[RP FECHADA] Con él te duele el corazón

2 participantes

Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Maya J. Cameron Seg 22 Jan - 0:11:08

Con él te duele el corazón

"Solo con un beso, yo te haría acabar ese sufrimiento que te hizo llorar.
A mí no me importa que vivas con él, porque sé que mueres con poderme ver"

RP fechada contanto com a participação de @Leônidas Posa Bottiglieri e @Eleanor Alden Huard, que se reencontram depois  muitos anos e com muitas novidades que precisavam a ser compartilhadas. É sempre bom lembrar que essa RP se passa depois de quatro anos desde a última vez que Eleanor viu as costas de Leônidas.

Caso qualquer outro player poste nessa RP, o mesmo será ignorado.

Se quiser participar dessa RP, mande mensagem para um dos dois envolvidos.


Última edição por Eleanor Alden Huard em Seg 22 Jan - 16:07:01, editado 1 vez(es)
Maya J. Cameron
Maya J. Cameron
empresário (a)


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Leônidas Posa Bottiglieri Seg 22 Jan - 5:17:19



hit a wall
Right now I need a miracle

Completamente quebrado. Claro, passara mais de dez horas de voo da Itália para os Estados Unidos e negou várias e várias vezes a tentativa falha de Lorenzo para ficarem uns dias em Nova Iorque afim de descansarem. Ele estava ansioso por Nashville como nunca antes. Não porque viajaria de encontro a um casamento arranjado, muito menos pela transação que seria culturalmente de um país para o outro; o motivo estava mais a fundo do que se imaginava e tinha um nome: Eleanor Huard.

Espero que tenha usado meu nome verdadeiro dessa vez.

Adentrou o audi preto que o aguardava do lado de fora do aeroporto rumo ao Marbella Hotel. Enzo, deu a volta ocupando o lugar do motorista colocando o utilitário em movimento. Pelo retrovisor era possível vislumbrar um cenho franzido dando um sermão silencioso de que sua ideia brilhante não era tão boa assim. — Sim, fez de acordo com o que pediu. Eu sei que lá será mil vezes mais fácil fazer as transações. O problema tem endereço e nome. Acha mesmo que os mexicanos vão gostar disso?

Que se foda os mexicanos, eu estou fazendo tudo que eles se arrastaram e imploraram para o meu avô, não? O velho promete as coisas e eu cumpro, esse é o trato e continua sendo. — O rumo da conversa trilhava um caminho cansativo demais para Leônidas continuar — Provavelmente serei expulso de lá ou morto, então torça por mim. — Os olhos escuros acompanhavam o movimentar das pessoas do lado de fora, os prédios passando rapidamente fazendo um borrão de luzes e cores. Pela primeira vez depois de muito tempo a cor que ele mais almejava era uma tonalidade de verde.

*

Quatro anos desde se fizeram desde o dia em que simplesmente desistiu de ter uma vida feliz, ser um cara normal e se casar com a mulher que roubava-lhe a atenção. Tanto tempo e tanta coisa que se modificara: ele teve que amadurecer, cometer diversos tipos de coisas inimagináveis para manter o poder em nome dos Posa, e para isso tinha que impor respeito.

Existia um Leônidas antes Eleanor e pós. Antes, por exemplo, o italiano tinha se permitido sentir e retribuir, ser tão autentico e verdadeiro consigo mesmo; pós Eleanor já era o oposto: virou tão frio como o ar nórdico, imbatível, vingativo e sem noção nenhuma que não esboçava naturalidade. O tempo todo era testado e observado.

Aquilo talvez cessaria quando concluísse o casamento.

O carro parou rente as portas ornamentadas do hotel, o letreiro enorme chamando sua atenção como um aviso mental de retornar. Ele tinha prometido fazer isso quando a deixara sozinha no hospital sem se despedir apropriadamente, porque sabia muito bem que desistiria no momento em que ela suplicasse para o moreno ficar com ela. Agora? Tudo tinha indícios de que seria diferente, embora ainda tivesse lembranças realmente boas do que ocorrera anos atrás, e, ousava pensar que seriam os únicos que vivera desde então.

Ele precisava vê-la.

Lorenzo entrou a chave para o manobrista acompanhando seu chefe com uns passos atrás. O saguão era gigantesco e bem organizado, a arquitetura junto da decoração fantástica e em seu devido lugar. Perfeccionista, pelo menos um traço dela podia notar com o tamanho cuidado que os funcionários o tratavam.

Aqui as chaves, quarto presidencial. Aproveite a estádia. — o recepcionista entregou a chave com um sorriso no rosto.

Ele poderia muito bem ficar em um outro quarto, não precisava de muito espaço, ao menos ficaria um tempo por lá para se reunir com os Gutierrez e depois providenciar uma mudança para algum apartamento fixo de Nashville até que tudo se resolvesse. Entretanto, sabia muito bem que aqueles que administram uma rede famosa de hotéis tem o maior cuidado com os clientes VIP, e, apostava todo o dinheiro que possuía que ela já sabia da sua chegada.

Após passar vários andares dentro do elevador, eles chegaram no quarto destinado. Lorenzo utilizou o cartão para desbloquear a porta, abrindo-a e dando espaço para o moreno adentrar para uma minimansão somente para ele.

Não queria descansar Enzo? Que tal de primeira classe?

Soltou uma risada dando um tapa nas costas do seu amigo e guarda-costas jogando a jaqueta por cima da mesa de centro da grande sala, junto com a pistola .38 que carregava por detrás da calça. Abriu as duas portas que davam para o quarto principal, a cama king era enorme, a vista da janela dava uma iluminação apropriada além de dar uma noção do movimento da cidade. Ela tinha feito um bom negócio afinal.

