[rp fechada] way way back
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[rp fechada] way way back
way way back
A rp se passa na cidade de New York, cinco anos antes, no pequeno apartamento no Brooklyn que os recém casados, Nina e River, dividem. O lugar tem uma peça que se divide em sala e cozinha, um quarto e um banheiro, sendo quase claustrofóbico. Fica no sexto andar sem elevador, numa rua pouco convidativa, mas é o que eles podem pagar. Naquela noite, todas as luzes da minúscula morada estão acesas e vozes alteradas podem ser ouvidas. Aquilo seria estranho em outro prédio ou até mesmo outra vizinhança, mas ali, ninguém presta atenção.
New York
2014
1h23
2014
1h23
Nina de la Croix- escritor (a)
Re: [rp fechada] way way back
way way back. |
A luz da lâmpada refletia no vidro das lentes, cegando parcialmente a visão do rapaz. Sob essa mesma luz, próximo à janela que levava a rua, às vezes sua atenção era desviada até o movimento até que nulo da noite em questão. Em mãos, a caderneta e a caneta preta rabiscavam frases aleatórias, desfaziam ideias em riscos como desenhos descoordenados. Apesar da paz no ambiente, o que tanto desfrutava para satisfazer os momentos de criatividade, a ansiedade inquietante o obrigava a bater o pé; o vizinho, logo abaixo do andar, deveria acordar em breve para vir até River e reclamar mais uma vez de barulhos tarde da noite.
Procurando relaxar os músculos dos ombros, respirou profundamente, de pálpebras fechadas neste meio tempo. Todavia, do fundo do corredor que levava à porta de seu apartamento, ouviu aqueles reconhecíveis passos, espaçados e fortes, como se apoiassem ao solo neles. À medida que mais se aproximava dele, consequentemente, de sua morada, o odor pungente invadia o faro. Os lábios foram cortados com os dentes, os quais insistiam mordê-los para abafar qualquer emoção negativa. Tentou concentrar na escrita, e nada além de reticências cobriam os pensamentos.
A maçaneta era girada com demasiada dificuldade e, enquanto acontecia, o latino-americano escondeu no bolso o pequeno bloco. Virou-se em direção a entrada, tendo em vista que estava de costas a ela anteriormente, assistindo milimetricamente o invasor mostrar-se. — É óbvio. — Apontou ele, transtornado de seriedade na voz. Os braços sustentados no tronco, entrelaçados, esboçavam a expressão padrão dele a esse gênero de situação: descontentamento. — A bonita tá fedendo a cerveja e sabe-se lá mais ao quê. — Entretanto, a pose foi desfeita para o sarcasmo envolver os lábios dele num sorriso largo. — O que tem a me dizer, senhorita De La Croix?
Procurando relaxar os músculos dos ombros, respirou profundamente, de pálpebras fechadas neste meio tempo. Todavia, do fundo do corredor que levava à porta de seu apartamento, ouviu aqueles reconhecíveis passos, espaçados e fortes, como se apoiassem ao solo neles. À medida que mais se aproximava dele, consequentemente, de sua morada, o odor pungente invadia o faro. Os lábios foram cortados com os dentes, os quais insistiam mordê-los para abafar qualquer emoção negativa. Tentou concentrar na escrita, e nada além de reticências cobriam os pensamentos.
A maçaneta era girada com demasiada dificuldade e, enquanto acontecia, o latino-americano escondeu no bolso o pequeno bloco. Virou-se em direção a entrada, tendo em vista que estava de costas a ela anteriormente, assistindo milimetricamente o invasor mostrar-se. — É óbvio. — Apontou ele, transtornado de seriedade na voz. Os braços sustentados no tronco, entrelaçados, esboçavam a expressão padrão dele a esse gênero de situação: descontentamento. — A bonita tá fedendo a cerveja e sabe-se lá mais ao quê. — Entretanto, a pose foi desfeita para o sarcasmo envolver os lábios dele num sorriso largo. — O que tem a me dizer, senhorita De La Croix?
River Oehlert Harlowe- cineasta
Re: [rp fechada] way way back
Depois das aulas durante amanhã e de trabalhar de tarde em um sebo e à noite em um bar servindo bebidas, tudo o que Nina queria tomar alguns drinks, dançar um pouco e esquecer a semana. E queria que seu marido estivesse com ela, porém depois da última briga, tinha desistido. Ele queria ser a próxima revelação cinematográfica e ela queria se divertir, pois tinha dezenove anos e vivia na capital do mundo! Tinha a vida inteira pela frente para alcançar seus objetivos, não ia desperdiçar sua juventude trancada naquele apartamento minúsculo.
