que acabou de acontecer aqui? Me lembrei do celular, aquele nome não me era estranho e eu precisava saber quem era matriarkh, então joguei a palavra no google, na frente dela. Apenas variando minha visão entre tela do celular e a minha esposa a minha frente, tudo aquilo parecia um sonho muito esquisito.


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Mensagem por Natasha I. Dragomir Qui 24 Jun - 0:33:46

ice  queen


O tiro foi ainda mais alto do que Natasha achou que seria. E a sujeira... Bem, havia um motivo para rifles serem feitos para tiros a distância, ela pôde comprovar muito bem naquele momento. Ou comprovaria se estivesse pensando com clareza. Sentiu o sangue quente do homem escorrendo em seu próprio rosto, junto com algo mais sólido, que com certeza eram pedaços do rosto dele. Era a primeira vez que via um buraco no meio do que antes havia sido o rosto de alguém. Sua bile subiu pela garganta, mas ela mal se mexeu, com as mãos quase soldadas na arma e o corpo estático, vendo a sujeira escorrer pelo corredor. Apesar do nojo e da surpresa, o olhar da Dragomir era de triunfo. De alguma maneira, havia passado no teste. Ah, ela não era tão covarde quando Ekaterina acreditava. A Matriarkh ia ficar absolutamente satisfeita.

Se obrigando a deixar o triunfo de lado, ela arregalou os olhos ao lembrar do marido quase a seu lado. Relaxou o aperto na arma e deixou que James a tirasse de suas mãos, mas não se mexeu, obrigando seu cérebro a pensar ainda mais rápido. Qual seria a estratégia ali? Por sorte, teve tempo, pois James demonstrava uma presença de espírito que ela não imaginava que ele teria. Se mexendo, Natasha encarou o homem com quem dividia a cama há três anos e parecendo vê-lo de verdade pela primeira vez. Não conseguiu disfarçar a admiração que sentiu e se afastou, quando o funcionário, que ela pensava ser apenas um peão ou alguma merda assim, não fez qualquer pergunta. "Eu podia usar ele na Bratva" se pegou pensando enquanto a porta se fechava.

Quando ficou a sós com o marido, a russa ainda não havia decidido sua tática. Usar meias verdades ou se fingir de inocente? Enquanto decidia, ficou olhando ele e fez uma careta ao ouvi-lo usar seu nome inteiro. Acho que só ouvira Natasha sair dos lábios dele no dia do casamento. E ele estava se mostrando muito mais atento do que ela dava crédito. Mas que inferno! Três anos de tranquilidade e na porra de uma manhã tudo mudava completamente. — Tem miolos no meu cabelo... — murmurou, meio impactada com aquilo. — Jim — encurtou o nome dele como raramente fazia, aproximando-se de onde ele estava sentado na cama e se ajoelhando em frente dele. Ele parecia querer saber, mas lhe dava tempo para processar, era estranho.

Ao ouvir em voz alta que havia matado alguém, Natasha finalmente desabou. Agarrou as pernas do marido e começou a soluçar. Estava encantada que fora capaz daquilo, mas não podia dizer a verdade a James, simplesmente não podia. Ou os dois seriam os próximos. Por fim escolheu bancar a vítima inocente e apelar para o lado cavalheiro de armadura brilhante que ela sabia existir no marido. — Ah, моя любовь, o que eu fiz? — o chamou de "meu amor" em sua língua materna, mostrando o quão abalada estava. — Não sei quem era ele, eu não sei. Me perdoa. Por favor, моя любовь, por favor...   — suas mãos subiram até a cintura dele, o envolvendo mais e enterrando o rosto sujo na camiseta dele. — A arma, estava apontada para você, eu simplesmente não podia, eu não podia correr o risco de te perder. — estava atuando, mas até que ponto suas palavras eram mentira, talvez ela se recusasse a analisar.

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Mensagem por James Dragomir Qui 24 Jun - 11:15:21


Last Name
Yeah, all you've got to lose is my last name
Aquela cena, eu ainda tinha alguma dificuldade para processar tudo que eu tinha acabado de presenciar, era como um êxtase, fazendo tudo que eu fiz a minha vida inteira eu sabia que sempre aconteceriam dias que eu precisaria esquecer e fingir que nunca aconteceram, mas aquele era um dos dias que eu jamais conseguiria deixar pra trás.

Olhava ao mesmo tempo a pesquisa no celular e tentava entender o que estava acontecendo, de início preferi me calar, minha cabeça ainda funcionava de uma forma diferente com milhares de pensamentos que eu se quer tinha tempo para “digerir”. Enquanto via minha mulher se por de joelhos a minha frente, finalmente percebi que ela estava suja, aquele sangue nojento por seu rosto e alguns pedaços mais pastosos do que eu acredito que em algum momento tivesse sido um olho.

Me mantive calado apenas, escutando cada palavra com bastante atenção. O que Eles queriam? Ladrões de gado não agiam assim, a plena luz do dia? As 5 e tantas da manhã? Não, ladrões de gado agiam na calada da madrugada, de forma rápida e sem barulho. Eu já havia feito isso, por isso sabia bem como funcionava. O soluçar e o choro de Natasha me despertaram daquele transe estranho em que eu me encontrava, por quê depois da forma como começou eu me pus a pensar, poderia aquele ser um sequestrador que eu irritei e não ela. Levei a mão direita até seu cabelo, ainda um pouco bagunçado, mas agora completamente sujo.