Quando ela chegar e sim, ela vai, me avise. — desabotoou a blusa preguiçosamente adentrando o banheiro para tirar todo aquele cansaço da viagem.

Ele precisava ao menos estar apresentável para o que estava por vir.


tuts
Leônidas Posa Bottiglieri
Leônidas Posa Bottiglieri


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Maya J. Cameron Seg 22 Jan - 16:54:30



i love it when you call me a bitch like it's a
bad thing



Se Eleanor podia tentar adivinhar sobre qualquer coisa de hoje, com certeza não seria o que estava a vir. Ela não tinha tido um dos melhores dias da sua vida. Um cano estourara no hotel e ela ainda tinha que receber o hóspede da suíte presidencial e tinha uma reunião marcada com o restante do cartel que estava prestes a chegar em seu hotel.

Com uma ocupação muito maior que o normal, a loira corria de um lado para o outro pelo local, resolvendo todas as broncas, assinando papéis e ajudando hóspedes que precisavam de atenção. Eram dez horas da manhã quando finalmente chegou até a recepção. Colocou as mãos sobre a bancada, olhando para Jeremy com os olhos agradecidos pelo menino ter vindo trabalhar de última hora.

O mesmo não esperou, pegou a cesta de bem vindo, que tinha dentro uma champangne, uma tábua de queijos e uma reserva no restaurante do hotel para duas pessoas. Ela mexeu nos objetos, os arrumando e rearrumando dentro da cesta.

-Pelo amor da deusa, Jeremy, eu não sei o que seria da minha vida sem você. -O garoto sorriu, e ela olhou para trás ao ouvir sotaques italianos pesados. Bem, acho que era o grupo que estava ali para a reunião. -Me dê um minuto e coloque uma garrafa do nosso melhor vinho na cesta. O hóspede é italiano e eles amam vinho.

Não podia negar que ver aquela comitiva em sua frente fez ela querer cambalear nos próprios pés, mas não o fez. Sabia que ele não podia estar aqui, já que nunca tinha se metido em meio à tudo aquilo. Em meio ao que ela tinha se metido depois da morte do seu pai. Ela não podia negar que seu irmão dava uma boa renda para o meio de hospedagem, e por isso quis ser investida pelos mesmos. A aproximação da loira fez um silêncio e vários sorrisos se manifestarem.

-Buongiorno. Espero que todos estejam descansados para a reunião. -Ergueu a mão para o homem que tomara a frente. -Eleanor Huard. Dona do hotel. -Ergueu a mão, chamando Jeremy para o seu lado. -Esse bom homem irá mostrá-los onde fica a sala de reunião, ok? Sintam-se a vontade. Depois da mesma os seus check-ins serão feitos.

Assentiu para o moreno, andando em passos largos de volta para o balcão. Olhou-se no espelho, apertando o rabo de cavalo e soltando algumas mechas em sua testa, as mesmas moldando o rosto perfeitamente.

-Uma tarefa a menos, El.

Segurou a cesta nas mãos e se dirigiu ao elevador. O mesmo subia rapidamente, os números passando desde a letra T até o número 25, seu destino de andar. Era difícil para ela. Era difícil ouvir aquele sotaque e não sentir uma dor no peito, junto com um queimar de ódio. Ela tinha sido deixada para trás depois de uma promessa, de um "eu te amo" que ela tanto tinha esperado vir da boca dele.

Leônidas. Ela sequer tinha conseguido esquecer o nome do desgraçado que ela tanto amou.

Ou amava.

Balançou a cabeça, a erguendo enquanto a porta do elevador abria, e ela seguia rumo a grande porta de madeira. A mão bateu três vezes contra a porta, o sorriso tomando conta do seu rosto e quando ela abriu, sentiu uma pontada de decepção em não ver o rosto enquadrado pelo óculos grosso ali. Mesmo assim, manteve a atitude simpática.

-O Marbella tem o prazer de agradecer a sua vinda e estadia, Sr. Vizaggio. Eu...

-Oh não, querida. Eu não sou ele. Aguarde um instante, sim? Vou chamá-lo.

Ela assentiu, olhando em volta para ver se o quarto estava impecável. Os olhos caíram contra a mesa, o que fez a mesma se aproximar, observando o casaco de couro e a arma. Era uma bela arma. O casaco um pouco surrado chamou sua atenção, mas o que ela realmente tinha visto era um pequeno detalhe no pano de dentro. Eleanor olhou a sua volta, a mão fina tremendo em pensar que podia ser o que era.

E era.

A própria caligrafia estava na barra da jaqueta, os dizeres "você é um babaca" que ela fez anos atrás quando ele tinha a irritado com qualquer coisa que, naquele momento, não conseguia lembrar. Ela negou. Não podia ser. Ouviu os passos sendo dado contra o carpete do quarto, e ela não sabia o que sentia mais: vontade de correr, ou de ficar. A loira segurou a cesta apertada contra o corpo e foi quando ele apareceu.

Seu coração bateu forte contra o peito, e ela podia jurar que naquele quarto não tinha mais oxigênio o suficiente para ela. Leônidas, infelizmente, tinha ficado ainda mais bonito que da última vez que o vira. Agora ele tinha uma barba mal feita no rosto, os óculos ainda presentes.

-Puta merda.

O sussurro foi para si mesma, mas as orbes não conseguiam se mover. Eleanor mordeu o próprio lábio, os dedos apertando contra as vigas, toda a vontade que tinha em seu corpo de correr até ele para socar a face do mesmo sendo reprimida.