E assim ela juntou-se aos seus companheiros de bar e, pela terceira vez naquela semana, gastou todo o pagamento que recebera no bar em cerveja e alguns comprimidos, voltando para casa quando já estava um pouquinho além de feliz. Os seis lances de escadas haviam sido uma prova de fogo e o último ela havia subido quase de gatinhas, tentada a deitar por ali e esperar o dia amanhecer, porém conseguiu chegar até a porta de casa e estava se parabenizando por aquele grande feito.
Adentrou a pequena casa apenas para ser recebida com nenhuma alegria pelo companheiro, porém isso não a importava naquele momento, tinha alegria suficiente para os dois. Largou sua bolsa no chão ao seu lado e deu um sorriso besta. — Que eu consegui subir todas as escadas, mon amour. Não mereço um beijo? — falou e depois riu, como se tivesse dito a melhor das piadas. Seu sotaque francês ficava ainda mais forte quando bebia, porque fazia recém um ano que ela estava no país e suas aulas de inglês antes haviam sido rudimentares.
Ainda com o melhor dos humores ela se aproximou de River, decidida a ignorar o descontentamento, tão comum nas últimas semanas. Agora eles pareciam dois estranhos, tudo era completamente diferente de meses antes, quando haviam se conhecido e apaixonado quase instantaneamente. Não haviam brigado naqueles primeiros meses nem pelo cardápio da janta, agora tudo o que faziam era isso. Talvez tivessem acumulado muita tensão e agora não soubessem como apaziguá-la. Tocou o braço dele e se desequilibrou um pouco, quase caindo devido aos saltos que usava. — Não sentiu minha falta? — questionou, desesperada para que algo voltasse a ser como antes ou para que ele parasse de olhá-la daquele jeito.
「R」E assim ela juntou-se aos seus companheiros de bar e, pela terceira vez naquela semana, gastou todo o pagamento que recebera no bar em cerveja e alguns comprimidos, voltando para casa quando já estava um pouquinho além de feliz. Os seis lances de escadas haviam sido uma prova de fogo e o último ela havia subido quase de gatinhas, tentada a deitar por ali e esperar o dia amanhecer, porém conseguiu chegar até a porta de casa e estava se parabenizando por aquele grande feito.
Adentrou a pequena casa apenas para ser recebida com nenhuma alegria pelo companheiro, porém isso não a importava naquele momento, tinha alegria suficiente para os dois. Largou sua bolsa no chão ao seu lado e deu um sorriso besta. — Que eu consegui subir todas as escadas, mon amour. Não mereço um beijo? — falou e depois riu, como se tivesse dito a melhor das piadas. Seu sotaque francês ficava ainda mais forte quando bebia, porque fazia recém um ano que ela estava no país e suas aulas de inglês antes haviam sido rudimentares.
Ainda com o melhor dos humores ela se aproximou de River, decidida a ignorar o descontentamento, tão comum nas últimas semanas. Agora eles pareciam dois estranhos, tudo era completamente diferente de meses antes, quando haviam se conhecido e apaixonado quase instantaneamente. Não haviam brigado naqueles primeiros meses nem pelo cardápio da janta, agora tudo o que faziam era isso. Talvez tivessem acumulado muita tensão e agora não soubessem como apaziguá-la. Tocou o braço dele e se desequilibrou um pouco, quase caindo devido aos saltos que usava. — Não sentiu minha falta? — questionou, desesperada para que algo voltasse a ser como antes ou para que ele parasse de olhá-la daquele jeito.
Nina de la Croix- escritor (a)
Re: [rp fechada] way way back
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A insatisfaçao do homem beirava à ira, tão próximo que só bastaria um tropeço para jogar o copo de vidro na parede ao lado e vê-lo estilhaçar com o impacto. Mas, se tinha algo que orgulhava-se era o autocontrole, a habilidade em administrar perfeitamente as ações e palavras selecionadas. O rosto não era o único a transparecer o descontentamento, os próprios músculos de sua escultura permitiam a visão; contidos e contraídos, estagnados numa mesma pose. O que podia ser enxergado como, talvez, uma crise de possessividade aos olhos de uns, na concepção de River não passava de uma intervenção necessária a ambas: somente assim podiam seguir em frente.
