[RP Semi-Aberta] Hidden pool party

Pool Party
Hidden Feelings...
"SING LIKE NO ONE IS LISTENING, DANCE LIKE NO ONE IS WATCHING AND DREAM AS IF THERE NO ARE IMPOSSIBILITIES"

Com o cotovelo apoiado sobre a mesa e a cabeça sendo sustentada pela destra logo acima, eu assistia ao que provavelmente era a aula mais longa e tediosa de toda a história. Nossa, as vezes o Sr. Johson se superava, por mais impossível que isso pudesse parecer. Simon por sua vez demonstrava não ter aguentado tanta monotonia, pois estava debruçado sobre a própria carteira tirando um leve cochilo. É, daquela vez eu não poderia culpá-lo por ter me abandonado, principalmente porque eu gostaria de ter coragem - ou cara de pau - suficiente para fazer o mesmo. Estava ciente de que o homem grisalho que ministrava as aulas de teoria musical já havia se acostumado com aquele tipo de situação e parecia não se importar tanto quanto antes, mesmo que nos dois primeiros semestres tivesse dado várias broncas por isso. De qualquer forma eu não conseguia dormir.

De repente senti meu celular vibrar no bolso da calça, o que era muito estranho, até porque Simon estava dormindo e Frances não costumava me mandar mensagens naquele horário. Curioso, peguei o aparelho, desbloqueei-o furtivamente por baixo da mesa e li a mensagem presente na tela. Se tratava de um convite para uma festa secreta na piscina, e pela quantidade de pessoas pegando o celular ao redor, soube que não fui o único a ser convidado. Um pequeno sorriso se formou no canto dos meus lábios, e quase que imediatamente pensei no quão divertido seria quebrar alguma regra só para variar. Estava ansioso.

O som agudo e estridente do sinal que marcava o término da aula preencheu o ambiente de maneira libertadora, e com isso, um hilário sobressalto ocorreu por parte de meu melhor amigo. Enquanto guardava meus materiais na mochila com certa pressa, fiz o possível para segurar o riso, mas nossos colegas de classe não demonstraram-se dispostos a se esforçarem da mesma forma. — Tem baba escorrendo no canto da sua boca. — Apontei, me levantando antes de passar a alça da mochila sobre o ombro direito. — Ah, e você recebeu alguma mensagem? — Ainda meio grogue, Simon jogou as coisas dentro de sua mochila, limpou o canto dos lábios com as costas da mão e verificou o celular, erguendo uma das sobrancelhas.  — Ousado, eu gostei. Pena que não poderei ir. — Torci o nariz em uma careta desanimada, o acompanhando até a porta e posteriormente pelos corredores rumo à saída do bloco.

— Por que não? — Indaguei, insistente. Não queria ficar sozinho em uma festa onde todos estariam se divertindo e provavelmente bebendo feito loucos. — Hoje combinei de ir ao cinema com a Maggie. Foi mal. — Pensei em sugerir que ele a levasse consigo, mas conhecendo a garota como eu conhecia, sabia que ela não iria gostar muito daquele tipo de programa. Suspirei derrotado já que não poderia competir com a namorada dele, coçando levemente a nuca. — Okay, okay. Eu me viro. — No mesmo instante a ideia de chamar uma pessoa em especial me pareceu bastante interessante e oportuna. — Será que podemos convidar pessoas de fora? — O mais alto deu de ombros, despreocupado. — Bem, no convite não disse que era proibido. Sem falar que é uma festa, ninguém vai se importar ou ficar prestando atenção nisso. — Ri baixinho quando já estávamos quase chegando no carro do rapaz, atingindo seu ombro com um soco fraco. — Certo, divirtam-se no cinema. Diga para a Maggie que eu mandei um abraço. — Ele retribuiu me empurrando de leve, também entre risos. — Eu não, lá tenho cara de pombo correio? — Levantei uma única sobrancelha de maneira sugestiva, recebendo um belo “vá à merda” em troca. Ambos rimos e ele logo concordou que mandaria o recado, então nos despedirmos brevemente.


Já devidamente arrumado, eu andava de um lado para o outro no interior do meu quarto, extremamente ansioso. Será que deveria mesmo convidá-lo?Aquela provavelmente seria uma das festas mais divertidas da universidade, e parecia o tipo de evento que ele gostaria de ir, mas por algum motivo tinha minhas dúvidas. Mordi o lábio inferior, toquei no contato de Frances na lista do celular e desisti logo em seguida. Respirei fundo, arrumei o cabelo pela centésima vez em frente ao espelho e voltei a pegar o celular. — Vamos, é só um convite... — Murmurei para mim mesmo, me sentindo um completo idiota por complicar tanto algo que deveria ser simples.