YOU DON'T KNOW ME
LEO ● VESTINDOMARBELLA

Maya J. Cameron
Maya J. Cameron
empresário (a)


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Leônidas Posa Bottiglieri Ter 23 Jan - 11:43:16



hit a wall
Right now I need a miracle

A água morna extinguiu praticamente todo o cansaço das horas de viagem. Aproveitou para se preparar psicologicamente para o tsunami de emoções que o dominaria ao deparar-se com o par de olhos esmeraldas que, antigamente, tanto amava e que o encantara desde o primeiro dia em que o vislumbrou em um café na quinta avenida.

O seu receio era de se derreter novamente e não conseguir se segurar como da última vez.

Mesmo que ele não conseguisse, ela com certeza o repudiaria. Mesmo aquela ferida de saber que o amor deles se transformara possivelmente em ódio, pelo menos valeria a pena, pela segurança dela e o bem-estar.

E por que pensava tanto em El? Foram longos quatro anos sem deslumbrar qualquer vestígio de seu rosto delicado que só o relembrava nos sonhos que o perturbavam. Ter sentimento por qualquer outra pessoa durante todo o tempo se tornou impossível; primeiro: não queria passar pela dor da perda e segundo: por saber que não duraria muito. E, durante essas horas, dias, meses e anos Leônidas tentou esquecê-la beijando outras bocas, experimentando outros corpos.

Sem sucesso.

Interrompeu a corrente de água contra o corpo forte, envolvendo a cintura com a toalha branca para se preparar para a guerra interna que se iniciaria. Escolheu uma calça social preta junto da blusa preta costumeira e um relógio de pulso de ouro, deixou que alguns botões da blusa abertos sendo possível deslumbrar sobre o peitoral esquerdo a tatuagem que fizera a três anos atrás. O motivo de todo o preparo era devido a reunião que teria com a pessoa misteriosa que controlava a distribuição no hotel, além de, claro, apresentar seus projetos para a região de Nashville.

Colocou os óculos com lente escura suficiente para que a expressão de seus olhos não fosse facilmente notada. Precaução. Não queria parecer um estúpido na frente de Lorenzo e muito menos dela.

A voz do hall chamou sua atenção, seu corpo reagiu como uma carga elétrica dos pés até o último fio de cabelo castanho. E, então, para sua infelicidade notou que sentia uma saudade insuportável da risada que escapava por aqueles lábios. Daria tempo de desistir? Pela primeira vez na vida tinha se arrependido de uma decisão tão impulsiva.

Foda-se.

A força do seu pensamento que guiou os pés, caminhando de forma altiva e majestosa como um predador pronto para atacar. Atravessou a porta, primeiro fitando Lorenzo com o costumeiro sorriso de canto para então pousar as íris escuras sobre a mulher estática bem na sua frente. Os passos pouco a pouco se aproximavam dela e jurou que seu coração estava prestes a sair pela boca. Anos de treinamento para demonstrar o contrário, nem ele mesmo se reconhecia algumas vezes, mas lá estava ele, perto o suficiente para tocar-lhe os fios de cabelo e tomá-la para si, apreciando o perfume de Eleanor adentrando suas narinas.

Embora sua aparência mudara drasticamente, o perfume era o mesmo. Percebeu, tarde demais, que deixou escapar entre as mãos uma mulher que ficava mais linda a cada hora e dia que se passava, o tempo lhe fizera bem, muito bem.

O braço esquerdo se estendeu, tomando entre os dedos a cesta de boas vindas que a loira segurava com uma força aparente. — É bom vê-la Eleanor. — fez um sinal para que Enzo pegasse a cesta e, assim que suas mãos ficaram livres ele teve o ímpeto de tomar seu rosto, mas se segurou com tanta força que sentiu os punhos se fecharem com violência pressionando os dedos, decidiu escondê-los pelos bolsos da calça afim de não fazer nenhuma merda.

O que temos ai Lorenzo? — mesmo a pergunta se dirigindo ao amigo, seus olhos não desviaram um minuto se quer dos dela.

Noe Pedro Ximenez Vors, Leônidas. — o loiro ficou brincando com a garrafa nas mãos como uma criança.

Embora seja espanhol está classificado como um dos melhores no rank cinco. — Retirou os óculos colocando-os no bolso. Um sorriso fraco brincando nos lábios do italiano. — Que tal ir na frente, Enzo? — Mesmo perguntando parecia mais uma ordem, que, obviamente fora comprida. Não acompanhou a trajetória do comparsa, mas o barulho da porta fechara era o suficiente para saber que estavam apenas ele e ela junto a uma tensão extremamente palpável.

Deu alguns passos para trás para retirar uma saca rolha da gaveta próximo ao frigobar, pressionando-o contra a rolha da garrafa, puxando com força para que o vinho respirasse. — Enquanto esperamos para que fique pronto para ser digerido — pausou a frase para repousar a garrafa na mesa, escorando-se no sofá, cruzando os braços rente ao peito. — Que tal fazer o que tem vontade, loirinha? — E, ele não se referia a um beijo ou qualquer coisa romântica do gênero, ele se referia a ela berrar, gritar, esfaquear, socar ou qualquer coisa para extravasar a raiva, ou pelo menos, foi isso que ele aguardou dela.


tuts
Leônidas Posa Bottiglieri
Leônidas Posa Bottiglieri


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Maya J. Cameron Ter 23 Jan - 16:36:58



i love it when you call me a bitch like it's a
bad thing



A empresária não sabia se sentia seu coração correr com as batidas, ou se simplesmente não o sentia mais. Ela sabia que suas extremidades, mesmo segurando a cesta, estavam geladas enquanto as palmas suavam frio. Seu corpo parecia ter tido um efeito de desligamento total. O óculos mascarava todos os sentimentos que ela conseguiria ler ao momento que encontrasse as orbes escuras, o que a deixava em desvantagem, quando claramente estava em um processo de choque.