Nos últimos tempos, a relação dos dois vivia numa montanha-russa que não subia em momento algum. Descia mais a cada dia que passava-se; quem já disse que casamentos salvam casais, ou até filhos, nunca esteve num para saber a verdade. As discussões que ele iniciava, sempre ele, tinham a intenção de colocá-la juízo na cabeça, afinal, o que ela estava a fazer eram os motivos. Desde que uniram-se no sagrado matrimônio, uma cerimônia muito simples com o pouco dinheiro deles conseguiam juntar, a mentalidade de Buenas-Ondas mudou: de um rapaz que queira nada com a vida, o nome na calçada da fama era um dos principais objetivos; o nome de Nina logo ao seu lado, sua musa inspiradora.
Contudo, assim? Vê-la desse jeito, cambaleante e tropeçando nos próprios pés, a amada tornou-se a origem das dores de cabeça. — Sem beijos, mi amor. — Correspondendo ao uso de outras línguas, destacou o substantivo no espanhol, assim como o proferiu sarcasticamente. Os dedos erguidos arrejeitaram o óculos, o qual insistia em escorregar até a ponta do nariz. Sem perceber, principalmente por conta dos olhos acompanharem o ato anterior, os metros entre eles eram consumidos aos poucos. A movimentação lenta dela a trazia para mais perto. No entanto, cabisbaixo, o loiro de nada fez.
No toque no braço, levantou novamente os olhos até os da menor. Suspirando, a postura dele, do nada, amoleceu. — O que mais sinto é saudades suas. — Chupando os próprios beiços, as presas caninas sendo fincadas nos mesmos, dizia em tom mais baixo. Mais sincero que nunca. — Mas não de você assim. — O balançar da cabeça evidenciou a negação. Tornou a distanciar-se, dessa vez por vontade própria. Andando até a cozinha, encheu até a boca do copo com água e o engoliu em goles grandes. — É hora de crescer e ver que precisamos de dinheiro. — A apontou o indicador, conforme ressurgia na sala. — O que fez com o salário dos teus trabalhos? É a tua vez de pagar a conta d'água se não se lembra.
Nos últimos tempos, a relação dos dois vivia numa montanha-russa que não subia em momento algum. Descia mais a cada dia que passava-se; quem já disse que casamentos salvam casais, ou até filhos, nunca esteve num para saber a verdade. As discussões que ele iniciava, sempre ele, tinham a intenção de colocá-la juízo na cabeça, afinal, o que ela estava a fazer eram os motivos. Desde que uniram-se no sagrado matrimônio, uma cerimônia muito simples com o pouco dinheiro deles conseguiam juntar, a mentalidade de Buenas-Ondas mudou: de um rapaz que queira nada com a vida, o nome na calçada da fama era um dos principais objetivos; o nome de Nina logo ao seu lado, sua musa inspiradora.
Contudo, assim? Vê-la desse jeito, cambaleante e tropeçando nos próprios pés, a amada tornou-se a origem das dores de cabeça. — Sem beijos, mi amor. — Correspondendo ao uso de outras línguas, destacou o substantivo no espanhol, assim como o proferiu sarcasticamente. Os dedos erguidos arrejeitaram o óculos, o qual insistia em escorregar até a ponta do nariz. Sem perceber, principalmente por conta dos olhos acompanharem o ato anterior, os metros entre eles eram consumidos aos poucos. A movimentação lenta dela a trazia para mais perto. No entanto, cabisbaixo, o loiro de nada fez.
No toque no braço, levantou novamente os olhos até os da menor. Suspirando, a postura dele, do nada, amoleceu. — O que mais sinto é saudades suas. — Chupando os próprios beiços, as presas caninas sendo fincadas nos mesmos, dizia em tom mais baixo. Mais sincero que nunca. — Mas não de você assim. — O balançar da cabeça evidenciou a negação. Tornou a distanciar-se, dessa vez por vontade própria. Andando até a cozinha, encheu até a boca do copo com água e o engoliu em goles grandes. — É hora de crescer e ver que precisamos de dinheiro. — A apontou o indicador, conforme ressurgia na sala. — O que fez com o salário dos teus trabalhos? É a tua vez de pagar a conta d'água se não se lembra.
