[RP] Les temps sont durs pour les rêveurs.

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Mensagem por Anthony M. Oakheart Sex 19 Jan - 21:28:47


Está é uma RP Fechada de Anthony Montgomery Oakheart. Localiza-se na sede da Oakheart & Montgomery Advogados, em Londres. São cerca de 09:10, do dia 20 de dezembro de 2017.

Esta é uma RP fechada e ataques não serão aceitos.
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Anthony M. Oakheart
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[RP] Les temps sont durs pour les rêveurs. Empty Re: [RP] Les temps sont durs pour les rêveurs.

Mensagem por Anthony M. Oakheart Ter 23 Jan - 17:33:19

#001
Aquele dia era outro que Anthony estava exausto. Não apenas exausto, a palavra exprimia pouco as reais dimensões do cansaço do rapaz naquela manhã: Estava morto, bambeando perigosamente a cada passo. Sua cabeça estava envolta em brumas, frequentemente apagando detalhes do que ia fazer ao abrir gavetas e o que estava buscando ao escrutinar papéis. Esquecia-se como chegara aos lugares, um breu se formando em sua mente sobre o que acontecera no trajeto curto de sua sala no décimo terceiro andar até o banheiro qual se encontrava, no nono.

Próximo da pia, com as mãos largadas espalmadas sobre a pedra fria do móvel, Anthony conseguia divisar seu reflexo como se não pertencesse a si próprio. Os olhos claros estavam avermelhados, envoltos por pesadas bolsas escuras que destacavam-se contra a pele pálida. A barba também crescia em desordem, não havia sido aparada em nenhum momento da última semana (que ele se lembrasse, ao menos). Nunca, em quase vinte anos fazendo parte dos Oakheart, o americano estivera em tão mal estado.

Inclinou-se sobre a pia, os olhos inconscientemente fechando-se conforme o peso do corpo foi deposito dos antebraços do homem. Ele poderia ter dormido ali, não fosse a inesperada onda de náusea que surgiu devido ao movimento da cabeça. Abriu os olhos, fugindo de sua própria visão e direcionou as mãos – pesadas como chumbo – em formato de concha para baixo da torneira automática. Assim que a água gélida surgiu, o advogado ergueu-as, salpicando o rosto. Despertou-o, mas não o suficiente para mantê-lo assim pelos próximos minutos quando teria que se encontrar com Cody.

Ele se endireitou, crescendo uns bons dez centímetros nessa brincadeira. Sacudiu as mãos e tratou de endireitar a gravata azul-marinho. O terno, contrariando o homem, mostrava-se impecável. Preto, liso, sem nenhuma sujeira visível. No curto instante que suas atividades manuais foram o alvo de sua atenção, Cody já fugira de sua mente. "Cara, você precisa dormir." recriminou-se. Não podia continuar lutando contra isso. Mesmo que fosse por apenas um par de minutos, ele precisava simplesmente fechar os olhos e deixar seu corpo e mente descansarem.

Mas, para isso, ele precisava voltar ao décimo terceiro andar, fechar as portas e mandar que Ella reajustasse todos os seus horários. A mente choramingou de exaustão só de pensar, tentando, em vão, recordar os compromissos diários. A única coisa que avolumava-se em seu consciente era que o julgamento de Cody, seu caso mais desleixado, difícil e impossível de conseguir em anos, seria no dia 23 de dezembro. Dali a três dias.

O sócio-proprietário saiu do banheiro, não deu dois passos e foi interrompido."Anthony?" a voz inqueriu e no curto instante que o advogado demorou para se virar, embora familiar, não reconheceu a voz que ouvia diariamente já há cinco anos. Antes que pudesse responder, a voz da secretária foi mais rápida. "Você está bem? Sua cara está péssima." ela perguntou, cautela e preocupação pairando nas orbes castanhas desta.

"Apenas um pouco cansado." O Oakheart respondeu, a voz grogue de sono não impedindo-o de enviar um olhar sarcástico para a mulher. Ele não estava tão ruim para não ter noção do péssimo estado da própria aparência.

Ella olhou-o uma vez mais como se quisesse continuar a conversa, mas não o fez. Bem, talvez ela tenha feito, mas o cérebro de Anthony não capturou nada antes dela juntar as palmas, provocando um ruído que o despertou. "Bem, acorde. Cody está no seu escritório, de péssimo humor, apavorado com o julgamento, fala que vai largar a firma se tiver que esperar mais dez minutos."

Anthony assentiu em concordância, mesmo que um gemido de tristeza quisesse emergir. Era bem o que ele precisava, uma conversa com um dos clientes mais babaca e rico da firma justo naquela manhã. "Ele marcou hora?" perguntou, enquanto corria as mãos ainda úmidas, forçando o cabelo para trás. Ella, ao mesmo tempo que lhe mandava um olhar ainda mais preocupado, beliscou duas vezes suas bochechas para adquirirem ao menos uma lembrança de saúde enquanto falava: "Duas semanas atrás. Comentamos a semana inteira o quão raro era esse fato, você não se lembra?"

O rapaz acenou a informação a distância, embora a raiva começasse a emergir. Onde ele estava com a cabeça, claro que ele sabia disso. Como a informação não chegava no momento certo? Na companhia da secretária, ambos marcharam de volta ao décimo terceiro andar. Alguns júniores olharam-nos interessados. Não era sempre que Anthony andava no nono andar, menos ainda eram as chances de encontrá-lo desalinhado, andando próximo as paredes para um caso de mal-estar súbito.

Quando ele chegou, o escritório estava vazio. A aparência cadavérica do americano de nascença foi agravada pela irritação. Ella passara os últimos segundos atualizando de centenas de informações apenas para esse encontro, onde ele exaurira as últimas forças de concentração de seu cérebro para nada. "Porra, você devia ter esperado com ele." xingou. Ella sabia que não havia nada direcionado a ela naquelas frases, era apenas a exaustão do advogado se pronunciando. "Eu não pago aquelas bebidas pra enfeite, são pra esses babacas ficarem sendo mimadinhos enquanto me esperam, caralho."

Chegou a tirar o smartphone do bolso para chamar o maldito antes que saísse do prédio. Resolver uma situação que fosse naquele dia quando seu olhar recaiu sobre o sofá. Era o que ele queria, não? Dormir. Pontos negros surgiram em sua visão, como se para salientar a necessidade disto em sua vida, mas apertando-os e abrindo-os novamente, o Oakheart recobrou a consciência. Ella, no entanto, não estava disposta a aguentar mais daquilo pelo dia. Esticou o braço e surrupiou o aparelho da mão do chefe, levando-o rapidamente para a mesa de trabalho. "Considere seus compromissos de hoje adiados, eu me entendo com o Cody. Durma!" ordenou, apontando para o objetivo dos desejos do Oakheart naquele instante: o sofá.

Anthony quis protestar, mas seus dizeres morreram no meio do caminho. Ella tinha razão. Cambaleando, perdendo os sapatos sociais pelo caminho ao mesmo tempo que a funcionária reduzia a luminosidade do ambiente, o advogado se jogou no sofá. Uma perna esticada, a outra pendendo para fora do móvel para sustentar o corpo. Os dois braços cruzados sobre o rosto e, quase de imediato, exausto, Anthony caiu num sono sem sonhos. Estava seguro por aquele dia, Ella dava conta.
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