Sua primeira reação quando o corpo do maior veio em sua direção foi dar um passo para trás, como se ele fosse algum tipo de alucinação da cabeça da menor. Ela não negava, tinha sonhado com essa cena um milhão de vezes, e hoje em dia seu rosto ainda faziam visitas inesperadas no meio da noite para Eleanor. Mas ela nunca achou que um maldito passo pudesse fazer o chão abaixo de si tremer. Quando os corpos pararam, ela se recompôs, esperando que ele viesse até o seu encontro, pegando a cesta.

-Infelizmente não posso dizer o mesmo, mas é uma cortesia de boas vindas a cada hóspede que fica em nossa melhor suíte.

Colocou as mãos para trás do corpo, as entrelaçando, as unhas entrando nas palmas, seu corpo fixo no lugar, sem conseguir relaxar sequer por um minuto, o que era diferente desde a última vez que se viu sóbria perto dele. A voz do homem que ela tinha aprendido que era Lorenzo fez ela desviar, com muita dificuldade o olhar do dele, o colocando nos próprios sapatos de salto.

"-Embora seja espanhol está classificado como um dos melhores no rank cinco."

Ela deixou escapar uma risada debochada, revirando os olhos. O que ele achava, que ela não entendia daquilo? Se ela se lembrava bem, foi um dos motivos que a garota chamou a atenção do homem. Se encostou na ponta da mesa, se afastando dele, as mãos segurando o objeto aos seus lados. Olhou para o homem que saía, sua vontade sendo de segui-lo, mas sabia que dali não tinha mais escapatória.

Mas como ela queria que tivesse.

A frase despertou um fogo na menina que ela não sabia que tinha. Porra, ela sabia que a família tinha problema de raiva, mas nunca pensou que ela pudesse se sentir ao ponto de ter gosto de sangue na boca. O gosto do sangue dele. Como ele ousava usar o apelido que ela um dia tanto amou? Como ele ousava, simplesmente, estar ali, com a maior face de cinicismo que ela podia ver em uma pessoa?

-Você gostaria, não é? -Finalmente encontrou os olhos dele e, fora as poucas rugas em seus lados, estava exatamente do jeito que ela lembrava. -Você amaria que eu nutrisse seu ego berrando o quanto eu fiquei descompassada que você foi embora, mas de tudo isso você já sabe.

Se desencostou da mesa. Sabia que seria um passo arriscado, mas ela precisava tentar. Se aproximou do italiano, os braços imitando os dele, o busto subindo em meio à camisa.

-O que você está fazendo aqui, Leônidas? Todo mundo sabe que essa merda de hotel é minha. Não podia me deixar em paz? Eu estava bem sem você. -Ela mentiu na cara dura, algo que há muitos anos não conseguia fazer, mas com o tempo aprendeu. -Você quer ouvir que você me devastou, que me quebrou aos pedaços quando a última coisa que eu tive de você foi seu corpo indo embora e uma merda de um post it falando para te esquecer? Pois você não vai.

Ela parou a um passo dele, os olhos caíram sobre a tatuagem em seu peito, logo voltando para o rosto tão conhecido. Negou com a cabeça. Ela sentia um imenso ódio em apenas olhar para ele.

E também uma sensação quentinha em seu corpo.

-Você quer se hospedar no hotel, não ligo. Você quer fazer suas merdas de reuniões aqui, ligo menos ainda. Mas eu estou te avisando, esse lugar é meu. Eu sei de tudo que se passa por aqui.

Aquele foi só o primeiro e único aviso que Eleanor daria para ele. Ela sabia quem cada pessoa naquele hotel era, o que estava passando e onde estava metido. O que Leônidas não sabia era que ela estava em um rolo muito maior que o dele. Se afastou antes que ele pudesse tentar qualquer ação, e pegou a garrafa de vinho, dando um grande gole direto de seu gargalo enquanto se dirigia a porta.

-Agora se me dá licença, eu preciso ir para uma reunião. -Olhou para trás. -Não vá se atrasar para a sua, ouvir falar que a distribuidora não é muito paciente.

Saiu pela porta sem fechá-la, os saltos batendo contra o piso branco, o vinho indo mais uma vez para os lábios. Ela não acreditaria que ia passar por aquilo de novo. Ela não acreditaria que, mais sei lá quantos meses ela precisaria ficar entorpecida por conta daquele maldito italiano.

Ela não conseguia acreditar que ele estava ali.

Entrou no mesmo, clicando para ir para o térreo e logo em seguida para que as portas se fechassem, esperando que ele não a alcançasse.


YOU DON'T KNOW ME
LEO ● VESTINDOMARBELLA

Maya J. Cameron
Maya J. Cameron
empresário (a)


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Leônidas Posa Bottiglieri Ter 23 Jan - 18:37:00



hit a wall
Right now I need a miracle

Se arrependimento matasse ele já estaria morto.

Que ele esperava? Que fosse recebido com flores e tratado como antigamente? Que ela estivesse totalmente bem com a presença perturbadora dele?