Em um breve surto de coragem, iniciei a chamada para o moreno, sentindo o coração saltar no peito a cada toque em que ele não atendia. Quando isso aconteceu, minha respiração falhou por um segundo. — Frances, oi. Tudo bom? — Deus, eu me sentia mais do que um completo bobão falando com ele. — Ahn... Você tem algum compromisso para hoje? Porque está tendo uma festa na piscina lá na minha faculdade e... bem, eu gostaria de saber se você gostaria de me acompanhar. — Um friozinho percorreu minha barriga com os breves instantes de silêncio que sucederam a pergunta indireta, que para mim pareceram uma eternidade. — Não sei explicar direito onde é, mas posso te mandar a localização por mensagem se quiser. — Complementei, parecendo meio nervoso. Droga, por que eu estava agindo daquele jeito? Frances e eu tínhamos ficado próximos tão rapidamente, conversamos quase que todos os dias desde que nos conhecemos no dia do meu aniversário; provavelmente já éramos amigos. Não havia motivo para ficar tão receoso, mas mesmo assim aquela sensação não deixava de me perturbar.

Um largo sorriso tomou conta dos meus lábios assim que ouvi a resposta positiva do rapaz, que praticamente me fez saltitar pelo quarto de alegria. — Yeeey! Então ta bom, te encontro lá. Devo chegar em uns vinte ou vinte e cinco minutos. — Boa parte do nervosismo foi embora ao saber que ele iria, mas logo depois outro diferente se fez presente. Eu tinha acabado de convidá-lo para uma festa na piscina, e não sabia se estava preparado para a possibilidade de vê-lo sem camisa. Sim, eu estava completamente caidinho por Frances.

Pouco após desligar o telefone, me joguei na cama e fiquei encarando o teto por uns cinco ou dez minutos. A verdade era que eu não fazia ideia do que fazer a seguir, e isso era assustador. Não queria acabar passando vergonha, mas também não queria agir como um robô durante uma festa. — Aaaah, por que esse tipo de coisa tem que ser tão complicada? — Suspirei pesadamente e enfim me levantei da cama, deixando meu quarto assim como o apartamento enquanto mandava uma mensagem para Corinne. Ela não estava em casa quando saí e eu não gostava de preocupá-la, por isso avisei onde iria e tudo mais a respeito da festa. Inclusive dizia no final que ela poderia ir, se não estivesse muito cansada. Em seguida chamei um uber para me levar ao local onde aconteceria o evento “secreto”, e este não demorou nem cinco minutos para chegar.

Como esperado, a viagem não demorou muito mais do que dez minutos, e ao chegar lá eu logo pude ouvir a animada música tocando ao fundo. Paguei o moço, o agradeci e então tratei de entrar para não ficar no meio da rua durante a noite. Vi que várias pessoas já tinham chego, incluindo o organizador e “anfitrião” da festividade, assim como o rapaz mais popular de toda a universidade: Michael Kinney. Não pude evitar soltar um baixo e discreto suspiro ao vê-lo, lindo como sempre.

Podia-se dizer que Michael foi meu primeiro “crush” da universidade, mas foram poucas as vezes que eu e ele realmente nos falamos. Nossas interações geralmente se resumiam à simples saudações de bom dia e boa tarde, até porque eu não era lá um dos mais populares. Mal nos conhecíamos, por isso até estranhei mais cedo ter sido convidado para a festa. Enfim, não iria reclamar. Acenei de maneira educada em cumprimento aos presentes, sendo uns conhecidos e outros não. E já movendo o corpo de acordo com o ritmo da música, sorri de canto e esperei a chegada do meu convidado.

I wrote down all the things I'd say

"I can't count the times", parecia um dueto com a voz de Brett Young saindo da rádio do carro enquanto a minha entoava cada letra com tranquilidade. “I almost said what's on my mind”, a ponta dos dedos batiam contra o volante do carro acompanhando o instrumental preparando para a próxima estrofe: “But I didn't” demorei na última palavra, aumentando a intensidade da canção para continuar, ou tentar.

Steven desligara o rádio antes mesmo que eu conseguisse.