— Esqueça, nada nesse mundo vai me tirar de você — aquilo tomou um tom sério e realmente perturbador, eu havia visto gente morrer na minha frente antes e de forma bem mais desagradável do que com um único e certeiro tiro de rifle, mas eu nunca tive de consolar alguém por matar antes, era natural, era automático. E agora eu nem mesmo sabia se era capaz de fazer isso. A mão que acarinhava seus cabelos, se entrelaçou entre os fios e com um pequeno movimento a forcei a olhar diretamente em meus olhos.

Uma lagrima escorreu do meu olho, o sentimento era estranho e certamente intragável de mais para lidar — Querida, o que aconteceu aqui e agora... naquele instante em uma pequena pausa nas palavras sai da cama, me ajoelhando diante dela e prendendo-a novamente em um abraço, encostando as nossas testas em uma forma de encaixe perfeito, uma sincronia impar que só possui com ela na vida — Ninguém nunca poderá saber disso. Se é de perdão que você precisa, eu dou o meu a você. Está perdoada. Mas isso, nada disso pode sair desse quarto. Eu não sei quem era aquele homem, ou o que queria. Mas um deles está vivo e acredite, ele vai falar nem que eu tenha de arrancar cada um dos dedos dele e esmagar suas bolas no moedor de carne finalmente me lembrei que a mulher não conhecia aquele meu lado, eu não podia ficar ali falando em torturar uma pessoa na frente dela como se isso não representasse nada.

Talvez aquilo se tornasse um problema no futuro, mas mais cedo ou mais tarde minha mulher acabaria descobrindo que nem só de vender gado e sublocar terras vinha o agora nosso dinheiro — Ninguém ameaçará a minha família e viverá em paz. Ninguém. — aquela não era uma afirmação apenas para ela. Era pra mim também, um invasor em minha casa, me levou a outros tempos e talvez por isso fosse tão difícil manter a mascara de bom moço construída a duras penas, a aproximadamente 5 anos eu não via uma arma ser apontada pra mim, aquele era o tipo de coisas que me fazia lembrar que não pessoas como eu não são o mocinho nas histórias.

— Você precisa de um banho de banheira, minha vida — ainda estava em dúvida de o quanto havia acontecido ali, ainda queria saber o por que de a minha mulher ser tão boa com armas pra fazer um movimento rápido como aquele, mas isso não é o tipo de informação que simplesmente se arranca como um band-aid velho, eu sempre confiei muito nos meus instintos e eles gritavam que havia algo podre ali. A conversa no banheiro que convenientemente fingi não ter escutado antes agora me martelava a cabeça, inimigos meus ou dela? Será que a minha esposa tinha mesmo inimigos? O que será que eram aquelas pessoas — Você não precisa chorar por isso, eu pensei o mesmo, só fui muito lento pra agir e isso não acontecera de novo. Amar força uma pessoa a fazer escolhas. Você faz coisas que nunca imaginou que poderia fazer antes, como agora.

Me levantei lhe estendendo a mão, encorajando-a a fazer o mesmo — Sabe amor, eu nunca vou esquecer o nosso primeiro minuto de casados, quando eu saí da igreja e vi você pela primeira vez como minha mulher, na frente de toda aquela gente que se quer parecia estar lá. Foi como se eu pisasse fora de casa no meio de uma tempestade e de repente o sol saísse só pra mim. Preciso que entenda esse sentimento e saiba que eu faria tudo para proteger e cuidar de você e é por isso que farei o que tem de ser feito agora. Nenhuma pessoa nunca saberá desses corpos ou do que aconteceu aqui. Você pode confiar em mim, não é?

Meus funcionários sabiam o meu jeito de trabalhar, um deles bateu a porta e apenas aguardou por um sim para começar a falar “um deles está vivo senhor, no celeiro.” E era tudo o que eu precisava ouvir, a confirmação de que teríamos a quem interrogar, o que me restava saber é como a minha esposa reagiria a tudo aquilo, um choque pra ela? — Descubra o que poder e depois suma com o que restar, ninguém pode ouvir falar disso. Nunca, fui claro? Liguem para o cliente, cancele a venda e todos os compromissos, ficarei com a minha esposa hoje — o de fora apenas assentiu com um sim, quase inaudível. Voltei novamente as atenções para a “assassina”. Era difícil imaginar, mas de certa forma toda aquela situação fora até um pouco excitante, eu nunca havia encarado a russa com aquele olhar antes, alguém capaz de matar por mim e que me fazia capaz de queimar corpos, certamente não era uma manhã de casal comum.

Me coloquei novamente de frente com ela, ainda tentando processar o que aquele pacato início de dia havia se tornado — Desculpe voltar nesse assunto. Mas, Matriarkh significa algo como matriarca, certo? Essa palavra não me é estranha e eu sei que a escutei antes — num leve movimento, atirei para o chão a camisa que vestia e parei para encarar o meu punho ensanguentado, nem havia percebido mas era o meu sangue que manchava o nosso tapete — Acho que ambos precisamos de um banho agora. E temos muito a conversar, não é? Alguém foi capaz de entrar aqui e sabia seu nome, tenho certeza que os meus homens vão trazer respostas assim que terminarem com o que sobrou, a pergunta é: que respostas? Meu amor, sobre a ligação que te deixou nervosa, eu escutei um pouco, não era minha intenção, mas escutei... Então eu preciso saber, que espécie de inimigos a editoria chefe de uma revista pode ter? A ponto de mandarem pessoas armadas pra sua casa... Me diga e eu farei com que cada um deles se arrependa do dia em que se meteu no seu caminho.

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