Naquele momento, fitando-a tão arisca, sua voz tentando mostrar firmeza com todas as palavras proferidas era como um tiro, não um tapa na cara. Ele tinha uma leve impressão por tudo que Eleanor passara durante aqueles anos, só que ouvi-la era triplamente pior. E, mesmo que a loira achasse que ele não se importava, que suas ações — impulsivas — semelhantes à de alguém que quer ver o estrago que fizera e se vangloriar com as cicatrizes, ele, Leônidas Posa Bottiglieri apenas cria vê-la pela última vez, certificar-se que não tivera nenhuma sequela do que ocorrera com ela na Grécia, saber que estava bem e, principalmente, feliz.

Só que, como de costume, ele estragara tudo.

Mordeu o lábio inferior fitando-a com intensidade, apoiando as mãos no sofá para segurar a vontade avassaladora de abraçá-la forte contra seu corpo, dizer-lhe repetidas vezes que estava tudo bem, que mesmo depois de tanto tempo ele pôde concluir que não amava ela e sim que ama Eleanor Alden Huard.

E mesmo ficando tanto tempo comigo, ainda assim, acha que eu faria todas as coisas absurdas que acabou de descrever? — balançou a cabeça negativamente — Olha, para você pode ser a porra de um post-it, mas para mim foi uma carta, mesmo não parecendo. Eu não sou bom com palavras e muito menos em descrevê-las sem parecer um babaca, idiota, insensível e todas as coisas piores do mundo que pensou de mim ou que esteja pensando agora.

E, novamente, a chuva de palavras tão naturais e espontâneo como só a empresária conseguiria proferir. Embora tivesse mudado fisicamente, ficado mais madura e mais decidida, além de tornar-se dona de um hotel de sucesso, no fundo, bem no fundo era sua Eleanor, a que descrevia seus sentimentos não somente nas palavras, mas também na fisionomia do seu olhar.

Ho capito — fora a única palavra que conseguiu proferir antes de ser descaradamente roubado pela loira. Não, dessa vez ninguém daria as costas, ninguém fugiria e muito menos com um vinho caro!

Não soube com que rapidez conseguiu pegar sua arma e a pasta com os documentos para a reunião, colocando atrás da calça, atravessando a mesma porta que o rabo de cabelo em fios dourados passara e muito menos como sua mão direita conseguiu interromper a porta do elevador de se fechar completamente com Eleanor dentro.

A presença altiva do moreno, o olhar sério que recaiu sobre a menor ficando ao seu lado quando as portas se fecharam para finalmente levá-los para o andar onde ficava as diversas salas de reuniões do prédio, ambas as mãos estavam atrás das costas junto dos arquivos. — Tem esse costume feio de tomar o presente dos seus hóspedes Huard? — arqueou a sobrancelha direita volvendo os olhos castanhos para o visor dos andares que passavam — Mi scusa tanto — soltou roucamente no exato momento em que as portas se abriram para se dirigir a sala de reuniões.

Suas palavras em italiano proferidas era o que tanto fora buscar naquele hotel: perdão. O irônico de tudo era que Leônidas não tinha pena das vidas que ceifava, de usar a violência e ameaçar família dos seus fornecedores e capangas para conseguir o que queria, mas com ela tudo era diferente, ele realmente sentia muito.

O número da porta indicava que aquela era a sala reservada. Encheu o ar nos pulmões para tomar coragem e também modificar um pouco da fisionomia dura que colocara na face ao ter aquele combate com a hoteleira. As mãos giraram a maçaneta adentrando o local organizado com uma mesa de vidro enorme e várias cadeiras que já seriam ocupadas pelos seus parceiros.

Buongiorno, nessuno è in ritardo per un incontro? — em pé na cadeira a sua direita Lorenzo balançava a cabeça negativamente ao mesmo tempo que o barulho da porta atrás de si fora fechada. Sem olhar para trás com um sorriso fraco em seus lábios finos começou a caminhar em direção a cadeira da ponta que dava visão para todos as pessoas da mesa para iniciar a reunião. — Spero che tu abbia preparato i soldi perché ho molte notizie — interrompeu os passos para arrastar a cadeira até que seus olhos finalmente a encontraram. Que porra ela estava fazendo ali?

tuts
Leônidas Posa Bottiglieri
Leônidas Posa Bottiglieri


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Maya J. Cameron Ter 23 Jan - 19:08:56



i love it when you call me a bitch like it's a
bad thing



Ela sabia de tudo aquilo. Ela sabia que ele não era bom demonstrando seus sentimentos, e sabia o quanto era difícil para ele estar ali ouvindo as facas que El jogava contra ele, mas ela precisava. Ela passou meses a fio procurando por ele, sua sanidade indo à última gota quando, com toda a ajuda que conseguiu de alguns amigos hackers, não conseguiu o achar. Mas ela precisava de mais. Ela sempre precisou.

Eleanor não teve força para responder as palavras que ele tinha dito. Se ela fizesse tal ato, não conseguiria segurar as lágrimas que, uma vez que começassem a descer, não terminariam nunca mais até ele sumir novamente, ou a tomar em seus braços. Eleanor não queria flores, chocolates e desculpas. Ela não fazia a mínima questão de uma carta.

Ela só queria ele.

Mas aquilo era um pedido impossível, e ela não se deixou levar por sonhos que nunca vão se realizar. Por muitos anos, teve que se contentar com a única imagem de um casamento que ela via: o dela com ele. Por esses muitos anos, o procurou em uma manada de homens, sem conseguir achar sequer a mesma língua solta que ele tinha. E por todos esses anos, ela tinha uma cicatriz para lembrá-la do que ela mais queria esquecer: ele indo embora.