— Hey! Eu estava praticamente transando com esse cara — resmunguei, virando suavemente o volante para a direita, estávamos em uma curva bem fechada.

— Não esfregue seu talento na minha cara, pikachu. — O loiro ousou dar um sorrisinho de canto para tentar se salvar de uma suposta retaliação da minha parte. — De qualquer forma, estamos chegando.

— Sua cara bonita não vai se safar essa noite, Zuckner. — deslizei a mão direita trocando de marcha assim que as íris claras captaram a uma quadra a movimentação de alguns alunos adentrando uma casa. — Tem certeza que eles vão acreditar que eu sou aluna? — com a visão periférica tive a péssima imagem das covinhas aparecendo em sua bochecha, junto de uma gargalhada bem humorado. Filho da puta bonito, que ódio dessa raça.

— Se você consegue mentir na cara dura em um boteco para se apresentar, imagina esses alunos? Vai sair de letra, a não ser que encontre alguém que te conheça, ou pior, que tenha mentido. — Ah, claro, essa foi uma tentativa inútil de tentar melhorar as coisas — Boa sorte com o último item. — Zombou.

— Obrigada pelo apoio. — Sarcástica, proferi a frase de agradecimento, aproximando o veículo próximo ao acostamento, pisando lentamente no freio, para em seguida, pressionar a embreagem estacionando-o de forma um pouco bruta só para dar um susto em Steven, mostrando a língua assim que desliguei o motor.

Como de costume, eu e o mister covinhas achávamos umas festas quase secretas e nos infiltramos para conseguir bebidas de graça. Não podia dar o luxo de beber toda semana com o meu salário, ainda mais com uma irmã pra sustentar e uma casa para manter. Ser adulto antes do esperado era um saco.

Graças aos deuses que tinha um amigo para me arrastar para coisas mais interessantes do que ficar presa em quatro paredes sem contato com outros seres humanos. Bem, não estava ali para socializar e sim encher meu tanque.

Lado a lado caminhamos no interior para dentro do recinto, o som alto atrapalhava um pouco nossa comunicação. Os dentes brancos do loiro se faziam presente com o repuxar dos lábios em um meio sorriso enquanto falava alguma coisa. Fiquei meio tonta com aquele sorriso, admito, mas só isso.

— Não ouse ficar mostrando essa sua carinha bonita por aí, não quero dar carona para mais uma vítima. Na verdade, eu quero salvar suas presas de ficarem decepcionadas e… — parei abruptamente o fala, estagnando os pés no chão — Shit! — as bochechas ficarem avermelhadas e as pálpebras abriram-se o máximo que podia se abrir.

— Que foi? — ele ficou na frente, tampando o que meus olhos já tinham captado.

A garota do café, seu cabelo de fogo podia ser reconhecido a quilômetros de distância. Mas que merda. — Eu não deveria mentir tanto. — apertei as mãos, dando chutinhos contra o piso — Aquela guria ali, a que está com a língua na garganta do gostosinho, ou devo dizer o contrário? — Steven deu uma breve curvada acompanhando meus olhos na descrição dada — Ela me conhece e eu menti. — Suspirei. — A foda-se, meu rosto é comum, só não fale meu nome alto, por favor.

— ERETRIA, VOCÊ AQUI — O desgraçado berrou de propósito fazendo com que algumas pessoas voltassem a atenção nos dois invasores. Com as maçãs do rosto em tons escarlates e uma raiva súbita subindo por todo meu sistema nervoso, deu uma pisada forte em seu pé. — Filho da puta, não sabe o significado de discrição? — Explodi, girando os calcanhares para a direção contrária — Fica sozinho sendo um estúpido.

Trotei até o barril de cerveja, pegando um copo cheio e levando aos lábios apreciando cada gota daquela gostosura. O esquema deveria ser: prevenir minha mera idade de 17 anos, meu nome, e, principalmente, rezar para que ninguém conhecido aparecesse, além de, claro, a ruiva. Ela provavelmente nem se lembraria de mim, então foda-se. O líquido dentro do copo já estava pela metade, nossa, eu estou virando uma dependente de álcool. Credo.