River Oehlert Harlowe- cineasta
Re: [rp fechada] way way back
A cabeça girava levemente e tudo parecia em câmera-lenta. Ainda estava com aquela sensação agradável de euforia, com vontade de conquistar metade do mundo, mas mesmo entorpecida pelo álcool e pelos comprimidos que tomara (não fazia ideia de quais), conseguia perceber o humor de River e aquilo atrapalhava sua vibe. Que irritante aquilo! Depois de casado ele decidira virar um daqueles engravatados que ela odiava, só lhe faltava a gravata. Era: objetivos, Hollywood, fama, blá blá blá. Onde estava o garoto divertido que sempre achava o bar com a cerveja mais barata? Bom, tudo bem, quando ela começou a usar os comprimidos, ele não quis, mas mesmo assim! Estavam sempre nos bares ou na festa na casa de algum colega artista. Eram considerados o casal perfeito. E ali estava ele, a olhando com raiva.
Essas eram considerações que uma Nina mais sóbria faria, mas naquele estado, tudo o que ela queria era um pouco de afeto ou, pelo menos, nenhuma reprovação. Porém não era aquilo que teria, aparentemente. E foi com frustração que a francesa viu o marido afastar-se e ir até a cozinha. Ela tomou o lugar dele na cadeira e tirou os sapatos de salto que a estavam matando, atirando-os para o lado com displicência. — Dieu saint, River. Très dramatique. — suspirou, respondendo com certo atraso à fala dele sobre saudades. Às vezes ela se perguntava se era o sangue latino ou a veia artística o que deixava o marido tão dramático. Mesmo antes de suas crises conjugais era possível encontrá-lo acabrunhado, perdido em suas histórias.
Quando ele falou da conta da água, ela revirou os olhos e o encarou irritada. — Não posso ter uma noite de paz? Só queria me divertir um pouco, chegar em casa e ter um marido que me recebesse com um sorriso, para variar. Merde, River! — explodiu, sentindo-se um pouco culpada ao lembrar exatamente com o que havia gasto o dinheiro da conta de água. Se levantou ainda um tanto tonta, mas já sentindo a euforia passar, deixando apenas a embriaguez desagradável do álcool. — Não vou sair mais, tá bem? — agora sua voz havia baixado e ela começou a tirar as roupas, pensando num banho para arrefecer o mal estar que começava a sentir.
Nina de la Croix- escritor (a)
Re: [rp fechada] way way back
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Independente das palavras que selecionasse, das maneiras que utilizasse para falar, nenhuma ideia parecia adentrar de fato no cérebro da mulher. Certamente era obra ainda dos efeitos do que usou naquela noite, tendo a lucidez e a razão tirada inconscientemente. Agir como agia sob o efeito de entorpecentes, feder a um cheiro forte de álcool, era o nêmesis de River. Seus sentimentos, intensos como incêndio num prédio, não permitiam que vê-la afundar cada vez no fundo do poço sem mesmo tentar contrariar; tinha que fazer algo por ela, acordá-la para a realidade do mundo de fantasia que criou.
Compreendia as intenções da loira, um pouco de afeto, de demonstração que, apesar dos pesares, tudo o que sentiam ainda era verdadeiro um para o outro. No entanto, River, enquanto entornava a água em goles secos e ansiosos, tinha dúvidas a respeito disso. Já não tinha certeza de mais nada quanto aos dois como parte de algo, entretanto, ingeria os pensamentos para si próprios numa caixa reservada, lacrada a setes chaves. Preferia adotar a ideia de que por ela, moveria montanhas. A dor de cabeça mostrava-se presente diante de tantas coisas, tantos tormentos recentes para suportar.
Por mais que a francesa pudesse crer do contrário, principalmente ao levar em conta aos últimos acontecimentos de alguns minutos a trás, não era do feitio do homem expressar-se, pôr para fora seus desconfortos, dos quais, ali, eram muitos. Frente a frente novamente, cuspindo os sapos entalados no fundo da garganta, reparou na fúria que nela estabeleceu-se. O olhar do mais velho, desse modo, pendeu para os cantos, sem compreender os motivos pelos quais a garota irritava-se. O ódio adormecido em River despertou com as reclamações, estas que o alvejavam no peito com facadas.
— Você não é mais criança, Nina. — Sequer visou que o timbre assumiu aquele tom opressor, alto suficiente para boa parte do prédio escutar as palavras. Ainda com um resto de sanidade no subconsciente, por segurança moveu os pés para trás e distanciou-se novamente. — Você sai de casa à noite e se esquece das responsabilidades que tem aqui. Que temos aqui. — A última frase foi uma reformulação, dada alguns segundos após o término da anterior, ao mesmo tempo em que ela afastava-se para um banho. Ele a seguiu, mas mantendo considerável espaço entre um e outro. — E ótimo! Gracias a Dios, um pouco de maturidade. — O sarcasmo retornou até as mãos do homem, do qual não ignorou a oportunidade. — Agora aposto que vai dispensar o seu dinheiro apostando em alguma coisa, porque dá para fazer daqui mesmo. — O semblante, ao decorrer de cada sentença, era franzida, os músculos contraídos exibiam a vontade e necessidade pela discussão.