Também não respondeu à provocação dentro do pequeno espaço, manteve apenas os olhos nas portas, que pareceram uma eternidade para se abrir. Ela não podia mexer as orbes pois sabia que se fizesse aquilo, as lágrimas iam escorrer. Ela, naquele segundo, só conseguia pensar em quantos elevadores de hotéis já tinham conhecido o amor que neles uma vez viveu. Ou vivia. Pelo menos nela. Não pode deixar de fechar os olhos ao pensar como suas costas contra as paredes pareciam fazer o lugar uma coisa inexistente. Como aqueles lábios, que hoje pareciam tão distantes, uma vez já foram tão próximos que quase os fizeram ser expulsos. No momento que o elevador apitou, ela falou junto à voz mais grossa enquanto abria os olhos.

-Eu te odeio.

Outra mentira lavada, mas ela esperava que ele tivesse um lapso e acreditasse. Deixou que ele saísse primeiro, o pedido de desculpa zunindo em seus ouvidos. Se dirigiu até o balcão, pedindo a pasta transparente com todos os papeis dentro e antes que a porta pudesse fechar, adentrou o local, sorrindo para os homens na mesa. A voz em italiano soou, e esperou que ele puxasse a cadeira para voltar a andar em sua direção.

-Benvenuto, spero che tu stia passando una bella giornata. -Olhou para Leônidas, virando a cadeira para si. -Molto gentile da parte tua tirare la sedia per me. -Se sentou na cabeceira da mesa, apontando para o local que ainda não tinha sido preenchido do outro lado, voltando a olhar para o grupo. -Possiamo?

Abriu sua pasta, os homens fazendo o mesmo, cada um começando a virar os contratos para as suas partes que mais importavam. Eleanor não queria saber do que estava fazendo, ou como estavam fazendo, mas ela sempre tinha que colocar seu hotel em segurança, se certificar de que tudo correria bem, e claro, realizar um plano B para caso a polícia descobrisse o que estava acontecendo. Olhou de respaldo para Leônidas, que tinha as mãos em punhos, e a confusão era misturada com a raiva. Eleanor o conhecia bem demais para não saber. Esticou a coluna, voltando a olhar para eles.

-Come tutti sapete, il mio interesse qui è nella quantità che mi darai di più e nei piani di evacuazione se dovesse apparire la polizia. -Apertou um botão no sistema integrado em sua mesa de vidro, um pequeno mapa do hotel aparecendo no grande telão atrás de si e em formato menor na mesa de vidro à frente de cada um dos homens presentes ali. -E, naturalmente, la disposizione della sua squadra. Suggerimenti?

Olhou para o então ex-namorado mais uma vez, o mesmo continuando de pé em seu local.

-Você está me incomodando de pé aí como uma pomba, não vai sentar?


YOU DON'T KNOW ME
LEO ● VESTINDOMARBELLA

Maya J. Cameron
Maya J. Cameron
empresário (a)


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Leônidas Posa Bottiglieri Qua 24 Jan - 15:32:30



hit a wall
Right now I need a miracle

Nunca imaginou que três palavras teriam o efeito de uma chicotada. A quentura em seu peito era a prova viva de que sim, estava afetado. Para alguém que se acostumou a declarações, receber tais palavras justamente dela o feria com tamanha intensidade que tivera que dar um reset para conseguir encarar os fornecedores e a distribuidora.

Só que nada seria tão simples, nunca era.

A face transtornada apareceu justamente quando Eleanor tomou o seu lugar, proferindo em um italiano com o legítimo sotaque americano que ela quem trataria com ele sobre os assuntos relacionados ao Cartel. E, desde o cumprimento, parecia que não conseguia escutar nada, com a visão ficando em puro carmesim de raiva e tristeza. Ele tinha a largado para não ter que viver na escuridão, para ter uma vida normal sem correr o risco de vida que aquele trabalho trazia consigo e, mesmo se afastando, mesmo deixando-a escapar parecia que o destino queria brincar com a sanidade de Posa.

Huard, posso ter um minuto do seu precioso tempo? — jogou a pasta contra a mesa com força, virando as costas largas para atravessar a sala e chegar no corredor onde ninguém podia escutá-los.

Assim que a garota fechou a porta o corpo do maior avançou sobre ela, socando com força a parede ao lado da sua cabeça, não se importando com a dor que sentia por desferir tal golpe. As feições antes impassíveis se transformaram como um vulcão prestes a entrar em erupção, seus músculos tensionados junto a uma linha em sua testa entre as sobrancelhas para apenas intensificar a sua expressão de desgosto — Você sabe no que acabou de se meter? — os olhos castanhos fixando nos esmeraldinos, procurando respostas para todos os questionamentos internos e externos — Eu tive que sacrificar a minha felicidade com você para justamente não te ver em uma mesa de negociações para organizar um esquema que pode colocar a sua vida em risco e, mesmo assim, ai está você. — Sim, tinha desdém em sua voz, só o que imperava em meio ao seu sotaque e a coloração de suas orbes era de pura decepção — Quem está te ordenando pra fazer isso? Estão te ameaçando? Me fale agora que eu dou um jeito, mas por favor, não fale que entrou por livre e espontânea vontade.

A coluna voltara a ficar ereta, o corpo se afastara da menor para que virasse de costas e colocasse ambas as mãos por entre os fios enegrecidos de seu couro cabeludo. Nunca tinha sentindo tanta raiva na vida e muito menos demonstrado seu desconforto com naquele momento. Com ela. Eleanor era um gatilho cheio de pólvora pronta para descarregar uma bala. Imagens de sua face jovial, suas atitudes tão carinhosas e ingênuas passaram pela mente do italiano, como se seu cérebro quisesse associar tudo que ela era antes com o que é agora. — Cazzo! — cuspiu a palavra um pouco mais alto do que deveria.