Pool Party
A Toast to Us...
"SING LIKE NO ONE IS LISTENING, DANCE LIKE NO ONE IS WATCHING AND DREAM AS IF THERE NO ARE IMPOSSIBILITIES"

Mesmo que com certa timidez, aos poucos eu tentava me soltar conforme minha mente vagava unica e exclusivamente na lembrança do sorriso de Frances. Aquela era, na minha singela opinião, uma das mais belas imagens já conhecidas. Poderia admirá-lo por horas sem me cansar, e algo dentro de mim queria poder admitir tal sentimento em voz alta; mas era tão difícil. Ai, droga... eu estava me apaixonando. Se é que já não me encontrava em tal complicada situação.

Mordi o lábio inferior, e quase que imediatamente senti um suave toque sobre meu ombro direito. Virei para trás com um semblante curioso, e um largo sorriso logo se fez presente em meu rosto. — Frances! — Naquele momento não foi possível esconder o ânimo e a alegria encrustados em meu tom de voz, e sinceramente, nem fiz questão de tentar. — Não, de forma alguma. Foi até mais rápido do que eu esperava. — Inclinei o corpo para que pudesse cumprimentá-lo com um breve abraço, o qual desejei que tivesse durado um pouco mais após recuar e voltar a me perder naqueles lindos olhos avelãs. — Nossa, parece até que estava adivinhando que eu iria te convidar para fazer alguma coisa. Sou tão previsível assim? — Desatei a rir de forma despreocupada, fitando-o conforme ele corria os olhos pelo ambiente já um tanto movimentado. — Bem, de qualquer forma agradeço ao moço do Uber por provavelmente ter dado uma de... Eu esqueci o nome daquele cara do filme Velozes e Furiosos, mas você entendeu. — Completei, voltando a rir jundo dele.

O comentário sobre um tal loiro "bem chamativo" fez com que eu seguisse o olhar do maior e avistasse Michael próximo a mesa de bebidas, conversando com alguns caras do time de futebol. De fato, ele era o tipo de pessoa que naturalmente chamava a atenção de todos ao seu redor mesmo sem precisar se esforçar. Entretanto, antes que eu pudesse falar qualquer coisa a respeito, ouvi o moreno dizer que preferia a mim do que ele. Ergui ambas as sobrancelhas, deixei os lábios levemente entreabertos e o encarei sem resposta por um instante. Em nenhuma hipótese uma pessoa preferiria alguém como eu se a outra opção fosse o garoto mais popular da universidade, principalmente por ele ser tão bonito quanto era inteligente. "Eu também." Pensei, mas não foram exatamente estas palavras que saíram da minha boca. — Ah tá, com certeza. — Ri bastante envergonhado e sem jeito quando ele também o fez, levando aquilo como apenas uma brincadeira.

Quando ele segurou minha mão para que eu o acompanhasse até a mesa de bebidas, notei que a música anterior havia acabado, e a atual era "Friends - Justin Bieber (with BloodPop)". Que belo e inoportuno soco no estômago. — É, tem razão. Na última festa que o povo da universidade organizou, um garoto da turma de Arquitetura passou muito mal e vomitou em tudo. — Lembrei do odor pungente só de falar da cena. — Foi na casa de um dos meus colegas, e a festa também era para ser secreta já que os pais dele estavam viajando. — Chegando ao nosso destino, aceitei o copo que Frances me ofereceu e assenti com a cabeça como forma de agradecimento. — O resto você já pode imaginar... e no final eu ainda tive que ajudar a colocar tudo no lugar. — E mesmo com tudo aquilo dando errado, eu tinha que admitir que foi uma noite divertida. — E que ninguém faça alguma besteira para estragá-la. — Ergui o copo e o bati de leve no do maior, completando o brinde ao beber um gole da cerveja antes de esboçar uma careta. Não era assim tão acostumado com o sabor amargo que ela possuía.

— Hmm... E aí, tá afim de dançar, entrar na piscina ou ficar por aqui mesmo bebendo e conversando? — Quebrei o breve "silêncio" que se instalou entre nós, bebericando mais um pouco do líquido alcoólico conforme voltava a mover o corpo no ritmo da música. — Ou sei lá, também pode dar outra sugestão se quiser. — Só então parei para pensar nas outras palavras que o barman mais gato de Nashville disse a respeito de já ter sido um universitário e saber como aquele tipo de festa geralmente terminava. Ele já parecia ter vivido tanta coisa, era animador e instigante querer saber um pouco dessas experiências. Mas isso aconteceria naturalmente durante a conversa, portanto não me afobei em sair perguntando as coisas e apenas o deixei decidir o que faríamos a seguir. Ele era o convidado, afinal.