Compreendia as intenções da loira, um pouco de afeto, de demonstração que, apesar dos pesares, tudo o que sentiam ainda era verdadeiro um para o outro. No entanto, River, enquanto entornava a água em goles secos e ansiosos, tinha dúvidas a respeito disso. Já não tinha certeza de mais nada quanto aos dois como parte de algo, entretanto, ingeria os pensamentos para si próprios numa caixa reservada, lacrada a setes chaves. Preferia adotar a ideia de que por ela, moveria montanhas. A dor de cabeça mostrava-se presente diante de tantas coisas, tantos tormentos recentes para suportar.
Por mais que a francesa pudesse crer do contrário, principalmente ao levar em conta aos últimos acontecimentos de alguns minutos a trás, não era do feitio do homem expressar-se, pôr para fora seus desconfortos, dos quais, ali, eram muitos. Frente a frente novamente, cuspindo os sapos entalados no fundo da garganta, reparou na fúria que nela estabeleceu-se. O olhar do mais velho, desse modo, pendeu para os cantos, sem compreender os motivos pelos quais a garota irritava-se. O ódio adormecido em River despertou com as reclamações, estas que o alvejavam no peito com facadas.
— Você não é mais criança, Nina. — Sequer visou que o timbre assumiu aquele tom opressor, alto suficiente para boa parte do prédio escutar as palavras. Ainda com um resto de sanidade no subconsciente, por segurança moveu os pés para trás e distanciou-se novamente. — Você sai de casa à noite e se esquece das responsabilidades que tem aqui. Que temos aqui. — A última frase foi uma reformulação, dada alguns segundos após o término da anterior, ao mesmo tempo em que ela afastava-se para um banho. Ele a seguiu, mas mantendo considerável espaço entre um e outro. — E ótimo! Gracias a Dios, um pouco de maturidade. — O sarcasmo retornou até as mãos do homem, do qual não ignorou a oportunidade. — Agora aposto que vai dispensar o seu dinheiro apostando em alguma coisa, porque dá para fazer daqui mesmo. — O semblante, ao decorrer de cada sentença, era franzida, os músculos contraídos exibiam a vontade e necessidade pela discussão.
River Oehlert Harlowe- cineasta
Re: [rp fechada] way way back
Nina havia recém tirado a blusa, com alguma dificuldade, ao ouvir as palavras gritadas pelo marido, o que a fez parar em meio a ação e o encarar com algum atrasa. Sim, ela sabia daquilo e também sabia que às vezes se comportava como alguém que se recusava a crescer. Mas ouvir aquilo atirado na sua cara sem cerimônia, pela pessoa que deveria lhe amar acima de tudo? Machucava como uma faca lhe enterrando em algum órgão não vital, mas realmente doloroso. Porém decidiu que não deixaria que aquilo a afetasse ou pelo menos não demonstraria.
Assim tirou o resto da roupa e deixou jogada na sala mesmo, ainda que soubesse que aquilo só corroborava seu comportamento pouco adulto. Seguiu para o banheiro atravessando o pequeno quarto. Tudo na casa deles era pequeno. E River nem precisava ir atrás dela se quisesse continuar a discussão, pois ela poderia lhe ouvir perfeitamente do banheiro, mas sem dúvida era melhor garantir que seu ponto ficasse claro. — Talvez eu aposte em quanto tempo tu é capaz de ficar sem me irritar. Ou quantos meses vamos ficar sem transar. Ou quão entendiante tu vai ficar. — falou maldosamente antes de ligar o chuveiro e atirar a lingerie por cima dele.
Certamente, se estivesse sóbria, não teria feito ou dito aquelas coisas. Teria sentado e conversado até que tivessem resolvido tudo. Mas se estivesse sóbria, não teriam aqueles problemas. Ela teria saído do trabalho e ido direto para casa aproveitar aqueles dias fantásticos de recém casados. Teria contado cada parte de seu dia, rido e terminado a noite abraçados, felizes com todos os próximos dias que ainda viriam. Mas essa não era a realidade deles e Nina, enquanto tomava banho e sentia a sobriedade voltar, percebia isso e percebia que queria isso, não as noitadas e os gritos. E estava decidida a dizer tudo aquilo a River assim que saísse do banho.
Nina de la Croix- escritor (a)
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