Volveu o corpo para a loira, encostando as costas contra a parede oposta, ficando um em cada lado. Deslizou as mãos pelo tecido da calça até que conseguisse escondê-las por dentro dos bolsos. — O que aconteceu com você, El? — maneou a cabeça tentando ao máximo acreditar que aquilo era um pesadelo e que podia acordar ao fazer aquela ação.

Mas não era, teve a certeza assim que volveu as orbes para encontrá-la.

tuts
Leônidas Posa Bottiglieri
Leônidas Posa Bottiglieri


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Maya J. Cameron Qui 25 Jan - 17:05:59



i love it when you call me a bitch like it's a
bad thing



Eleanor pela primeira vez se sentiu sem graça em frente a clientes. A voz do maior fez o seu corpo tremer e, depois de muitos anos, ela tinha lembrado de como era estar em uma briga com ele. Era horrível. Era exaustivo e ela sempre cedia para que eles acabassem com a briga, por menos que ela estivesse errada. O sobrenome saindo pela boca dele parecia surreal. Parecia que não era dela, parecia que não era a ela que ele estava se referindo. E aquilo doía.

Aquilo doía como um filho da puta.

Eleanor ofereceu um sorriso sem mostrar os dentes para os homens sentados e se levantou, deixando o casaco em sua cadeira e seguindo para o lado de fora da sala de reunião. Com cuidado, fechou a porta, mas antes que pudesse virar e perguntar o que diabos ele estava fazendo, se viu contra a parede. Leônidas deu um murro ao lado da sua cabeça, mas ela sequer piscou os olhos com a ação. Apesar de não esperada, existiam poucas pessoas no mundo em que ela confiava, e o italiano era um deles.

Infelizmente.

Ela via nos olhos castanhos a fúria. Ela sabia que não era aquilo que o moreno provavelmente tinha imaginado para ela, mas aquela era a vida. Ele tinha a deixado e ela teve que tomar conta do hotel, o qual vinha com muitos trabalhos secundários.

-Leo...

A menina não pode tentar acalmar o maior, mas seus olhos não mentiam. Quando entrelaçados com os dele, ela não podia negar que parecia estar enfeitiçada, mesmo depois de centenas de dias separada dos mesmos. As lágrimas vieram aos seus olhos com o discurso, fazendo a mesma negar levemente com a cabeça. Se ela soubesse daquilo, com certeza nunca teria deixado ele ir embora. "Sacrificar a felicidade". Não era aquilo que ela queria ouvir, mas ela apenas olhou para ele, e continuou com a ação até ela sentiu que uma lágrima ia escorrer de seus olhos e abaixou o rosto, para que ela pingasse no chão frio do corredor.

Quando ele se afastou foi como se a loira pudesse respirar de novo, o corpo, mais uma vez, querendo abraçá-lo pela cintura e dizer que tudo ia ficar bem. Que eles iam ficar bem. Mas não iam. A esse ponto, Eleanor não conseguia mais odiá-lo, e ela sabia que estava na merda por aquilo.

-Ninguém me obrigou... -A voz baixa chamou a atenção do maior. Ela ergueu o rosto, dando de ombros enquanto limpava a lágrima do direito. -Quando... Bem... Você foi embora, eu voltei para cá, e meu pai estava muito mal, Leo. Ele teve mais um ataque do coração por causa dos negócios. -Ele mais do que ninguém sabia sobre o histórico do Sr. Huard. -Ele não aguentou o terceiro muito bem, e me passaram o hotel uma semana antes dele morrer.

Ela se encostou na parede, sentindo que suas pernas não se aguentariam mais no lugar. Ela odiava que ele conseguia, em poucas palavras, fazer seu ódio desaparecer. Ela odiava que, por mais imperfeito que os dois fossem, ela ainda via uma vida com ele. Uma vida utópica. Uma vida que não ia acontecer. Mas uma vida.

-O hotel é, e sempre foi um ponto de encontro de carteis. Sejam eles mexicanos, italianos ou qualquer tipo. As instalações abaixo do prédio não são de maquinários, e sim contêineres para serem usados para guardas drogas, armas e dinheiro. -Olhou para o chão mais uma vez, batendo seus saltos contra o mesmo. Sua garganta parecia fechar. -Eu já sabia disso desde quando nos conhecemos. -Se desencostou da parede quando o mesmo o fez, e se auto-abraçou enquanto olhava para ele. -Se você tivesse conversado comigo, ou pelo menos tentado, nós não estaríamos aqui agora. Você era a minha fuga. Minha fuga desse lugar, desse meio. -Ela deu uma leve risada, graça nenhuma contida na mesma. Mordeu o lábio inferior, suspirando. -Você ia ser a minha paz. Mas você foi embora, e eu estou aqui. E você está aí. Nenhum dos dois se sentindo em paz de verdade.

Ela enxugou mais uma lágrima que insistia em cair. Ela não podia lidar com aquilo agora, ela tinha que seguir uma reunião. Mas sua voz era fraca, os joelhos pareciam que iam desmoronar e ela, mais uma vez, se sentiu indefesa quando todos os homens que ela amava em sua vida tinham ido embora. Um soluço escapou, ela logo dando as costas para o moreno, esfregando o rosto com cuidado para não borrar a maquiagem. Ergueu a cabeça, olhando para a luz forte e branca do teto.

-Me faça um favor, entre lá e diga que eu não me sinto bem, ok? Eu vou remarcar essa reunião. Eu não consigo fazer isso agora. Não nesse estado, e com certeza não com você presente.


YOU DON'T KNOW ME
LEO ● VESTINDOMARBELLA

Maya J. Cameron
Maya J. Cameron
empresário (a)


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Leônidas Posa Bottiglieri Qui 25 Jan - 21:31:50



hit a wall
Right now I need a miracle

Todas as barreiras erguidas se racharam instantaneamente no mesmo momento em que seu apelido pairou nos lábios da loira. Céus, ela não sabia como aquilo o sensibilizava, como detestava aumentar o tom de voz sempre que adentravam em uma briga, seu corpo sempre agindo contra a vontade, socando ou jogando qualquer coisa que ficasse pelo seu caminho. Canalizar a raiva era a única coisa que ele conseguia fazer, vislumbrando que a parede atacada sofrera com rachaduras justamente onde seus punhos pararam.

Porém a atenção do italiano era exclusivamente dela. As lágrimas desciam livremente pela face bela de Eleanor, causando-lhe certo arrependimento de ter abordado o tema com tanta fúria. Ele sempre se arrependia quando a fazia chorar, cada lágrima era como avisá-lo constantemente que novamente fora um estúpido. Pelo menos, diante deles um traço da personalidade de ambos se perpetuava, mesmo sendo dolorosa.

Leônidas tivera que se segurar para não tomá-la ali, abraçá-la contra seu corpo, acariciar-lhe a face e limpar com suavidade as lágrimas que desciam. Mas ele não conseguiu. A saudade que sentia do corpo dela era mais violento do que imaginava e sabia que, devido a suas terminações nervosas estarem a flor da pele poderia machucá-la sem intenção de fazê-lo.

Seu medo era de que, quando finalmente se aproximasse não conseguisse nunca mais se afastar.

E junto com essa herança teve que arcar com todas as transações junto com a posse? — levou as mãos de encontro ao rosto, tampando-lhe por um breve momento seu campo de visão — El, e seu irmão? Ele simplesmente permitiu que tivesse todo esse estorvo sobre os ombros? Eu sei que sou a última pessoa que queria ouvir isso e nem o mais indicado, mas pense bem, você sempre foi uma mulher inteligente, esforçada, não precisa dessa merda toda para conseguir tudo o que quer.

Ele tentou, mas não conseguiu. Três pisadas para frente e já estava próximo o suficiente para beijá-la, sua respiração rompendo contra o rosto da loira tanto descompassado quanto quente, seus dedos envolveram cada lado do seu rosto que ficara pequeno devido ao tamanho de suas mãos, elevando-os para que pudesse observar cada traço que Eleanor demonstrava devido a dor de se recordar de tudo que tivera que passar desde então. Sua intenção nunca fora quebrá-la, deixá-la sozinha quando tivera que superar o luto do pai e suas promessas para com os demais cartéis.

Eu sei, eu sei. Acha que eu não pretendia deixar tudo por você? Na Grécia, antes mesmo de todo aquele pesadelo acontecer eu estava disposto a tudo. — Fechou as pálpebras maneando a cabeça, seus dedos percorrendo pelo maxilar da menor — Disposto a te pedir em casamento, a nos mudar para longe de tudo, tentar ter uma vida normal. — Segurou a emoção de sua voz, sem sucesso algum, ele estava tão sensível com as palavras dela que não conseguia permanecer com seu muro habitual. Diante dela se detestava por ter retornado a Nashville para concluir o desejo de seu avô. — Mas eu não consegui, não quando te vi ensanguentada, desmaiada, correndo o risco de perder a vida porque eu não consegui seguir o que me foi destinado. Eles te perseguiriam, El. Não permitiram que nada do que a gente sonhou se concretizasse. Acredite, se tivéssemos continuado eu não sei se estaria te vendo viva diante de mim agora. Por mais que essa decisão foi completamente egoísta, eu não conseguiria viver sem você. — abaixou a cabeça, unindo suas testas com carinho, apreciando seu perfume e a maciez de sua pele.

A mandíbula se trincou assim que voltou a encarar a preciosidade de seus olhos, a intensidade deles sugava-o para um lago tranquilo e límpido. Como uma medusa ela o petrificava com tamanha facilidade que se sentia totalmente exposto, sua vontade estava bem ali sobre os lábios trêmulos e rosados, chamando sua atenção como nunca antes. E, de fato, sua boca estava tão próxima a dela que precisava apenas de um único centímetro para que se concretizasse.

O que não ocorreu.

A magia se quebrou quando a empresária o tinha lembrado da reunião. Não sabia exatamente quanto tempo estavam ali, tentando resolver o passado diante do presente, esquecendo a participação de coadjuvantes perante os protagonistas. E, lembrando-se de todas as péssimas decisões que tomara, o mafioso lentamente se afastou, balançando a cabeça positivamente para ela. Aquele não era a hora e nem o momento para se resolverem.

A cena a seguir parecia mais uma ironia: dessa vez não era ele a dar as costas, mas ela. Porém, Leônidas sabia que não seria a última vez que a veria. Seria a primeira de muitas que sucederia.

Mesmo diante a dificuldade o par de âmbar a observou com atenção antes de voltar ao seu porte majestoso para encarar os demais. Com passos largos pegou na maçaneta, abrindo a porta, deparando-se com Lorenzo que parecia estar fazendo a mesma ação só que oposto. Brevemente ficou no centro diante dos demais italianos.

Goditi i miei amici, l'incontro sarà rinviato per servirli meglio.

ENCERRADO

Cazzo!
Leônidas Posa Bottiglieri
Leônidas Posa Bottiglieri


Ir para o topo Ir para baixo

[RP FECHADA] Con él te duele el corazón Empty Re: [RP FECHADA] Con él te duele el corazón

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos